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TUBERCULOSE - Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis → bacilo de koch - Tuberculose doença → Pulmonar (80-85%) X Extrapulmonar Conceitos ● Infecção → contato entre bacilífero (dissemina o bacilo) e suscetível (inala o bacilo) → para que isso ocorra é necessário aglomeração - doença urbana ● Primoinfecção: 1ª infecção pelo bacilo → não há imunidade específica ● 3 - 8 sem: imunidade celular → geram granuloma do tipo caseoso. (necrose caseosa) . ● O granuloma não mata o bacilo, apenas controla. Logo, a infecção pode estar em latência. Se a imunidade tiver uma queda pode liberar o bacilo e gerar a doença. ● O granuloma tende a evoluir (calcificação) ● Nódulo de Ghon → granuloma caseoso que inflamou ao ponto de aparecer na radiografia. obs.: doenças granulomatosas → TB, sarcoidose, doença de crohn - Infecção latente: 90% tem a primoinfecção mas não desenvolvem a doença - TB primária: desenvolve a doença na primoinfecção - TB pós-primária: por reativação em queda de imunidade ou reinfecção (nova infecção) → Bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) - O bacilo é estritamente aeróbio logo prefere se alojar em ápices pulmonares que possuem maiores tensões de O2 Transmissão Pacientes infectados (prova tuberculínica positiva) não necessariamente são transmissores → bacilíferos - Apenas os que desenvolvem tuberculose-doença podem eliminar bacilo - Multi Bacilíferos: forma cavitária → baciloscopia positiva no escarro (BAAR + ) → são os principais - Paucibacilíferos (forma não cavitária) → baciloscopia do escarro negativa e cultura positiva → transmitem beeeem menos - Não bacilíferos → tuberculose extrapulmonar OBS.: crianças com a tuberculose-doença não são bacilíferas, são paucibacilíferas → sempre investigar adulto bacilífero geralmente com contato intradomiciliar A chance de uma pessoa se infectar após o contato com um paciente bacilífero, depende da: - concentração de bacilos expelidos - da intensidade e frequência do contato → quanto maior o inóculo de bacilos, maior a chance de infecção e para isso é necessário um contato mais diária, tipicamente domiciliar - condições ambientais → ambientes pouco iluminados e pouco ventilados propiciam a infecção . - resistência natural do indivíduo exposto → Em granulomas com que formam a necrose caseosa há a liberação de enzimas líticas liquefazendo a necrose e gerando ali um excelente meio de cultura → maior multiplicação dos bacilos e formação da caverna tuberculosa. TB Primária - Mais comum: criança (1º contato) - Em geral é autolimitada, mas pode se expressar com quadro semelhante a uma pneumonia atípica - Clínica: “pneumonia “arrastada” não responsiva a ATB → Radiologia: - Adenopatia hilar (unilateral) → proliferação dos bacilos no parênquima é drenado para os linfonodos mediastinais → aumento desses linfonodos. → Transmissibilidade: paucibacilífera → A complicação da TB primária é a TB miliar → bacilo se replica em grande quantidade em diversos órgãos. O corpo não consegue combater a proliferação. “sepse” pelo bacilo - O nome da doença é referente o padrão radiológico - Acontece em pacientes com pouco competência imunológica → crianças menores de 2 anos, adultos imunossuprimidos, não vacinados com BCG TB Pós-primária - Mais comum em adultos ou adolescentes (reativação ou reinfecção) - Granuloma se enfraquece e libera os bacilos para replicação → → Clínica: quadro respiratório arrastado - Tosse > 3 semanas, febre vespertina e perda ponderal - sudorese noturna - exame físico geralmente normal → Radiologia: - Infiltrado/consolidação alveolar - Cavitação (formada pela liquefação da necrose caseosa) → normalmente no terço superior dos pulmões → Transmissibilidade: bacilífera → Complicação: Bola fúngica (Aspergillus): hemoptise → inflama o tecido da caverna e gerar um sangramento - No rx há uma área de consolidação no interior da caverna - Sinal da lua crescente na TC de tórax Diagnóstico >10 anos Tripé diagnóstico: - Clínica - Rx de tórax - Escarro OBS.: clínica + rx de tórax já autorizam o tratamento em caso de escarro (-) ou casos graves → Exames do escarro: 1. Teste rápido molecular para TB (TRM-B): pronto em 2h, + sensível que a baciloscopia e avalia a resistência à rifampicina. Apenas 1 amostra. (TESTE DE ESCOLHA). 2. Baciloscopia (BAAR): coleta 2 amostras. Uma no momento da consulta e outra no outro dia em jejum. 3. Cultura do escarro: resultados em alguns meses - Quadro clínico e radiologia muito sugestivos, embora com BAAR e TRM negativos → nesse caso é uma TB escarro negativo e já se inicia o tratamento + cultura do escarro. Diagnóstico < 10 anos Usa-se o sistema de pontuação, uma vez que a criança não vai saber escarrar. - Analisasse 5 parâmetros: 1. Clínica: quadro respiratório arrastado não responsivo a ATB 2. RX de tórax: adenopatia hilar unilateral 3. Contato com TB 4. Prova tuberculínica → isoladamente não dá diagnóstico. 5. Desnutrição → 40 pontos ou mais pode iniciar o tratamento Outra opção para diagnóstico → Cultura do lavado gástrico. - A criança não sabe escarrar, logo ela normalmente engole aquele escarro com a presença do bacilo. TB Pleural - Forma extrapulmonar + comum obs.: exceto em crianças e pessoas com HIV → nesses casos a mais comum é a TB ganglionar → Clínica: - Sintomas respiratórios arrastados com tosse seca (não há secreção pulmonar, pq a infecção é pleural) - Dor torácica, dispneia no evoluir - Febre → Toracocentese para avaliar o derrame pleural → caso seja encontrado os padrões abaixo já está autorizado o tratamento: - Líquido exsudativo: líquido com proteína devido aumento da permeabilidade vascular pelo processo inflamatório da infecção → glicose baixa (aumento do consumo pelas células de defesa) / ADA > 40 U/L (ADA é a enzima liberada pelos linfócitos no processo imune) - Glicose baixa é inferior à glicemia plasmática. - Líquido levemente turvo - Infiltrado polimorfonuclear que são os neutrófilos (nos primeiros dias de infecção) → normalmente se encontra a imunidade celular presente que são os linfomononucleares (linfócitos) - ausência de eosinófilo e células mesoteliais ( estarão presentes em carcinomatose da pleura - CA) → Como encontrar o bacilo ? - O bacilo não está mergulhado no líquido pleural, ele está aderido a pleura, logo é necessário biópsia (padrão-ouro) - Baciloscopia e Cultura do líquido podem ser realizados mas tem menos acurácia. → Diagnóstico diferencial: - PAC, abscesso pulmonar, infecção fúngica, neoplasia, silicose, doenças do colágeno e bronquiectasia TB meníngea → + comum em crianças e imunodeprimidos - Forma mais sequelante de TB → Clínica: - Quadro subagudo (+arrastado) e acometimento de par craniano obs.: o bacilo não está em grande quantidade no LCR, ele permanece aderido às meninges → Punção Lombar - Rico em proteínas - Glicose baixa (menor que ⅔ da glicemia) - Primeiramente pode ter PMN, mas normalmente é linfomononuclear → Diagnóstico: - Baciloscopia ou cultura de LCR → BAIXA ACURÁCIA ● Na prática, se o paciente tem a clínica e os critérios da avaliação liquórica já pode iniciar tratamento mesmo com a pesquisa de bacilo no líquor negativa. Tratamento ● Fármacos → foram condensados em cápsulas de COXCIP-4 - Rifampicina + isoniazida - Pirazinamida - Etambutol → Essas medicações são organizados em esquemas para tratar TB 1. Esquema básico: TB pulmonar e a maiorias das extrapulmonares ● RIPE por 6 meses → 2 RIPE + 4RI - < 10 anos: não prescrever etambutol (E) → pode gerar neurite óptica. Nesses casos de crianças, faz o esquema sem E 2. Esquema para TB meníngea: ● RIPE 12 meses → 2 RIPE + 10RI + corticoide (1 - 3 meses para reduzir sequelas da lesão inflamatória) - Com o uso da medicação para matar o bacilo pode liberar substâncias inflamatórias e gerar lesões. O que pode ser reduzido com o uso de corticoide 3. Falência terapêutica e Multidroga resistência (MDR) → resistência concomitante à rifampicina e isoniazida ● CLEPT 18 meses - Capreomicina (EV) / Levofloxacino / Etambutol / Pirazinamida / Terizidona - Capreomicinaé um aminoglicosídeo injetável 3x/semana Acompanhamento 2 pilares do acompanhamento: - Tratamento diretamente observado → o paciente vai ao atendimento para que o médico ou a equipe veja o paciente usar a medicação. Ou um familiar pode observar - Baciloscopia mensal (ideal) ou no mínimo 2º/4º/6º mês → espera-se que ao fim dos 6 meses a baciloscopia seja negativa Critério de falência: 1. BAAR (+) ao final do tratamento 2. BAAR (+2/+3) até o 4º mês 3. BAAR anteriormente - e volta a ser +, se mantém por 2 meses → Nesses casos é necessário cultura com antibiograma para avaliar resistência Efeitos colaterais do tratamento TODOS causam: - Intolerância gástrica: náusea, vômitos → são ingeridos em jejum Rifampicina: - gripe, alergia (Nefrite intersticial aguda, asma)/ suor ou urina laranja Isoniazida - neuropatia periférica: reduz piridoxina (vit B6). parestesias em luva Pirazinamida - Hiperuricemia: pode precipitar gota Etambutol - Neurite óptica Levofloxacino - Lesão aórtica e ruptura tendínea ● RIP → tóxicos para o fígados - Suspender RIPE por até 30 dias se : - icterícia - TGO/TGP > 3X + sintomas - TGO/TGP > 5X - Melhorou… deve reintroduzir os remédios por uma ordem: 1º R (intervalo de 3 - 7 dias) 2º I (intervalo de 3 - 7 dias) 3º P ( intervalo de 3 - 7 dias) - Não melhorou em 30 dias/TB grave/ cirrose prévia: trocar o esquema - CEL: capreomicina, etambutol, levofloxacino (12 meses) Situações especiais Gestante Usa esquema RIPE + reposição de piridoxina (50 mg/dia) HIV + TB HIV sem tratamento com TB - Quem trata primeiro TB ou HIV ? Trata primeiro TB e depois inicia a terapia retroviral (TARV) - RIPE → 2 semanas depois iniciar TARV Diabéticos Durante o tratamento substituir o hipoglicemiantes oral por insulina. Nefropatas Clearance de creatinina < 30 ml/min ou em diálise deve modificar o esquema e suspender o uso de etambutol Controle → O bacilífero em 15 dias de tratamento não transmite mais o bacilo. → BCG protege das formas graves de TB (meníngea e miliar) → Pessoa que mora com a pessoa que está com tuberculose: contactantes - Avaliação dos contactantes: ● Clínica + RX → sintoma e/ou RX alterado → investigar com TRM ou BAAR ● Assintomático com RX normal → ILTB (infecção latente por tuberculose) → faz PPD Infecção Latente → infecção sem doença - Paciente sem alteração no RX e sem sintomas - Diagnóstico é feito com a prova tuberculínica (PPD - derivado proteico purificado) → em 48h gera uma resposta inflamatória (tem resposta imune ao bacilo) . - Medir a parte endurecida: → < 5 mm (não reator): não infectado → repetir em 8 semanas para ver se tem viragem (aumento do ppd em 10 mm) → > 5 mm (reator): infectado → tratar infecção latente - Alternativa: IRGA (+) → Tratamento da ILTB - Isoniazida 270 doses (9 a 12 meses) → fármaco de escolha para todos os grupos. - Rifampicina 120 doses (4 a 6 meses) → preferência para pacientes com < 10 anos ou > 50 anos e hepatopatas.
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