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AULA 03 UNIP MUSCULAÇÃO E TREINAMENTO PERSONALIZADO

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Adaptações neuromusculares
PROF.ª . SOCORRO FERNANDA COUTINHO DOS SANTOS
Introdução
O músculo humano é um maleável tecido
orgânico que apresenta como principal
característica, uma eximia capacidade
adaptativa (Hood et al. 2006).
Introdução
Os estímulos quando aplicados, devem estar sujeitos às leis e princípios e metodologias
do treino;
Estas leis dizem respeito aos processos de adaptação biológica, inerentes a qualquer
adaptação metabólica (melhoria na eficiência das vias metabólicas em fornecer energia
para atividade muscular) e morfológica (alterações nas estruturas musculares, como
por exemplo aumento no diâmetro das fibras), onde sempre que possível se procura a
manutenção do equilíbrio entre os processos de síntese (anabólicos) e catabólicos.
Introdução
Qualquer sistema biológico adaptado encontra-
se em equilíbrio dinâmico, em homeostasia;
Se um estímulo interrompe esta homeostasia, o
organismo tenderá a construir um novo
equilíbrio;
A uma nova situação modificada,
predominantemente degenerativa, o organismo
responde através de um aumento dos
processos regenerativos, de forma a proteger a
estrutura e a sua função.
Introdução
As respostas adaptativas neurofisiológicas
caracterizam-se, principalmente, pelo
aprimoramento da relação entre os estímulos
provenientes no sistema nervoso central e o
recrutamento de unidades funcionais de
movimento, as unidades motoras.
Introdução
A repetição sistemática de
exercícios permite ao organismo
gerar adaptações de tipo
estrutural em diferentes níveis:
metabólico, neurológico,
respiratório, cardiovascular, ósseo
e a nível muscular.
Introdução
v
Um dos mecanismos que explicam o aumento de força
muscular em resposta ao treinamento de força (TF) é a
adaptação neural;
Tipicamente, o aumento da força nas primeiras semanas de TF
é conhecido por ser decorrente principalmente das
adaptações neurais, de modo que a hipertrofia muscular
contribui em menor magnitude para esse aumento nesse
período.
Adaptações neurais
Adaptações neurais
Quando o músculo é submetido a repetidos estímulos acima do
que está habituado, mais unidades motoras são recrutadas e
maior tensão muscular é produzida;
O aumento de força será proporcional à magnitude desses
estímulos, de modo que que estes sofrem influência do nível
de treinamento (o iniciante apresenta maior magnitude de
aumento de força que o avançado), da intensidade do TF, bem
como do número de ações musculares produzidas.
Adaptações 
neurais
À medida que os estímulos ocorrem
em um programa de TF, o sistema
nervoso recruta cada vez mais
unidades motoras envolvidas em um
movimento específico, causando o
aumento de força muscular.
Introdução
Nesse processo estão envolvidos o aumento
do drive neural, da frequência de disparo,
da sincronização e do número de unidades
motoras ativas, além da melhora da
coordenação intra e intermuscular e
diminuição de mecanismos inibitórios como
a co-contração.
Drive neural
Os drives neurais são
direcionadores de impulsos
nervosos para o músculo gerar
movimento;
O drive aumenta devido a redução
dos mecanismos inibitórios;
Essa redução é decorrente do
treinamento de força.
Drive neural
Além de aumentar a quantidade de impulsos
nervosos que o músculo recebe, a velocidade
dos impulsos também aumentam;
Essas adaptações aumentam o recrutamento
de unidades motoras, fazendo com que mais
força seja produzida.
Drive neural
O recrutamento muscular segue o
chamado princípio do tamanho proposto
por Henneman (1957);
Isso significa que unidades motoras são
recrutadas de maneira seletiva conforme
o aumento ou a diminuição da
intensidade do estímulo;
Isso ocorre porque fibras musculares
possuem limiares de excitabilidade
diferentes.
Drive neural
Assim, unidades motoras menores (das fibras
lentas) são predominantemente recrutadas em
baixa intensidade, enquanto as unidades
motoras maiores (das fibras rápidas) só
passam a ser recrutadas com o aumento da
intensidade do estímulo;
Desse modo, as unidades motoras menores
são recrutadas antes das maiores, seguindo
uma sequência determinada: I, IIa e IIb.
Frequência 
de disparo 
das unidades 
motoras
A quantidade de estímulos elétricos por segundo
provenientes de uma unidade motora;
Quando sucessivos estímulos elétricos em uma
rápida sequência chegam ao músculo pelo
neurônio motor, eles impedem que um
relaxamento completo ocorra entre os estímulos
, causando um efeito somatório no recrutamento
muscular.
Frequência de disparo das unidades motoras
Após a chegada do estímulo no músculo
ocorre a contração muscular seguida de
um relaxamento, mas caso um novo
estímulo chegue antes desse
relaxamento, os dois estímulos se
somarão, aumentando o recrutamento
muscular.
Sincronização das 
unidades motoras
A sincronização das unidades motoras significa
que vários neurônios motores recebem
simultaneamente estímulos elétricos do
mesmo neurônio pré-sináptico;
Isso que dizer que os estímulos elétricos
chegam quase todos ao mesmo tempo
(sincronizados), resultando
subsequentemente em maior recrutamento
muscular.
Coordenação intramuscular e intermuscular
➢ Coordenação intramuscular
É conhecida pela capacidade de um músculo mobilizar um maior
número de unidades motoras para determinado músculo e este
participar mais ativamente de um movimento;
Isso quer dizer que um percentual maior de fibras musculares do
mesmo músculo entre simultaneamente em ação durante a contração
muscular;
Ao ser recrutado como um todo, a resposta esperada é uma maior
produção de força para esse músculo.
➢ Coordenação intermuscular
É intendida como uma espécie de “cooperação” entre os músculos
responsáveis por uma sequência de um determinado movimento.
Coordenação intramuscular e intermuscular
Co-contração
A co-contração gera simultaneamente a contração de dois
ou mais músculos em volta de uma determinada
articulação, reduzindo a eficiência do movimento;
Uma vez que o músculo antagonista realize força no lado
oposto ao agonista, um decréscimo na ativação do
antagonista (co-contração) permitiria que o agonista
manifeste mais força durante a contração muscular.
Hipertrofia 
muscular
Hipertrofia 
muscular
• Hipertrofia muscular é o aumento da área de
secção transversa (AST) por meio do aumento do
tamanho das fibras musculares;
• Para que ocorra a hipertrofia em resposta ao
treinamento de força, é preciso que a taxa de
síntese exceda a de degradação proteica;
• Como, resultado, novas proteínas serão formadas
dentro das fibras musculares, aumentando o
tamanho destas e consequentemente a AST
muscular.
Hipertrofia muscular
➢ Hipertrofia sarcoplasmática
O primeiro momento de aumento da secção
transversa muscular ocorre durante o
treinamento e pode durar algumas horas;
Esse aumento é decorrente do
redirecionamento de fluxo sanguíneo para o
músculo em contração (resposta aguda ao
treinamento).
Hipertrofia 
sarcoplasmática
Decorrente principalmente do acúmulo de
líquido (edema) entre as células (intersticiais)
e dentro das células (intercelular) do músculo;
Esse processo dura apenas um curto
período de tempo, pois o líquido retorna ao
sangue algumas horas após o exercício.
Hipertrofia miofibrilar
O treinamento de força de longo prazo, realizado
com cargas progressivamente maiores, gera, além
da resposta aguda, uma adaptação crônica
caracterizada por mudanças estruturais resultantes
de um aumento do tamanho das fibras
preexistentes denominado hipertrofia miofibrilar;
Aumento de filamentos proteicos de actina e
miosina.
Hipertrofia 
muscular
Mecanismos da 
hipertrofia muscular
➢ Teoria das microlesões
O processo de hipertrofia muscular é iniciado pelo
estresse tensional causado pelas contrações
durante o treino de força com sobrecarga;
Essa carga tensional maior que aquela com qual
o indivíduo está acostumado causa microlesões
(dano muscular) em diversas áreas do músculo
exercitado.Teoria das 
microlesões
Em seguida, macrófagos e neutrófilos
(células imunes inflamatórias)
iniciam o processo de regeneração
muscular e, provavelmente, a
inflamação que origina a dor
muscular de início tardio (DMIT).
Teoria das 
microlesões
As células satélites são pequenas células-
tronco musculoesqueléticas
mononucleadas, que permanecem em
estado dormentes até serem ativadas e
estão localizadas entre a lâmina basal do
músculo e o sarcolema das miofibrilas.
Teoria das microlesões
Em resposta ao dano e/ou à lesão tecidual, elas são
mobilizadas para iniciar o processo de regeneração;
A fibra muscular com maior número de núcleos pode ser mais
estimulada por hormônios anabólicos e obter aumento da
síntese proteica;
As miofibrilas das células sofrem espessamento e aumentam
em número;
Logo, a síntese proteica acelerada e a correspondente
redução na degradação das proteínas colaboram para a
formação de novos sarcômeros.
Teoria das 
microlesões
Contrações excêntricas são mais eficientes
para provocar o dano muscular, por esse
motivo muitos autores associaram a
valorização das contrações excêntricas à
hipertrofia muscular;
A hipertrofia é produto de uma relação
complexa dependente do treinamento e de
fatores hormonais, nutricionais, psicológicos
e genéticos.
Mecanismos da 
hipertrofia muscular
➢ Teoria da biologia molecular
Esta teoria sugere que, para ocorrer hipertrofia
muscular induzida pelo treinamento de força,
é necessário que as vias de sinalização
intracelulares sejam ativadas e/ou inibidas.
Teoria da biologia molecular
O treinamento de força desencadeia várias alterações nos sistemas
fisiológicos e nas vias de sinalização intracelular, uma cascata de
reações sequenciais:
• Ativação muscular;
• Sinalização de eventos decorrentes de alterações estruturais nas
fibras musculares, hormonais e respostas imune/inflamatórias;
• Síntese proteica após o aumento da transcrição e da tradução;
• Hipertrofia da fibra muscular.
Teoria da 
biologia 
molecular

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