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Psicologia organizacional II Atuação atual da gestão de pessoas (GP) Seja qual for o modelo adotado pela organização, os processos básicos de GP serão executados e veremos cada um deles em suas particularidades. // Práticas de seleção: agregando pessoas Este é um processo contínuo dentro das empresas, pois sempre haverá pessoas saindo e entrando na organização. De acordo com Robbins (2005), uma seleção eficaz é adequar as características individuais (capacidade, experiência) aos requisitos do trabalho. Selecionar pessoas é escolher, classificar candidatos de acordo com critérios preestabelecidos, levando em conta escolaridade, vivência na função, conhecimentos específicos, competências do cargo e outros fatores descritos previamente. Recrutar é buscar pessoas compatíveis com as vagas em aberto através da divulgação em meios de comunicação de massa: site da empresa, mídias sociais, sites de emprego, mídias especializadas. São inúmeros os instrumentos que a Seleção utiliza para fazer este filtro dos candidatos mais compatíveis com a necessidade da empresa: trata-se de uma área estratégica, responsável pela manutenção e renovação do Capital Humano da organização. Seu foco é a aquisição de pessoas que possuam as competências necessárias para o sucesso organizacional. Mais do que buscar candidatos compatíveis, devemos checar o que o candidato pode oferecer à área, quais são os seus talentos e conhecimentos. O processo de Seleção geralmente engloba a seguinte sequência de atividades: 1. Recebimento da requisição da vaga – Quando o profissional da área de GP define, junto ao gestor solicitante, o perfil profissional e pessoal ideal para ocupar o cargo em aberto. São consideradas tanto as competências técnicas quanto as comportamentais. 2. Divulgação da vaga para o mercado – O objetivo é atrair candidatos compatíveis com o cargo. 3. Triagem e análise de currículos – Selecionar aqueles que estão dentro do perfil técnico desejado pela empresa. 4. Entrevista de seleção – Nesta fase, são convocados os candidatos pré-selecionados via currículo para uma conversa, individual ou coletiva, para a obtenção de maiores informações sobre a experiência profissional e vida pessoal do mesmo. 5. Aplicação de instrumentos de avaliação – Podem ser provas de conhecimentos específicos, testes psicológicos ou ferramentas de avaliação comportamental. Estas informações servirão como apoio à decisão de escolha. 6. Dinâmicas de Grupo – São situações simuladas nas quais o candidato é levado a demonstrar as competências desejadas pela organização e contidas na descrição de cargo. 7. Entrevista com o requisitante da vaga – Geralmente a última etapa do processo; uma vez escolhido o candidato, ele passa para a fase de documentação. Estas etapas não acontecem, necessariamente, nesta ordem; a sequência pode variar de acordo com a estrutura, formação e tamanho do RH da empresa. Chiavenato (2014, p. 142) menciona que “cada organização precisa determinar quais são os processos e os procedimentos de seleção mais adequados e que proporcionam os melhores resultados”. Um processo seletivo alinhado com as necessidades da empresa traz consequências importantes para os indicadores da organização: • Favorece o sucesso no cargo pelo novo colaborador; • Evita futuros desligamentos por insatisfação; • Agrega pessoas com potencial para carreira; • Melhora o ambiente com colaboradores mais satisfeitos. A prática de seleção de novos colaboradores deve ser feita de forma ágil, adaptável, participativa; tanto requisitante quanto RH devem compartilhar suas ações para chegarem, juntas, à melhor decisão e, assim, agregar novos talentos. // Treinamento e desenvolvimento Desenvolver pessoas não significa, somente, dar informação suficiente para que possam desenvolver seu trabalho com mais qualidade. Significa, principalmente, dar condições para que aprendam novas atitudes, que possam ter novas ideias e se tornem mais eficazes em seu trabalho. A definição de treinamento também passou por mudanças: deixou de ser uma ação de melhoria do desempenho para uma atividade de desenvolvimento de competências, tornando o colaborador mais produtivo, através da criatividade e inovação, e mais valioso para a organização. Agrega valor às pessoas, à organização e contribui para o alcance de metas e objetivos tanto departamentais como corporativos. EXEMPLIFICANDO Qual a diferença entre Treinamento e Desenvolvimento? Treinar significa capacitar para o presente, em uma necessidade imediata. Desenvolver foca no futuro, preparando o colaborador para uma futura promoção ou nova função. Fonte: Chiavenato, 2014. O foco do treinamento pode ser comportamental ou técnico; podemos ensinar como operar um novo equipamento da fábrica (habilidade) ou melhorar a comunicação entre departamentos (atitudes), ou ainda transmitir informações sobre políticas e diretrizes da empresa. Foco do treinamento Processo de treinamento Este é um processo cíclico e contínuo, já que as necessidades de atualização ou desenvolvimento também são constantes. As quatro etapas do processo de treinamento são: Diagnóstico, Desenho, Implementação e Avaliação. O Diagnóstico, ou Levantamento de Necessidades, pode ser feito de várias formas: solicitação das áreas, indicadores da empresa, avaliação de desempenho/competências, novos colaboradores, novas tecnologias. Qualquer que seja a fonte, a necessidade sempre será fruto de uma lacuna entre o esperado versus real. Já o Desenho, ou Elaboração do Programa de Treinamento, é o planejamento das ações necessárias para se atender ao diagnóstico já realizado; também deve estar alinhado com os objetivos organizacionais. Ele deve contemplar sete requisitos: • Quem deve ser treinado – quais equipes participarão; • Como serão treinadas – quais metodologias serão utilizadas; • Em que serão treinadas – quais temas serão abordados; • Por quem serão treinadas – quem será o Instrutor; • Onde acontecerá o treinamento – definição do local do evento; • Quando será o treinamento – data e horário; • Para que treinar – objetivos do treinamento. A Implementação ou execução do programa já estabelecido de treinamento implica na correlação de vários dos requisitos apresentados: de acordo com a metodologia que será utilizada, o local deverá ser escolhido com mais cuidado. Se for um treinamento Outdoor, será necessário um local aberto, com gramado e árvores. Se o Instrutor for um profissional contratado de uma consultoria externa, a data deverá ser ajustada de acordo com a agenda dele e da equipe que participará do evento. A modalidade será presencial ou a distância. Se a escolhida for a distância, a disponibilização de equipamentos e internet aos participantes deverá ser providenciada. Após todas essas escolhas e decisões tomadas, passamos à etapa de Avaliação dos Resultados para checarmos se os objetivos iniciais foram atingidos. Qualquer programa de treinamento tem seus custos diretos e indiretos: aluguel de equipamentos ou de salas, remuneração do consultor, transporte dos participantes, alimentação são custos diretos. As horas não trabalhadas dos participantes, a ausência no processo produtivo causando perda de produção, custo do profissional interno de RH no planejamento e execução do treinamento são custos indiretos e também devem ser levados em consideração na avaliação final do programa. Além dos já citados, Chiavenato (2014) elenca outros cinco fatores de avaliação: • Custo (qual o valor investido?); • Qualidade (como o programa atendeu às expectativas); • Serviço (atendeu às necessidades?); • Rapidez (o programa se ajustou aos novos desafios?); • Resultados (quais foram os resultados do programa). EXPLICANDO Outdoor: treinamento feito ao ar livre, que possibilita o desenvolvimento de várias habilidades, como motivação, fortalecimentodo trabalho em equipe, aumento das tomadas de decisão, criatividade, gestão de crise, mudanças de comportamento, entre outras vantagens. Quando mencionamos resultados de treinamento, devemos falar de ROI: palavra que significa “Return On Investment” (retorno sobre o investimento), que vai mensurar o antes e o depois do programa de treinamento, analisando se o resultado foi satisfatório ou não. Será necessária uma análise prévia de indicadores claros e mensuráveis, além dos custos diretos e indiretos. São exemplos de indicadores: nível de absenteísmo, números de produção, aumento nas vendas, diminuição do número de reclamações, entre outros. Estes indicadores vão variar de acordo com os objetivos do treinamento, traçados no Diagnóstico. Processo de treinamento
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