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GESTÃO DE PRODUÇÃO E
OPERAÇÕES
AULA 6
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Paulo Friesen
CONVERSA INICIAL
O termo Produção 4.0 remete exatamente à chamada quarta revolução, ambos são o mesmo
acontecimento, isso porque à medida que as coisas vão evoluindo com o surgimento de novos recursos
tecnológicos, surgem também diferentes metodologias de gestão e um novo formato de comunicação.
Mas aqui cabe uma reflexão sobre a palavra evolução: Evoluir não significa exatamente “melhorar”. Já havia
pensado nisso?
Vamos lá, no âmbito hospitalar é comum os médicos utilizarem essa palavrinha, mas nem sempre ela é
usada para informar uma melhora, as vezes o que ocorre é que “o paciente evoluiu a óbito”, em outras palavras,
significa que o paciente infelizmente faleceu. Nessa perspectiva deve estar claro que uma doença também
evolui e essa evolução pode ser para pior.
Cautela! A ideia aqui não é recriminar a evolução tecnológica ou recursos inovadores, pelo contrário,
trataremos da importância e significância de diferentes tecnologias ao longo de nossa aula. O alerta é para que
tenhamos maturidade de reconhecer que nem sempre a evolução está relacionada a algo completamente
positivo e muitas vezes um passo à frente, pode sim, ser ao abismo. Esclareceremos isso mais a frente com uma
reflexão sobre a pizzaria que evoluiu tanto em tecnologias, que faliu.
CONTEXTUALIZANDO
Entre os personagens mais marcantes na história do setor produtivo como Henry Ford com o Fordismo,
Frederick Taylor com o Taylorismo e Kiichiro Toyoda com o Toyotismo, vamos partir da evolução mais notória
que ocorre no Japão após a segunda guerra mundial, em que efetivamente nasce a filosofia Lean Manufacturing,
que até hoje desperta o interesse de gestores industriais que anseiam sua efetiva implementação com olhos nos
tantos benefícios.
Já falamos sobre uma das primeiras “automatizações” da história da produção, o tear automatizado do Sr.
Toyoda, então fundador da Toyota. Esse fato permitiu um ganho de produtividade de pelo menos 10 vezes mais
aos teares da época e nem era uma tecnologia eletrônica, mas sim, um Poka-Yoke (dispositivos a prova de erros)
desenvolvido pelo Sr. Toyoda.
Nesta aula, falaremos sobre recursos tecnológicos que mudaram completamente a forma de
gerenciamento da produção e operações, assim como, exigiram preparo e desenvolvimento dos gestores que
atuam nos setores produtivos, isso porque a forma de se comunicar mudou, a forma de registrar mudou, a
forma de controle mudou, assim como, a demanda de pessoas mudou e segue mudando a cada dia.
TEMA 1 – TECNOLOGIAS CAE, CAM, FMS E CIM
A globalização das coisas com o avanço dos recursos de comunicação tornou a concorrência muito mais
acirrada, isso porque um concorrente hoje não precisa mais estar ao seu lado “muro com muro” para que
efetivamente ocorra a concorrência, assim como, o desejo do consumidor final hoje é parâmetro fundamental
para o planejamento estratégico da indústria e qualquer outra organização que pretenda um “lugar ao sol” no
mundo da concorrência livre.
São estes os fatores que levaram os setores de manufatura a desenvolver recursos que permitissem maior
autonomia, velocidade e capacidade aos processos manufatureiros em busca de competitividade em um
mercado tão exigente como é o nosso atualmente.  
Assim, surgem os recursos CIM (Computer Integrated Manufacturing) ou “Manufatura Integrada por
Computador” e FMS (Flexible Manufacturing System), “Sistema Flexível de Manufatura”. Por meio dessa
integração é que surge a necessidade de elementos do sistema como o CAE (Computer Aided Engineering) ou
“Engenharia Assistida por Computador”, que serve na análise e verificação de engenharia, assim como, o CAM
(Computer Aided Manufacturing), a “Manufatura Assistida por Computador”.
O CIM (Manufatura Integrada por Computador) é a integração de diferentes atividades realizadas por uma
organização com relação direta à produção usando de tecnologias da informação, como uma base de dados.
Assim, é possível que diferentes setores de uma organização possam se comunicar entre si com um objetivo de
maior assertividade relacionada à produção. Essa integração pode acontecer em formatos distintos de acordo
com a necessidade de cada organização, por exemplo:
Integrar apenas as atividades de engenharia e de produção;
Integrar todas as atividades relacionadas à manufatura;
Integrar os sistemas de informação da empresa com os dos clientes e fornecedores.
De acordo com a necessidade, planejamento e estratégia de cada organização, um modelo de integração
passa a ser mais interessante e fazer sentido para que o processo ocorra dentro do que é almejado pela gestão.
O fato é que o sistema CIM tem a proposta de integração em que a informação ocorre em tempo real no
âmbito da manufatura, colocando todos os interessados na mesma página em tempo real, proporcionando
maior assertividade numa operação de produção.
As vantagens do CIM, além do que já foi falado, afetam positivamente os seguintes pontos:
Nível de produtividade: A eliminação da necessidade de informações repetidas resulta numa
comunicação assertiva que proporciona um melhor controle e gestão dos diferentes recursos atingido
melhorias de até 70%.
Flexibilidade operacional: A integração de informações proporciona agilidade de resposta a eventos
externos como variações do mercado, assim como as variações internas como avarias e defeitos de
qualidade.
Controle de qualidade: A integração dos sistemas diminui a duplicação de informações, tornando o
processo mais assertivo com um aumento de 2 a 5 vezes do nível de qualidade.
Diminuição de Lead Time: A integração de diferentes departamentos ligados à produção permite a
redução de 15 a 30% no tempo de produção.
Otimização de processos: A otimização da gestão permite que a redução de até 60% de materiais em
circulação no ambiente fabril, desonerando a manufatura em diferentes aspectos.
No caso do FMS (Sistema Flexível de Manufatura), consiste basicamente em um conjunto de estações de
trabalho integradas por um sistema de transporte e manuseio de materiais controlados pelo CIM (Manufatura
Integrada por Computador). Perceba que ambos se somam na busca de maiores níveis de eficiência de
produtividade. Basicamente se tem três pilares para o seu bom funcionamento:
Células: Como setores e/ou estações de trabalho cada um realiza determinada função como montagem,
inspeção, controle e reparo.
Manuseio e armazenamento: Entre as células e/ou setores é necessário o transporte e manuseio de
materiais, que ocorrem muitas vezes de forma automatizada por esteiras e armazéns automáticos.
Controle computadorizado: Sistema que permita a informação, comunicação e controle (CIM).
Em linhas gerais, a utilização do FMS vai depender de um mínimo de volume de demanda a ser processado,
variações inerentes ao tipo de produto e/ou negócio, assim como um número mínimo de maquinários e
infraestrutura que permita a proposta de flexibilidade.
Toda essa integração proposta pelo CIM e FMS vai demandando elementos que somam com ações
especificas nas diferentes atividades integradas, por exemplo o CAE (Engenharia auxiliada por computador), que
faz o uso de software para simulação de desempenho, o que permite o melhoramento significativo na solução
de problemas ligados à engenharia. Outro elemento que soma neste sentido é o CAM (Manufatura Assistida por
computador) ou seja, um auxílio computacional na preparação da manufatura, que representa as diferentes
tecnologias utilizadas no chão de fábrica como a automação via auxílio de computadores na preparação da
manufatura, representando as tecnologias usadas no chão de fábrica, como CNC (Comando Numérico
Computadorizado) e CLP (Controle Lógico Programável), como também a tomada de decisão no plano
operacional.
TEMA 2 – MANUFATURA ADITIVA NA GESTÃO DA PRODUÇÃO
A manufatura aditiva é mais um método de manufatura, que especificamente permite a produção a partir
de um modelo digital semque se faça necessário moldes físicos. Nesse momento você pode estar pensando
que isso não passa de uma impressão 3D, entretanto, a manufatura aditiva refere-se à manufatura de
componentes de maior complexidade e mais duráveis no âmbito industrial, enquanto a impressão 3D de forma
limitada e num ambiente mais doméstico atende a uma proposta mais simples.
Nesse contexto, a manufatura aditiva exige muito mais que uma pequena impressora 3D, é necessário um
posto de trabalho alinhado com o setor de manufatura da organização com a função de criar, desenhar e
programar novos produtos em cadeia, para isso é necessário um software de modelagem 3D para uma
aplicação de desenho assistido por computador, um equipamento para a manufatura aditiva como uma
impressora 3D e a capacidade de abastecimento de matéria prima para a produção em série, esse processo
passa por pelo menos cinco etapas:
Criação de um modelo 3D: Utilizando o software de desenho CAD é necessário a criação digital do que
se deseja produzir.
Conversão de arquivo: Uma vez digitalizado o que se deseja produzir, é necessário converter o arquivo
para um formato que diferencie as camadas em que o produto é dividido.
Impressora 3D: O arquivo é transferido para o equipamento de impressão 3D que fica encarregado de
reproduzir o produto.
Impressão em série: Camada por camada o equipamento de impressão imprime em série o objeto
digitalizado.
Manuseio e armazenagem: Após um período de esfriamento do produto impresso, ele é retirado já em
condições de uso, pronto para a posterior expedição final.
As organizações que fazem uso da manufatura aditiva em seus processos de produção vêm aumentando a
cada dia, de acordo com a evolução que proporciona cada vez um tempo menor no clico produtivo, a técnica
garante a redução de custos relacionados às operações, assim como proporciona mais eficiência na logística de
produção com uma melhora significativa na qualidade do produto. Essa possibilidade de criar e construir um
produto personalizado de forma digital torna esse modelo de produção atrativo para organizações, afinal, a
manufatura por adição funciona tanto para a produção em série quanto para a manufatura de objetos mais
personalizados. O desafio maior é o tempo de produção por unidade que ainda se apresenta longo o que não
se aplica a maioria dos tipos de produtos manufaturados, entretanto, indústrias da área da saúde e aeroespacial
já fazem uso da manufatura aditiva de forma mais ampla, exatamente pela particularidade dos setores que pede
um maior nível de qualidade e valor agregado aos seus produtos.
A manufatura aditiva apresenta um bom nível de eficácia para as indústrias e ambientes fabris, as diferentes
tendências da manufatura por adição que existem atualmente apresentam potencial para de fato revolucionar
os processos de manufatura. Nesse processo de evolução tecnológica, os processos intralogísticos são
especialmente beneficiados exatamente pela redução de processos produtivos centralizando a produção em um
equipamento e drástica redução no estoque de matéria prima, uma vez que os diferentes componentes são
eliminados focando na administração de matéria prima específica para cada tipo de camada, sem falar na
possibilidade de personalização sem a existência de um setor dedicado para isso.
Sua implementação é relativamente simples, dependendo apenas de um computador, um software de
desenho e um equipamento de manufatura aditiva. Com isso, as organizações já podem incorporar linhas de
produção de baixa complexidade dentro de seus processos de manufatura.
TEMA 3 – INTERNET DAS COISAS (IOT) NA GESTÃO DA PRODUÇÃO
A IOT (Internet of Things), ou “internet das coisas” é a revolução tecnológica que propõe a conexão de
nossos objetos do dia a dia à internet, mas não só objetos tradicionais como celular, computador e TV. A Ideia
da IOT é conectar à internet objetos menos tradicionais como as lâmpadas na nossa casa, os semáforos da
cidade, a nossa geladeira, entre outros objetos que equipados com sensores e atuadores possam ter autonomia
para funcionar sozinhos sem a necessidade de um comando humano.
Imagine que legal se sua geladeira fizesse as compras necessárias sozinha, não é mesmo? Ou então se a
lâmpada de nossa casa ou o ar-condicionado preparassem o ambiente para nossa chegada de acordo com o
contexto e nossas preferências previamente programadas. Já pensou que legal?
Isso já acontece em muitas casas e empresas e a cada dia mais a IOT vem se tornando mais popular. É essa
a ideia da internet das coisas, agilizar e facilitar a nossa vida proporcionando cada vez mais automatização aos
recursos que necessitamos em todas as áreas que vivemos, seja no âmbito pessoal e/ou profissional.
Percebemos que ao conectar “coisas” à internet, temos a possibilidade de visualizar seu funcionamento,
assim como, criar um banco de dados acerca deste funcionamento, como quanto tempo ficou ligado, quanto
consumiu de energia, em quais os horários são mais utilizados etc. O fato é que esse banco de dados é o que
passa a ser um dos recursos mais valiosos se remetermos a IOT para a gestão da produção.
A título de exemplo podemos citar que a IBM e a SHEFLER estão desenvolvendo turbinas eólicas que
possuem o conceito de IOT empregado, nesse caso, as fabricantes possuem uma fonte de informação
extremamente valiosa, isso porque a partir desse mapeamento pode-se fazer o planejamento das manutenções
que serão necessárias nas turbinas, e o que antes era uma manutenção corretiva, com o levantamento do banco
de dados passará a ser uma manutenção preditiva gerando valor agregado ao produto e minimizando os
desperdícios ocorridos em períodos de manutenção com o equipamento.
Esse caso da turbina pode ser empregado, e será em breve, em vários outros tipos de produtos. Agora
dando mais um passo atrás, a internet das coisas aplicada em um ambiente fabril é capaz de oferecer diferentes
ganhos que vão muito além de apenas automatizar o funcionamento da lâmpada que ilumina a fábrica.
Se imaginarmos um sistema integrado que permite a relação de sistemas computadorizados sem a
necessidade do acionamento humano, iremos perceber que em uma linha de montagem com a utilização de
robôs, por exemplo, não falta muito tempo para que uma fábrica tenha seu processo de produção quase que
integralmente automatizado, uma vez que já existem armazéns autoportantes automatizados, como vimos s no
exemplo da rede de lojas Havan. Isso pode perfeitamente ser associado à linha de produção que esteja alinhada
com um acionamento tecnológico e permita um bom nível de produtividade com a eliminação de recursos
humanos para atividades operacionais e repetitivas, como é na maioria dos processos de manufatura.
Sem contar que essa conexão da infraestrutura fabril, assim como no caso da turbina eólica, irá permitir
ações preventivas a diferentes componentes ao longo do processo de manufatura, permitindo uma gestão mais
centralizada e com menores esforços acerca do levantamento de informação estratégica que ofereça uma
oportunidade de melhoramento da performance produtiva se antecipando a problemas hora mapeados, em um
passado não muito distante dessa mesma operação.
O fato é que apesar de existir a IOT, ainda não estamos muito avançados no setor produtivo, exatamente
pelo tipo de conexão disponível no Brasil. A conexão 4G ainda não apresenta eficiência de comunicação
necessária para a necessidade deste universo manufatureiro.
Mas vale ressaltar que uma capacidade de conexão 5G, que vem se estabelecendo pouco a pouco,
apresentando uma eficiência superior a 100 (cem) vezes mais que a atual 4G em se tratando de velocidade de
comunicação, a realidade irá mudar e certamente teremos processo agrícolas (tratores, colheitadeiras e
caminhões) operando sozinhos pela aplicação da IOT, assim como linhas de produção em galpões
completamente conectados e geridos por um “clique”, à medida que nossa capacidade de conexão vai
melhorando.
TEMA 4 – INTELIGÊNCIAARTIFICIAL NA GESTÃO DA PRODUÇÃO
Da mesma forma que a internet das coisas, a IA (Artificial Iintelligence), traduzindo significa “Inteligência
Artificial”, apresenta benefícios similares, exatamente pela possibilidade de automatização. Entretanto, no caso
da IA não estamos falando necessariamente de um dispositivo conectado, mas sim, um dispositivo que “imita” o
comportamento humano a ponto de substituir em grande medida a necessidade de recursos humanos em
diferentes processos.
Para se ter uma ideia na prática da utilização da IA no sentido de repetição de ações humanas, podemos
citar o exemplo da pesquisa realizada na Universidade da Califórnia, que indica pombos como auxiliares
eficientes na identificação de tumores. É isso mesmo, pombos! Pode ser estranho imaginarmos que um animal
geralmente associado à praça pública, rodeado de sujeiras, seja utilizado na detecção de doenças silenciosas
como o câncer de mama.
A explicação para esse feito é exatamente a boa capacidade visual dessas aves, muito semelhante à
capacidade humana, já que exames de diagnóstico de tumores, normalmente biópsias ou raios X, a identificação
das anomalias depende totalmente da visão.
A pesquisa ocorreu da seguinte forma: as aves eram expostas às imagens e bicavam o resultado em uma
tela touchscreen em troca de alimentos. Após treinados, o resultado foi impressionante, com diagnósticos
individuais precisos chegando a 85%. No entanto, quando analisada a resposta mais comum entre todos os
pombos, o acerto chegou a 99%, valor igual ao de um patologista.
Se a identificação de anomalias em imagens de raios X segue um padrão para a identificação de um câncer
e pode ser feita por um pombo, imagine um algoritmo.
Algoritmo é uma sequência finita de ações executáveis que visam obter uma solução para um determinado
tipo de problema. Segundo especialistas, os algoritmos são procedimentos precisos, não ambíguos,
padronizados, eficientes e corretos. Essa programação que visa identificar resultados e ações permite a
autonomia de uma máquina executar ações em prol de um banco de dados que apontem para determinado
resultado previamente identificado.
Se imaginarmos isso na gestão da produção podemos citar alguns benefícios como:
Manutenção preditiva: A manutenção corretiva por essência remete a custo e prejuízo, isso porque para
corrigir normalmente se tem perda de tempo que por sua vez remete à falta de produtividade e,
consequentemente, desperdícios em geral. A capacidade de se antecipar aos problemas a partir de um
banco de dados que permita a previsão de desgastes e falhas, oferece a gestão maior assertividade na
tomada de decisão na problemática Manutenção versus Produção.
Aprendizado e automação: A possibilidade de programação e controle permite também a geração de
banco de dados, o que retroalimenta o aprendizado contínuo e, por consequência, leva a um algoritmo
mais eficaz.
Produtos inteligentes: A inteligência artificial associada a produtos já existentes torna a experiência do
consumidor mais agradável com um aparente melhoramento do nível de qualidade e personalização.
Disponibilidade: A utilização de máquinas e dispositivos com inteligência artificial remetem à
disponibilidade de operação ininterrupta, ou seja, é possível obter 100% de disponibilidade destes
recursos.
Neste sentido, a IA aplicada à gestão da produção pode representar um alto nível de competitividade, uma
vez que se elimina a possibilidade de falha humana e passa a fazer uso de um recurso, que como pudemos ver,
se retroalimenta, aprendendo e se aperfeiçoando a partir do histórico de seu funcionamento, algoritmos que
podem ser cada vez mais precisos podem perfeitamente colaborar na gestão da produção exatamente pela
presença de muitas atividades repetitivas que podem facilmente ser executadas por inteligência artificial que
imita a ação humana a partir de padrões de repetição.
TEMA 5 – SISTEMAS CIBERFÍSICOS NA GESTÃO DA PRODUÇÃO
Os CPS (Cyber-Physical Systems) ou “Sistemas Ciberfísicos”, nada mais é do que a integração de
computação, comunicação e controle por meio do mapeamento físico e virtual. Ou seja, por intermédio do
mapeamento físico, as empresas têm a oportunidade de recriar a realidade do mundo físico em um ambiente
digital, isso acontece no intuito de realizar testes e verificações quanto a desgastes e falhas de determinado
produto, o que representa, em grande medida, competitividade para uma organização que consegue prever de
forma virtual prejuízos que ocorreriam no mundo real, agindo de forma preditiva. Elas eliminam o foco e
apresentam maior qualidade na performance final do produto.
Na prática, os Sistemas Ciberfísicos, por meio de sensores, captam dados sobre o funcionamento do que se
deseja reproduzir no formato digital, utilizando computadores e redes integradas. O funcionamento é
monitorado e passa a fornecer dados que necessariamente precisam ser os mais próximos do real. Essas
informações são replicadas no ambiente virtual, possibilitando testes que demonstram a necessidade de ajustes
e ou a reação do produto e/ou máquina a determinado ambiente e condição.
Na gestão da produção os setores que mais têm se beneficiado pela criação dos Sistemas Ciberfísicos são
os que demandam grandes investimentos em infraestruturas e operações, por exemplo: a indústria de gás e
óleo, geração de energia elétrica (usinas, barragens, solar), aviação, metal mecânica pesada, entre outras.
Também na área de serviços de grande periculosidade e risco, exatamente porque quando ocorrem falhas
nestes setores o resultado sempre é significativo e/ou irreparável com perda de vidas.
Vale ressaltar que todas as tecnologias que tratamos ao longo desta aula são aplicadas muitas vezes nos
Sistemas Ciberfísicos, exatamente de forma alinhada e ordenada, trabalhando em conjunto por redes
conectadas em prol de um objetivo maior, o aumento de produtividade e competitividade de uma organização.
Perceba que as tecnologias se conversam e retroalimentam, uma passa a depender da outra para o que
chamamos hoje de indústria 4.0. Já existem muitas grandes organizações que fazem uso de todas e algumas
outras tecnologias em seu dia a dia, mas o fato é que ainda não temos uma tecnologia acessível
financeiramente para todos os tipos de negócio e organizações.
Nesse sentido, a gestão da produção e operações pode gradativamente ir recebendo a implementação de
recursos tecnológicos que a torne cada dia mais próxima do 4.0, em direção ao futuro, mas ainda que não se
tenha todos estes recursos tecnológicos popularizados em países como o Brasil, cabe os possíveis gestores
conhecer as infinitas possibilidades que existem hoje para alavancar a performance operacional de um setor
produtivo em busca de maiores níveis de competitividade.
TROCANDO IDEIAS
Naturalmente, associamos tecnologia a evolução, como se não houvesse a possibilidade de algo estar
sendo feito num formato inicial que funcione, que seja assertivo e mais que isso, competitivo.
Ao longo de nossos estudos vimos diferentes tecnologias que agregam valor a manufatura, assim como, a
prestação de serviços. De fato, pudemos contemplar fatores como a IOT e IA aplicadas à gestão da produção e
isso nos levou aos Sistemas Ciberfísicos, que, de forma inigualável, permitem o experimento e visualização de
forma virtual de produtos e estruturas no sentido de contemplar possíveis falhas e vulnerabilidades antes
mesmo de se tornarem realidade, não há como negar que isso é de fato uma evolução benéfica.
Mas é interessante pensarmos em todas as possibilidades quando estamos na posição de gestores de
produção e operações, exatamente porque existem maneiras e formas de se realizar uma atividade que o cliente
final não deseja que essa forma seja alterada, mais que isso, existem clientes e nichos de negócio que exigem e
fazem questão de comprar por um serviço que seja realizado de forma milenar, sem recursos tecnológicos
atuais justamente pela tradição. Cautela! Não se deveconfundir tradição com ultrapassado, a tradição pode e
deve ser considerada no mundo dos negócios.
A título de exemplo, imagine uma pizzaria de forno a lenha. Se você já foi a uma pizzaria tradicional com
fornos a lenha, em que a pizza leva em média pelo menos 30 minutos para ficar pronta, sabe que o gosto da
pizza é diferente, entretanto, o gosto da pizza tem a ver com sinestesia, isso porque após realizar o pedido da
pizza as pessoas esperam degustando um tira gosto, experimentando um vinho e conversando entre elas
enquanto aguardam a pizza ficar pronta, esse cruzamento de sensações faz parte do gosto da tal pizza, que
após 30 ou 40 minutos de espera chega e faz a alegria de todos.
Atualmente existem recursos tecnológicos para pizzarias, um forno elétrico que é capaz de assar uma pizza
em apenas 1 minuto, isso mesmo, a pizza entra de um lado do forno e sai pronta em apenas um minuto.
Verifique o forno revolucionário: <https://www.youtube.com/watch?v=dbgpC6-8LpU&t=78s>. (Acesso em 20
mar. 2022).
A questão é: Em um minuto as pessoas que gostam de sentar-se, degustar um tira gosto, experimentar um
vinho e conversar um pouco mal conseguem arrumar as cadeiras em volta da mesa e a pizza está pronta.
Lembra da sinestesia que comentamos, pois bem, isso não ocorre e certamente “o gosto da pizza não será o
mesmo”.
Inovações tecnológicas são importantes e devem ser consideradas, mas a tradição de processos milenares
também, exatamente porque é possível que a satisfação do seu cliente esteja diretamente ligada a esse
processo e ao alterá-lo ou eliminá-lo, a empresa pode estar fadada a ser uma organização tecnologicamente
falida.
Vamos lá! Deixe sua opinião sobre essa curiosidade no fórum de nossa disciplina e pense em um outro
exemplo em que a tradição pode ser um ponto importante de se levar em conta.
NA PRÁTICA
Vamos a um caso prático: faremos uma análise afim de identificar qual a melhor solução tecnológica para o
problema identificado.
Imagine um estacionamento próximo a um bingo movimentado da cidade, onde temos atendentes
realizando a cobrança dos tickets de estacionamento de acordo com o tempo de permanência, aliás, esse
cálculo já é feito de forma automática, a atendente apenas posiciona o ticket no leitor de código de barras e
então é informado o valor que deverá ser cobrado do cliente.
O perfil de clientes nesse local é de pessoas mais idosas, que não demonstram interesse por um
autoatendimento no estacionamento e até fazem questão de que tenha disponível atendentes naquele local
para cobrar os valores referente ao estacionamento.
https://www.youtube.com/watch?v=dbgpC6-8LpU&t=78s
A questão é que apesar da tecnologia aplicada na cobrança, tem ocorrido vários erros por parte das
pessoas que a realizam, erros relacionados a troco, ou seja, as pessoas estão fazendo o troco errado e isso tem
gerado tanto sobra de dinheiro em caixa, assim como, falta de dinheiro no caixa ao final do dia de trabalho.
Qual seria o melhor recurso tecnológico indicado neste caso para auxiliar as pessoas que realizam a
cobrança dos tickets?
É possível que você tenha pensado em um sistema, software avançado ou até mesmo um recurso de alto
investimento para a substituição dos atendentes, mas como dito, nesse caso, o público pede que se tenha
pessoas realizando esse atendimento. Então, é possível que pensemos em um sistema ciberfísico, ou seja, em
que é simulado o pagamento no formato visual e então se tem ideia do valor do troco correto que deve ser
feito. E nesse caso, o sistema ciberfísico até já existe e chama-se: calculadora.
O objetivo da calculadora é de realizar cálculos e oferecer resultados, ou seja, ele simula algo que é feito no
mundo real por quem deseja saber, no caso do estacionamento, o valor do troco. Esse exercício prático com a
simples solução, a calculadora, é exatamente para provocar o pensamento crítico na busca de soluções.
Nem sempre a solução de um problema precisa custar muito dinheiro e ser a tecnologia mais avançada, é
necessário conhecer o todo e ter a sensibilidade de um olhar crítico a funcionalidade das coisas em busca de
soluções simples para problemas complexos, nem sempre dá, mas vale a reflexão.
FINALIZANDO
Iniciamos esta aula falando acerca dos recursos tecnológicos que afetam positivamente a gestão da
produção. Entre os softwares, falamos dos recursos como o CIM (Computer Integrated Manufacturing)
traduzindo significa “Manufatura Integrada por Computador” e FMS (Flexible Manufacturing System), o “Sistema
Flexível de Manufatura”.
Verificamos que por meio dessa integração é que surge a necessidade de elementos do sistema como o
CAE (Computer Aided Engineering), que significa “engenharia auxiliada por computador” e serve na análise e
verificação de engenharia, assim como, o CAM (Computer Aided Manufacturing), ou “manufatura auxiliada por
computador”. Essas tecnologias permitem uma integração e maior controle do setor manufatureiro e afins.
Vimos a manufatura aditiva explicando que se trata de algo mais complexo em relação a impressora 3D que
conhecemos hoje como algo mais simples, a manufatura aditiva refere-se à manufatura de componentes de
maior complexidade e mais duráveis no âmbito industrial, enquanto a impressão 3D, de forma limitada e em um
ambiente mais doméstico, atende uma proposta mais simples.
Falamos sobre a manufatura aditiva exigir muito mais que uma pequena impressora 3D, sendo necessário
um posto de trabalho alinhado com o setor de manufatura da organização com a função de criar, desenhar e
programar novos produtos em cadeia, e que para isso é necessário um software de modelagem 3D para uma
aplicação de desenho assistido por computador, um equipamento para a manufatura aditiva como uma
impressora 3D e a capacidade de abastecimento de matéria prima para a produção em série.
Verificamos como a OIT (Internet of Things), “Internet das Coisas”, que auxilia a evolução e praticidade na
automatização de recursos domésticos e até de recursos públicos como iluminação pública e semáforos da
cidade.
Verificamos que ao conectar “coisas” a internet temos a possibilidade de visualizar seu funcionamento e
criar um banco de dados a cerca deste funcionamento, como quanto tempo ficou ligado, quanto consumiu de
energia, em quais os horários são mais utilizados etc. O fato é que esse banco de dados é o que passa ser um
dos recursos mais valiosos se remetermos a IOT para a gestão da produção.
Falamos sobre a IA (Artificial Iintelligence), Inteligência Artificial, em que citamos a pesquisa realizada na
Universidade da Califórnia, que indica pombos como auxiliares eficientes na identificação de tumores e que
resultados de acerto por parte das aves chegaram a 99%, valor igual ao de um patologista, nos mostrando que
atividades repetitivas que podem ser reproduzidas de forma automática são fortes candidatas a serem
substituídas em breve pela IA com muita tranquilidade.
Finalizamos vendo o que toda essa integração de recursos tecnológicos possibilita, como por exemplo os
CPS (Cyber-Physical Systems) ou “Sistemas Ciber Físicos”, que são exatamente essa integração de computação,
comunicação e controle por meio de mapeamento físico e virtual.
Verificamos que por intermédio do mapeamento físico as empresas têm a oportunidade de recriar a
realidade do mundo físico em um ambiente digital, permitindo a realização de testes e verificações quanto a
desgastes e falhas de determinado produto, o que representa, em grande medida, competitividade para uma
organização que consegue prever de forma virtual prejuízos que ocorreriam no mundo real, agindo de forma
preditiva eliminam o foco e apresentam maior qualidade na performance final do produto.
REFERÊNCIAS
FRACARO, J. Fabricação pelo processo de usinagem e meios de controle. Curitiba: InterSaberes, 2017.
NAVARRO, A. (1991) Desenvolvimento de um sistema para programação comando numérico para
peças rotacionais, Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidadede São Paulo.
(Disponível na biblioteca da EESC - USP).
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