Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Nutrição-UFGD Condição na qual a concentração sanguínea de hemoglobina se encontra abaixo dos valores esperados, tornando-se insuficiente para atender as necessidades fisiológicas exigidas de acordo com idade e sexo (OMS). 50% determinada por deficiência de ferro. Mulheres e crianças em países em desenvolvimento. Afeta todas as idades e em todos os países. Populações especiais. Carências nutricionais. Ingestão ou absorção inadequada de ferro. Hábitos vegetarianos. Dietas com muito chá ou café, ou sem vitamina C. Baixo nível socioeconômico e educacional. Infestações endêmicas (malária, ascaridíase, helmintoses, protozooses intestinais). Baixo peso. Mulheres em idade gestacional, multiparidade e não suplementação de ferro. Hemorragias graves. Hemoglobina (Hb): • Quatro subunidades (dois dímeros); • Metaloproteína (proteína + heme). FISIOPATOLOGIA Hipoproliferativas: • Falta de substrato: ferro, B12 e folato; • Falta de estímulo: eritropoetina; • Desordem na produção: mielodisplasia, anemia aplásica, suspensão medular. Hiperproliferativas: • Consumo: hemorragia, infecção; • Destruição: hemólise, anemia falciforme. Nutrição-UFGD VCM – 80 a 100 fL: • Microcítica, normocítica ou macrocítica; HCM – 28 a 34pg. CHCM – 31 a 36 g/dL: • Hipocrômica, normocrômica e hipercrômica. RDW – 11 a 14%: • Anisocitose (variação no tamanho dos eritrócitos); • Poiquilocitose (variação da forma dos eritrócitos). Classificação – Microcíticas, hipocrômicas: • Anemia ferropriva; • Talassemia; • Anemia sideroblástica (hereditária). Classificação – normocíticas, normocrômicas: • Anemias hemolíticas; • Anemia por doença crônica (alguns casos); • Nefropatias; • Anemia aplásica; • Anemia por sangramento. Classificação – macrocíticas: • Anemia megaloblástica; • Anemia aplásica; • Anemia por etilismo; • Anemia da hepatopatia crônica. ANEMIA FISIOLÓGICA Infância: • Crescimento acelerado: ↓[ferro] circulante. Gestação: • Aumento do volume sanguíneo; • Aumento de demanda de ferro. Mais comum: • Microcítica e hipocrômica; • Carência de ferro. Causas: • Ingestão inadequada; • Absorção inadequada; • Destruição elevada; • Perda ou excreção sanguínea elevada; • Utilização inadequada; • Necessidades aumentadas. Biodisponibilidade: • Forma química; ligação molecular; • Quantidade presente na dieta; • Matéria prima em que está incorporado; • Estado nutricional; genética; • Interação com outros nutrientes/componentes do alimento. FACILITADORES DE ABSORÇÃO Consumo concomitante de ferro heme e não heme. Proteínas das carnes (cisteína). Vitaminas A e B (↓ efeito de fitatos e polifenóis). Ácidos orgânicos (ascórbico, cítrico, lático, málico). INIBIDORES DE ABSORÇÃO Ácido fítico ou fitato (cereais). Polifenóis (taninos), chás, café, vinho tinto. Cálcio e zinco. Medicamentos (antiácidos, tetraciclina, colestiramina). NÍVEIS DE DEFICIÊNCIA Nutrição-UFGD Deficiência de ferro: • ↓ ferritina sérica; • ↓ [Fe sérico]. Anemia ferropriva: • ↓ ferritina sérica; • ↓ [Fe sérico]; • ↓ Hb. QUADRO CLÍNICO Cefaleia. Irritabilidade. Fraqueza e fadiga. Boca seca. Pica (terra, papel, gelo). Redução da imunocompetência. Defeitos estruturais nos tecidos (boca, língua, unhas, estômago). Insuficiência cardíaca. Anormalidades do crescimento. DIAGNÓSTICO Hb – afetada apenas nos estágios avançados. Ferritina <15 ng/dL. Ferro sérico <30 ug/dL. Transferrina: aumentada. EXAME FÍSICO TRATAMENTO Suplementação oral: • Ferro inorgânico na forma ferrosa; • Quelatos de ferro (combinados com aa): mais biodisponíveis; • 3 meses de suplementação. Suplementação parenteral: • Intolerância V.O.; • Má absorção; • Menos segura e maior custo TRATAMENTO DIETOTERÁPICO Dieta individualizada. Aumentar ingestão de ferro (fígado, carne bovina, frutas secas, ervilhas secas, feijões, castanhas, vegetais verdes, ovos, peixes). Aumentar ingestão de proteínas. Aumentar ingestão de vitaminas C (acerola, laranja, goiaba, pimentão, brócolis, espinafre). Podem diminuir a biodisponibilidade do ferro: • Soja, cereais integrais, chá, café, café, refrigerantes, alimentos ricos em cálcio. Macrocítica e normocrômica. Deficiência de B12 (cobalamina). Distúrbios hereditários na síntese de DNA. Distúrbios induzidos por medicamentos na síntese de DNA. DEFICIÊNCIA DE B12 E ÁCIDO FÓLICO São essenciais na síntese de DNA. Divisão celular lenta. Pancitopenia: ↓ eritrócitos, plaquetas e leucócitos. Eritropoiese ineficaz: destruição dos eritrócitos na medula ≠ hemólise. Ácido fólico: Nutrição-UFGD • Reservas se esgotam dentro de 2 a 4 meses. B12: • Reservas se esgotam após vários anos de dieta insuficiente. DIAGNÓSTICO Macrocítica normocrômica. Presença de neutrófilos hipersegmentados. ↑RDW. EXAME FÍSICO QUADRO CLÍNICO Dispneia, esquecimento. Irritabilidade. Fadiga. Feridas na língua. Anorexia e diarreia. Perda de peso. Deficiência: folato <3 ng/mL. Dietas inadequadas prolongadas. Absorção incompleta ou aumento das necessidades (crescimento e gestação). Enteropatias por glúten (doença celíaca), esteatorreias, e medicamentos (anticonvulsionantes, barbitúricos, etanol, metformina). TRATAMENTO Suplementação oral. Folato: 1 mg/dia por 2 a 3 semanas. TRATAMENTO DIETOTÉRAPICO Dieta individualizada. Aumentar ingestão de frutas e vegetais frescos (folato não é resistente ao calor). Gestação: ideal suplementar 3 meses antes de engravidar (deficiência pode provocar má formação no tubo neural do feto). Dietas vegetarianas sem suplementação. Absorção inadequada (distúrbios gástricos e intestinais, alcoolismo, HIV ou AIDS, doença hepática, doença renal, hipertireoidismo). Deficiência de fator intrínseco. TRATAMENTO Doses orais: • 1000 a 5000 mcg/dia de B12. Injeção intramuscular: • 5000 mcg de B12 por semana. TRATAMENTO DIETOTERÁPICO Dieta individualizada. Aumentar ingestão de produtos de origem animal. 1,5 g/kg/dia de PTN. Identificar se existe deficiência de fator intrínseco. Normocítica e normocrômica. Doenças infecciosas crônicas (tuberculose, AIDS). Doenças inflamatórias crônicas (Artrite, reumatoide, lúpus). Neoplasias malignas. Nutrição-UFGD CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto. Barueri, SP: Manole, 5ª ed. 2014. MAHAN, L. K.; et al. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. Rio de Janeiro: Elsevier, 13ª ed. 20 12. DOUGLAS, C. R. Fisiologia Aplicada à Nutrição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2ª ed. 2006 OLIVEIRA, J. E. Dutra de; MARCHINI, Julio Sergio. Ciencias nutricionais: aprendendo a aprender. 2. ed. Sao Paulo, SP: Sarvier, 2008. 760p. RUBIN, E; FARBEN, J. L. Patologia. 3ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2002. WAITZBERG, D. L. Nutricao oral, enteral e parenteral na pratica clinica. 4. ed. Sao Paulo, SP: Atheneu, 2009. v.2. LORENZI, T. F. Atlas de Hematologia. Rio de Janeiro. RJ: Guanabara Koogan, 2006
Compartilhar