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ATD2 Catarina Alipio XXIIB O que é choque em vítima de trauma? - Nada mais é do que a má perfusão dos tecidos. • Paciente que a circulação não está funcionando (colapso circulatório). • Existem diversos sinais clínicos que reconhecemos a má perfusão (qualquer tecido: pele por ex). ‣ Débito cardíaco (DC em L/min) = Fc (batidas/ min) X volume ejetado (mL/ batida). • Para ter volume ejetado precisa ter sangue nas veias (pré carga pelo sistema venoso). • Precisa ter: ✓ Volume de sangue (ejetado). ✓ Um coração que tem contratilidade e manda o sangue para frente (força de Frank Starling: para fibra do coração contrair ela tem que dilatar, e ela dilata por preenchimento sanguíneo). ‣ Pressão arterial (PA): Dc X RVP. - Células com pouca oferta de oxigênio que deveria estar sendo conduzido pelo sangue. • Elas entram em metabolismo anaeróbio com produção de ácido lático (lactato) e acidose metabólica com posterior morte celular. - Conforme tem a perda de sangue, há uma vasoconstrição progressiva de pele, músculo e circulação visceral para preservar circulação para rins, coração e cérebro. Existem algumas causas de choque, mas a causa mais frequente no trauma é HEMORRAGIA. Sempre considerar choque hemorrágico como a principal causa de choque. - Como saber se o paciente está em choque? ✓ Cor da pele (pálida, cianótica). ✓ Sudorese fria. ✓ Alteração do nível de consciência (agitação, prostração, coma, queda do Glasgow). - A pal idez cutânea, taquicardia e alteração do nível de consciência são fundamentais no início da avaliação. • Rapidamente realizar contato verbal para avaliação do sensório. • Choque e FC. • FC > 100 bpm = choque até provar o contrário. - Mais sinais clínicos de choque: • Diminuição do volume urinário (não tem sangue passando pelo rim pra filtrar). • Taquipneico e respiração superficial. • Hipotensão (mais tardia = perdeu muito sangue). - Hipotensão é um sinal importante porém não é o 1º que ocorre na perda sanguínea. • É necessária hemorragia de 30% da volemia (1500 mL) para ocorrer diminuição importante da PA. - Após a rea n ima ção das cond ições relacionadas com via aérea e respiração (trauma torácico), abordar a circulação. 9 Choque em vítimas de Trauma Dr. Maurício - 04/04 ATD2 Catarina Alipio XXIIB Reanimação do estado circulatório: - Primeiro passo é parar o sangramento!! • S e f o r s a n g r a m e n t o p a r a f o r a comprimimos, se for para dentro, temos que abrir o paciente e estancar o sangramento. - Hemorragia interna = cirurgia. - Hemorragia externa = tamponar com gazes e ataduras todas as fontes de sangramento externo. • O sangramento externo não é a única dente de hemorragia. Existem 4 lugares que podem estar sangrando no corpo: - Ao mesmo tempo que as fontes de sangramento externo são tamponadas, raciocinar sobre outras 4 fontes ocultas de hemorragia. - Para memorizar: “ sangue no chão… as outras 4 onde estão?” - Quais são as 4 fontes de hemorragia interna? ‣ Abdome. ‣ Tórax (se tiver um hemotórax percebemos no B e já drenamos). ‣ Pelve/ bacia (retroperitoneal). ‣ Ossos longos (fêmur principalmente). - Cabeça, trauma de crânio não é fonte oculta de hemorragia capaz de levar a choque hemorrágico. • TC com reconstituição tridimensional. Nota-se fratura na calota craniana. Esse trauma muitas vezes leva à formação de hematomas (sangramento) intracranianos com graves repercussões , mas a quantidade de sangue não causa choque hemorrágico. - É fundamental durante o exame da circulação estimar a quantidade de sangue perdida: • Sinais clínicos tornam-se evidentes conforme a hemorragia se agrava. 1. Um adulto pode perder até 750 mL de sangue e não apresentar nenhuma repercussão clínica. 2. Hemorragia maior que 750 mL inicia a taquicardia (doação de sangue retira 500 mL). 3. Apenas quando a hemorragia chega próximo a 1500 mL ocorre queda da PA. 4. Hemorragia maior que 2000 mL pode ocorrer choque grave com perda de consciência, PAD inaudível. 10 I II III I % perda sanguínea Até 15% 15 a 30% 30% > 40% Volume hemorrágico Até 750 mL 750 a 1500 mL 1500 mL 2000 mL FC < 100 > 100 120 160 Pressão de pulso 40 < 40 (20) < 40 (20) ??? PAS Normal Normal Diminuída Ausência de diastólica Débito urinário Normal Normal Diminuído Ausente SNC Normal Normal Agitado Comatoso ATD2 Catarina Alipio XXIIB - Pressão de pulso: PAS - PAD. - Produção de urina normal no adulto: 0,5 mL/Kg/h. • Ex: se alguém pesa 70 Kg produz 35 mL de urina por hora. • Criança 1 mL/Kg/h. • Bebê 2 mL/Kg/h. - CUIDADO: pessoas com história de trauma podem estar com sangramento bem lento, temos que investigar. - Reanimação da circulação: primeiro identificar e resolver problemas com via aérea e trauma de tórax. - REANIMAÇÃO DA CIRCULAÇÃO: • Após parar o sangrento periférico. • Com um cateter periférico, categorizar inicialmente uma veia periférica. • O número do cateter deve ser no mínimo 18. • Iniciar a infusão do RL ou SF aquecido a 39 graus. • Dependendo do estado circulatório, repetir em outra veia periférica e infundir mais 1L de SF. ‣ Local de acesso: - Veias periféricas (antebraço, próximo ao cotovelo). • Quanto menor a numeração do cateter, maior seu calibre. - Acesso intra ósseo (se não conseguir uma veia: infunde dentro do osso). - Quando obter o primeiro acesso periférico, antes da infusão, retirar uma quantidade de sangue, com seringa para: ✓ Tipagem sanguínea. ✓ Teste de gravidez para as mulheres em idade fértil. ✓ Teste toxicológico para álcool de drogas. - Inicialmente, 1L de SF é infundido. • Isso é dar pré carga. • A necessidade de infusão de mais volume, depende da resposta clínica do paciente. - Como sabemos quanto infundir de volume e se precisamos infundir sangue? • Primeiro: classificar a hemorragia, a partir de grau III a transfusão já está indicada. • Segundo, quando iniciada a reposição com SF ou RL, avaliar a resposta clínica do paciente. • A resposta pode ser: satisfatória, moderada ou ruim (pouca ou nenhuma memória). - Resposta satisfatória: melhora da palidez, nível de consciência, diminuição d a F C e a u m e n t o d a PA ; t e m estabilização sem necessidade de maior infusão. - Resposta moderada: ocorre melhor dos parâmetros, mas voltam a piorar quando diminuímos ou termina a infusão. - Sem resposta: por mais que tentemos melhorar os parâmetros clínicos com SF e sangue não há resposta. • Com certeza tem hemorragia oculta em andamento (temos que abrir). - Quanto infundir de volume (SF ou RL)? • Basear-se nas 3 respostas possíveis. • A quantidade não deve exceder 1 a 2 litros. - Estudos atuais sustentam que devemos aceitar uma “hipotensão permissiva”. - Significa que não há necessidade de alcançarmos valores de PA normais em paciente em choque. - Melhoras parciais são aceitas e o paciente deve o mais rápido possível ter sua hemorragia resolvida no centro cirúrgico se necessário. 11 ATD2 Catarina Alipio XXIIB - Grande infusão de cristalóides “dilui” o sangue do paciente. Como consequência ocorrem graves alterações da coagulação e sangramento incontrolável. - V a s o p r e s s o r e s ( n o r a d r e n a l i n a , dobutamina) estão contraindicados na 1ª l i n h a d e t r a t a m e n t o d o c h o q u e hemorrágico, porque pioram a perfusão tecidual. - Sondagem vesical é importante. - Fratura de bacia: escroto inchado e com equimose. Causas de choque não hemorrágico: • Pneumotórax hipertensivo. • Tamponamento cardíaco. • Choque neurológico. • Choque séptico. - PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO: tem tanto ar no espaço pleural que comprime o coração que não consegue bombear sangue. • Drenagem ou descompressão com agulha. - TAMPONAMENTO CARDÍACO: sangue entre pericárdio e coração, comprimindo ocoração. • Pacientes com ferimentos penetrantes nessa região. • USG fast pega tamponamento. - CHOQUE NEUROLÓGICO : ocorre por trauma raquimedular (ex: mergulho em água rasa). • Lesão medular que pega o sistema simpático cervical = perde tonûs simpático = perde vasoconstrição. • FC não sobe, não tem pele fria. 12
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