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● Introdução: O exame ginecológico possibilita o diagnóstico do estado de saúde geral, genital e hereditária da fêmea, além de oferecer prognós- ticos favoráveis de manejo e terapia. Objetiva: sumarizar dados e achados de sequência lógica para comunicação profissional e avaliação da saúde reprodutiva, com controle puerperal, diag- nóstico de prenhez e de infertilidade. ● Etapas: ➤ Resenha/Identificação: É o correto pre- enchimento de dados a respeito do animal (tatuagem, brinco, idade, filiação, raça e peso), proprietário e estabelecimento. ➤ Anamnese: É o registro do número de par- tos, com data e curso do último realizado. Mapeamento do cio. Coberturas ou inseminações. Tratamentos prévios. Manejo ambiental e alimen- tar. Situação reprodutiva do rebanho. ➤ Exame Clínico Geral: É a avaliação do escore corporal, caracteres sexuais secundários, compor- tamento sexual (ninfomania/virilismo) e heredita- riedade (hipo- agnatismo/ prognatismo, hérnias, paresia). ➤ Exame Clínico Especial Externo: Avaliação da condição, fechamento e posição da vulva e do vestíbulo; dos arredores da vulva, como períneo, fossa ísquio-retal e tuberosidades isquiáticas; do abdômen e do úbere. ➤ Exame Clínico Especial Interno: Avaliação da cérvix, útero, ovários e ovidutos realizada a partir da palpação retal. ☞ Útero: Se observa grossura, simetria, consis- tência/contratilidade e situações especiais. Grossura: GI (um dedo), GII (dois dedos), GIII (três dedos), GIV (braço), GV/PC (contornável), GVI/NPV (não contornável). Simetria: S (simétrico), +AS+ (assimetria mí- nima esquerda/direita), ++AS++ (assimetria média esquerda/direita), +++AS+++ (assimetria máxima esquerda/direita). Consistência/Contratilidade: CI (flácido), CII (contração média, diestro), CIII (contração forte, estro). Situações Especiais: Aderências, conteúdos, viscosidade, odor, cor, etc. ☞ Ovários: Se observa tamanho, folículos, cor- pos lúteos e cistos Tamanho: Ervilha (1cm), Feijão (1,5cm), Azei- tona (2cm), ovo de Pomba (3cm), Noz (4cm), ovo de Galinha (5cm), ovo de Pata (6cm), ovo de Gansa (7cm). Folículos (Flutuação/Tamanho): 1 (sem flutua- ção, uva verde), 2 (tensa, uva quase madura), 3 (nítida, uva madura), 4 (mole, uva passada), 5 (flá- cida, ovulação). Difíceis de palpar. ☞ Ovidutos: Se avalia a espessura, forma, con- sistência, aderências e cistos para-ováricos. Só é palpável quando alterado, visto que naturalmente é fino e delicado. ☞ Cérvix: É avaliada a partir da palpação retal e vaginoscópio. Forma (Porção Vaginal): Roseta, Cilíndrico, Espe- lhada, Pendente (flácido). Abertura: 0 (fechado), 1 (palha), 2 (lápis), 3 (um dedo), 4 (dois dedos), 5 (três dedos). Só deve estar aberta durante cio ou parto! ☞ Mucosa: É avaliada a coloração, umidade e secreção. Cor: A (pálida, anêmica), B (rosa pálida), C (hiperêmica), D (vermelha), E (vermelha intensa). Umidade: 1 (seca, pegajosa), 2 (levemente úmida), 3 (umidade mediana), 4 (muito úmida), 5 (acúmulo de líquido). Identifica fase do ciclo estral ou afecções. Secreção: Mucosa, MucoPurulenta, MucoTurva, MucoSanguinolenta, Purulenta, Sangue, Urina. ➤ Exames Complementares: Bacteriológico: identifica presença e iden- tificação de germes por meio do antibiograma obtido de amostra da secreção cérvico-uterina. Citológico: avalia a presença de granuló- citos na secreção para diagnóstico de catarros genitais persistentes. Histopatológico: permite avaliação da in- tegridade histológica e diagnóstico de alterações não perceptíveis. Sorológico: é utilizado para pesquisa de an- ticorpos específicos. Ecografia: permite a avaliação precisa da função ovariana e uterina, o diagnóstico precoce de gestação, a viabilidade e sexagem do feto, e o diagnóstico imediato de transtornos reprodutivos. Dosagem hormonal: permite o diagnóstico de distúrbios endócrinos e possivelmente gestação. Endoscopia: utilizada em ovelhas para exa- me ginecológico e aplicação intra-uterina do sê- men congelado. Teste PSP: avalia a permeabilidade tubárica em caso de suspeita de obstrução. Aplica- se um corante nos cornos uterinos e avaliam a passagem para o peritônio através da coloração da urina. Tipagem e DNA: identificam paternidade e hereditariedade, respectivamente. ● Diagnóstico de Gestação: Biotécnica reprodutiva que permite determinar a existência da prenhez e a fase em que se encontra. É uma ferramenta estratégica no manejo geral das pro- priedades, importante na identificação de fêmeas vazias para correção e tomada de decisões sobre índices de produtividade. ➤ Fases Gestacionais: Se divide em: inicial, compreendendo a fecundação até o 13º dia; em- brionário, do 14º ao 45º dia; e fetal, do 46º ao parto. *gestação, puerpério, anormalidade ➤ Reconhecimento Materno: Secreção de in- terferon τ pelo blastocisto, um fator luteopro- tetor inibidor da secreção pulsátil da prostaglan- dina luteolítica PGF2α. É detectada entre os 16 a 24 dias da gestação. ➤ Métodos de Diagnóstico: Pode ser clínico, ultrassonográfico, hormonal, laparoscópico ou histopatológico. ☞ Clínico: Ausência de estro, engorda, aumen- to do úbere, colo uterino fechado, mucosas rosa- pálidas e secas. Características Uterinas: Aumento de tama- nho, assimetria, conteúdo flutuante, parede du- pla. Características Ovarianas: Presença de cor-po lúteo gravídico, sempre indicando o corno onde há fixação embrionária. ☞ Ultrassonografia: Observação da vesícula amniótica aos 18 dias; embrião aos 24; batimentos cardíacos aos 26; âmnio aos 30; membros aos 32; coluna vertebral aos 40; movimentos fetais aos 45. É realizado pelo reto, ultrassom transvaginal NÃO detecta prenhez. ☞ Dosagens Hormonais: Progesterona (80%), estrógenos e proteínas associadas a gestação. ☞ Laparoscópico: É realizado APENAS em ovi- nos com a utilização de um aparelho laparoscópico constituído de uma pêra. ☞ Histopatológico: É realizado APENAS em ovi- nos com a fixação de fragmento em formalina e observação de células cúbicas em ovelha gestante e células panas em não-gestante. ➤ Estágios da Prenhez: Se divide em embrio- nária recente, com ausência de sinais visíveis; pe- quena bolsa (31-60d), com leve assimetria e vesí- cula amniótica palpável; grande bolsa (61-90d), com grande assimetria a parede dupla; balão (91- 120d), com formato de “bola” e placentomas; descida (5º-6ºm), com útero em posição ventral e fora do alcance manual; e final (7º-9ºm), com pal- pação detalhada do feto, relaxamento da vulva e aumento do úbere. ● Determinação do Sexo Fetal: É feito a partir da avaliação do tubérculo genital por ultrassom, visto que esse é precursor do pênis e do clitóris. Idealmente feito no período de 55-75 dias pós fecundação; se menos, não houve migração e, se mais, a manipulação fetal é dificultada. ➤ Sexo Fetal: MACHO: tubérculo é posterior ao umbigo, e apresenta área prepucial e escroto. FÊ- MEA: tubérculos é abaixo da cauda, e apresenta glândulas mamárias. ➤ Organogênese: A genitália externa é forma- da a partir de dobras embrionárias expressas geneticamente a partir das terceira semana de desenvolvimento.
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