Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Isadora Frota Hagge COMPLICAÇÕES DAS GASTRITES (Complicações das gastrites) Patologia *Parte 2 da aula -> exercício! QUESTÃO 1 *Note que isso não é o laudo da endoscopia, é o laudo da biopsia! Como a gente faz p/ diferenciar uma gastrite aguda de uma gastrite crônica? Lembram que na aula passada mostrei um quadrinho dizendo que a gastrite crônica é classificada em intensidade e atividade inflamatória?! Eu posso ter neutrófilos em gastrites ativas. -> A diferença é que a gastrite aguda vai ter um predomínio de neutrófilos e ela geralmente vai cursar c/ erosões! Aqui a 1° pista p/ parte do diagnóstico está justamente na descrição do epitélio... quando o patologista vê uma biopsia (e isso vale p/ qualquer coisa que vcs vejam morfologicamente) se tem uma sequência lógica de descrição... da msm forma que vcs que atendem gente viva começam pelo estado de orientação do pct e pela ectoscopia -> LOTE, BEG, discretamente sonolento e assim por diante. O patologista descreve o epitélio de superfície e quando se trata de mucosas a lâmina própria e as camadas subsequentes se houver. Aqui a gente está dizendo que é um padrão do antro exibindo epitélio de superfície c/ formação de microvilos... a 1° pista está aqui! -> Qual é o epitélio de revestimento normal da mucosa gástrica? Fovéolas. E eu tenho microvilos quando acontece o que?! Vejam que os microvilos estão revestidos por céls. caliciformes e absortivas! *Microvilo é uma coisa e fovéola é outra. As céls. caliciformes parecem um cálice. E aonde tem esse revestimento? No intestino! E quando o epitélio gástrico vira intestinal o que acontece?! Metaplasia! *Aparecimento de microvilos -> metaplasia intestinal! *Eu tenho microvilos quando acontece a metaplasia intestinal! Então temos aqui metaplasia, inclusive c/ presença de céls. de Paneth e borda em escova -> isso é uma metaplasia intestinal completa! E aí a gente vai seguindo a descrição...: na lâmina própria nota-se presença de infiltrado inflamatório moderado... congestão e edema leves -> gente, quase todo processo inflamatório vai ter congestão e edema leves! Independente de ser gastrite aguda ou crônica eu posso ter congestão e edema leves pq é um processo inflamatório! Quanto vc tem uma inflamação na pele vc vai ter os sinais cardinais da inflamação. *E essas céls. da lâmina própria?! É o infiltrado inflamatório. 1) a) Qual a conclusão do patologista? Gastrite crônica atrófica leve, c/ atividade leve (pq são raros neutrófilos) e “presença de áreas de perda de glandular, associada a proliferação de feixes de músculo liso” (-> então é atrófica!). *Ela é leve pela congestão e pelo edema leve? Não, no caso a gente vai classificar em “gastrite atrófica leve” quando a perda glandular é discreta! Aí quando a perda glandular é + acentuada a gente descreve como atrofia acentuada. *O que vc tinha comentado quando perde tudo e quando só perde a parte glandular, é o seguinte: vc talvez esteja confundindo c/ a gastrite atrófica de etiologia autoimune e a de etiologia por infecção por Helicobacter persistente. -> Qual é a diferença? Quando é uma gastrite autoimune, como os anticorpos são contra componentes das glândulas oxínticas, essa gastrite se predomina no corpo!!! Aqui é uma atrofia que tem no antro, então 2 Isadora Frota Hagge provavelmente ela não é autoimune -> provavelmente ela é de ulceração de longa data por Helicobacter! b) Qual a fisiopatologia envolvida? Era p/ descrever a fisiopatologia da gastrite atrófica. c) Qual risco existe p/ o pct? Se é uma gastrite atrófica c/ metaplasia intestinal?! Essa metaplasia virar uma displasia e virar um CA! *Displasia -> CA. QUESTÃO 2 O que vcs estão vendo nessa imagem? *É uma metaplasia intestinal? Não, isso é fovéola! Que estrutura é essa?! Vou dar uma dica: tem no linfonodo! Olha como a histologia faz falta... O que é essa bolota + escura?? Vcs estão vendo que essa área aqui está + escura?! E essa área está + clara?! São mtas céls. aí... essas céls. linfoides estão formando o que?? -> É uma estrutura do linfonodo... e que a gente encontra na gastrite crônica por Helicobacter e que inclusive é um indicativo p/ gastrite crônica por Helicobater e que eu mostrei na aula passa! -> AGREGADO LINFOIDE! Exatamente... isso aqui é o centro germinativo e a coroa linfocitária! Aqui vcs veem que a gente tem denso infiltrado inflamatório de linfócitos e esse infiltrado infiltra esse tecido colagênico na lâmina própria. 2) a) Qual seu diagnóstico? *Tudo dependia de vcs saberem o que que era o centro germinativo ou agregado linfoide! Gastrite crônica superficial c/ agregado linfoide! Ou dizer que tinha um agregado linfoide. b) Qual principal diagnóstico diferencial? Linfoma! c) Qual principal causador desta alteração? H. pylori! QUESTÃO 3 *Parece músculo. É por conta desses feixes de colágeno aqui... mas não é músculo não! Quero que vcs me digam que cél. é essa. Vcs lembram disso aqui?! 3 Isadora Frota Hagge Que cél. é essa? É uma cél. clara, c/ núcleo hipertrófico, hipercromático e rebatido p/ a periferia. *São céls. secundárias as alterações inflamatórias? Essa alteração não é inflamatória. É uma cél. em ANEL DE SINETE! E isso dá diagnóstico de que?! Tem a ver c/ o estômago... CA gástrico! Que tipo de CA? É o + comum! -> Adenocarcinoma! Adenocarcinoma gástrico pouco coeso ou difuso! São aqueles que tem as céls. em anel de sinete! 3) a) Qual seu diagnóstico? Adenocarcinoma gástrico pouco coeso ou difuso! b) Quais fatores de risco envolvidos nessa condição? No adenocarcinoma gástrico?! Helicobacter pylori Fator genético Tabagismo e etilismo História familiar Baixa condição socioeconômica (o que inclui não ter acesso a saneamento básico, água potável...) Alimentação pobre em antioxidantes *Álcool e cigarro é fator de risco p/ quase tudo! -------------------------------------------------------------------------- COMPLICAÇÕES DA GASTRITE CRÔNICA A 1° complicação é a dç ulcerosa péptica! A dç ulcerosa péptica costuma acontecer como uma consequência da infecção persistente por Helicobacter, induzindo a uma gastrite crônica hiperclorídrica! E isso pode estar associado c/ úlceras duodenais e c/ úlceras gástricas. A gastrite crônica pode ajudar a gente a distinguir quando eu tenho uma gastrite péptica versus uma gastrite erosiva aguda... ou úlceras de estresse -> que tbm são agudas. -> Pq? Pq quando eu tenho uma dç ulcerosa péptica e nas margens da úlcera eu tbm tenho uma gastrite crônica associada -> é pq aquela úlcera é resultado de um dano persistente, dano de longa data! Quando eu tenho uma úlcera localizada e a mucosa adjacente é normal -> essa úlcera provavelmente tem de etiologia uma gastrite erosiva ou uma úlcera de estresse! Pq a mucosa adjacente vai ser normal... -> houve uma lesão ulcerada aguda! E essas úlceras podem ocorrer em qualquer local do trato gastrointestinal, inclusive na mucosa esofágica! Em que situações?! Quando eu tenho um refluxo do conteúdo ácido p/ o esôfago ou ainda quando eu tenho mucosa gástrica ectópica. -> O que que é isso? São ilhotas de mucosa gástrica dentro da mucosa esofágica... elas são funcionais, produzem ácido e aí podem provocar dç ulcerosa péptica. *Isso aí parece c/ a displasia lá do intestino... Pois é, mas aí no caso não é displasia pq?! Pq eu não tenho alterações oncogênicas associadas! Na displasia eu tenho um processo causado por alterações genéticas e epigenéticas e no caso da displasia gástrica há um cofator de Helicobacter. No caso da mucosa gástrica ectópica -> é só uma mucosa gástrica que “gaiatamente”, congenitamente, por um erro na formação do sujeito... parouonde não devia. A gente tem ectopias em vários locais, uma ectopia que a gente pode ver na endoscopia, por exemplo, é a ectopia de glândula sebácea no esôfago. Pct faz a endoscopia, tem uma lesão amarelada, vê na histologia e tem uma mucosa esofágica e uma glândula sebácea lá. Pq diachos ele está produzindo glândula sebácea na mucosa esofágica?! É mucosa ectópica! 4 Isadora Frota Hagge A dç ulcerosa péptica tem uma grande importância médica por conta da sua alta prevalência. –> Ela representa o 4° lugar nas visitas médicas anuais e nos custos entre todas as dçs do TGI (*estatísticas do Robbins). Nos EUA o risco de desenvolver uma úlcera é de aproximadamente 10% em homens e de 4% em mulheres. Afeta + de 300 milhões de pessoas e é responsável pelo tto e cuidado de cerca de 3 milhões de pessoas a cada ano nos EUA. *Imagina quando não tinha tto p/ H. Pylori né... o quanto que a indústria farmacêutica não ganhava em cima desse pessoal... A sua patogenia vai estar, da msm forma que as gastrites, relacionada a desequilíbrios no mecanismo de proteção e agressão a mucosa gástrica! Então elas vão se desenvolver no 2° plano no cenário de gastrite crônica... ela geralmente é resultado de uma gastrite crônica! Suas principais causas serão: Infecção por Helicobacter Uso crônico de AINE´s Ainda... estados de hiperacidez gástrica, como a hiperplasia das céls. parietais, respostas secretoras excessivas ou inibição diminuída de mecanismos estimulatórios, como a estimulação de gastrina... -> vão levar a hiperacidez gástrica e aumentar a lesão gástrica... isso suplanto (vencendo) os mecanismos de defesa e provoca a dç ulcerosa péptica! Podem atuar como cofatores o uso crônico de AINE´s, então o pct acha uma grande ideia tomar diclofenaco p/ qualquer dor que ele tenha... é uma ideia brilhante, só que não. E aí, isso provoca além de uma irritação química, no caso da via oral (VO), leva a supressão da síntese de prostaglandinas e diminuição da secreção dos íons bicarbonato. *Os íons bicarbonato servem p/ diminuir a acidez do suco gástrico! -> O que ajuda a proteger a mucosa gástrica! *Se eles são inibidos/diminuídos... não tem essa importante ajuda! O tabagismo, além dos próprios carcinógenos do tabaco funcionarem como desreguladores do ciclo celular, o tabagismo por si só vai levar a uma diminuição da perfusão da mucosa -> e essa diminuição da perfusão da mucosa piora/diminui o mecanismo de defesa e prejudica a cicatrização. Altas doses de corticoide tbm suprimem as prostaglandinas e prejudicam a cicatrização. As úlceras duodenais costumam ser + frequentes em pcts c/ cirrose alcoólica e DPOC! Ainda, eu posso ter em pcts c/ dç renal crônica e hiperparatireoidismo secundário a dç renal crônica a hipergastrinemia! E a elevação de gastrina vai levar a elevação da secreção do ácido clorídrico, aumentando a agressão a mucosa gástrica! O estresse psicológico auto imposto ou endógeno tbm aumenta a secreção de ácido. Morfologicamente elas são 4x + comuns no duodeno proximal do que no estômago! E as úlceras duodenais podem ocorrer a poucos centímetros da valva pilórica e envolvem geralmente a parede duodenal anterior. As úlceras gástricas ocorrem junto a curvatura menor no estômago, entre o corpo e o antro. E elas geralmente são solitárias! 5 Isadora Frota Hagge Geralmente a profundidade das lesões ulceradas são limitadas pela camada muscular, então vc tem uma solução de continuidade do epitélio -> que a gente chama de erosão superficial. E conforme ela progride ela vai distruindo a camada muscular da mucosa, depois até a própria lâmina própria, no caso... até chegar na camada muscular. Quando ela perfura, ela pode sofrer ou um bloqueio local pelas vísceras... *É aquela lesão de Dieulafoy? A lesão de Dieulafoy é quando eu tenho a lesão de uma artéria de calibre... *Ela fica na parte muscular? Não, ela fica antes... ela fica entre a muscular e o epitélio de superfície -> ela fica lá na lâmina própria! Mas a lesão de Dieulafoy é uma tortuosidade da artéria! É uma artéria de calibre grosso e se ocorre uma erosão em cima daquela artéria, ela pode romper e aí vai sangrar bastante! A hemorragia e a fibrina podem estar presentes na serosa gástrica, quando já está perto de perfurar. E a perfuração em si é uma emergência cirúrgica pelo grande risco da PERITONITE QUÍMICA! Morfologicamente como é uma úlcera em um local onde eu tenho atuação de enzimas digestórias, o sangue no fundo da úlcera acaba sendo digerido... então são úlceras de base limpa! As úlceras ativas geralmente têm fenômenos trombóticos, então eu tenho deposição de fibrina c/ infiltrado predominantemente de neutrófilos e um tecido de granulação... no início da tentativa de reparo. E as paredes de vasos adjacentes vão ser espessadas e trombosadas. Outra complicação da gastrite crônica é justamente a atrofia da mucosa! Pq o que que acontece?! Na gastrite atrófica autoimune são fatores autoimunes que destroem as glândulas... no caso da gastrite atrófica como consequência de uma gastrite crônica -> eu tenho inflamação crônica persistente que vai acabar destruindo aquelas glândulas gástricas! E aí, então quando eu tenho uma inflamação gástrica de longa duração -> essas glândulas vão ser destruídas pelo próprio processo inflamatório! A metaplasia intestinal vai ser reconhecida pelas céls. caliciformes! *Vcs já vão ver como é diferente um microvilo de uma fovéola. E ela é fortemente associada ao risco aumentado de adenocarcinoma gástrico! Esse risco é maior na gastrite autoimune! Pq? A gastrite autoimune como ela leva a uma destruição + precoce da mucosa oxíntica, a mucosa gástrica passa a ser quase que completamente sem ácido clorídrico -> ela passa a ser aclorídrica! Isso vai levar a um crescimento excessivo de bactérias que produzem nitrosaminas -> que são sabidamente carcinogênicas! *Quando na lâmina tem uma metaplasia, como que eu descrevo isso? No laudo da biopsia, na conclusão tem: “gastrite crônica superficial” ou então “gastrite crônica atrófica”, a intensidade e a atividade... vírgula -> “associada a metaplasia intestinal completa ou incompleta”. -> Quando tem displasia associada o patologista coloca no laudo! Pq o que que acontece... tu vais ter a gastrite crônica superficial e aí vc pode ter a metaplasia e a metaplasia pode ou não ter displasia! NUNCA CONFUNDAM! Metaplasia é uma coisa e displasia é outra. -> A displasia já indica que o processo neoplásico já começou!!! 6 Isadora Frota Hagge *Lembra no colo uterino que a gente tinha neoplasia intraepitelial de baixo grau e de alto grau?! É a msm coisa na mucosa gástrica! Só que na mucosa gástrica eu tenho -> metaplasia intestinal, lesão de baixo grau, lesão de alto grau ou carcinoma intramucoso/adenocarcinoma intramucoso! *Então displasia quer dizer que o processo neoplásico já começou? Isso msm! Já tenho alterações genéticas ali que tem um risco aumentado p/ o pct notoriamente desenvolver um adenocarcinoma! Então esse pct vai ter que ser vigiado de perto! Agr vamos ver os microvilos e as fovéolas... Isso aqui é um microvilo... veja que o formato dele parece um dedinho, ele é + elevado em cima da mucosa e o revestimento dele é tipo intestinal, são céls. caliciformes! Essa metaplasia a gente chama de metaplasia completa, pq ela tem céls. de Paneth e tem borda em escova -> isso é indicativo de uma metaplasia completa! Aqui o que vc tbm está vendo, nesse caso é uma perda das glândulas oxínticas... aqui ao lado ele chama de pseudohipertrofia de céls. parietais.... mas o que a gente chama atenção é o denso infiltrado inflamatório e aqui a metaplasia intestinal! Compara essa fovéola aqui c/ essa... aquisão céls. caliciformes propriamente ditas. Msm coisa vc vê aqui... essa é uma imagem de metaplasia completa e essa é uma imagem de metaplasia incompleta! Essa (INCOMPLETA) tem maior risco de evolução p/ lesões displásicas! A incompleta tem maior risco de desenvolver displasia, pq a completa já está “completa” e não desenvolveu displasia... a completa está bem amadurecida do ponto de vista celular! O patologista tbm pode usar colorações especiais p/ distinguir uma da outra, mas isso é só p/ vcs conhecerem que existe. A displasia é o passo seguinte! Na displasia então eu tenho alterações celulares -> eu tenho núcleos hipertróficos e hipercromáticos... e as vezes p/ o patologista é difícil distinguir quando eu tenho uma alteração reacional ou uma displásica... O que é uma alteração reacional? É quando o infiltrado inflamatório é tão intenso, que ele altera a morfologia das céls. de uma lesão displásica. O que isso quer dizer p/ vcs? Se vcs estão diante de um pct que tem síndrome consumptiva e vcs acham que ele tem uma neoplasia e na biopsia não veio... repitam a biopsia! Persistam na investigação clínica de vcs! Pq pode acontecer de o endoscopista ter pego uma área ulcerada... lembram que na úlcera tem um fundo necrótico?! Se na endoscopia ele só pegou a necrose da úlcera é pq realmente não tem cél. viável ali p/ o patologista dar laudo -> então precisa rebiopsiar! *Isso que acontece no GIST? O GIST é pq é difícil alcançar a camada muscular onde ele geralmente cresce. Na gastrite crônica a gente tem lesões pela persistência do infiltrado inflamatório, causada pelos radicais livres e pelo estímulo proliferativo -> então eu tenho um infiltrado inflamatório persistente alterando o controle do ciclo celular e isso interagindo c/ os outros fatores, como os carcinógenos ambientais! 7 Isadora Frota Hagge Então o pct tem uma gastrite crônica por Helicobacter, aí ele resolve ter uma dieta a base de miojo e salsicha e ainda fuma “pendrive” e enche a cara de corote todo dia... ele não passa dos 35. *Sobre a diferença entre o reacional p/ o displásico... o reacional pode ser ausência de dç ou ele só é um processo antes da displasia? Ele não é ausência de dç, as alterações celulares reacionais (e isso vale p/ qualquer parte do corpo!) geralmente são secundárias a um processo inflamatório mto intenso! O infiltrado inflamatório é tão intenso que as céls. precisam se multiplicar mto rapidamente e elas ficam c/ uma outra cara... mas aquilo não é CA! -> Eu tenho um CA ou eu tenho uma displasia quando as alterações genéticas começam a alterar o funcionamento normal da cél.! O que é esse “funcionamento normal”?! Aí a gente vai lá p/ o conceito de neoplasia... -> quando ela passa a se proliferar de forma independente, quando ela resiste aos sinais de apoptose, quando ela passa a adquirir a capacidade de fazer metástase ou de invadir a lâmina basal... ISSO difere as alterações displásicas das alterações reacionais! As alterações displásicas são passos progressivos em direção ao CA! As alterações reacionais quando eu retiro o estímulo lesivo, por ex.: eu trato a Helicobacter, os chakras da mucosa gástrica vão se realinhar e ela vai ficar bonitinha novamente! *Mas quando eu tenho um processo displásico já iniciado, se eu não vigiar aquele pct de perto... chegará uma hora que na persistência dos fatores de risco, ele provavelmente vai evoluir p/ um CA! Lembrem-se de que displasia AINDA não é CA! As displasias de baixo e alto grau não tem capacidade de metástase e nem de invasão da lâmina própria... quando eu tenho capacidade metástase e quando há invasão da lâmina própria -> aí eu tenho um CA! Significa que aquele pct tem uma lesão potencialmente metastática, potencialmente sistêmica! *Displasia não volta ao normal? Olha, depende de que epitélio nós estamos falando... no colo uterino, por exemplo... lembra que na aula de CA de colo uterino eu mostrei p/ vcs um gráfico que mostrava NIC1, NIC2 e NIC3?! E que p/ cada um deles tinha um percentual de lesões que regrediam?! Quanto de + alto grau é a lesão, menor é a proporção daquelas que regridem! A tendência natural é que havendo a persistência dos fatores de risco as lesões progridam! Olha só como são as lesões displásicas... Tentem lembrar da carinha da 1° lâmina que a gente mostrou na 1° aula. 1° coisa que a gente observa aqui: cadê as céls. muco secretoras?! Perdeu a capacidade de produzir mucina! Olha como o núcleo da cél. está bem grande... Aqui a gente vê glândulas tortuosas, uma coladinha c/ a outra... tudo isso indica que há um processo displásico subjacente! Uma outra complicação da gastrite crônica e essa é bem rara, rara do tipo “eu nunca vi ao vivo, mas está no livro”... é a gastrite cística! O que que é isso? É uma proliferação epitelial reacional que assume o formato de cistos na mucosa gástrica! Ela pode ser tanto na submucosa (que vai se chamar de gastrite cística poliposa) quanto em camadas + profundas da parede gástrica (que vai se chamar de gastrite cística profunda). Isso faz um diagnóstico diferencial, como vcs podem imaginar, c/ adenocarcinoma! A diferença é que eu não tenho displasia associada! Ela faz associação c/ gastrite crônica e gastrectomia parcial, então acredita-se que ela seja induzida pelo trauma da anastomose. 8 Isadora Frota Hagge E as alterações epiteliais reativas podem ser proeminentes, então -> mimetizando um adenocarcinoma invasor! Isso aqui são imagens de um artigo em que a gente vê: aqui a mucosa gástrica e aqui a parede... está vendo as glândulas cisticamente dilatadas invadindo a parede?! Por isso que ela é chamada de gastrite cística poliposa! Aqui é uma parede gástrica cortada no sentido longitudinal, tbm mostrando a dilatação. Em síntese, sobre gastrites, o que é importante/relevante/essencial p/ a prova e p/ a vida?! ↓ *A fisiopatogenia é relacionada a esse “descontrole” entre a proteção e os mecanismos agressores, né?! Sim. “Identificar as principais complicações relacionadas a gastrite crônica por Helicobacter”... estamos falando de?! Dç ulcerosa péptica Displasia Gastrite cística Atrofia Metaplasia
Compartilhar