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O BRINCARO BRINCAR DEFINIÇÃO O brincar é uma atitude subjetiva em que o prazer, a curiosidade, o senso de humor e a espontaneidade, se tocam; tal atitude se traduz por uma conduta escolhida livremente, na qual não se espera nenhum rendimento especifico. Para os terapeutas ocupacionais o brincar é visto como uma ocupação importante e fundamental na vida de qualquer indivíduo, sendo a principal ocupação da infância. Dessa forma, o brincar passa a ser um importante domínio da prática clínica da terapia ocupacional. O brincar, segundo Winnicott (1971), é uma atividade que tem papel fundamental para o desenvolvimento infantil, pois, ao brincar, a criança reproduz o que lhe é internalizado, podendo assim elaborar a sua realidade. Através da brincadeira, a criança projeta no mundo externo seus medos, angústias e problemas internos, dominando-os por meio da ação, elaborando assim seus conflitos inconscientes. • O aspecto prazeroso - importante para que o brincar exista • Descoberta - que gera aprendizado e evolução das habilidades da criança • Formam as bases do comportamento adaptativo – úteis para a vida e enfrentamento de situações • Domínio da realidade • Desenvolvimento da criatividade • Imaginação simbólica – assimila a realidade de maneira subjetiva com ajuda de transposições: em consequência ela pode dar vida a todos os objetos – de forma criativa – representações mais adaptadas a realidade e as brincadeiras de ficção. • Expressão dos sentimentos pelo brincar CARACTERÍSTICAS DO BRINCAR ANALISE DA ATIVIDADE DE BRINCAR O brincar envolve vários componentes que fazem parte do desenvolvimento da criança. Componente sensorial - Presença do brinquedo - Manipulação das características do objeto – formas, tamanho, texturas, cores, cheiro etc. - Proporciona estimulação visual, tátil e auditiva – desenvolver a percepção. Componente motor - Coordenação motora fina – preensões - Coordenação visuo-motora - Planejamento motor - Equilíbrio - Reações de proteção Componente cognitivo - Aprendizagem - Pensamento - Relação de causa e efeito - Aquisição de conhecimentos - Criatividade e imaginação Componente afetivo - Lidar com frustrações - Dar sentimentos aos personagens na brincadeira – expressão de emoções - Iniciativa - Expressão de si - Prazer imediato Componente social - Relacionamento interpessoal - Comunicação - Cooperatividade BRINQUEDO = INSTRUMENTO – QUE PODE SER USADO: PARA ESTIMULAÇÃO DO DNPM PARA EXPLORAÇÃO DO MEIO - Processo contínuo de aquisição de habilidades:: física – cognitiva – social – emocional – linguagem/comunicação. - Tudo isso faz parte da plasticidade neural do cérebro (muito presente na primeira infância) - Desenvolvimento depende: ambiente (experiências, aprendizado, encorajamento), fatores intrínsecos, tarefa. DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR - Exercita funções - Experimenta desafios - Explora e conhece o mundo de forma espontânea e natural - Expressa sentimentos, fantasias. - Facilita o desenvolvimento da relação com as outras pessoas. Escolha dos brinquedos: - Deve estimular a ação, imaginação e aprendizado De acordo com: - Idade - Tipo de brinquedo - Forma correta de oferecer IMPORTÂNCIA DO BRINCA NO DNPM FASES DO BRINCAR Brincadeira autocósmica (0-3m) = interesse do bebe pelo próprio corpo, descobre as mãos coloca o dedo na boca, morde os dedos dos pés. Posteriormente reconhece e explora rostos. Brincadeira de exercício = repetição frequentemente das mesmas atividades; descobrindo novas características do objeto e novas possibilidades de ação. Essa aprendizagem se faz por tentativa e erro. Exploração = depois de explorar seu corpo, se interessa por mudanças de posição, deslocamentos, permitindo o bebe conhecer o ambiente. Descoberta de poder agir no ambiente (durante o 1 ano) Universo da brincadeira na microesfera a partir de 4-5m = interesse pelo mundinho dos brinquedos, exploração dos objetos ao seu redor – brinca sozinha. Brincadeira paralela (18m-3anos) = a criança tem consciência da presença de outra criança no ambiente, observa, mas não esta pronta para dividir com o outro a brincadeira. Jogo simbólico = criança da vida aos objetos e da asas a imaginação. Capacidade de transformar objetos comuns do dia a dia em elementos da brincadeira ex. um cabo de vassoura vira um cavalo. Contribui para o desenvolvimento do humor. Brincadeira na macroesfera = mundo dividido com o outro, começa a partilhar a brincadeira. Brincadeira associativa = brinca com outra criança Brincadeira cooperativa = colabora com outra criança em um projeto de brincadeira comum. Brincadeiras com regras = englobam o interesse da criança por brincadeiras com regras definidas como esconde-esconde. Brincar funcional – 0-2 anos (desenvolvimento motor e da linguagem) – movimentos motores repetitivos (estimulam a percepção do corpo) que pode ou não usar objeto explora o corpo ou objeto – forma manipulativa. Da função ao brinquedo, ex. brinca com um carrinho com as rodas girando pelo chão, e não girando sua roda com o dedo (disfuncional). Brincar construtivo – 3-6 anos – fazer ou construir alguma coisa (montar, quebra-cabeça etc) explorar os materiais. Brincar de faz de conta – 2-6 anos – assume papeis cotidianos e percebe isso. *imitação *imaginação *abstrato Brincar simbólico - é o brincar além do concreto – criar outros objetos fantasiar com a própria imaginação, convertendo símbolos de outros objetos em brincadeiras (dar função ao brincar, usar o corpo, imaginação e criatividade, criar personagens e faz de conta). Brincar lúdico - é todo e qualquer atividade que tem como objetivo produzir prazer na sua execução, ou seja, divertir. As brincadeiras lúdicas abrangem "os jogos infantis, a recreação, as competições, as representações litúrgicas e teatrais, e os jogos de azar. OUTROS TERMOS QUE ABORDAM O BRINCAR: Comportamentos no brincar INTERVENÇÃO DA TO NO BRINCAR A intervenção da TO no brincar depende inicialmente de uma avaliação do desempenho ocupacional e engajamento no brincar. No brincar: ·Podem ser avaliados atrasos no DNPM ·Relacionamento interpessoal ·Demandas emocionais ·Habilidade e limitações no desempenho ocupacional ·Traçar metas e objetivos nas intervenções da TO Visa melhorar ou habilitar o desempenho e o engajamento nas ocupações significativas para a criança e seus familiares - com base na fundamentação teórica que sustenta a pratica, que são os quadros de referencia e os modelos de pratica da profissão de acordo com evidências cientificas que comprovem sua eficácia no alcance dos objetivos. A AOTA considera que o brincar da criança, tanto como o trabalho escolar, é do domínio da produtividade. Prática centrada no cliente - e a percepção holística sobre o indivíduo Intervenção da terapia ocupacional Brincar de acordo com AOTA: BRINCAR – “Qualquer atividade espontânea e organizada que ofereça satisfação, entretenimento, diversão e alegria” (Parham & Fazio, 1997, p 252). Brincar exploratório Identificar atividades lúdicas apropriadas, incluindo brincar exploratório, a prática de brincar, o brincar intencional, jogos com regras, brincar construtivo e o brincar simbólico (adaptado de Bergen, 1988, pp. 64-65). Participação no brincar Participar no brincar; manter um equilíbrio entre brincar e as outras ocupações; e obter, utilizar e manter brinquedos, equipamentos e utensílios apropriadamente. Durante um atendimento no qual a criança brinca livremente, o T.O observa a relação que ela tem com os outros, habilidades e também traços da personalidade. Avaliação do brincar - é considerada numa perspectiva de desenvolvimento, de maneira a medir as aquisições da criança em função da sua idade. Escala lúdica pré-escolar de Knox – revisada (Knox, 1997) Instrumento do Modelo Lúdico (Ferland,1997) Avaliação do comportamento lúdico (ACL) Entrevista inicial com os pais (EIP) Avaliação do brincar de faz de conta iniciado pela criança – ChIPPA (Stagnitti, 2007, 2019) AVALIAÇÕES DO BRINCAR INTERVENÇÃO NO MODELO LÚDICO Estimularo comportamento lúdico: ação, interesse e atitude Criança é a arquiteta da terapia, terapeuta se adapta a escolha da criança e apresenta uma atitude lúdica. A terapia decorre da atividade do brincar A analise da atividade é muito importante para se atingir o objetivo REFERÊNCIA CIPRIANO, M. S. ALMEIDA, M. T. P. O brincar como intervenção no transtorno do espectro do autismo. Extensão em Ação, Fortaleza, v.2, n.11, Jul./Out. 2016. Edição especial. FERLAND, F. O modelo lúdico: o brincar, a criança com deficiência física e a terapia ocupacional. 3° ed. São Paulo: Ed. Roca, 2006. FUNÇÃO DO TERAPEUTA E DOS RECURSOS Capacidade de agir com autonomia
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