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Arritmias Cardíacas ! CONCEITOS BÁSICOS - Porque o nodo sinusal que controla o ritmo cardíaco? Porque ele se despolariza mais rápido que os demais, logo ele comanda a frequência cardíaca - A repolarizacao atrial não é vista no ECG pois ocorre simultaneamente a despolarização ventricular - O nodo AV segura o estimulo para que átrios e ventrículos não se contraiam simultaneamente - Melhor derivação para interpretar P = D2 —> onda P positiva, precedida de cada QRS, regularmente = ritmo sinusal FREQUÊNCIA CARDÍACA NO ECG: Cada quadradinho pequeno tem uma duração de 40 milissegundos, a cada quadradao tem 5 quadradinhos FC = 1500 / número de quadradinhos pequenos entre RR FC = 300 / número de quadradões entre RR RESUMINDO: 300 – 150 – 100 – 75 – 60 Ritmo irregular: numero de R entre 15 quadradões x 20 Se a distancia entre duas ondas R for menor que 3 quadradões = TAQUICARDIA INTERVALOS: Onda P: - Despolarização atrial - Duração de até 100 milissegundos - Amplitude de até 2,5 em DII - Bifásica em V1 Intervalo PR: - Condução AV - Duração de 120-200 milissegundos = 3-5 quadradinhos - Alargado = BAV QRS: - Despolarização ventricular - Duração menor que 120 milissegundos = 3 quadradinhos - Amplitude de 5-30 - Eixo entre -30 a +90 graus Segmento ST: - Entre a despolarização e repolarizacao ventricular - Desnível de até 1mm - Importante para IAM Onda T: - Repolarizacao ventricular - Polaridade igual ao QRS Intervalo QT: - Período refratário - Duração normal até 440 milissegundos = 11 quadradinhos - QT corrigido = intervalo QT é metade do RR ! BLOQUEIO DE RAMO: olhar V1 (pensar na seta do carro) – ritmo sinusal com QRS alargado ⬆ BRD – rSR’ ! ⬇ BRE – rS TAQUICARDIAS TAQUICARDIA SINUSAL: onda P positiva e regular com frequência cardíaca acima de 100 (maior que 3 quadradoes), ou seja, frequência acima de 100bpm sem nenhuma outra alteração no ECG (QRS estreito) TAQUICARDIA ATRIAL: P não regular ou negativa - Comum em paciente com DPOC, principalmente quanto está com hipoxemia e hipercapnia (cor pulmonare) - Estimulo originado em algum foco atrial - Origem no AD: P positiva em AVL e negativa em V1 - Origem no AE: P negativa em AVL e positiva em V1 - Átrio superior: P positiva em DII, DIII e AVF - Átrio inferior: P negativa em DII, DIII e AVF - Unifocal: onda P mantem as mesmas alterações - Multifocal: onda P com pelo menos 3 morfologias distintas (frequente em DPOC) - Taquicardia atrial com bloqueio: nem toda onda P é seguida por QRS (BAV 3:2 – lembrar de intoxicação por digitálico) ! FLUTER ATRIAL: taquicardia sem onda P, com onda F em DII, DIII e aVF (FC de 300/min) - Mais comum é o flutuar 2:1, sendo a FC 150 bpm - Melhor visualização em DII, DIII e AVF - Tem QRS estreito e intervalo RR regular # Tratamento: - Instável = cardioversao - Estável = não tem boa resposta a amiodarona, mas responde muito bem ao choque, tendo uma tendencia ao uso de cardioversao - Cura = ablação - Flutter há mais de 48 horas é recomendado o uso de eco, pois ele pode evoluir de uma FÃ EXTRASSÍSTOLE: batimento cardíaco prematuro, ou seja, que ocorre antes do tempo. Ocorre dentro de um ritmo cardíaco regular, com períodos de acoplamento fixos. - Extrassístole atrial: QRS estreito + extrassístole precedida por onda P de morfologia diferente da sinusal —> $ caráter benigno - Extrassístole ventricular: QRS alargado + extrassístole sem ser precedida por onda P + segmento ST e onda T com polaridade inversa ao QRS —> $ caráter benigno - Extrassístole juncional: onda P surge junto com o QRS, logo não é visualizada, levado a um QRS estreito sem onda P GEMINISMOS: - Bigeminismo: Uma extrassístole ventricular para cada batimento sinusal —> % nem benigna nem maligna, meio termo. Não tem intervenção, deve ser controlada a condição de base, no máximo usar betabloqueador se paciente com sintomas - Trigeminismo : Uma extrassístole ventricular para cada dois batimentos sinusial - Extrassístole ventricular pareada: duas extrassístole ventriculares juntas TAQUICARDIA VENTRICULAR: Três ou mais extrassístole ventriculares consecutivas, ou seja, três ou mais complexos QRS alargado, com frequência cardíaca acima de 100 bpm —> batimento sem onda P e com QRS alargado - Sustentada / não sustentada: para ser considerada como não sustentada deve durar menos que 30 segundos e o paciente deve permanecer estável - Monomorfica / polimórfica : todos os complexos tem morfologia similar na mesma derivação para ser considerada monomorfica Instabilidade hemodinâmica: ! Pulmão (congestão) " Coração (angina) # Circulação (hipotensão) $ Cabeção (sincope) TAQUICARDIA VENTRICULAR MONOMORFICA SUSTENTADA: & caráter maligno - QRS alargado e iguais + FC acima de 100 bpm + intervalo RR regular - Ritmo de parada cardiorrespiratória ' - 90% das vezes é associada a cardiopatias estruturais: IAM, miocardiopatia, valvulopatia, uso de cocaina, cardiopatias congênitas, miocardite e displasia arritmogenica de ventrículo direito. - Foco em VD: QRS alargado é mais negativo em V1 = padrao BRE - Foco em VE: QRS alargado e mais positivo em V1 = padrao BRD - Foco superior: QRS positivo em DII, DIII e AVF (parede inferior) - Foco inferior: QRS negativo em DII, DIII e AVF (parede inferior) # Tratamento: - Instável = cardioversao elétrica - Estável: amiodarona e procainamida Se causa não reversível, prevenção de morte: betabloqueador +/- cardiodesfibrilador implantável TAQUICARDIA VENTRICULAR POLIMÓRFICA: Torsades des Pointes: - inversão de polaridade, ocorre em pacientes que previamente tinham um intervalo QT longo (congênito, antiarritmico, hipocaliemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, cloroquina, azitromicina e BAVT) - Em PCR por torsades des pointes sempre utilizar sulfato de magnésio FIBRILAÇÃO VENTRICULAR: - Ritmo mais comum de parada cardíaca no adulto ' - ECG desorganizado = não se identificam ondas - Múltiplos circuitos de reentrada nos ventrículos - Pode ocorrer na sequencia: TV monomorfica —> torsades pointes —> FV FIBRILAÇÃO ATRIAL: - Não há mais atividade elétrica no miocárdio atrial devido aos circuitos de microreentradas, que são assintomaticos. Sendo assim os átrios não “bate”, eles só tremem, ou seja, fibrilam. Tem elevado risco de formação trombótico, principalmente no apêndice atrial esquerdo. - ECG: QRS estreito, intervalo RR irregular e ausência de onda P - Alta resposta: mais de 100 bpm/minuto - Baixa resposta: menos de 100 bpm/minuto - Etiologias: hipertensão, insuficiência cardíaca, doença mitral, tireotoxicose, isolada - Paroxístico: melhora em até sete dias - Persistente: mais de 7 dias - Permanente: mais de um ano ou refrataria - Consequência da fibrilação atrial: baixo debito (aumento da frequência cardíaca e não contracao) e tromboembolismo (estase) # Tratamento: CHA2DS2VASL Congestão Hipertensao Age >75 (2) Diabetes Stokes, TIA (2) Vasculoparia Age > 65 Sexo feminino - Instável: cardioversao elétrica - Estável • Anticoagulações: CHA2DS2VAS maior ou igual a 1 ou doença valvar o Varfarina, dabigatrana, rivarobaxaban • Baixar a frequência cardíaca o Betabloqueador, antagonista do cálcio e digital o Frequência alvo em repouso é menor que 110bpm o Se continuar sintomático, retornar para ritmo sinusal o Controle do ritmo = amiodarona o Mais de 48 horas de FA, precisa se certificar que não houve formação de nenhum trombo antes de reverter (ecotransesofagico) o Na ausência de eco ou visualização de trombo, aguardar o uso de 3-4 semanas de warfarina) o Refratário: ablação • Controlar os fatores de risco: HÁS, DM, IC TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR:QRS estreito, FC entre 120-220 bpm, RR regular e geralmente sem visualização da onda P (inicio precedido de extrassístole atrial) - Paroxistica - Reentrada nodal: pseudo S, principalmente em mulheres jovens - Via acessória: P’, pode se apresentar com QRS largo, mais comum na infância (intervalo PR curto e onda delta quando está em ritmo sinusal = Síndrome de Wolff-Parkinson-White ou pré- excitação ventricular) # Tratamento: - Instável = cardioversao elétrica - Estável = manobra vagal (compressão do seio carotídeo e valsava – mais efetiva), adenosina/verapamil - Cura = ablação Paciente com taquiarritmia e instabilidade hemodinâmica = Cardioversao elétrica BRADIARRITMIAS BRADICARDIA SINUSAL: DEFINIÇÃO: • Onda P positiva em D2 • Cada onda P é seguida por um QRS • Intervalo PR de 120-200 ms (máximo de 5 quadradinhos / 1 quadradao) • Frequência cardiaca abaixo de 60/50 bpm CONDUTA: • Assintomático: observar • Sintomáticos: sempre deve ser tratado o Atropina 1mg a cada 3-5 minutos (máximo de 3 miligramas) o Não respondeu a atropina: adrenalina ou marca-passo ou dopamina BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULAR - Bloqueios benignos / supra-hissianos: acima do feixe de Hiss - Bloqueios malignos / intra ou infra:hissianos: abaixo ou no feixe de Hiss PRIMEIRO GRAU: Definição: • Onda P positiva em D2 • Cada onda P é seguida por um complexo QRS • Intervalo PR acima de 200 ms (mais que 5 quadradinhos ou 1 quadradao) • Onda P demora para chegar no QRS e NUNCA bloqueia Conduta: • Assintomático: observar • Sintomáticos: sempre deve ser tratado o Atropina 1mg a cada 3-5 minutos (máximo de 3 miligramas) o Não respondeu a atropina: adrenalina ou marca-passo ou dopamina SEGUNDO GRAU – MOBITZ 1: FENÔMENO DE WENCKEBACH Definição: • As vezes ocorre uma onda P que não leva a um QRS (bloqueio) • Alargamento progressivo do intervalo PR até que ocorre o bloqueio de uma onda P • O PR vai alargando e as vezes bloqueia Conduta: • Assintomático: observar • Sintomáticos: sempre deve ser tratado o Atropina 1mg a cada 3-5 minutos (máximo de 3 miligramas) o Não respondeu a atropina: adrenalina ou marca-passo ou dopamina SEGUNDO GRAU – MOBITZ 2: FENÔMENO DE HAY Definição: • As vezes ocorre uma onda p que não leva a um QRS (bloqueio) • Não ocorre alargamento do intervalo PR • PR normal, e as vezes bloqueia Conduta: • Marca-passo na maioria dos casos TERCEIRO GRAU – BLOQUEIO ÁTRIO VENTRICULAR TOTAL: • Tem onda P positiva em D2 • Completa dissociação atrioventricular - ventrículo assume função de marca-passo • Sempre bloqueia Dica: Pega no traçado duas ondas P consecutivas, que você tem certeza que são ondas P, e faz um traço de PP. Esse será o intervalo em que deve ocorrer as ondas P. As ondas P entram e saem do QRS, ocorrendo inclusive simultaneamente a outras ondas. Há uma dissociação atrioventricular completa Conduta: • Marca-passo na maioria dos casos
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