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Aprendizagem Motora Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Ana Maria Forti Barela Revisão Textual: Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti Condições de prática • Prática constante e prática variada • Quantidade e distribuição da prática • Prática do todo e prática das partes · Apresentar as diferentes maneiras de estruturar a prática de habilidades motoras. OBJETIVO DE APRENDIZADO Olá aluno(a), Nesta Unidade, vamos destacar os principais aspectos relacionados às condições de prática. Leia atentamente o conteúdo disponibilizado e registre suas dúvidas para transmiti-las ao tutor. Bom estudo!!! ORIENTAÇÕES Condições de prática UNIDADE Condições de prática Contextualização Vamos imaginar que você quer aprender a tocar um instrumento musical e decide assistir a alguns dos vídeos disponíveis no “YouTube”. Você acha que é possível aprender a tocar o instrumento escolhido apenas assistindo aos vídeos? Ou será que é preciso ter o instrumento em mãos e praticar? Você há de concordar que não será capaz de tocar bem um instrumento sem “por a mão na massa”, isto é, sem praticar! A razão principal para praticar qualquer habilidade motora é que após um período de prática conseguimos executar bem tal habilidade e em qualquer contexto. E de uma coisa você pode ter certeza: não é possível aprender qualquer habilidade sem prática. Entretanto, é muito importante otimizar a prática de modo que ela propicie aprendizagem, pois a prática por si só pode não propiciar aprendizagem. Nesta Unidade, apresentarei os principais aspectos que você deve considerar para elaborar as condições de prática nas suas aulas de educação física. Porém, antes dessa apresentação, pense nas seguintes perguntas: · A prática deve ser consistente ou variada? · Como a prática deve ser organizada? · Deve haver intervalos para descanso durante a prática? · Nossos alunos devem praticar a habilidade como um todo ou partes dela? Espero que ao final desta Unidade, você consiga responder a essas questões e tenha condições de planejar suas aulas de educação física!! 6 7 Prática constante e prática variada Imagine você ensinando duas habilidades motoras distintas em suas aulas de educação física: lance livre do basquete e saque do voleibol. Antes de elaborar suas aulas, você precisa estabelecer questões importantes de modo a determinar como irá otimizar os tipos e a quantidade de variação durante as sessões de prática (aulas). Primeiro, você deve considerar quais aspectos da execução da habilidade seus alunos deverão variar ou não. Segundo, você deve considerar quão variada devem ser as experiências que você lhes oferecerá. Terceiro, você deve considerar como a variedade dessas experiências deve ser organizada nas sessões de prática. Quando falamos em prática constante, estamos nos referindo a apenas uma variação da habilidade, que é repetida durante a sessão de prática. Por exemplo, arremessar a mesma bola, da mesma distância, com a mesma velocidade, no mesmo alvo. Esse tipo de prática é recomendado para situações em que a performance é diretamente relacionada à similaridade entre as características da prática e as condições reais de execução da habilidade, como é o caso do lance livre do basquete. Por outro lado, quando falamos em prática variada (ou variabilidade da prática), estamos nos referindo à variedade das características dos movimentos e ao contexto que o(a) aluno(a) vivencia enquanto pratica uma habilidade. As características do movimento e do contexto que podem variar na prática podem ser as variações da habilidade que serão necessárias nas condições reais de execução da habilidade, no contexto físico em que a habilidade é executada e a situação em que a habilidade ocorre (MAGILL, 2011). Por exemplo, ao sacar a bola no voleibol, você pode variar o tipo de saque (por cima, por baixo, com ou sem salto), a posição inicial (próxima ou não à linha do fundo, à direita, à esquerda, no centro), a direção do saque (paralelo, diagonal), o alvo (mais próximo da rede, mais no fundo da quadra, no meio da quadra), velocidade, etc. Após avaliar as características do contexto físico (ambiente) e as características da habilidade relacionadas à performance, você deve variar essas características conforme o tipo de habilidade (i.e., fechada ou aberta) a ser aprendida. No caso do contexto físico, você deve considerar as condições reguladoras e as condições não reguladoras (que já estudou em outra unidade). Quando as condições reguladoras (e as condições não reguladoras) variam durante a performance na situação real, elas devem variar durante a prática! No caso da habilidade, você deve considerar os padrões de movimento e os parâmetros de movimento. Os exemplos que apresentei inicialmente (lance livre do basquete e saque do voleibol) se referem a habilidades motoras fechadas. Apesar de as duas habilidades serem classificadas como fechadas, você precisa determinar se elas envolvem variabilidade entre as repetições nas características reguladoras e não reguladoras, de modo que a prática deve ocorrer o mais próximo possível das condições reais. Como já mencionei, o saque no voleibol pode ser variado entre as repetições enquanto o lance livre não. Sendo assim, durante a prática do saque no voleibol, as condições reguladoras (por exemplo, posição para sacar, distâncias, alturas) devem ser variadas. Já durante a prática do lance livre, as condições reguladoras 7 UNIDADE Condições de prática não devem ser variadas (por exemplo, distâncias de arremesso, altura da cesta, características da bola), e as condições não reguladoras devem variar (por exemplo, importância do jogo, quanto tempo falta para terminar o jogo, placar, torcida). Em se tratando de habilidades motoras abertas (pense em uma partida de futebol, cortada no voleibol ou até mesmo nos arremessos durante a partida de basquete), há sempre variabilidade entre as repetições. Nesse caso, as condições reguladoras e não reguladoras devem variar durante a prática. Normalmente, para a maioria das habilidades motoras sugere-se que mais variabilidade do que menos variabilidade da prática para a aprendizagem e performance em situações futuras, sendo que uma maior quantidade de erros pode ser observada durante a prática. Entretanto, a variabilidade da prática pode levar a um maior número de erros durante a prática (i.e., pior performance), mas pode levar a melhor performance durante os testes de retenção e de transferência (MAGILL, 2011). Organização da prática Após estabelecer que a variabilidade da prática é a mais indicada para a aprendizagem da habilidade motora a ser ensinada, você deve decidir como organizar a prática durante uma sessão ou uma unidade de ensino. Imagine que você é professor(a) de educação física infantil e está organizando uma unidade de ensino de arremessos para suas aulas, e que você determinou seis aulas (30 minutos cada) para desenvolver essa unidade. Você quer que seus alunos vivenciem três variações do padrão de arremesso (Figura 1): arremesso de ombro, arremesso por baixo e arremesso de lado. A B C Figura 1. Ilustração de três variações do arremesso: de ombro (A), por baixo (B) e de lado (C) Fonte: iStock/Getty Images Certamente, há inúmeras maneiras de organizar as sessões de prática, porém, vou considerar três organizações possíveis (Quadro 1). Uma delas seria praticar cada arremesso em blocos de dois dias cada (“prática em blocos”). A segunda maneira de organizar as sessões de prática seria praticar cada arremesso de forma aleatória com 5 minutos de prática para cada arremesso (“prática randômica”), 8 9 sendo que em cada aula os alunos vivenciariam seis blocos de 5 minutos cada, sem qualquer ordem específica para os três padrões de arremesso. A terceira maneira de organizar as sessões de prática seria praticar em blocos de 5 minutos cada um dos três padrões de arremesso, sendo que os alunos praticariam cada padrão em dois blocosde 5 minutos em cada aula na mesma ordem (“prática seriada”). É importante notar que independentemente do tipo de organização, a quantidade de prática (tempo total) para cada padrão de arremesso é a mesma (Quadro 1). Quadro 1. Exemplo de como a prática pode ser organizada, com base em uma unidade de ensino com seis aulas de 30 minutos cada, devotada a três padrões de arremessos (ombro, por baixo e de lado) Organização Dia de aula 1 2 3 4 5 6 Prática em blocos 30 min Ombro Ombro Por baixo Por baixo De lado De lado Prática randômica 5 min Por baixo Ombro De lado Ombro Por baixo De lado 5 min Ombro De lado Ombro De lado Ombro Ombro 5 min Por baixo De lado De lado De lado Por baixo De lado 5 min De lado Por baixo Por baixo Por baixo De lado Por baixo 5 min Por baixo Ombro Por baixo Ombro Por baixo Por baixo 5 min Ombro Ombro De lado Ombro Ombro De lado Prática seriada 5 min Ombro Ombro Ombro Ombro Ombro Ombro 5 min Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo 5 min De lado De lado De lado De lado De lado De lado 5 min Ombro Ombro Ombro Ombro Ombro Ombro 5 min Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo 5 min De lado De lado De lado De lado De lado De lado Bem, apresentei para você somente uma das inúmeras possibilidades em que a prática pode ser organizada. Qual seria a melhor forma de organizar a variabilidade da prática? A resposta para essa questão pode ser determinada ao se aplicar um fenômeno da aprendizagem conhecido como efeito da interferência contextual. Interferência contextual é a interferência decorrente da execução de várias habilidades ou de variações da mesma habilidade dentro de um contexto de prática. A quantidade de interferência contextual pode ocorrer durante a prática, dependendo da organização da variabilidade da prática. Dessa forma, dizemos que a quantidade de interferência contextual é baixa para a prática em blocos, é alta para a prática randômica e é média (ou intermediária) para a prática seriada. O efeito da interferência contextual se refere ao benefício da aprendizagem que resulta da execução de várias tarefas em uma organização de alta interferência contextual (prática randômica), ao invés de executar as habilidades em uma organização de baixa interferência contextual (prática em blocos). Sendo assim, há efeito da interferência contextual quando as quantidades de interferência contextual mais altas estão envolvidas durante a prática do que quantidades de interferência contextual mais baixas (MAGILL, 2011). 9 UNIDADE Condições de prática Uma característica da organização da prática em blocos é que os alunos superestimam a aprendizagem, ou seja, durante a prática, eles acham que estão aprendendo mais do que realmente estão, provavelmente porque normalmente, nessa organização de prática eles comentem menos erros do que durante a prática randômica. Porém, a prática randômica (alta interferência contextual) pode levar a melhor performance durante os testes de retenção e de transferência, conforme mencionei anteriormente. Com base nessas informações, recomendo que no estágio inicial de aprendizagem, você organize a prática em blocos, para que seus alunos adquiram a ideia do movimento para produzir a habilidade. Nos estágios finais, quando seus alunos já têm ideia do padrão de movimento, organize a prática seriada ou randômica, propiciando a prática de várias habilidades alternadamente. Quantidade e distribuição da prática É muito comum as pessoas acharem que “quanto mais prática, melhor”. Porém, a questão principal sobre a quantidade de prática deve ser: qual a quantidade de prática que garante aprendizagem de determinada habilidade em um período específico de prática? Ao se tratar de quantidade de prática, você precisa levar em consideração a quantidade de tempo que você tem para “praticar” determinada habilidade motora. A partir daí, você deve decidir qual seria a melhor forma de organizar o tempo disponível em termos de duração e a frequência das sessões de prática, e duração do tempo de intervalo durante a sessão de prática e entre as sessões de prática. Enquanto professor de educação física, você deve tomar decisões importantes sobre a quantidade de prática que deve oferecer aos seus alunos para aprenderem determinadas habilidades motoras, e quanto tempo dedicar para várias atividades dentro da mesma sessão e ao longo das sessões de prática, conforme o tempo total de prática disponível. Nesse sentido, quanto tempo de prática e quanto tempo de descanso você acha que deve programar para cada atividade em uma sessão de prática? Qual a duração de cada sessão? Quanto tempo de intervalo entre as sessões? Bem, essas são algumas das questões que você deve tentar responder ao programar suas aulas de educação física. Normalmente, a duração das aulas de educação física e o número de aulas por semana já estão definidos no currículo escolar. Então, você precisará determinar quantas aulas deverão ser utilizadas, quanto tempo de cada aula você utilizará para praticar determinada habilidade motora e se será necessário tempo de descanso nas aulas. Quando falamos em organização da distribuição da prática, temos a prática maciça e a prática distribuída. Prática maciça é a organização da prática em que a quantidade de descanso durante a sessão ou entre as sessões de prática é baixa. Prática distribuída é a organização da prática em que a quantidade de descanso durante a sessão ou entre as sessões de prática é relativamente alta. O Quadro 2 apresenta as principais diferenças entre prática maciça e prática distribuída. 10 11 Quadro 2. Comparação entre prática maciça e prática distribuída Prática maciça Prática distribuída Sessões de prática mais longas Sessões de prática mais curtas Número menor de sessões de prática Número maior de sessões de prática Períodos de descanso mais curtos ou até mesmo sem períodos de descanso Períodos de descanso mais longos ou mais frequentes Menos indicada para aquisição de habilidades motoras Mais indicada para aquisição de habilidades motoras Tendo em vista que você dificilmente terá flexibilidade para alterar o currículo escolar, o que lhe resta é decidir sobre a quantidade e a distribuição das aulas. Dependendo do tipo de habilidade motora que você for ensinar, precisará oferecer aos seus alunos intervalos para descanso, e aí surge a dúvida: o que é melhor, um número menor de sessões mais longas ou um número maior de sessões mais curtas? Lembre-se de que se você optar pela prática maciça, os intervalos para descanso entre as repetições da habilidade serão curtos, enquanto que se você optar pela prática distribuída, os intervalos para descanso entre as repetições da habilidade serão relativamente longos. Quando falamos em distribuição da prática em termos de intervalos para descanso entre as repetições, é importante considerar (novamente!) a classificação das habilidades motoras quanto ao início e o fim dos movimentos envolvidos na habilidade motora (i.e., habilidades motoras discretas e habilidades motoras contínuas e seriadas), que já tratamos em Unidade anterior. Tendo em vista que a habilidade motora discreta requer uma posição inicial e uma posição final específica e, normalmente requer a execução de uma sequência única de movimentos (por exemplo, rebater, chutar, saltar, arremessar, sacar), o tempo de movimento é curto para sua execução. Portanto, prefira a prática maciça quanto estiver ensinando habilidades motoras discretas. Por outro lado, em habilidade motora contínua, as posições inicial e final da habilidade não interferem na execução da tarefa e, normalmente, os movimentos envolvidos na habilidade são repetitivos (por exemplo, quicar uma bola, pular corda, nadar, correr, andar de bicicleta). Nesse caso, prefira a prática distribuída, principalmente se você levar em consideração que o estado de fadiga é mais provável durante a prática de habilidades motoras contínuas. Por fim, ao tratar da distribuiçãoda prática em termos de quantidade de prática (i.e. prática maciça versus prática distribuída), tem sido sugerido que para aquisição de habilidades motoras, a prática distribuída em um número maior de dias leva a melhores resultados e, portanto, é mais indicada. Magill (2011) cita três razões para optar pela prática distribuída para a maioria das habilidades motoras: fadiga, esforço cognitivo e consolidação da memória. A fadiga, normalmente decorrente da prática maciça, influencia a aprendizagem de maneira negativa e, consequentemente, interfere na performance motora dos alunos. O esforço cognitivo está relacionado à atenção. A prática maciça durante uma aula, por exemplo, pode reduzir o nível atencional de seus alunos, isso porque a performance da habilidade motora se torna tão repetitiva que a 11 UNIDADE Condições de prática torna monótona e chata. Consequentemente, os alunos começam a diminuir seu esforço cognitivo envolvido em cada repetição, diminuindo assim seu nível de aprendizagem. A consolidação da memória está relacionada à memória de longo prazo. Para tanto, o pressuposto é que para armazenarmos informações na memória de longo prazo (i.e. aprender habilidades motoras) são necessários processos neurobioquímicos (MAGILL, 2011), sendo que esses processos requerem um certo período de tempo sem prática da habilidade em questão. Sendo assim, a prática distribuída ao longo de várias aulas proporciona uma condição mais apropriada para que esse processo ocorra do que a prática maciça. Vou ilustrar uma situação que demonstrou melhores benefícios da prática distribuída, por meio de um experimento que foi conduzido por Baddely e Longman (1978). Apesar de ser um estudo antigo, ele ilustra bem como para adquirir uma mesma habilidade motora, podemos estruturar a prática de diferentes maneiras. Esses autores queriam verificar qual seria a distribuição de prática mais apropriada para que funcionários de uma empresa de postagem fossem capazes de digitar o maior número de teclas o mais rápido possível. Para tanto, eles queriam saber quantas horas de prática seriam necessárias para que esses funcionários conseguissem digitar 80 teclas por minuto. A princípio, eles estabeleceram um total de 60 horas de prática que poderia ser distribuído em cinco dias por semana, durante 12 semanas. A quantidade de prática foi distribuída de quatro maneiras entre os funcionários, formando assim quatro grupos: (1) um grupo praticou 1 hora por sessão, uma vez por dia, totalizando 12 semanas de prática; (2) um grupo praticou 1 hora por sessão, duas vezes por dia, totalizando 6 semanas de prática; (3) um grupo praticou 2 horas por sessão, uma vez por dia, totalizando 6 semanas de prática; (4) um grupo praticou 2 horas por sessão, duas vezes por dia, totalizando 3 semanas de prática. Com essa distribuição, você pode constatar que o grupo que praticou por 12 semanas recebeu a prática mais distribuída, enquanto o grupo que praticou por 3 semanas recebeu a prática mais maciça, e os outros dois grupos receberam prática intermediária entre maciça e distribuída. Os resultados gerais desse experimento revelaram que somente o grupo 1 (prática mais distribuída) conseguiu atingir a meta estipulada inicialmente (80 teclas por minuto) após 55 horas de prática. Os demais grupos precisaram de mais horas de prática e, portanto, os pesquisadores tiveram que adicionar mais 20 horas de prática, além das 60 horas estabelecidas inicialmente, porque esses grupos não atingiram a meta estipulada. Sendo assim, o grupo 2 precisou de 75 horas de prática, o grupo 3 precisou de 67 horas de prática e o grupo 4 (que recebeu a prática mais maciça que os demais), mesmo após 80 horas de prática conseguiu digitar no máximo 70 teclas por minuto. Testes de retenção foram aplicados para esses funcionários 1 mês, 3 meses e 9 meses após o período de prática. Após 9 meses, o grupo 4 apresentou a pior performance em relação aos demais grupos. Com base nesses resultados, os pesquisadores concluíram que em termos de aprendizagem (revelada pelos testes de retenção), uma 1 hora de prática por dia (grupo 1) ou duas horas de prática por dia (grupos 2 e 3) são mais indicadas do que 4 horas por dia (grupo 4). 12 13 Apesar do experimento que apresentei não envolver uma habilidade motora que você ensinará nas suas aulas de educação física, ele ilustra muito bem como uma habilidade motora seriada (que é intermediária entre as habilidades motoras discreta e contínua) pode ser adquirida. Sendo assim, utilize esse exemplo como base para que você tome decisões sobre como estruturar suas aulas de educação física em termos de distribuição da prática. Como as três razões (fadiga, esforço cognitivo e consolidação da memória) para optar pela prática distribuída podem ser associadas ao estudo conduzido por Baddely e Longman (1978)? Ex pl or Prática do todo e prática das partes Outra decisão importante que você deve tomar quanto estiver ensinando habilidades motoras aos seus alunos é se é melhor que eles pratiquem a habilidade em sua integridade (“prática do todo”) ou por partes (“prática das partes”). Mais especificamente, a prática do todo é uma estratégia de prática que envolve praticar uma habilidade motora em sua totalidade, e a prática das partes é uma estratégia de prática que envolve praticar partes de uma habilidade motora antes de praticá- la como um todo. Antes de decidir sobre qual estratégia adotar em suas aulas de educação física, você deve considerar dois aspectos importantes sobre a habilidade que ensinará aos seus alunos: a complexidade da habilidade e a organização da habilidade! Mas o que isso quer dizer? Antes de qualquer coisa, é importante ressaltar que complexidade é diferente de dificuldade! Habilidades com a mesma complexidade podem variar em seus níveis de dificuldade! A complexidade da habilidade se refere ao número de partes ou aos componentes envolvidos na habilidade e da demanda atencional (quantidade de processamento de informação) necessária para executá-la. Habilidades motoras consideradas altamente complexas têm muitos componentes e demandam muita atenção dos alunos que estão no estágio inicial de aprendizagem. É o caso, por exemplo, de aprender a dirigir um carro, a coreografia de uma dança, uma partida de futebol ou qualquer modalidade esportiva, etc. Por outro lado, habilidades motoras de baixa complexidade têm poucos componentes e não demandam tanta atenção, como é o caso, das habilidades motoras discretas, tais como, atirar uma flecha a um alvo, pegar um copo, arremessar uma bola na cesta, cobrar o pênalti no futebol, etc. A organização da habilidade se refere à relação entre as partes ou os componentes que compõem a habilidade. Em habilidades motoras com alto nível de organização, as partes que a compõem são muito relacionadas em termos espaciais e temporais. Isso significa que as partes dessas habilidades são como uma cadeia de eventos em que as características espaços-temporais da performance de 13 UNIDADE Condições de prática qualquer parte depende das características espaços-temporais da parte executada anteriormente. É o caso, por exemplo, de mudar a marcha de um carro. Para mudar a marcha de um carro é preciso combinar várias partes e executá-las simultaneamente, ou seja, é preciso deixar de acelerar, pisar na embreagem e mudar a marcha simultaneamente (“temporalmente) e no mesmo lugar (“espacialmente”). Já em uma habilidade motora com baixo nível de organização, as relações espaços- temporais não são tão dependentes umas das outras. É o que podemos observar, por exemplo, na coreografia de uma dança. Então, para decidir sobre qual tipo de prática adotar (do todo ou das partes), você deve analisar, primeiramente, a habilidade motora em termos de complexidade e de organização. Isso o(a) ajudará muito a decidir se a prática da habilidade deve ser do todo ou das partes. Normalmente, habilidades com baixa complexidade são altas emorganização; e habilidades com alta complexidade são baixas em organização. E, levando-se esses aspectos em consideração, a prática do todo é melhor para o primeiro caso, e a prática por partes é melhor para o segundo caso (Quadro 3). Quadro 3. Complexidade e organização da habilidade motora Complexidade Organização Tipo de prática Exemplo Baixa Alta Prática do todo Arremessos Alta Baixa Prática das partes Coreografia na dança Isso quer dizer que seus alunos aprenderão habilidades motoras relativamente simples, em que seus componentes estão altamente relacionados, mais eficientemente utilizando a prática do todo. Por outro lado, seus alunos aprenderão as habilidades motoras mais complexas, em que há mais componentes, mas que não estão tão relacionados entre si, mais eficientemente utilizando a prática por partes. Sendo assim, antes de qualquer coisa, analise a habilidade motora que irá ensinar aos seus alunos!! Lembre-se de que nessa análise você deve focar na identificação das partes envolvidas na habilidade em questão e no quanto as características espaços- temporais dessas partes são interdependentes (i.e., dependem uma da outra). Em seguida, decida qual parte do continum da complexidade e da organização da habilidade melhor a representa (Figura 2). Figura 2. Representação de um continum da complexidade e da organização da habilidade motora. Note que, normalmente, quanto mais alta a complexidade, mais baixa a organização e quanto mais baixa a complexidade, mais alta a organização A maioria das habilidades motoras que nós executamos no dia a dia e no contexto esportivo poderia ser colocada mais próxima da alta complexidade no continum, representado na Figura 2. Isso quer dizer que para a maioria das habilidades, o(a) professor(a) deve determinar o nível de organização que caracteriza a habilidade. Vamos supor que você analisou uma determinada habilidade motora e a colocou 14 15 em uma região intermediária entre as extremidades do continum. Nesse caso, você deve fazer uma análise adicional, pois para esses tipos de habilidades, é necessário determinar quais componentes são independentes das outras partes e quais podem ser agrupados como interdependentes. O resultado dessa análise determinará quais partes poderiam ser praticadas independentemente. Sendo assim, algumas “partes” da habilidade que seus alunos praticarem poderiam consistir em mais de um dos componentes que resultariam da análise inicial da habilidade. Esse agrupamento de partes pode ser pensado como uma “unidade natural” dentro da habilidade (MAGILL, 2011). Tendo em vista que os professores de educação física normalmente trabalham com habilidades motoras que poderiam sugerir alguma sequência da prática, é importante considerarmos algumas questões relevantes sobre a prática das partes. Após decidir por utilizar a prática das partes, você deve considerar os princípios da transferência de aprendizagem (apresentado em outra unidade). As estratégias da prática das partes deve abranger transferência positiva entre as partes praticadas de uma habilidade e entre as partes praticadas e a habilidade como um todo. Nesta Unidade vou apresentar três classificações que podem ser utilizadas pelas estratégias da prática das partes, denominadas fracionamento, segmentação e simplificação. De modo geral, fracionamento envol ve a prática de membros corporais individuais em um primeiro momento para habilidade que compreende a coordenação assimétrica dos braços ou das pernas; segmentação envolve separar a habilidade em partes e então praticar a primeira parte, depois a segunda e juntar as duas partes, e assim por diante; e simplificação é uma variação da prática do todo que envolve a redução da dificuldade da habilidade como um todo ou de diferentes partes da habilidade. Mais detalhes sobre esses métodos são apresentados a seguir. Fracionamento Muitas das habilidades motoras requerem que os executantes movimentem simultaneamente seus braços ou suas pernas para atingir uma meta espacial e/ ou temporal. As habilidades motoras requerem que os dois braços ou pernas façam movimentos diferentes, simultaneamente, em termos espaciais e temporais, dizemos que a coordenação motora é assimétrica. Normalmente, a coordenação assimétrica dos braços é mais característica de habilidades motoras do que coordenação assimétrica das pernas. Sendo assim, vamos considerá-las como habilidades de coordenação bimanual assimétrica (MAGILL, 2011). Ao tocar instrumentos musicais, tais como violão ou guitarra, violino, acordeão, é comum que os movimentos dos braços e das mãos sejam simultâneos, porém, assimétricos. Em cada um desses instrumentos, a pessoa produz simultaneamente padrões de movimento distintos com cada braço e mão. No caso da bateria e do piano, por exemplo, os movimentos assimétricos também ocorrem nas pernas e nos pés. Nas habilidades esportivas, podemos pensar no saque do voleibol e do tênis, que também envolvem esse tipo de coordenação. 15 UNIDADE Condições de prática No caso de habilidades que envolvem a coordenação assimétrica, é sugerido que se utilize o fracionamento como uma estratégia de prática das partes. O fracionamento envolve praticar cada braço ou mão individualmente antes de executar a habilidade bimanualmente. Daí, a questão que surge é: com qual braço ou mão se deve praticar primeiro? Para responder essa questão, deve-se considerar uma característica das habilidades de coordenação bimanual que é a de que um braço ou mão, às vezes, executa um movimento (ou sequência de movimentos) que é mais difícil ou complexo que o(a) outro(a). E o que é sugerido é que se inicie a prática com o braço ou com a mão que tem que executar os movimentos mais difíceis ou complexos. Imagine, por exemplo, alguém que é destro tocando violão (Figura 3). A mão esquerda nesse caso executará movimentos que envolvem mais componentes (dedos que devem pressionar as cordas em casas específicas) do que a mão direita. Nesse caso, a prática deve começar com a mão esquerda e depois com a mão direita, antes de combinar as duas mãos simultaneamente. Figura 3. Exemplo de uma pessoa destra tocando violão. Note que cada mão executa movimentos individuais e distintos, sendo que a mão esquerda executa movimentos mais complexos que a mão direita Fonte: iStock/Getty Images Segmentação Apesar de a prática por partes poder ser útil durante a aprendizagem de uma habilidade, os alunos podem apresentar dificuldades posteriormente quando tiverem que colocar todas as partes juntas para que a habilidade seja executada como um todo. Uma maneira para amenizar esse problema é usar um método de segmentação: ao invés de praticar todas as partes separadamente antes de juntá-las como um todo, os alunos praticam a primeira parte como uma unidade independente, daí pratica a segunda parte – primeiro separadamente e então junto com a primeira parte. Caso tenha uma terceira parte, prática, a terceira parte – primeiro separadamente e então junto com a primeira e a segunda partes, e assim sucessivamente. Dessa forma, cada parte independente se junta, progressivamente, a uma parte maior. Conforme a prática continua, os alunos eventualmente praticam a habilidade inteira como um todo. 16 17 Vamos considerar o estilo peito na natação (Figura 4). Esse estilo pode ser facilmente subdividido em duas partes relativamente independentes: a pernada e a ação dos braços. Tendo em vista um aspecto que dificulta a aprendizagem do estilo peito é a organização temporal (timing) da coordenação dessas duas partes, é útil para os alunos diminuir a demanda de atenção da habilidade como um todo praticando cada parte independentemente primeiro. Isso possibilita aos alunos focar sua atenção somente aos requerimentos da ação dos membros, porque eles podem aprender cada parte sem ter que coordenar as duas partes (braços e pernas) como uma unidade. Após praticar cada parte independentemente, os alunos podem colocá-las juntas comouma unidade, com a sua atenção direcionada às demandas da coordenação temporal e espacial das ações dos braços e das pernas. Figura 4. O estilo peito da natação é um exemplo de habilidade motora que pode ser praticado pelo método da segmentação. Fonte: iStock/Getty Images Um ponto chave desse método de prática é que ele tem a vantagem dos benefícios tanto da prática das partes como da prática do todo (MAGILL, 2011). A prática das partes oferece a vantagem de reduzir a demanda atencional de executar a habilidade como um todo, de modo que os alunos podem focar sua atenção em aspectos específicos de uma parte da habilidade. A prática do todo, por outro lado, tem uma vantagem de exigir a coordenação temporal e espacial das partes a serem praticadas juntas. O método de segmentação combina essas duas qualidades. Dessa forma, as demandas atencionais de executar a habilidade estão sob controle, enquanto as partes são agrupadas progressivamente de modo que os alunos possam praticar os requisitos importantes da coordenação espacial e temporal de executar as partes como um todo. 17 UNIDADE Condições de prática Simplificação Quando falamos em simplificação, podemos pensar em simplificar uma habilidade como um todo ou somente certas partes dela de modo a torná-la mais fácil para os alunos executá-la. Há diferentes formas de implementar o método de simplificação para a prática da habilidade motora. Nesta Unidade, vou destacar cinco tipos, sendo cada uma específica para aprender um certo tipo de habilidade. Todos eles envolvem praticar a habilidade toda, porém, simplificando certas partes da habilidade de diferentes formas. · Redução da dificuldade do objeto: quando os alunos estão aprendendo habilidades que envolvem manipulação de objetos (bola, raquete, bastão, etc.), uma maneira de simplificar a habilidade é reduzir a dificuldade dos objetos. Mas de que forma? Bem, alterando o tipo de objeto que deve ser manipulado, como por exemplo, tamanho da bola, ou até mesmo ao invés de usar a bola usar uma bexiga, pois o fato dela se movimentar mais lentamente, os alunos têm mais tempo para realizar os movimentos nos momentos certos. Dessa forma, a prática inicial da habilidade com objetos mais fáceis de serem manipulados propiciariam aos alunos a aprender os requisitos da habilidade e então a transferi-los facilmente para os objetos reais, que são mais difíceis de serem manipulados no início da aprendizagem. · Redução da demanda de atenção: uma outra maneira de diminuir a dificuldade da habilidade é reduzir as demandas atencionais sem mudar a meta da tarefa. Essa estratégia reduz a dificuldade da tarefa ao se reduzir a complexidade da tarefa. Uma maneira de implementar essa estratégia de ensino seria fornecendo algum tipo de assistência física, por exemplo, que permite aos alunos praticarem a meta da habilidade, mas ao mesmo tempo diminuir as demandas atencionais da tarefa. Vamos supor que seus alunos estejam aprendendo a andar de patins. Uma maneira de reduzir a demanda atencional seria utilizar barras paralelas (ou até mesmo manter uma pessoa de cada lado segurando na mão do(a) aluno(a)) para que ele(a) preste mais atenção aos movimentos que são necessários para se deslocar com o patins ao invés de prestar atenção nos componentes relacionados ao equilíbrio dinâmico dessa habilidade. A assistência física, nesse caso, proporcionaria maior estabilidade corporal e, consequentemente, seus alunos executariam a habilidade com mais facilidade. Após um período de prática, você solicita aos seus alunos que realizem a habilidade sem assistência física, o que caracterizará a transferência de aprendizagem. · Redução da velocidade: a redução da velocidade para realizar uma habilidade motora no início da aprendizagem pode simplificar a habilidade. Ao se praticar determinada habilidade mais lentamente, a ênfase da execução passa a ser nos aspectos relacionados à organização temporal da habilidade, que está diretamente relacionada à coordenação motora que já tratamos em Unidade anterior. Sendo assim, os alunos 18 19 estabeleceriam com a prática as características essenciais do tempo relativo de um padrão de coordenação, ou seja, a combinação dos movimentos dos segmentos corporais envolvidos na habilidade para que ocorram como uma unidade e no instante correto. Vamos imaginar, por exemplo, a progressão no handebol. Na situação real, essa habilidade é executada rapidamente. Porém, no início da aprendizagem, se os seus alunos praticarem mais lentamente, terão mais possibilidade de aprender o padrão de coordenação mais facilmente. · Adição de dicas auditivas: para as habilidades que apresentam ritmos distintos durante sua execução, fornecer dicas auditivas que especifiquem o ritmo correto que funciona muito bem para diminuir a dificuldade da habilidade, e facilita a aprendizagem da atividade. Nessa estratégia, o que ocorre de fato para simplificar a habilidade é adicionar um componente extra para ela. Normalmente, os professores utilizam metrônomos para determinar o ritmo correto para a execução da habilidade. Após um período de prática, retira-se esse componente e os alunos passam a executar a habilidade no ritmo que deveria ocorrer. Pular corda, quicar uma bola, uma coreografia de dança, são algumas das habilidades motoras que poderiam incluir dicas auditivas durante a execução no início da aprendizagem. · Sequenciamento de progressões da habilidade: essa estratégia está relacionada à segmentação que apresentei anteriormente. Ela envolve o sequenciamento das progressões da habilidade de modo que os alunos pratiquem variações da habilidade que está sendo aprendida a partir de uma sequência menos complexa para uma sequência mais complexa ou mais difícil até que a habilidade per se seja praticada. Vamos supor que você esteja ensinando o saque no voleibol para seus alunos. No início da prática, você não utiliza a rede e, portanto seus alunos só devem se preocupar com os movimentos envolvidos nessa habilidade. Após um período de prática, seus alunos começam a sacar sobre a rede, porém, próximos a ela. Posteriormente, você vai aumentando, gradativamente, a distância entre o(a) aluno(a) e a rede até que ele(a) se posicione no fundo da quadra. Em suma, nesta Unidade é possível perceber que a prática é essencial para que a aprendizagem ocorra, porém, a forma como a prática é conduzida é que garantirá a aprendizagem. Ao se estruturar a prática de qualquer habilidade motora, você deve considerar: · As condições ambientais e se a habilidade a ser ensinada é aberta ou fechada para definir se a prática será constante ou variada. · A lembrança de que, normalmente, a prática em blocos é melhor durante a prática, mas a prática randômica é melhor para a aprendizagem. Portanto, no início da prática, pode-se organizar a prática em blocos, mas assim que possível organize-a em prática randômica. 19 UNIDADE Condições de prática · A interferência contextual tem efeito positivo na aprendizagem que é decorrente de variações das condições contextuais. · A distribuição da prática com efeitos fisiológicos (fadiga) e até mesmo psicológicos (motivacionais). A prática maciça é mais indicada para habilidades discretas enquanto a prática distribuída é mais indicada para habilidades contínuas. · Ao se pensar na prática do todo e na prática das partes, lembre-se de considerar a organização e a complexidade da habilidade. De modo geral, para habilidades com alta organização é preferível a prática do todo e para habilidade com alta complexidade é preferível a prática das partes. · Ao se optar pela prática das partes, pode-se dividi-la por fracionamento, segmentação e/ou simplificação. Bem, com base nessas informações que apresentei a você, é possível perceber que você poderá implementar as condições de prática de diferentes maneiras. Possivelmente, durante sua atuação profissional você irá desenvolver diferentes condições de prática.Sugiro que considere sempre a habilidade que irá ensinar, as características dos alunos que irão aprender e em que contexto irão utilizar a referida habilidade. Para isso, mantenha sempre em mente as perguntas: Quem? O que/qual? Onde? Ou seja, quem (as características dos alunos) irei ensinar, o que/qual (habilidade) irei ensinar e onde (contexto ambiental) a habilidade será utilizada. A partir dessas três perguntas e com base em todos os aspectos que tratamos em todas as Unidades dessa disciplina, são grandes as chances de você ser bem sucedido durante o processo de ensino-aprendizagem de habilidades motoras. Ex pl or 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Aprendizagem e controle motor MAGILL, R. A. Aprendizagem e controle motor. 8. ed. São Paulo: Phorte, 2011. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada na situação SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada na situação. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. Vídeos Aprenda o nado peito!! Natação (raia 45) https://youtu.be/HUcgmwAitMo Como Tocar Violão: Tocando sua primeira música https://youtu.be/2Rsz3JEbw0Y O Melhor do Mundo - Sungha Jung - violão HD https://youtu.be/8dRzUmSXV1k Leitura Revista Paulista de Educação Física MARINOVIC, W.; FREUDEHNHEIN, A. M. Prática variada: a melhor opção para aquisição de uma habilidade motora? Revista Paulista de Educação Física, 15(1): 103- 110, 2001 21 UNIDADE Condições de prática Referências BADDELEY, A. D.; LONGMAN, D. J. A. The influence of length and frequency of training session on the rate of learning to type. Ergonomics, 21: 627-635, 1978. MAGILL, R. A. Aprendizagem e controle motor. 8. ed. São Paulo: Phorte, 2011. SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada na situação. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 22
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