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1 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período OBJETIVO 1 RELACIONAR AS PRINCIPAIS DOENÇAS À MORBIMORTALIDADE INFANTIL. Lembrete: o Período perinatal: a partir da 28ª semana ao 7º dia após o nascimento. o Período neonatal: primeiros 28 dias após o nascimento. • Muito precoce: do nascimento até 24 horas. • Precoce: do nascimento até 7 dias. • Tardio: de 8 dias até 28 dias. o Lactente é o bebê durante o primeiro ano de vida após o nascimento. o Taxa de mortalidade infantil: mortes que ocorrem do nascimento até o 12º mês de vida para cada 1.000 nascidos vivos. o Houve um declínio na mortalidade na infância constatado no Brasil, mas os níveis ainda são elevados. o Conhecer as principais causas de morte na infância é importante para definir ações preventivas mais efetivas. o A maior parte dos óbitos na infância ocorrem no primeiro ano de vida, especialmente no primeiro mês. o As causas que envolvem o pré-natal, perinatal e pós-natal, são geralmente evitáveis por meio de assistência à saúde de qualidade. Causas de morbimortalidade infantil Nível 1 Grupo 1 Doenças infeciosas Causas maternas Perinatais e nutricionais Grupo 2 Doenças crônico- degenerativas Grupo 3 Causas externas Nível 2 Grupos 1, 2 e 3 Subdivididos em 21 categorias amplas. Níveis 3 e 4 21 categorias Subcategorias de causas específicas. o A mortalidade é maior durante as primeiras 24 horas após o nascimento. o A mortalidade neonatal (4,04/1.000 em 2011) acomete cerca de dois terços de todas as mortes infantis (mortes que antecedem o primeiro ano). Ordenação das principais causas de mortalidade infantil o As principais causas de mortalidade neonatal são prematuridade/baixo peso de nascimento (BPN) e anomalias congênitas. Morbimortalidade infantil Problema 4 – 31/03/2022 2 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período Ordenação segundo taxas das principais causas de mortalidade em menores de 5 anos por 1000 nascidos vivos no brasil, 1990-2015: Principais doenças relacionadas à mortalidade infantil 4- Septicemia e outras infecções neonatais 5- Infecções no trato respiratório inferior 7- Doenças diarreicas 8- Meningite 15- Cardiomiopatia e miocardite 16- HIV/AIDS 17- Leucemia 18- Outras doenças cardiovasculares e circulatórias 19- Síndrome da morte súbita na infância 20- Outras neoplasias 25- Doenças cerebrovasculares 26- Sífilis 27- Doenças hemolíticas e outras icterícias neonatais 40- Coqueluche 74- Sarampo 3 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período REFERÊNCIAS NELSON. Tratado de pediatria, cap. 93. FRANÇA, E. B. et al. Principais causas da mortalidade na infância no Brasil. OBJETIVO 2 DESCREVER A PREMATURIDADE E AS ANOMALIAS CONGÊNITAS E RELACIONAR COM A MORBIMORTALIDADE INFANTIL. Segundo a OMS, os RN que nascem antes da 37ª semana de gestação desde a data da última menstruação, são considerados prematuros. Prematuridade e morbimortalidade Consequência da prematuridade é: Feto pequeno para a idade gestacional (PIG) Baixo peso ao nascer (BPN): 2500 g ou menos. Restrição do crescimento intrauterino (RCIU) o Prematuridade e RCIU estão associadas a mortalidade e morbidade neonatais aumentadas. Idealmente, a definição de baixo peso ao nascimento para determinada população deve ser baseada em dados que são genética e ambientalmente os mais homogêneos possíveis. o Mais de 5% das mortes de crianças com menos de 5 anos de idade ocorrem no primeiro mês de vida com cerca de metade das mortes atribuídas à prematuridade. o Aproximadamente 8% dos recém-nascidos vivos nos Estados Unidos pesam menos de 2.500 g; a taxa para os negros é quase duas vezes maior do que dos caucasianos. o Recém-nascidos muito baixo peso ao nascimento (MBPN) pesam menos de 1.500 g, sendo predominantemente prematuros. o Os bebês MBPN representam mais de 50% das mortes neonatais e 50% de bebês com deficiência física. o A imaturidade aumenta a gravidade, mas reduz as características das manifestações clínicas da maioria das doenças neonatais. o A função dos órgãos imaturos, complicações do tratamento e as desordens específicas que causaram o início prematuro do trabalho de parto contribuem para a morbidade e mortalidade neonatais do baixo peso ao nascimento. o Entre aqueles com MBPN, a morbidade é inversamente proporcional ao peso ao nascer. Prevendo a mortalidade neonatal o Tradicionalmente, tem-se utilizado o peso ao nascer e a idade gestacional como forte indicadores de risco de morte fetal. A administração antenatal de corticosteroides aumenta a maturação dos pulmões, sexo feminino e gestação de um único feto aumentam as chances de sobrevivência. Entretanto, os bebês extremamente prematuros também correm o risco de um resultado ruim quanto ao desenvolvimento neurológico. o Doenças neonatais específicas para a prematuridade com baixo peso ao nascer, como hemorragia intraventricular, septicemia/pneumonia pelo estreptococo do grupo B e hipoplasia pulmonar, também contribuem para um prognóstico ruim. Desenvolveram-se sistemas de escore que levam em consideração anormalidades fisiológicas (hipotensão, hipertensão, acidose, hipóxia, hipercapnia, anemia, neutropenia) como no Score for Neonatal Acute Physiology (Escore para a Fisiologia Neonatal Aguda – SNAP), ou parâmetros clínicos (idade gestacional, peso ao nascer, anomalias, acidose, FiO2), como no Clinical Risk Index for Babies (Índice de Risco Clínico para Bebês – CRIB). o Índice de Risco Clínico para Bebês – CRIB: - Inclui seis parâmetros coletados nas primeiras 12 horas depois do parto. o Escore para a Fisiologia Neonatal Aguda – SNAP: - Tem 26 variáveis coletadas nas primeiras 24h. 4 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período Pode-se usar modelos de previsão antes do nascimento, mas dados adicionais da hospitalização melhoram a identificação dos recém-nascidos com risco de morte ou de deficiência no desenvolvimento neurológico. A combinação da avaliação do médico e do escore objetivo pode produzir uma avaliação mais precisa do risco de morte Anomalias congênitas e morbimortalidade o As anomalias congênitas são defeitos anatômicos que estão presentes ao nascimento. O termo congênito significa “nascido com”, porém isso não implica ou exclui uma base genética para o defeito ao nascimento. o Defeitos congênitos são defeitos isolados e únicos ou se manifestam como múltiplas anomalias em um mesmo indivíduo. o Os defeitos únicos primários podem ser classificados de acordo com a natureza da causa presumível do defeito como uma malformação, displasia, deformidade ou rotura, embora a maioria sejam malformações. Algumas anomalias, cardíacas e renais, podem ainda ser assintomáticas por anos de vida e mesmo assim continuam a se enquadrar no conceito. o A maioria dos nascimentos pré-termo são “espontâneos”, sem uma causa identificável; predisposição genética pode aumentar o risco de prematuridade. Em um estudo, seis genes foram associados à prematuridade. Além disso, tentativas de prevenção da prematuridade com injeção intramuscular de caproato de hidroxiprogesterona ou terapia vaginal com progesterona sugerem um papel para a relação endócrina genética. o A restrição do crescimento intrauterino está associada a condições médicas que interferem com a circulação e eficiência da placenta, com o desenvolvimento ou crescimento do feto ou com a saúde e nutrição da mãe. Vários fatores são comuns aos recém-nascidos prematuros e os PIG com RCIU. Essa restrição está associada à redução na produção deinsulina ou na ação da insulina (ou fator de crescimento semelhante à insulina) ao nível do receptor. Os recém- nascidos com defeitos no receptor do fator de crescimento semelhante à insulina do tipo 1, hipoplasia pancreática ou diabetes neonatal transitória apresentam RCIU. Mutações genéticas que afetam os mecanismos sensores de glicose das células pancreáticas das ilhotas de Langerhans que resultam na redução da liberação de insulina (perda da função do gene da glicoquinase sensora de glicose) dão origem ao RCIU. o Em 2001, os defeitos congênitos foram responsáveis por um em cada cinco óbitos infantis nos Estados Unidos, com uma taxa de 137,6 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. o De acordo com a OMS, a cada ano, aproximadamente 3,2 milhões de crianças em todo o mundo nascem com anomalias congênitas, destes RN aproximadamente 300.000 morrem nos primeiros 28 dias de vida. Causas de anomalias congênitas o Dentre todas as causas de anomalias congênitas, podem ser divididas em causas genéticas, ambientais, multifatoriais e desconhecidas. Anomalias – classificação Malformação: malformação é um defeito estrutural primário decorrente de um erro localizado na morfogênese e resulta na formação anormal de um tecido ou órgão. 5 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período Displasia: displasia se refere a uma organização anormal das células nos tecidos. Deformidade: deformidade é uma alteração de formato estrutural de um órgão ou de uma estrutura que se diferenciou normalmente. Rotura: rotura é um defeito estrutural resultante da destruição de uma estrutura que havia se formado normalmente antes do dano. Quando ocorrem em um mesmo indivíduo, as múltiplas malformações são classificadas como síndromes, sequências ou associações. Uma síndrome é definida como um padrão de múltiplas anomalias que estão correlacionadas pela fisiopatologia e resultam de uma única etiologia definida. o Estudos mostram que certos casos de anomalias congênitas são detectados por ultrassom no pré-natal e outros por meio do exame físico no recém-nascido, porém, nem todos os bebês são diagnosticados antes da alta hospitalar. o Vale ressaltar que a detecção precoce delas contribui para prevenção de agravos a saúde do recém-nascido com a doença, inclusive de óbitos. o Todavia, uma pesquisa ressaltou que nem sempre a realização do diagnóstico durante o período pré-natal pode contribuir para o aumento da sobrevida de crianças diagnosticadas com alguma AC, visto que muitas vezes não é dada uma sequência na assistência em saúde após a detecção da anomalia, por exemplo, em casos de necessidade de intervenção cirúrgica imediata. 6 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período Anomalias congênitas comuns o Foi elaborada uma lista de anomalias congênitas prioritárias para vigilância ao nascimento no Brasil, a qual foi elaborada com base especialmente em dois critérios: (1) ser de fácil detecção ao nascimento e/ou (2) ser passível de prevenção primária e intervenção no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). REFERÊNCIAS NELSON. Tratado de pediatria, cap. 97.2 e cap. 108. Fatores relacionados à mortalidade infantil por anomalias congênitas, Paraná, Brasil 2010-2019. Boletim epidemiológico. Anomalias congênitas no Brasil, 2010 a2019. OBJETIVO 3 IDENTIFICAR OS FATORES AMBIENTAIS E INTRÍNSCECOS DA CRIANÇA QUE ESTÃO RELACIONADOS COM A ORIGEM DE DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS E SEUS FATORES PREVENTIVOS. o Crianças em fase pré-escolar são as mais susceptíveis a estes tipos de doenças, por constituir uma parcela da população biologicamente mais vulnerável a adquirir enfermidades. o Isso ocorre devido à imaturidade imunológica, rotinas de higienização precárias e por receberem auxílio integral em creches e escolas, proporcionando alto índice de morbidade e mortalidade. o As parasitoses acometem um número alto de crianças. A maior parte das infecções causadas através dos parasitas costuma ser adquirida por via oral através da contaminação fecal da água e alimentos. o Klmlk Doenças infecto-parasitárias mais incidentes Infecções respiratórias: o O convívio na creche é um importante fator de risco para a morbidade com infecções respiratórias agudas (IRA), sendo estas as mais frequentes nesse meio atualmente. o Transmissão por vias aéreas e contato direto com secreções nasofaríngeas. o As infecções respiratórias mais incidentes na população infantil são: resfriados, faringites, sinusites, bronquites e pneumonias. o Principal forma de prevenção é a imunização. Diarreia: o Ocorre devido à maior exposição aos agentes infecciosos presentes em ambientes abafados e com grande aglomeração de pessoas. o Transmitidas por meio de contato direto ou indireto, através de vômitos ou ingestão de água e/ou alimentos contaminados. o Essas infecções se ocorridas repetidamente podem levar a um retardo do crescimento, 7 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período prejudicando, assim, o desenvolvimento da criança. Parasitoses: o vistas como uma grande problemática, uma vez que gera a incapacitação do acometido, levando seu organismo à decadência, podendo gerar, como uma das consequências, a desnutrição. o Elas possuem sua transmissão diretamente ligada à ingesta de água e alimentos contaminados, bem como também às condições ambientais às quais as crianças encontram-se expostas. Fatores ambientais Fatores intrínscecos Prevenção Convívio em creches Dependência para o autocuidado Capacitação das equipes de saúde Uso de lancheiras e utensílios de refeitório Colocar objetos e mãos sujas na boca Estímulo à imunização Higienização inadequada de utensílios Contato direto com outras crianças Políticas públicas de prevenção Higienização inadequada dos alimentos / Ingesta de água contaminada Desconhecerem a importância dos hábitos de higiene Políticas de saneamento REFERÊNCIAS NELSON. Tratado de pediatria, parte 17, seção 15 e 16. 97.2. Produções de enfermagem sobre atenção à criança diante das doenças infecciosas e parasitárias: uma revisão integrativa. OBJETIVO 4 CONHECER AS MEDIDAS QUE A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DEVE TER NOS AGRAVOS NOTIFICÁVEIS NA INFÂNCIA E IDENTIFICAR QUAIS SÃO AS DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA NA INFÂNCIA. SINASC AIDPI (A tenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância) PAISC (Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança) PSE (Programa Saúde na Escola) o A atenção à saúde da criança representa um campo prioritário dentro dos cuidados à saúde das populações, tendo-se buscado novos enfoques e instrumentos para enfrentar essa problemática. o AIDIP foi criado em 1996, dando ênfase as ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e aos agravos decorrentes da exposição a esses riscos. o Em 2010, o Ministério da Saúde publicou a portaria n. 72 estabelecendo que a vigilância do óbito infantil e fetal é obrigatória nos serviços de saúde (públicos e privados) que integram o Sistema Único de Saúde (SUS). o Com isso, espera-se que os resultados encontrados com a investigação possam subsidiar o planejamento de ações voltadas para prevenção de novas ocorrências. o A vigilância epidemiológica faz parte do campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), e é um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. Por sua vez, a vigilânciade óbito se enquadra no conceito de vigilância epidemiológica. o No âmbito da vigilância de óbito, a investigação, em especial a investigação do óbito infantil, tem como objetivos: determinar o perfil de mortalidade, identificar as causas do óbito e orientar as medidas de prevenção e controle. 8 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período No Brasil, as anomalias são a segunda principal causa de morte entre os menores de cinco anos e, oficialmente, cerca de 24 mil recém- nascidos são registrados com algum tipo de anomalia a cada ano, mas sabe-se que este número se encontra subestimado. O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), por meio da Declaração de Nascidos Vivo (DNV), é a principal fonte para captação de nascidos vivos com anomalias congênitas no país. Desde 1999 possui um campo específico para a notificação desse tipo de agravo. Doenças de notificação compulsória na infância e como proceder REFERÊNCIAS Boletim epidemiológico. Anomalias congênitas no Brasil, 2010 a2019. Boletim epidemiológico. Mortalidade infantil no Brasil. Produções de enfermagem sobre atenção à criança diante das doenças infecciosas e parasitárias: uma revisão integrativa.
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