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CLÍNICA DE BOVINOS Introdução: · Bovinocultura se destaca no cenário mundial do agronegócio; · Amplo mercado de trabalho. Exame clínico geral: · Identificação do animal: · Pai/mãe; · Data de nascimento; · Sexo; · Raça; · Idade/faixa etária; · Prenha/vazia; · Histórico; · Situação em que se encontra; · Anamnese – identificação e anamnese bem feita consegue resolver boa parte do problema (50% do problema); · Quando começou os sintomas/problemas; · Já ficou doente antes; · Mais algum animal com o mesmo problema; · Alguma mudança antes do ocorrido – nutrição, manejo, pastagem; · Realização de algum tratamento, qual medicamento, qual via, dose, por quantos dias; · Manejo vacinal – armazenamento, validade, aplicação no local correto etc.; · Vermifugação; · Uma anamnese bem feita e principalmente bem respondida corresponde a 50% do diagnóstico; · Deve ser clara e calma; · Simples; · Objetiva; · Deixar o dono falar livremente; · Cuidado com as perguntas; · Exame físico geral: · Se inicia pela inspeção – permite observar o estado do animal e da possível evolução da doença em relação ao possível tratamento realizado; · Observar o animal junto ao restante do lote, parado e em movimento; · Observar o ambiente que o animal se encontra – planta tóxica próxima a pastagem por exemplo; · Presença de traumas, aumento de volume, feridas; · Posição e comportamento do animal – cifose (dor); · Escore corporal – pelos bonitos ou arrepiados; · Inspeção do animal fora do tronco; · Inspeção do contorno abdominal; · Mucosa; · Linfonodo; · Avaliação de hidratação; · FC; · FR; · Movimento rumenal; · Temperatura retal; · Exame físico específico; · Exame complementares – exame de imagem, bioquímico etc. (só quando necessário, para auxiliar ou fechar o diagnóstico); · Diagnóstico; · Tratamento; · Prognóstico – bom, reservado, ruim ou péssimo; · Quanto mais rápido diagnosticar e começar o tratamento, melhor será o prognóstico; · O exame clínico geral precisa ser sistemático, ter um hábito (examinar o animal da cabeça a cauda, ou seja, cranial-caudal); · Mucosa ocular; · Róseas; · Pálidas – caso de anemia; · Ictéricas – hemólise, problema hepático (leptospirose); · Congestas – endotoxemia (para um quadro de sepse); · Cianóticas – ausência de irrigação; · Avaliação oral; · Hidratação – tugor de pele; · Linfonodo; · Palpar linfonodos submandibular, pré-escapular, pré-crural e submamários; · Aumento de volume; · Consistência; · Mobilidade; · Dor; · Observar a localização de qual linfonodo está com problemas ou todos; · FR e FC; · Movimentos ruminais; · Mucosa vaginal; · Temperatura retal; · Alteração de movimento rumenal – tipo de dieta, tempo que o animal fica sem se alimentar (não está doente). A alteração pode ser por inúmeros fatores. Hipermotilidade, hipomotilidade ou ausência de motilidade (ligada a problemas); · Concentrado passa mais rápido pelo rúmen – não tem tamanho adequado para realizar ruminação; · Temperatura – ter senso (animal no sol quente, frio demais etc.). Fluidoterapia em Bovinos: Revisão: · Os líquidos do corpo dos animais estão distribuídos da seguinte forma: · Água corporal total = LIC + LEC; · Líquido intracelular (LIC): total de líquido no interior da célula – toda célula precisa ter líquido no seu interior; · Líquido extracelular (LEC): · Líquido no espaço entre as células – líquido intersticial; · Líquido no plasma sanguíneo; · Líquido transcelular – situado em cavidades especiais delimitadas por epitélio ou por mesotélio, engloba: · Fluido cérebro-espinhal – licor etc.; · Líquido sinovial – articulação; · Bile; · Líquido das vias digestivas e urinarias (pode chegar a representar de 10 a 15% do peso corpóreo); · Secreções respiratórias – produção de muco (proteção para o SRI) – animal desidratado não produz muco adequadamente; · Humor aquoso; · Líquido peritoneal e pericárdico; · O líquido é importante para toda e qualquer reação do organismo do animal; · Animais adultos – 60% do peso é água; · Animais jovens – 80% do peso é água. Esses animais tem uma exigência maior. Desidratação é mais intensa nos animais jovens e precisa ser corrigida de forma mais rápida; · Os íons constituem aproximadamente 95% dos solutos nos líquidos corporais; · O principal cátion do LEC é o sódio; · O cátion mais abundante no LIC é o potássio, seguido de magnésio; · Os principais ânions dos líquidos corporais são o cloreto, bicarbonato, fosfatos e proteínas polivalentes. Desequilíbrio hidroeletrolítico: · O desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico ocorrem frequentemente na rotina de clínica de bovinos; · Muitas enfermidades causam esse desequilíbrio como consequência; · O sucesso do tratamento depende de: · Escolha do fluido adequado; · Volume necessário; · Via de administração; · Velocidade de administração; · São pontos chaves. Equilíbrio hidroeletrolítico: · A situação fisiológica de equilíbrio dos fluidos e eletrólitos no organismo depende do: · Balanço externo, representado pela relação entre os mecanismos de ingestão/absorção e os de eliminação/secreção – animal bebe água e elimina através das fezes ou urina (não ter uma ingestão em excesso ou escasso); · Balanço interno, relacionado a distribuição entre os compartimentos fluidos corporais (intracelular e extracelular – plasma, fluido intersticial/ linfa e fluido transcelular). E como ocorrem os desequilíbrios: · Os desequilíbrios podem se estabelecer em qualquer uma das condições a seguir: · Redução da ingestão de líquidos – sem acesso a água (pouco cocho para muitos animais ou muito distante do pastejo) ou sem qualidade (afeta desenvolvimento do animal, crescimento, ganho de peso, ganho de leite etc. – água dura, pH alterado, presença de nitrato em excesso etc.); · Diminuição da absorção; · Aumento da eliminação/secreção; · Sequestro em cavidades ou na luz do tubo digestório – acidose ruminal por exemplo; · Fazer análise da água; · Causas de desequilíbrio eletrolítico: · Disfagia; · Obstrução esofágica – por frutas por exemplo; · Diarreia; · Poliúria; · Peritonite difusa; · Pleurite difusa; · Obstrução pilórica; · Obstruções intestinais de forma geral; · Acidose láctica ruminal; · Choque endotoxêmico e septicêmico; · Etc. Exemplo: · Desidratação reduz a produção de leite em até 30% quando há restrição hídrica por 48h – diminuição da ingestão de água reduz drasticamente a produção de leite; · Hipocloremia; · Hipocalemia; · 87,5% do leite é água – sem água, sem leite; · Acidose rumenal aguda: · Ocorre elevação da osmolaridade do rúmen, consequentemente atrai líquido para o local e leva a desidratação. Importante lembrar: · A fluidoterapia é um tratamento de suporte – não resolve toda causa do problema, mas ajuda a corrigir a consequência da causa; · A doença inicial que provoca desequilíbrio de fluidos, eletrólitos e do equilíbrio ácido base deve ser diagnosticada e tratada adequadamente – tratar a causa, descobrir os motivos que levaram a desidratação; · O objetivo da terapia hídrica e eletrolítica é corrigir a desidratação ou hidratação excessiva e/ou desequilíbrio eletrolítico. Avaliação do grau de desidratação: · Depende da análise de informações precisas obtidas mediante a anamnese, o exame físico e, quando possível, a realização de provas laboratoriais – depende da clínica do animal (VG de animal desidratado estará aumentado, porém ter senso quando o animal estiver com alguma doença como tristeza parasitária) – sempre fazer uma boa clínica do animal; · Os sinais clínicos relacionados a desidratação são: · Aumento da FC; · Aumento do TPC; · Perda de Elasticidade Cutânea (cuidado em animais jovens ou velhos); · Ressecamento das mufla e mucosa; · Enoftalmia; · Diminuição da temperatura nas extremidades – sinal de desidratação gravíssima (normalmente animal já está deitado em decúbito lateral). · A porcentagem calculada no exame para desidratação tem que ser reposta. Escolhendo o tipo de fluído: · O tipo de solução a ser usada depende da história clínica, sinais apresentados e exames laboratoriais; · As soluções comumente utilizadas na reposiçãohídrica pertencem a duas classes, as soluções cristaloides e as coloides; · Considerando a osmolaridade ou tonicidade das substâncias que podem ser classificadas como hipotônica, isotônica ou hipertônica. Tipo de fluído: Cristaloides: · Consistem em uma solução à base de água com moléculas às quais a membrana capilar é permeável, capazes de entrar em todos os compartimentos corpóreos; · NaCl 0,9%, Ringer com Lactado e Glicose 5%. Ringer com Lactato: · Apresenta composição mais próxima do plasma; · Solução empregada na maioria dos pacientes como fonte inicial e emergencial de reposição hidroeletrolítica até que as análises laboratoriais possam direcionar melhor a fluidoterapia; · Mais utilizada nas perdas de fluidos e eletrólitos acompanhadas de acidose metabólica – enfermidades que causam acidose metabólica entrar com ringer (se estiver em falta o ringer, pode entrar com o soro fisiológico). Cloreto de Sódio 0,9%: · Deve ser empregada quando houver hipercalemia (excesso de potássio – não usar ringer, pois tem potássio. O excesso de potássio é muito prejudicial ao animal), hiponatremia, hipocloremia e alcalose metabólica; · As situações clínicas mais comuns quem requerem o uso de NaCl 0,9% são as desidratações após exercício físico extenuante; · Acontece muito em equinos – perde muito sódio e cloro, levando a uma alcalose metabólica (exercício em excesso) normalmente; · Em caso de acidose metabólica, se utiliza o NaCl 0,9% em bovinos – mais comum; · “Enduro Equestre”; · Indigestão vagal em bovinos – o abomaso produz HCL (o H+ modula o pH sanguíneo – agente acidificante de pH) e por falta de ingesta, não chega o HCL no intestino não ocorrendo a absorção do mesmo devido a ingesta ocasionando a alcalose metabólica. Glicose 5%: · Utilizada basicamente naqueles casos onde o animal se encontra em um quadro de Hipoglicemia – hipoglicemia é uma consequência (geralmente acomete neonato – pode ter hipotermia associada, falta de ingestão de colostro, ambiente desafiador), precisando repor. Bicarbonato de sódio: · São mais utilizados para correção da acidose metabólica grave com pH inferior a 7,2 ou com déficit de base superior a 10 mEq/l (que é o ideal e precisaria de uma hemogasometria); · Cuidado ao utilizar, pois pode colocar o animal em alcalose metabólica piorando a situação; · A solução ideal, seria a de NaHCO3 1,3%, porém não há comercialização, precisando diluir; · Conta simples: · Ampola de 10ml a 8,4% = 15 ampolas e meia em 845ml de água destilada esterilizada para gerar 1l da solução isotônica desejada; · Usar em diarreia gravíssima em bezerros jovens – ter cuidado; · Calculando a dose: · Déficit de HCO3 – (mEq) = DB* (mEq/l) x PV (kg) x 0,3; · 1L da solução NaHCO3 1,3% é capaz de: · Corrigir em 5mEq/l o BD de um bezerro com 50kg PV; · Corrigir em 3mEq/L o BD para cada 100kg de PV de bovinos. Hemogasometria: · Bezerros com diarreia ou vacas com acidose lática rumenal e com desidratação moderada a severa aproximadamente 10-15mEq/l de DB (geralmente é esse déficit base); · Corrigir a causa base da diarreia e acidose; · Bezerro de 50kg; · Déficit de 15mEq/l; · Déficit = 15 x 50 x 0,3 = 225mEq; · 1 grama de bicarbonato de sódio (NaHCO3 de 1,3%) = 12mEq de HCO3, 1 litro então tem 13g, ou seja, 156mEq/l; · Precisa repor: 225/156 = 1,44l de solução 1,3%; · Muito mais difícil tratar alcalose do que acidose, pois acidose repõe com bicarbonato e na alcalose não há nada que retire o bicarbonato, sendo dependente do rim para eliminar. Via de administração: · Infusões intravenosas prolongadas são raramente realizadas nos ruminantes em virtude de vigilância contínua e das complicações com a manutenção da integridade das conexões do sistema de infusão (cateteres, equipo, tubos extensores e fracos) – em bezerros é menos complicado; · Via intravenosa: · Orelha; · Jugular; · Mamaria; · Em bezerro, quando o animal está em alerta (não tão prostrado etc.) pode ser por via oral, agora quando o animal está em decúbito lateral, prostrado fazer via parenteral; · Esses fatores de limitação técnica servem como um grande estimulo para o incremento do interesse sobre a hidratação por via oral. Solução oral para bovinos adultos: · A seguinte solução tem sido empregada com resultado satisfatório para adultos: · 160g de NaCL; · 20g de KCL; · 10G de CaCl2; · 300ml de propilenoglicol; · Diluição em 20l de água (há rúmen que cabe 120l de água – 20l é rapidamente absorvida); · Pode ser por via sonda; · Obs.; fazer animal comer no pós parto (consumo de matéria seca). Solução oral para bezerros: · Para bezerros com diarreia etc.: · 2,5g NaCl; · 1,5g de KCL; · 5g de NaHCO3; · 28g de dextrose; · Diluição em 1l de água. Reposição de fluídos: · 3 passos: · 1º: peso x % de desidratação; · 2º: taxa de manutenção: · 50ml/kg/dia – adultos; · 80l/kg/dia – neonatos e jovens; · 3º: perdas continuadas; · Animal de 500kg, desidratação 10% e sem perdas continuadas: · 1º: 500 x 10% = 50l; · 2º: 50ml x 500kg = 25l; · 3º: não há; · Precisa-se repor 75l de fluídos – alterna com fluido oral; · Melhorando a clínica do animal (tirando do estado grave), ele volta a se alimentar e ingerir água, se reequilibrando. · Animal desidratado; · Gravidade da desidratação: severa – 12%; · 6-7% leve; · 8-10% moderada; · 10-12% grave; · Reposição: 50 x 12% = 6l; · Repor o grau de desidratação – o que foi perdido; · Desidratação grave – repor em 2h ou 4h os 6l; · Taxa de reposição – 6l em 2l/h; · 20ml/kg/h = 1l/h; · Analisar a resposta do animal ao tratamento; · Fluido – usado como suporte; · Não usar penicilina em sepse – melhor para gram positiva; · Usar Cef + Gentamicina (bactéria gram negativa); · Reposição rapidamente leva a uma manutenção com uma taxa de administração diminuída; · Manutenção: 80ml x 50 = 4000ml, ou seja, 4l; · O que ingere normalmente em 24h; · Perdas continuadas: 0,5l/hora = 12l; · CUIDADOOO; · Total: 22l durante 24h (1 dia). Coloides: · As soluções coloides são substâncias de alto peso molecular, que ao serem administradas intravenosa, aumentam a pressão coloidosmótica intravascular e com isso, estimulam a passagem de um fluído do espaço intra para o extracelular; · Sangue, Plasma, Albumina, Dextran 70 etc. Sistema digestório: Introdução: · As afecções no SD em ruminantes, é responsável por causar um grande impacto econômico; · Envolvido diretamente a nutrição animal – desequilíbrio nutricional, dieta desregulada; · Sistema de maior acometimento de enfermidades nesses animais – primeiro veio o digestório, depois locomotor (mais comum em animais de leite); · Problema digestório pode causar problema no SN, no sistema locomotor; · A nutrição é a base de toda a produção animal e a maioria das enfermidades digestivas, são causadas por ela. Manejo: · Excesso de nutrientes; · Qualidade ou quantidade inadequada – excesso de concentrado ou falta de fibra. Anatomia do SD: · Boca; · Esôfago; · Rúmen – faz a fermentação; · Reticulo; · Omaso; · Abomaso – estômago verdade; · ID; · IG; · Reto; · Ânus; · Glândulas salivares – presença de bicarbonato na saliva, auxiliando na acidez do rúmen; · Fígado; · Pâncreas – regulação das enzimas digestivas, pancreáticas e também da insulina e glucagon; · Os bezerros possuem uma desproporção no desenvolvimento dos pré-estômagos. Precisam mais do abomaso para digerir o leite. Desenvolvimento dos pré-estômagos: · Volumoso + concentrado; · Interesse por alimentos a partir de 2-3 semanas de vida dos bezerros – atrás de volumoso, concentrado (ainda não está conseguindo digerir, mas); · Estímulo mecânico para desenvolvimento rumenal – desenvolvimento de papila rumenal; · Goteira esofágica. Funções dos reservatórios gástricos e capacidade volumétrica: Desenvolvimento dos pré estômagos: · Rúmen: fermentação microbiana e maceração; · Retículo: separação dos alimentos (faz fermentação também); · Há um orifício entre os dois denominada de Orifício Retículo-Omasal – define se o alimento vai para o omaso ou volta para ruminação? dúvida; · Omaso: absorção de água, minerais e maceração de alimentos; · Abomaso:digestão química, das proteínas (a fonte de proteína vem da ureia e da microbiota ruminal, pois nem todo animal consome ureia na dieta)... (estômago verdadeiro – tem presença de pepsina, ácido clorídrico; · Em bovinos pode chegar a armazenar 120 a 130l. Sequência de exame clínico: · Identificação – número/nome do animal, histórico etc.; · Anamnese: · Problemas anteriores; · Escore corporal; · Medicamento – qual via, resposta ao tratamento etc.; · Saber do rebanho – se algum outro animal apresentou os mesmos sintomas ou se não está com aparência legal; · Observar o rebanho; · Ambiente: tipo de criação, regime extensivo ou intensivo, ambiente limpo ou não etc.; · Alimentação: mudanças alimentares, qual foi a alteração (em quantidade ou qualidade), tempo que ocorreu a mudança, acesso acidental a comida, sal mineral, frequência de alimentação, fezes etc.; Exame físico geral: · Problema é agudo ou crônico; · 0-24h = superagudo; · 24-96h = problema agudo; · 4 a 14 dias = subagudo; · Acima de 14 dias = crônico; · A disfunção digestiva é primária ou secundária a outra enfermidade não relacionada ao SD; · O problema é brando, moderado ou grave; · Ao final do exame, precisa saber dessas 3 considerações; · Olha com o animal de costa para a pessoa – observar se há alguma distensão ou não (a partir disso pode-se dizer se há uma doença ou não); · Distensão dorsal esquerda – pode pensar em timpanismo; · Comportamento do animal: · Posição quadrupedal; · Parado e em movimento – ver se há claudicação; · Algia abdominal – dorso arqueado, andar vagaroso, pescoço distendido, inquietação e repetidos movimentos de deitar e levantar (bezerros), anorexia (animal não vai no cocho) e hiporexia (nem sempre por distúrbios digestórios), animal não está ruminando; · Análise do líquido rumenal – suspeita de problemas no SD; · Auxílio no diagnóstico de enfermidade ligadas ao aparelho digestivo dos ruminantes; · Análise do pH; · Microbiota é altamente sensível as alterações externas e internas as quais são submetidos os animais – a microbiota é sensível a mudança de dieta, de pH; · Coleta: por sondagem (normalmente); · Acondicionamento: o ideal é fazer a coleta e logo analisar; · Preservar as condições de temperatura e anaerobiose na garrafa térmica (utiliza somente para isso); · Em temperatura ambiente pode durar até 9h – porém terá alteração microbiológica (protozoários, bactérias etc.) etc. – precisa ser num ambiente térmico e sem oxigênio (ambiente propicio para a microbiota). Refrigerado a 4 a 5º C por 24h faz com que tenha também alteração. Deve-se atentar para prováveis alterações ocorridas nesse intervalo (perda da atividade dos microrganismos, mudanças de pH). Aspectos físicos do líquido rumenal: · Cor: · Pastagem: verde oliva e verde acastanhado; · Grãos ou silagem: marrom amarelado; · Milho: castanho amarelado; · Coloração anormal: · Acinzentado: bezerros com refluxo abomasal (leite no rúmen – cheiro podre); · Amarelado a acinzentado: Acidose rumenal (alteração de cor e odor – cheiro muito forte, podre) – mais comum de se ver; · Preto esverdeado (líquido escuro): Putrefação de ingesta; · Odor: · Aromático, ou seja, não repulsivo (cheiro aceitável); · Sem odor: inatividade microbiana (sem cheiro, ou seja, algum problema); · Ácido: Acidose rumenal, refluxo abomasal; · Pútrido: decomposição alimentar; · Consistência: · Levemente viscoso: presença de partículas de nutrientes sobrenadantes e microrganismos em quantidade adequada; · Muito viscosa: contaminação com saliva (deve ser feita uma nova coleta) ou timpanismo espumoso (aspecto de espuma); · Pouco viscosa: inatividade microbiana ou jejum prolongado; · Tempo de sedimentação e flotação; · A prova de sedimentação e flotação consiste em deixar em repouso uma amostra do conteúdo do líquido ruminal e medir o tempo em que aparecem os eventos de sedimentação e flotação; · Estratificação – líquido em repouso (deixa entre 4 e 8 min – suficiente para ocorre a separação), medir o tempo da estratificação (caso não tenha a separação, há algo errado – acidose ruminal ou indigestão vagal); · Tempo normal de 4 a 8 min. Acima disso, pode estar relacionado a ausência de flotação na acidose ou na indigestão vagal; · Características químicas: · pH: a regulação do pH dos pré-estômagos é de vital importância para a sobrevivência dos ruminantes; · Variações fisiológicas: 5,5 a 7 (periódicas; ingestão de alimentos; · Vacas que comem mais volumoso tem um pH mais elevado; · Vacas que consomem mais concentrado tem um pH mais baixo – o concentrado faz ter um excesso de fermentação, que por consequência tem maior produção de ácido levando a diluição do pH, tendo menor produção de saliva, pois o animal rumina menos (dentro da normalidade); · Bactérias (digestão) = aumento na concentração de ácidos graxos: diminuição do pH; · Quando o pH fica abaixo de 5,5, começa a ter lesão. Além da mortalidade acentuada de bactérias, tem lesão na mucosa ruminal; · Avaliação de pH: fitinha de pH (não tem um valor fidedigno, mas já nos dá uma noção); · Com o passar do tempo e antes que ocorra ingestão de alimentos, novamente, o pH aumenta gradativamente – teoricamente, o animal sempre precisa ter alimento no cocho; · 12 a 24h após a última alimentação, esses valores podem chegar a 7 ou mais (alteração de pH evidente – menor taxa de digestão bacteriana, pois não tem alimento tendo menor formação de ácido); · pH anormal: · Aumentado (>7 – acima): jejum prolongado (falta de alimento etc.), ingestão de ureia (em excesso – intoxicação) e/ou outras fontes nitrogenadas (alcalose); · Diminuído (< 5,5 – abaixo): ingestão excessiva de carboidratos (acidose) e refluxo abomasal (obstrução intestinal, lesão vagal); · Avaliação do pH – coleta via sonda (contaminação por saliva, via oral – pode reduzir de 0.5 a 1): · Fitas indicadoras de pH; · pHmetro; · Reduzir a unidade do pH; · Potencial de redox – prova de redução do azul de metileno e determinação da concentração de cloreto (exame complementar); · Quanto maior a quantidade de bactérias, maior a taxa de redução, mais rápido irá desaparecer a cor azul do líquido; · 20ml de líquido rumenal + 1ml de azul de metileno (0,03%) – 8 min no máximo; · Coletou, já faz logo após (não esperar – terá morte de bactérias etc. alterando o resultado); · Animais alimentados com grãos e capim com microbiota ativa: redução em menos de 3 minutos – atividade microbiana certa; · Animal que se alimenta apenas com capim: redução de 3 a 5 min; · Animal que só ingere grãos: redução em 1 min; · O tempo de 8 min ou mais para que ocorra a descoloração parcial ou total é indicativo de alterações como dietas de difícil digestão, anorexia prolongada e acidose metabólica; · Espera-se no máximo 15min, se não houver nenhuma alteração é sinal de inatividade microbiana; · Parâmetros biológicos: bactérias e protozoários · Avaliação da densidade e da atividade dos protozoários; · Colocar uma gota de LR fresco em uma lâmina de microscopia; · Colocar uma gota de LR fresco em uma lâmina de microscopia; · População de protozoários ciliados e flagelados de tamanhos e formas diferentes - microrganismos mais sensíveis a alterações abruptas de alimentação = alteração no pH (ficou um pouco mais ácido, o primeiro microrganismo a morrer é o protozoário); · Todos os protozoários morrem em um pH abaixo de 5 (grandes, médios e pequenos); · O primeiro protozoário a morrer são os maiores, por ter uma maior exigência (em alguma mudança); · Desaparecimento dos protozoários grandes: processo brando; · Desaparecimento dos protozoários grandes e médios: processo moderado; · Desaparecimento dos protozoários, grandes, médios e pequenos: processo grave (não há mais protozoários –já há bastante alteração no rúmen); · A função dos protozoários no rúmen: função de digestão de fibra dentro do rúmen, digestão de carboidrato (carboidratos não estruturais, fibrosos – digestão de amido) e digerem bactérias (bactérias ativas, não ativas e mortas); · Coloração de Gram (menos utilizado na rotina): · Faz o esfregaço com o líquido rumenal e cora;· Bactérias degradadoras de celulose (Gram +) = pH alto; · Bactérias degradadoras de amido e açúcares (Gram -) = pH baixo. Timpanismo: · Acúmulo de gás no rúmen; · Também conhecido como Meteorismo Ruminal; · Caracteriza-se pela incapacidade do animal em expulsar gases produzidos através dos mecanismos fisiológicos normais. Epidemiologia: · Pode acometer todos os ruminantes; · Animais que estão em confinamento ou que estejam submetidos a dieta rica em grãos ou em dieta rica em leguminosas são mais propensos a desenvolver; · Timpanismo está associado a manejo dietético, a manejo nutricional – balanceamento de dieta; · Controle de pH no rúmen – saliva – então o animal precisa ruminar para salivar (poder de ação tamponante) em grande quantidade; · Dentre eles, ainda há a divisão em: · Timpanismo Gasoso; · Timpanismo Espumoso. Timpanismo gasoso: Etiologia: · Primário: · Relacionado principalmente a dieta do animal; · Dieta rica em grãos, excesso de concentrado e baixa quantidade de fibra na dieta – dieta desbalanceada; · Secundário: · Relacionada a uma dificuldade física ou funcional que interfere na eructação como Obstrução esofágica (extra ou intraluminal – animal que tem acesso a pomar) ou Disfunção esofágica e cárdia ou Indigestão vagal ou Lesão no nervo vago; · Quando o animal está em decúbito lateral, o cárdia fecha – tem produção de gás no rúmen, animal não eructa e começa entrar em timpanismo; · Papilomas, necropsias e abscessos; · Obstrução esofágica – palpação (na porção final é ineficaz), sondagem do animal (sonda não progride); · Disfunção motora (síndrome vagal e hipocalcemia – cálcio é responsável principalmente por motilidade, contração ruminal). Timpanismo espumoso: Etiologia: · Resultado da produção elevada de uma espuma estável que retém os gases da fermentação no rúmen; · Aumento na viscosidade ou tensão superficial do líquido rumenal; · É o desequilíbrio entre a produção e eliminação de gás, resultando na formação excessiva de espuma; · Dieta em ricas em grãos; · Ingestão de leguminosas sem realizar adaptação adequada; · Alfafa; · Trevo. Timpanismo rumenal Saudável: · Câmera de fermentação: · Produção de gás – várias bolhas de gás; · As bolhas de gás se desprendem do líquido e ocorre a coalescência, ou seja, se unem e formam uma bolsa de gás; · O gás do rúmen fica na porção dorsal; · Depois que formou a bolsa de gás, o animal eructa; · Esse processo acontece continuamente em animais saudáveis. Timpanismo rumenal – problema: Espumoso (primário): Etiopatogenia: · Ingestão de pastagem de trevo por exemplo, sem adaptação e em grande quantidade, terá a formação de bolhas de gás dispersas; · Essas bolhas ficam retidas nos líquidos (não coalescem) levando a formação de espuma; · Quando muda a tensão superficial devido a alimentação não adaptada, faz com que as bolhas de ar fiquem retidas (presas ao líquido) e dispersas – não formando a bolsa de gás. Gasoso: Etiopatogenia: · Eructação ausente ou parcial leva ao acúmulo de gás livre (acima do alimento) formando a bolsa de gás; · A partir disso tem a dilatação de rúmen e retículo. Conforme essa dilatação vai aumentando, vai se distendendo, vai ocasionando a compressão do diafragma e grandes vasos (leva a dificuldade para respirar – dispneia) que por consequência desenvolve dificuldade respiratória e circulatória; · A porção dorsal esquerda do animal estará distendida – animal pode estar com o pescoço esticado devido à dificuldade respiratória (compreensão do diafragma) – excesso de distensão leva a atonia; · Animal terá morte por asfixia; · Em caso de emergência, passar a sonda (animal em decúbito external) para eliminar o gás para o animal voltar a respirar. Quando retira o gás, o animal volta a respirar e vai pesquisar as causas. Espumoso (primário): · Terá as bolhas de espuma no líquido que ocasiona uma distensão ruminal, em que a distensão será como um todo no rúmen; · A partir disso, os receptores de baixo limiar, em que o rúmen estará distendido como um todo e os receptores faz com que aumente a contratilidade ruminal (hipermotilidade – o animal entende que o rúmen está distendido como um todo e precisa liberar passagem) – mistura da espuma e liberar as bolhas presas ao alimento/líquido (tenta liberar); · Isso não resolvendo, o rúmen se distende mais um pouco levando a uma maior gravidade, que por consequência ativa os receptores de alto limiar, os quais realizam/levam a Atonia (inibem motilidade) – rúmen fica parado (entende que não precisa contrair mais, pois não irá resolver). Patogenia: · Mudança na dieta ou obstrução: · Acúmulo de gás e Acúmulo de espuma; · Distensão ruminal; · Compreensão diafragmática; · Sinais respiratórios e circulatórios; · Insuficiência respiratória. Sinais clínicos: · O principal sinal clínico é a distensão abdominal, lado esquerdo mais proeminente; · Movimentos rumenais aumentados no início e quando há distensão extrema estão diminuídos ou ausentes; · Animal deprimido, apático, dificuldade em respirar (varia de acordo com a severidade do quadro – animal fica incomodado – abre os membros da frente etc.); · Distensão por líquido ou gás. Diagnóstico: · Anamnese (histórico do animal – mudança da dieta etc.) + sinais clínicos + exame físico; · Exame físico: · Auscultação; · Percussão no timpanismo gasoso: som timpânico; · Percussão no timpanismo espumoso: som sub maciço (presença de líquido); · Diferenciação entre espuma e gás; · Sondagem – descartar obstrução e visualizar conteúdo (método de diagnóstico). Terá a saída de gás ou de espuma pela sonda; · Espuma não alivia a tensão após a passagem da sonda ou punção com agulha – as bolhas de gás estão presas ao líquido; · Análise do líquido rumenal como um todo. Tratamento: · Variável de acordo com o grau de severidade da doença; · Anti-inflamatório – flumexin ou meloxicam; · 1º passo: avaliar a urgência e retirar imediatamente o alimento causador; · Casos podem ser extremamente urgentes; · Retirada o mais rápido possível do gás – excesso de gás comprime; · Cuidado com trocarter, agulha e cateter – tratamento temporário em momento de urgência (não age na causa, só no sintoma); · 2º passo: sondagem + fluidoterapia (em animais desidratados): · Casos brandos: óleo mineral, surfactantes sintéticos, antiespumantes, silicone ou metilcelulose; · Utilização de “Drenchs” comerciais (propilenoglicol) – geralmente se dilui de 15 a 20l (depende do caso); · Transfaunação – não é fácil de fazer. É a retirada do líquido ruminal de um animal saudável (com dietas semelhantes ao do animal com problema) e transfere para o outro animal (deixar bem armazenado esse líquido); · Casos graves: · Rumenotomia – abre o rúmen, faz a fixação do rúmen, retira todo conteúdo e caso possível, já pode realizar a transfaunação ou Drenchs etc. antes de fechar o rúmen para evitar de sondar o animal após o procedimento. Profilaxia: · Dieta balanceada – formulada corretamente; · Adaptação há nova dieta – 21 dias para a adaptação correta; · Evitar pastos com apenas leguminosas potenciais causadores. Reticuloperitonite/pericardite: Reticuloperitonite Traumática: · Relativamente comum devido ao comportamento pouco seletivo de bovinos – apreende o alimento com a língua e não tem uma seleção; · Podem facilmente ingerir corpos estranhos metálicos – prego, grampo de cerca etc.; · Dependendo do alimento que o animal ingere (varredura de fábrica – pode vir junto farinha de carne óssea) pode vir farinha de carne óssea, que é proibida a ingestão para ruminantes; · Aspecto anatômico: · Corpo estranho para no retículo – tem o coração logo a frente, onde pode ser acometido causando a pericardite; · Bovinos são mais acometidos; · É necessário a presença de corpos estranhos na pastagem ou no cocho com a alimentação – ingere o corpo estranho de algum lugar; · Não necessariamente um animal que ingeriu um corpo estranho desenvolvera reitulopericardite; · O corpo estranho pode ficar por longos períodos. Etiologia: · A principal causa é a ingestão de corpo estranho metálico perfurante; · Principaiscorpos estranhos: pregos, arames, grampos, agulhas, pedaço de pau etc.; · Em frente ao retículo (cranial a ele) tem o coração – pela movimentação, o corpo estranho pode perfurar e lesionar coração, extravasamento de conteúdo (leva a uma peritonite); · Geralmente, ruminantes, principalmente os bovinos, tem capacidade de conter infecção relacionada a peritônio; · Mais comum de se ter peritonite localizada do que difusa em bovino; · O omento e o próprio sistema do animal tem capacidade de isolar essa infecção local – de forma local; · Cavalo – geralmente peritonite difusa. Patogenia: · Ingestão acidental de corpos estranhos – má higienização do local (culpa do ser humano); · Vai para o saco ventral do rúmen e depois retículo; · Conforme vai tendo contrações ruminorreticulares (fisiológico), o corpo estranho alcança a mucosa reticular e ocasiona a perfuração do retículo levando ao quadro de peritonite localizada; · Perfuração do retículo – onde o corpo estranho pode caminhar: · Fígado está localizado no dorsomedialmente ao retículo; · Diafragma e coração estão cranialmente ao retículo – geralmente quando se tem perfuração reticular ao coração, a primeira porção do coração afetada é a perfuração do saco pericárdico (na ausculta do coração terá alteração, ou seja, abafamento de som – exame físico). Após isso, o animal entra em pericardite séptica ocasionando Insuficiência Cardíaca Congestiva; · Perfuração – o que o corpo estranho perfurante pode ocasionar no animal: · Esôfago: lesão no nervo vago IDV (uma das principais causas da indigestão vagal – mais acometido); · Cranial: pericardite (mais acometido); · Medial: fígado; · Lateral: baço; · Dorsal: pulmão. Sinais Clínicos: · Os sinais clínicos iniciais são inespecíficos – pode se tornar uma coisa mais crônica; · Febre (devido a peritonite – mas nem sempre tem quando a peritonite está localizada), anorexia, perda de peso progressiva, hipomotilidade ruminal; · Dor e relutância para se movimentarem, cifose, abdução dos membros – animal fica em posição mais elevada para aliviar a tensão, o contato com o corpo estranho; · Sinais de ICC: · Edema ventral (sinal de problema cardíaco), pulso jugular positivo (muito distendida) – edema de barbela gigante; · Dispneia – dificuldade para respirar; · Fase crônica: · Produção e apetite anormais; · Escore baixo; · Poucas fezes – partículas; · Teste de sensibilidade positiva ou negativa – condição aguda já passou (formação de abscesso, localizada); · Timpanismo crônico – falta de alimentação correta, animal não rumina; · Atonia rumenal; · Peritonite difusa: · Toxemia – muita bactéria e toxina no peritônio sendo absorvida; · Hipomotilidade e depressão; · Hipertermia e taquicardia – 100 a 120 bpm; · Posição antiálgica; · Fase final: decúbito e depressão – vai a óbito. Diagnóstico: · Exame físico específico do SD: · Prova do bastão – coloca o bastão abaixo do retículo (entre o 5º e 7º espaço intercostal) e levanta e ao mesmo tempo uma pessoa com auscultando a traqueia para ver se o animal geme de dor; · Prova do plano inclinado (teste da rampa) – animal tem resistência a descer; · Pinçamento do dorso – da cernelha, o animal terá dor (com o esteto traqueia); · Ausculta cardíaca: som “máquina de lava, no caso, sensação de estar batendo líquido, ou seja, tem líquido no saco pericárdico” – abafamento do som cardíaco (não auscultar em 15s, mas sim 1min e com atenção); · Sinais clínicos; · Detector de metais – pode ter o corpo estranho metálico, porém não necessariamente será reticuloperitonite (auxilia no fechamento de diagnóstico – exame complementar); · Teste de sensibilidade – martelo de borracha (animal precisa estar com dor aguda ou precisa fazer um pouco mais de força); · Hemograma: · Leucocitose por neutrofilia, alta de fibrinogênio – inespecífico; · Ultrassonografia: · Avalia espaço reticular, entre o reticulo e coração (caso encontre um abscesso, fecha o diagnóstico – não deve ter fibrina naquele local); · Visualiza a presença de fibrina, de líquido, de debris inflamatório, de abscesso, de pus; · Presença de fibrina no pericárdio – fibrina e líquido; · Radiografia – em grandes animais, em campo, no posicionamento, fica difícil; · Pericardiocentese: · Precisa ser guiado por ultrassom, sem o ultrassom, é um grande risco, pois está lidando com o coração e não é prático de se fazer; · Serve para diferenciar de pericardite traumática e outras; · Rumenotomia – encontra o corpo estranho metálico no retículo, caso ainda esteja lá; · Necropsia. Tratamento: · O tratamento clínico não possui um bom sucesso – pois é um corpo estranho metálico (normalmente) e precisa retira-lo, porém tem outras lesões causadas como perfuração e tudo mais; · Clínico: antibioticoterapia de amplo espectro (se já chegou ao coração, perfurou o saco pericárdico, será que o antibiótico irá conseguir conter) – pode ser feito ceftiofur (4mg/kg) com gentamicina (6.6mg/kg) associado ou não a metronidazol; · Tratamento cirúrgico + clínico: · Rumenotomia – retirada do corpo estranho; · Toracotomia – abertura do tórax (estar num local especializado para isso, como num hospital e não em campo) para remover os debris celulares, fazer lavagem, drenar abscessos presentes, mas se tiver problema cardíaco não consegue resolver; · Para isso, esclarecer para o proprietário como funciona etc. Prognóstico: · Animais que já estão com sinais de ICC tem prognóstico ruim; · Mesmo com retirada do corpo estranho, dificilmente há recuperação quando já tem lesão cardíaca; · Deve-se sempre avaliar a condição do animal para definir o tratamento – dependendo da condição do animal, o indicado é eutanásia. Profilaxia: · Eliminar fontes de objetos pontiagudos no ambiente em que o animal se encontra e nos alimentos fornecidos – limpeza geral do ambiente, cuidado com a varredura de rações de fabricas; · Colocação de um Imã rumenal – pode ser que com o tempo perca sua função pela quantidade (não se torna viável a longo prazo). Indigestão Vagal: · Chamada também de síndrome de Hoflund, é caracterizada por um comprometimento (lesão, compressão ou inflamação) total ou parcial do nervo vago; · O nervo vago é responsável por manter toda motilidade do TGI principalmente; · Também está relacionado aos pré-estômagos – pensa em rúmen; · Nervo vago é responsável pela motricidade e se divide em dois ramos (dorsal e ventral), onde: · Dorsal: inerva no rúmen; · Ventral: regiões cranial e medial de retículo, omaso e abomaso – forma mais afetada pela reticuloperitonite traumática (devido ao local que se encontra – onde tem perfuração pelo corpo estranho e desenvolve a indigestão vagal). Epidemiologia: · Relacionada diretamente a causas; · Geralmente o ramo ventral do nervo vago é mais acometido; · Vacas leiteiras ao final da gestação são mais afetadas – rúmen comprimido pelo bezerro e se tiver corpo estranho, perfura; · Animais com histórico de reticuloperitonite traumática ou deslocamento de abomaso a direita; · Minivacas: causas genéticas (alterações no seu crescimento/desenvolvimento – tem má formação no nervo) ou condrodistróficas. Etiologia: · Reituculoperitonite traumática (RPT); · Abscessos reticulares; · Deslocamento do abomaso a direita ou vólvulo abomasal; · Linfossarcoma – aumento do linfonodo naquela região (do mediastino), comprime o nervo vago levando a alteração; · Traumas ou lacerações em esôfago, cárdia; · Outros; · Idiopáticas – relacionado a minivacas. Patogenia: · A lesão do nervo vago pode levar a sintomatologias diferentes dependente do local afetado; · 1 – Orifício retículomasal (estenose funcional anterior, deficiência no transporte omasal): · Pode ter lesão no nervo vagal que ocorre falha na passagem da ingesta no orifício retículo omasal – não se abre ou abre pouco para passagem do alimento (perde contratilidade – não passa a ingesta e começa a acumular a ingesta no rúmen); · Não terá passagem – abomaso vazio, quase não chega alimento em omaso, animal terá menos alimento chegando ao intestino e terá menos fezes e rúmen começa a distender, animal para de comer e se o mecanismode eructação não funcionar corretamente, o animal irá desenvolver timpanismo; · 2 – Piloro (estenose funcional posterior, estenose pilórica); · Ocorre por falha na passagem de ingesta pelo piloro (no abomaso); · Irá acumular ingesta no abomaso devido a falha da passagem do piloro. Estenose funcional anterior (EFA): · Atonia reticulorrumenal: timpanismo crônico (sem movimentação reiculorumenal); · Motilidade rumenal normal ou aumentada no local que não foi afetado: mais comum (essa motilidade é para tentar expulsar aquele alimento do rúmen, porém não passa para o retículo por estar parado); · Rúmen cheio, omaso a abomaso vazios; · Geralmente associado a RPT, aderências reticulares e abscessos naquele local; · A falha está no retículo omasal – o rúmen continua tendo motilidade, mas não tem passagem de alimento e o rúmen tenta compensar isso, tendo o aumento de motilidade rumenal; · Isso é uma consequência das causas. Estenose funcional posterior (EFP): · Estenose permanente do piloro com atonia ou não do retículo e rúmen; · Estenose funcional incompleta do piloro – recidivante; · Diminuição do transporte de ingesta pelo piloro ocorrendo impactação abomasal – compactação do abomaso; · Deslocamento de íons cloro para o rúmen – alcalose (refluxo) – terá menos cloro chegando no intestino delgado; · Hipocloremia (não há absorção no intestino); · Hipocalemia sistêmica (diminuição da alimentação e eliminação renal de potássio tentando reverter a alcalose – alimento não chega no ID para ser absorvido em delgado e IG); · Causas: · Vólvulo abomasal, deslocamento a direta e úlceras abomasais. Sinais clínicos: · Distensão abdominal tipo maçã-pera; · EFA: hipermotilidade rumenal, inapetência, perda da estratificação rumenal, timpanismo leve ou moderado, fezes escassas – não está passando alimento (coloração verde-escura à enegrecida), temperatura e FC normais (alguns animais apresentam bradicardia – diminuição da FC); · EFP: inapetência, movimentos ruminais normais ou diminuídos, acúmulo de ingesta no abomaso (pelo ultrassom) - distensão, fezes escassas (pastosas e com muco), desidratação, alcalose, hipocloremia e hipocalemia. Diagnóstico: · Histórico e sinais clínicos; · Laboratorial: · Dosagem de cloretos – 30mEq/L (EFP); · Prova de atropina: 30mg/SC e após 15min deve ter o aumento da FC para comprovar que a bradicardia era vagotônica – algumas horas depois a bradicardia volta (em causas não vagotônicas, não terá o aumento da FC); · Palpação retal e ultrassom do abomaso (EFP); · Laparotomia e Rumenotomia – para constatar outras causas; · EFA: orifício retículo omasal encontra-se relaxado, omaso e abomaso vazios; · EFP: abomaso distendido pelo acúmulo da ingesta; · Necropsia – abomaso e rúmen distendido, rúmen sem estratificação; · Diferencial: Obstrução intestinal, peritonite difusa, RPT (contornos abdominais diferentes), Ascite e Hidropsia. Tratamento: · Prognóstico desfavorável; · Evidenciar e tratar a causa; · Antibioticoterapia – de amplo espectro, pensando na reticuloperitonite; · Fluidoterapia parenteral; · Anti-inflamatórios; · Rumenotomia para remoção do conteúdo; · Rumenotomia permanente (timpanismo crônico – para minivacas); · Transfaunação – quando necessário; · Tratamento não responsivo. Profilaxia: · Evitar as possíveis causas, principalmente a RPT: · Manejo adequado, limpeza do ambiente que o animal se encontra; · Imã ruminal. Afecções podais em bovinos: · Muito problema de casco na propriedade, não adianta tratar somente os acometidos – pesquisar mais. Introdução: · Principais causa de dor e desconforto para bovinos; · Acomete principalmente bovino leiteiro – maior incidência; · Confinamento com dieta desbalanceada – problemas de cascos, porém passagem rápida; · Perdas econômicas; · Queda de produção, custo de tratamento leite descartado (tratamento sistêmico com antibióticos – não oferecer aos bezerros, pois pode causar resistência, atrapalha na flora intestinal etc.), emagrecimento progressivo, problemas reprodutivos (maior dificuldade para emprenhar), maior intervalo entre partos; · Atrofia – problema crônico; · Animal permanece maior parte do tempo deitado, probabilidade de desenvolver mastite é maior (animal sai da ordenha com dor, não disputa cocho e deita com esfíncter aberto) – animal defeca deitado, urina deitado, maior sujidade no rúmen; · Manejos. Anatomia: · Membro anterior – peso maior no digito medial; · Membro posterior – peso maior no digital lateral. Fatores de risco para as doenças podais: · “Melhoramento genético” – atualmente, tem se melhorado muito a saúde do animal (antes só se preocupava com produção/produtividade e esquecia de se perguntar se o animal teria suporte para tanta produtividade); · Aumento de produtividade; · Aumenta o nº de animais confinados; · Questões ambientais: · Maior umidade; · Chão abrasivo; · Concentração de matéria orgânica; · Instalações inadequadas; · Questão nutricional: · Alto teor de carboidratos não estruturais (grande quantidade de grãos) – ingere muito concentrado e está de forma desbalanceada; · Redução da ruminação, consequentemente redução na salivação (sistema de tamponamento) que pode desencadear uma acidose rumenal (um dos grandes fatores predisponentes para desenvolver laminite em bovinos); · Microelementos – cobre e zinco (déficit na dieta) – casco rachado, frágil; · Aminoácidos – fundamentais na síntese de queratina – idem; · Fatores individuais: · Competição entre vacas e novilhas – novilha acaba comendo menos, podendo desenvolver uma doença carencial nutricional podendo acometer os cascos; · Excesso de grãos nessa alimentação – acidose ruminal subclínica – maior chance de desenvolver laminite; · Período pós parto; · Não se deve casquear animal recém parida, pois o animal estará imunossuprimido (evitar estresse), balanço energético negativo (não terá crescimento adequado de casco); · Superlotações – excesso de animais em determinado local, onde terá excesso de acúmulo de fezes e urinas naquele local tendo um local mais úmido e sujo com maior probabilidade de desenvolver problemas nos cascos. Semiologia: · Ideal: casqueamento preventivo – não fazer em vacas pré e pós parto; · 1ª etapa: exame dos cascos de todas as vacas mancando; · 2ª etapa: exame dos cascos de animais que não estão mancand0 (5 a 10%); · 3ª etapa: análise das condições ambientais; · 4ª etapa: análise da alimentação; · Examina local, animais e dieta – ver como é a formulação, como está na prática, qual a qualidade da ração, como está sendo fornecida, qual a quantidade ofertada aos animais; · Diagnóstico de situação – avaliação da propriedade como um todo; · Escore de locomoção – 0 a 4: · Escore 0: postura normal com linha de dorso retilínea em estação e locomoção, passos firmes com distribuição correta do peso e apoios; · Escore de locomoção 1: postura normal em estação e ligeiramente arqueada (bem discreto) em locomoção e apoios normais; · Escore de locomoção 2: postura arqueada em estação (muito discreta) e locomoção (um pouquinho mais evidente), ligeira alteração dos passos – não é algo tão gritante ainda; · Escore de locomoção 3: arqueamento do corpo em estação e locomoção, assimetria evidente do apoio poupando membros – é claro o membro que está doendo e em estação também tira o apoio do membro afetado · Escore de locomoção 4: incapacidade de apoio ou de sustentação do peso do (s) membro (s) lesado (s), relutância ou recusa para locomover-se – fratura óssea, artrite séptica, doença neurológica como paralisia de radial (animal fica em decúbito lateral em local duro por muito tempo e quando levanta fica arrastando a pinça, não apoiando) ou até neoplasia óssea (menos comum); · Lavagem/limpeza do casco e palpação indireta (opcional – ver se tem dor) – observar se há lesões no casco. Principais enfermidades: Dermatite digital: · Uma das mais importantes enfermidades em cascos bovinos; · Alta incidência em rebanhos leiteiros – distribuição mundial; · Rápida disseminação no rebanho – se um tem, outros também tem; · Dificuldade no tratamento; · Descarteprecoce de animais; · Prejuízo econômico. Fatores de risco: · Introdução de animais infectados no rebanho; · Superlotações – excesso de fezes e urina ocasionando sujidade e umidade; · Falta de higiene do ambiente como um todo; · Material de casqueamento contaminado · Estresse e estado imunológico. Sinais clínicos: · Claudicação variável; · Queda na produção de leite; · Animal passa maior tempo deitado; · Maior acometimento em membros pélvicos. Dermatite digital Ulcerativa ou Erosiva: · Infecção da pele digital – face plantar (mais comum no membro pélvico) ou comissura entre os bulbos dos talões (epiderme); · Lesões planas circulares (1 a 4cm), circunscritas por um bordo epitelial esbranquiçado e fundo avermelhado e com pontos claros (papilas córneas) – muitas vezes está cheio de tecido necrosado (enquanto tiver tecido necrosado, a ferida não fecha). Dermatite digital Proliferativa: · Infecção da pele digital – face plantar ou comissura entre os bulbos dos talões (epiderme); · Característica papilomatosa ou verrucosa, pode não haver claudicação; · Acometimento de uma área maior. Etiologia: · Diversos agentes etiológicos; · Fusobacterium spp (principal envolvido na dermatite digital), Peptocnaoccus asaccharolyticus, Peptococcus saccharolyticus, Peptostreptococcus anaerobes, Clostridium e Treponema spp e Borrelia sp; · Bacteroides fragilis (idem), Fusobacterium nucleatum e F. mortiferum; · A sujidade e a umidade favorecem esses microrganismos, pois terá maior proliferação deles no ambiente e pele mais frágil para entrada desses agentes. Diagnóstico: · Histórico (claudicação + animais com mesmos sinais, alterações) + sinais clínicos; · Aparência e local da lesão; · Investigação do rebanho: · Surtos; · Ausência ou diminuição do produto no pedilúvio. Tratamento: · Casos graves – faz o intervalo de botinhas de 3 a 5 dias (depende da viabilidade da botinha também) da 1ª botinha para 2ª e assim por diante – depende do ambiente pode conseguir ficar até 7 dias, mas é relativo. O intuito é a ferida cicatrizar logo para evitar o estresse do animal; · AINES – pode usar maxicam, pois o animal está com dor (animal come menos, produz menos, animal fica mais tempo deitado – maior probabilidade de mastite); · Não se deve usar corticoide; · 1º passo: inspeção da lesão, limpeza do casco e avaliação da gravidade; · 2º passo: · Higienização da ferida – água e sabão ou bicarbonato de sódio junto (para limpeza da ferida, ajuda a alcalizar; anestesia de Bier (já deixa todo o material pronto para quando fazer o acesso local, já faz com mais agilidade – o garroto ajuda na anestesia e na hemorragia que pode acontecer devido a profundidade da lesão); · Desbridamento de todo tecido necrosado – caso não tire todo esse tecido necrosado, a ferida não cicatriza; · Revitalização do tecido; · Anestesia local – faz quando a lesão está muito profunda; · 3º passo: · Tópico ou sistêmico; · Uso tópico – ferida não tão intensa, mais brando, só o antibiótico tópico resolve. Cloridrato de Oxitetraciclina pó (progressão lenta – terramicina em pó, esse é melhor) ou Spray de Oxitetraciclina (terracotril) + Hidrocortisona; · Limpeza com água oxigenada – bom para tirar aquele ambiente anaeróbico (faz só no início para não retardar a cicatrização); · A limpeza pode ser feita com Clorexidina aquoso; · Aplicar diretamente sobre a ferida a Oxitetraciclina; · Proteger com bandagem “botina” e/ou impermeabilizantes; · Faze inicial da doença ou em quadros leves; · Uso parenteral + curativo local – em casos mais graves: · Oxitetraciclina de longa ação – 20mg/kg/IM/48h/3 aplicações; · Período de carência 8 dias após a última aplicação – descarte do leite; · Ceftoifur – 2mg/kg-SID-5 dias – período de carência zero – não precisa de descarte do leite; · Para casos graves; · Desbridamento da ferida + tratamento tópico + tratamento parenteral. Dermatite interdigital: · Inflamação superficial da epiderme interdigital; · Comissura da região interdigital, tanto na face dorsal quanto palmar ou plantar; · Pode ser superficial e ter leve erosão entre os talões podendo se estender até a parte anterior do espaço interdigital. Etiologia: · Dichelobacter nodosus; Fusobacterium necrophorus; · Espiroquetas iguais as da dermatite digital. Fatores predisponentes: · Alta umidade; · Presença de matéria orgânica (fezes e urina). Sinais clínicos: · Claudicação – na fase inicial é bem discreta; · Dermatite exsudativa, com a evolução o animal exibe desconforto ao se deslocar – tem infecção bacteriana; · Casos mais avançados podem haver infecção bacteriana secundária – erosões, rachaduras ou fissuras (a lesão se aprofunda na região interdigital, podendo levar a artrite séptica interfalangeana); · Exsudado com odor fétido; · Sensível a palpação – dor; · Erosões e rachaduras – acometimento da articulação interfalangeana distal; · Áreas de necrose: pele, tecido subcutâneo, bainhas tendíneas, cápsulas articulares e tendões (leva infecção em toda essa região). Tratamento: · Casqueamento e remoção de tecido necrosado; · Tratamento tópico: sulfato de cobre (cuidado – poder caustico sobre o tecido saudável), cloridrato de oxitetraciclina, pedilúvio com sulfato de cobre 3-5% (fase inicial – resolve sem curativo – bem no começo mesmo). Flegmão interdigital: · É uma infecção necrótica aguda (normalmente) ou subaguda que acomete a pele do espaço interdigital; · Causa uma intensa claudicação – infecção que começa a penetrar nos tecidos adjacentes como articulação interfalangiana causando muita dor; · Queda brusca na produção; · Evolução rápida. Etiologia: · Fusobacterium necrophorum (bactéria gram negativa e anaeróbica), produtora de exotoxina hemolítica causadora de necrose; · Bacteroides melaninogenicus e Dichelobacter nodosus; · Evolução das outras doenças passadas, é o flegmão; · Aprofunda, aumenta a gravidade – age em articulação, falange, tendão; · Visualização de uma pata edemaciada (edema – inflamação levando a claudicação); · Inchaço e alargamento interdigital, seguida de uma fissura na pele interdigital e necrose do tecido subjacente, causando bastante dor e claudicação – se agrava rápido; · Caso demore a tratar, terá a perda do animal em relação a longevidade do animal; · Amputação de um digito – queda de produção, chances de desenvolver problemas secundários (mastite – animal fica mais tempo deitado) etc. (melhor descarte). Fatores predisponentes: · Condições higiênicas inadequadas, excesso de umidade, deficiência de zinco; · Pode ocorrer de forma isolada ou em surtos; · Maior índice em épocas de chuvas; · Presença de objetos perfurantes ou cortantes, excesso de pedras e galhos nos pastos e currais (cuidado com o sombreamento – folha de coqueiro é péssimo, pois machuca quando pisa no talo da folha); · Qualquer lesão na região interdigital, pode levar ao flegmão. Sinais clínicos: · Caráter agudo – evolução rápida; · Claudicação intensa dos animais; · Relutância ao movimentar-se; · Primeira 12h: dor, eritema, calor, tumefação local, podendo causar edema de pele (afastamento das unhas); · Logo isso, o edema pode atingir a região de bulbos e região coronária e avançar pela quartela – o digito do animal fica todo edemaciado; · 24 a 36h após: atinge tecidos mais profundos como tecido subcutâneo da região do boleto e articulação desenvolvendo artrite tenossinovite e bursite do sesamoide por exemplo – acometer tendões também como os tendões flexores superficial e profundo. Acometendo esses lugares mais profundos, o animal começa a ter dor grave; · Elevação do membro acometido (intensificação da dor) – impotência funcional (animal não apoia o membro); · Hipertermia – 39º a 40º C; · 48h após: fissuras, ulcerações, necrose (bastante) ou fenda longitudinal com eliminação de exsudato purulento de odor fétido; · Acometimento da articulação interfalangiana distal, leva a artrite séptica levando a claudicação grau 4 (amputação de digito quando a resposta ao tratamento é baixa) – animal tende a ser descartado quando a evolução agrava muito e leva a amputação por consequência. Tratamento: · Antibióticosistêmico e fazer também o local – Ceftiofur (ideal – amplo espectro e sem período de carência), Oxitetraciclinas, Tilosina (pensar no descarte do leite devido ao período de carência) · AINEs – Maxicam por 4 dias (animal tem edema, dor – precisa aliviar para evitar doenças secundárias); · Local: · Remoção do tecido necrosado – animal precisa estar anestesia de Bir (local) e garroteado por 1h30 em média (para a anestesia e para hemorragia – evitar estancar sangue); · Bandagem com aplicação tópica de oxitetraciclina – sulfato de cobre (máximo usar na 1ª vez); · Pode-se fazer botinha; · Perfusão regional de antibioticoterapia – terminou o desbridamento, pode fazer o antibiótico para ter ação naquele local de forma momentânea (gentamicina por exemplo – já age na hora) naquele local e manter o garrote por 15 a 20min a mais – faz o curativo, botinha e depois tira o garrote (funciona muito bem em casos mais graves conseguindo controlar a infecção); · Uma etapa depende da outra. Erosão de talão: · Destruição da epiderme bulbar (corneificada) na região dos talões, causando sulcos ou fissuras verticais na região dos dígitos; · Cascos achinelados – faz um apoio maior no talão (sobrecarregado nessa região) podendo levar a erosão do talão (devido ao apoio do animal); · Comum em vacas leiteiras (acima de 5 anos), mantidas confinadas em condições higiênicas inapropriadas (excesso de umidade, acúmulo de matéria orgânica). Etiologia: · Dichelobacter nodosus e bactérias secundárias como Fusobacterium necrophorum; · Presença de necrose; · Associado a dermatite interdigital. Fatores predisponentes: · Presença de acúmulo de fezes; · Animal mais tempo em pé devido a superlotação ou a vaca está no cio (mais alerta, se movimenta mais, tenta montar em outra vaca etc.); · Laminite subclínica. Sinais clínicos: · Lesões extensas e profundas que levam a destruição dos talões; · Apoio defeituoso; · Claudicação; · Acomete mais a face axial dos talões dos dígitos laterais dos membros pélvicos. Tratamento: · Remoção do tecido córneo comprometido do talão (casqueamento); · Sulfato de cobre; · Lesões erosivas no talão associadas com dermatite digital ou interdigital – realizar o tratamento para as duas doenças (antibiótico local); · Cloridrato de oxitetraciclina em pó e bandagem; · Oxitetraciclina (local) + Ceftiofur (sistêmico) + AINEs. Doença da linha branca: · Linha branca: composta por tecido córneo, de consistência mole, delimita a sola da parede do casco; · Sofre forte desgaste natural e absorve o primeiro impacto durante a locomoção; · Local mais comum de lesão: parede abaxial na altura da junção da sola com talão. Etiologia: · Degeneração da união fibrosa: · Penetração de matéria orgânica; · Corpos estranhos; · Excesso de umidade; · Deformação dos cascos (laminite subclínica); · Pequenas fissuras ou espaço gerado pode ocasionar a doença; · Acomete mais os dígitos laterais dos membros posteriores/pélvicos; · Leva a claudicação – pode ser variável (grau 1 por exemplo); · Ocasiona queda na produção. Sinais clínicos: · Assintomáticos ou com discreta claudicação; · Visualização de linhas escuras na região da linha branca (acúmulo de material contaminado) – visualiza no momento de casquear; · Aprofunda para retirar todo o material escuro; · Grande área necrosada associada com abscesso levando a claudicação grave; · Acometimento da linha branca e presença de hematoma; · Supuração do abscesso na borda coronária – o conteúdo é mais líquido e acinzentado com odor fétido e remoção do tecido necrosado e botinha logo após (fazer AINE); · Material purulento pode acumular-se na sola: · Migrar em direção ao talão; · Migrar em direção a coroa do casco; · Sinal clínico mais evidente e a elevação do membro acometido – dor intensa a palpação. Tratamento: · Casqueamento; · Drenagem e higienização; · Utilização de tacos (no casco saudável para tirar o apoio do casco afetado) e bandagens; · Casos mais graves utilização de antibióticos e AINE; · Remover o animal de ambientes úmidos; · Manter se possível em baias ou piquetes; · Pedilúvio; · Evitar pisos abrasivos e com presença de pedras. Úlcera de sola: · Lesão específica de sola bastante comum em vacas leiteiras pesadas, mantidas em regime de confinamento em piso de concreto úmido e alimentadas com altos níveis de concentrado e proteína; · Consequência da laminite; · Solas planas – não tem distribuição correta do peso (sobrecarga em determinadas regiões dos cascos); · Completo defeito ou quebra na espessura da epiderme que expõe o córion; · Pode ocorrer em qualquer dígito, mas é mais comum nos membros pélvicos, nas unhas laterais; · Talão e sola – localizado nessas duas regiões; · Bovinos a pasto – úlcera pode estar localizada próximo a pinça – relacionada a presença de pedras, cascalhos etc. Formas de apresentação: · Lesão encontrada durante o casqueamento: lesão hemorrágica; · Recobertas de tecido córneo (hemorragia de sola); · Sola ulcerada com tecido de granulação; · Sola ulcerada com comprometimento de estruturas como: tendões, Bursa navicular e articulação interfalangeana distal (úlcera de sola não tratada e prognóstico ruim). Sinais clínicos: · Úlceras crônicas (aprofundou e atingiu o tecido) causam claudicação grave; · Elevação do membro acometido; · Relutância em se movimentar; · Permanecem deitados; · Aumento de volume do dígito acometido – como um todo; · Dor a palpação e manipulação. Tratamento: · Higienização e limpeza da área acometida; · Anestesia local com lidocaína 2% sem vaso constritor; · Debridamento dos tecidos desvitalizados – retirar todo tecido necrótico; · Remoção do excesso de tecido de granulação; · Curativo com Oxitetraciclina em pós e sulfato de cobre (só uma vez) e bandagem; · Colocação de taco no dígito saudável: · Casco já limpo e casqueado; · Visualizar a ferida; · Colocação da resina; · Colocação do tamanco – pode ser encontrado depois no pasto enfim, e nisso, avalia o casco para ver se é necessário colocar novamente (não passar de 30 dias com o taco - avaliar); · Faz o curativo na úlcera de sola – faz a botinha e impermeabiliza (pode ser com piche preto); · Caso realize bem o tratamento, com 30 dias a ferida já está praticamente cicatrizada e pode retirar o taco. 2
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