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Ingrid Leal - CCPA
manejo do tratamento de feridas em cães e gatos
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A pele é o maior órgão em extensão e o mais vulnerável quando se sofre um trauma. 
Perda de cerca de 40% da pele, como nas queimaduras, pode levar a distúrbios metabólicos que geram choque hipovolêmico.
Os animais em geral possuem a pele solta, com exceção dos suínos. Quando queimada, não há formação de bolhas nessa pele, pois a camada mais superficial é avascular e solta.
As linhas de tensão da pele são as pregas cutâneas que se formam. Onde houver a maior prega é que se deve incidir e suturar, no caso de uma intervenção cirúrgica.
anatomia da pele 
feridas – definição e classificações
Ferida é a ruptura da integridade de um tecido ou órgão.
Pode ser classificada em relação a: 
1. Densidade bacteriana
a) Limpa: ferida que acabou de ser deita
b) Baixa contaminada: tem < de 8h
c) Contaminada: tem > de 8h
d) Suja ou infectada: tem > 3-4 dias; há necrose local 
2. Progressão da infecção
a) 0-4h
b) 4-12h
c) >12h
Obs: o que se utiliza mais é: feridas < ou > de 8h
3. Apresentação 
a) Fechada 
b) Aberta: lacerativas (por avulsão do segmento de pele, como nos atropelamentos), incisas, punctórias (feridas puntiformes, por instrumento perfurante), acidentes por animal peçonhento (pode haver edema e necrose local), por projétil balístico, por abrasão
4. Causa 
a) Traumáticas
b) Atraumáticas, ex: cirurgias, pois promovem um trauma orientado
5. Risco de infecção
a) Ferida cirúrgica (Fc) limpa, ex: uretrostomia;
b) Fc potencialmente contaminada, ex: cirurgias na boca;
c) Fc contaminada, ex: feridas no trato digestório, especialmente intestinos;
d) Fc infectada, ex: feridas onde há a contaminação por mais de 3-4 dias.
6. Outras 
Cirúrgicas: incisivas, excisivasApenas feridas com < de 8h são suturadas
cicatrização de feridas 
Em qualquer ferida, o primeiro acontecimento é o sangramento, com extravasamento de hemácias e células inflamatórias. O organismo, então, libera fatores de coagulação e promove a agregação plaquetária, para conter este sangramento através de um coágulo de fibrina. Entretanto, como o coágulo é um bom meio de cultura, bactérias presentes na pele podem adentrar o local da ferida e contaminá-lo. Por isso, fatores polimorfonucleares, como os neutrófilos, chegam ao local para fagocitar e limpar a região, controlando a infecção. Logo, há a formação de novos vasos, pela ação de fatores angiogênicos, e tecido de granulação, para preencher toda a região. Posteriormente, há a epitelização (formação da cicatriz) e os miofibroblastos passam a fazer a retração e reparação desta cicatriz. Só há a formação de tecido de granulação se não houver contaminação ou se ela for pelo menos mínima
fatores que alteram a cicatrização
· Hipóxia tecidual
· Infecção
· Debris
· Tecidos necróticos
· Uso de antiinflamatórios
· Dietas deficientes em vitamina A, C, E e minerais
· Deficiências nutricionais ferais
· Neoplasias 
· Fatores ambientais
· Desordens metabólicas
Fatores nutricionais:
· Idade e estado nutricional
· Anemia, hipovolemia e hipoproteinemia
· Desidratação e edema 
· Uso de antiinflamatórios e antibióticos
· Hipertermia 
Fatores locais: 
· Crostas
· Corpo estranho
· Infecções
· Traumas adicionais
· Oxigenação
· Antissépticos
· Coleções sanguinolentas
· Bandagens
· Radiações 
diagnóstico 
1- Inspeção 
Classificar de acordo com:
a) Densidade bacteriana
b) Apresentação clínica
2- Exame físico geral 
Importante para se descartar outras patologias que possam interferir na cicatriz.
tratamento
1- Tranquilização ou sedação, com bloqueios locais ou locorregionais. Deve-se considerar o estado geral do paciente (classificação ASA), possíveis dificuldades respiratórias, hipotermia e desidratação. 
2- Remoção de pelos e sugidades:
a) Tamponar o local da ferida com gaze, para que pelos não caiam ali;
b) Usar degermante para lavagem, sem que caia no leito da ferida;
c) Remover crostas com escova;
d) Remover os pelos, com tricotomia extensa.
*Representa 50% do tratamento da ferida;
e) Desbridamento cirúrgico para retirada de tecido morto (sempre tirando uma margem a mais para segurança). 
3- Lavagem: irrigação exaustiva da ferida com NaCl 0,9% + PVPI aquoso (solução 0,1%). Evitar a escovação direta. Obs: assim que o paciente chega, a primeira coisa que se deve observar é a presença de hemorragias. Se não houver, pode-se prosseguir com anamnese, exame físico e tratamento. 
curativos, bandagens e medicações
1- Preencher o leito com açúcar e PVPI, pois isso cria um meio hiperosmótico em que bactérias não conseguem sobreviver, explodindo por plasmólise;
2- Aplicar absorvente íntimo e depois bandagem.
Repetir os passos 1 e 2 até que haja formação de tecido de granulação.
3- Antibióticos: amoxicilina com clavulanato 22 ml/kg a cada 8h durante 7-10, por no máximo 21 dias;
4- Antissépticos: PVPI 0,1-2,5% ou permanganato de potássio ou clorexidine.
tipos de cicatrização
1- Primeira intenção: são feitos os passos de 1 a 3 do tratamento e prossegue-se com a sutura;
2- Segunda intenção: é o tratamento tópico, feito em casos de feridas com > 8h, nas quais não se é possível suturar;
3- Terceira intenção: feita em feridas muito infectadas; inicia-se o tratamento por segunda intenção até surgir o tecido de granulação, para que se possa tratar por primeira intenção. 
principais microorganismos que podem contaminar as feridas
· Na pele: estafilococos e estreptococos;
· Na região perineal: E. coli;
· Em casos de mordedura: Pasteurella e Clostridium (anaeróbicos).

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