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HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO - Idade – é mais comum após os 40 anos · E a partir dos 70 anos, pelo menos 1 paciente vai ter algum sintoma do trato urinário baixo - 25% dos homens e mulheres terão bexiga hiperativa - Mas apenas 30% dos pacientes procuram atendimento médico relacionado à HPB - Tratamento – cirúrgico, clínico ou acompanhamento - Idade – com o avançar da idade, ou vamos ter o CA ou a HP, invariavelmente. · 50 anos – 50% · 70 anos – 75% · 80 anos – 90% - Histologia · Estromal – mais comum nos pacientes jovens · Glandular – pouco estroma com poucas células musculares – mais comum em pacientes idosos - A HPB pode ser: · Puro glandular · Puro estromal · Misto Fisiopatologia - Envelhecimento ocorre um desequilíbrio entre o crescimento e morte celular - Alteração hormonal – Dihidrotestosterona - Componente genético – 50% dos submetidos à cirurgia são autossômicos dominantes - Componente inflamatório · Hipóxia -> neovascularização -> fatores de crescimento endoteliais - Síndrome metabólica · Diabetes, hipertensão, HDL baixo e obesidade - Crescimento das glândulas internas Obstrução do canal uretral Aparecimento dos sintomas. · Próstata cresce e fecha a uretra – sintomas obstrutivos - Ocorre na ZT Clínica - Sintomas obstrutivos – dificulta a saída da urina · Esforço miccional · Hesitância · Gotejamento final · Jato fraco · Jato interrompido · Esvaziamento incompleto · Incontinência paradoxal – bexiga supercheia que acaba urinando por transbordamento. · Retenção urinária - Sintomas irritativos – infecciosos e/ou inflamatórios – sintomas clássicos de ITU · Urgência · Polaciúria – aumento das frequências com pouco volume · Nictúria · Incontinência de urgência · Capacidade reduzida · Dor suprapúbica - Geralmente os sintomas obstrutivos podem preceder os sintomas irritativos. - Sintomas do trato urinário baixo – são relacionados ao esvaziamento e/ou ao armazenamento - LUTS - Sintomas de esvaziamento · Hesitação · Jato fraco · Esforço matinal · Gotejamento terminal - Sintomas de armazenamento · Aumento da frequência miccional · Noctúria · Urgência · Incontinência urinária Implicações práticas - Os sintomas de esvaziamento melhoram com a cirurgia, enquanto que aqueles com sintomas de armazenamento, de 15-20% mantém os sintomas. - Causas de sintomas de armazenamento exuberantes · Disfunção vesical do idoso · Bexiga neurogênica · Infecções · Litíase vesical ou uretral · Neoplasia vesical Avaliação clínica - História clínica – LUTS, disfunção do detrusor 40%, costumam aparecer após os 40 anos. - Quantificação dos sintomas – I-PSS (1991) – não tem critério diagnóstico · Leve – de 0 a 7 · Moderado – 8 a 18 · Grave – 19 ou mais Diagnóstico - História do paciente - Toque · Tocar a zona periférica, local de maior incidência do CA prostático · Embora não tocamos as outras áreas, é importante tocar para se ter uma ideia do volume prostático, além de avaliar a presença de nódulos · +1 20-30g · +2 30-60g · +3 60-80g · +4 Acima de 80g - Exames de sangue (PSA) - USG – volume prostático · Vamos avaliar os resíduos pós-miccional · 30-40ml - normal · IPP – Índice de Protusão Prostática (o quanto ele avança) · >5mm – moderado · 15 mm – importante – obstrução · Espessura do músculo detrusor · >2mm – obstrução · Fluxo urinário bom às custas de hipertrofia de musculo detrusor · Espessura da parede vesical · >5mm – obstrução - Urofluxometria – fluxo urinário · Registra em gráfico a curva do fluxo urinário com volume acima de 150ml · Qm – máximo abaixo de 10ml/seg sugere obstrução · Fluxos baixos intermitentes e longos – costuma deixar resíduos urinários importantes (USG) · Qm – máximo acima de 15ml/seg é normal · Avaliação pós-operatório da cirurgia - Cistoscopia – aquele paciente com resíduos importantes e fluxo baixo, eu parto para fazer uma cistoscopia · Estudo da pressão/fluxo – monitoramento simultâneo da pressão intravesical e fluxo urinário por meio de uma sonda · Micção inicial c/ pressão menor que 25cmH20 – ausência de obstrução · Pressão acima de 40cmH20 – pode significa obstrução · Cistometria – avaliação da instabilidade vesical (bexigas hiperativas) · Causas de obstrução – HPB, estenose de uretra · Cistoscópio rígido e um flexível – avaliar a uretra antes de avaliar o estudo da pressão/fluxo. - História Toque retal + PSA USG Outros exames complementares. Drogas utilizadas - História dos medicamentos · 1975 – Cloridrato de oxibutina · 1990 – Alfa-bloqueadores · 1991 – Finasterida (inibidores 5a-redutase) · 1997 – tolterodina · 2002 – dutasterida · 2009 – Terapia combinada · 2011 – Tadalafila – interfere na atividade sexual do paciente · 2013 – mirabegroma - A indicação das drogas é se o indivíduo tem ou não sintomatologias - Facilitadores de enchimento · Anti-muscarínicos/anti-colinérgicos · Beta agonistas · Antidepressivos · Toxina botulínica - Facilitadores de esvaziamento · Alfa-bloqueadores · Inibidores da fosfodiestesase (relaxar musculatura) Neurofisiologia da micção · Simpático – entre T10-12, emite fibras pelo nervo hipogástrico · Inibe a micção · Age sobre os receptores alfa-1 no colo vesical (contrai) e beta-3 no corpo (relaxa) · Fibra pré-ganglionar curta e uma fibra pós-ganglionar longa – ação mediada pela noradrenalida e os receptores adrenérgicos · Resistência uretral · Parassimpático – entre S2-S4, emite fibras através do nervo pélvico · Estimula a micção · Age sobre os receptores muscarínicos no corpo (contrai) – M2 e M3 · Fibra pré-ganglionar longa e uma fibra pós-ganglionar curta – ação mediada pela acetilcolina e os receptores muscarínicos · Contração detrusora · Somático – entre S2-S4, através do nervo pudendo interno se direciona ao esfíncter externo · Age sobre os receptores nicotínicos pela ação da acetilcolina no esfíncter externo (estriado da uretra) – relaxa · Núcleo de Onuf – S2-S4 situado no corno anterior da medula, e é responsável pela contração do esfíncter estriado. · O neurotransmissor desse sistema é a acetilcolina Tratamento - Clínico · Diminuir o tamanho da próstata – inibidores da a5-redutase · Relaxamento da próstata – alfa-bloqueadores · Antimuscarínicos – dificuldade de esvaziamento · Beta-3-agonistas · Inibidores da fosfodiesterase tipo 5 – relaxamento da musculatura · Fitoterápicos - Cirúrgico · RTU de próstata ou prostatectomia simples Terapia combinada - A terapia com dois fármacos ativa 2 mecanismos de ação distintos e complementares Bloqueadores alfa - Melhoram os sintomas e aumentam o débito urinário relaxando o músculo liso do colo vesical através do bloqueio da atividade simpática. - Ação em 10 a 4 dias - Complicações: hipotensão, vertigem, astenia, cefaleia, congestão nasal e ejaculação retrógada - Síndrome de íris flácida intraoperatória – pacientes com cirurgia de catarata, isquemia a ponto de perda a visão + Inibidores da 5-alfa-redutase - Melhoram os sintomas, aumentam o débito urinário e previnem os efeitos da HPB reduzindo o aumento de volume da próstata através de mecanismos hormonais. - Eficácia de 4 a 5 meses de uso – uso naquele paciente com próstata crescente ou já grande. Repete USG após esse período para avaliar tamanho. - Dudasterina tipo I - Dudasterina tipo II – finasterina - Reduzem o PSA após 1 ano – mascara um CA prostático (deve-se multiplicar o PSA por 2x) - Complicações: diminuição do volume ejaculado, disfunção erétil, diminuição da libido e em menos de 1% rash cutâneo, ginecomastia e mastalgia. - São drogas que podem diminuir a libido e a quantidade de ejaculado. Fitoterápicos - Inibidores da 5a-alfaredutase podem atrasar o diagnóstico precoce do câncer de próstata. - 5-alfa-redutase convertem a DHT em Testosterona (um combustível para a próstata) - Efeito sobre a formação de edema prostático – ação multifatorial · Pygeum africanum · Serenoa repens Antimuscarínicos/anticolinérgicos - Tem a propriedade de inibir a ação da acetilcolina e, consequentemente, reduzir a contratilidade do músculo detrusor. - Drogas disponíveis no Brasil · Oxibutinina – retemic · Tolterodina – detrusitol · Darifenacina– enablex/fenazic · Solifenacina – vesicare/impere - Efeitos adversos comuns · Ocular – visão turva, glaucoma fechado por paralisia de acomodação · Aumento da FC · Xerostomia · Obstipação · Alterações cognitivas, memória, tontura e fadiga - Os receptores muscarínicos não estão só na bexiga – por isso os efeitos colaterais · Olho – M1 e M2 · Coração – M2 · Glândulas salivares – M1 e M3 · Gastrointestinal – M2 e M3 · Cérebro – M1, M2, M3, M4 e M5 Beta-3 agonistas - Estimula o sistema simpático durante o enchimento vesical, promovendo o relaxamento da musculatura detrusora, com aumento da capacidade funcional vesical - Medicamento · Mirabegrona (Myrbetric 50mg) - Menos efeitos colaterais Contraindicações dos antimuscarínicos e anticolinérgicos - Fluxo <5ml/s - Resíduo elevado 150ml Inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (iPDE-5) - Efeitos sobre o relaxamento do músculo liso, na proliferação de células endoteliais, na melhora do fluxo sanguíneo e na atividade sobre os nervos aferentes prostáticos. - Na bexiga – receptores da PDE-4 - Medicamento – Tadalafila Indicações cirúrgicas para HPB - Sintomas refratários ao tratamento medicamentoso - Retenção urinária · Que não respondeu ao tratamento clínico - Infecções urinárias refratária ao tratamento - Hematúria · Hipertrofia do detrusor – esforço para vencer o obstáculo da próstata, lesão por esforço. - Lobo mediano – IPP>10 mm - Litíase vesical Cirurgia de próstata - Ou por via endoscópica ou por via convencional - Prostatectomia suprapúbica transvesical (PTV) · Por via convencional – próstata acima de 70g - Via retropúbica (Millin) - Via retropúbica (Frayer) - Prostatectomia simples – retira apenas a ZT que está causando a obstrução - Prostatectomia radical – retira tudo - Próstata <70g – posso fazer uma cirurgia por via endoscópica - A via laparoscópica é pouco utilizada, risco maior, e maior trabalho - RTU (Ressecção endoscópica) · O corte tem como limite o Verum Montano, se o corte for antes teremos uma lesão de esfíncter e o paciente fica incontinente · Bisturi bipolar – reduz os riscos de sangramento · Risco de ejaculação retrógada - Líquido usado para irrigação · Soluções não iônica · Glicose a 4% · Glicina a 1,5% · Sorbitol a 2,7% · Manitol a 0,5% · Complicações · Síndrome da RTU – hemólise intravascular e intoxicação líquida Prostatomia - É um procedimento ambulatorial, feito com anestesia local ou regional com melhora dos sintomas em 80%. - É um corte em V - É indicado para próstatas menores que 30g - Não há ejaculação retrógada Cuidados no pós-operatório - Sonda de três vias – serve para manter fluxo, e evitar a formação de coágulo (vai limpando). Complicações - Incontinência urinária · Incisão transuretral de próstata – 1,8% · RTU de próstata – 2,2% · Prostatectomia aberta – 10% - Esclerose de colo vesical · Incisão transuretral de próstata – 0,4% · RTU de próstata – 4% · Prostatectomia aberta – 1,8% - Estenose de uretra · Incisão transuretral de próstata – 1,7% · RTU de próstata – 3,8% (manipulação maior da uretra por via endoscópica, maior risco de lesão e estenose) · Prostatectomia aberta – 2,6% - Ejaculação retrógada · Incisão transuretral de próstata – 40% · RTU de próstata – 65% · Prostatectomia aberta (retira completamente a próstata) – 80% - Recidiva em 05 anos · É maior na prostatotomia – 12,9% - e menor na prostatectomia 2,2%, e intermediário no RTU 9,5%. - Geralmente utiliza alguma droga para evitar esse recidiva Prostatectomia com LASER - Neodymium YAG · Comprimento de onda 1064 nm · Necrose por coagulação · Perda de tecido de forma lenta - Holmium Laser YAG · Comprimento de onda 2100nm · Vaporiza tecidos ricos em água · Perda tecidual é imediata · Menor propriedade hemostática - Sobre a utilização dos lasers · É uma tecnologia avançada, minimamente invasiva · Tempo cirúrgico adequado · Servem para próstatas de vários tamanhos · Discretos sintomas irritativos · Equipamento de alto custo · Não fornece material para histopatológico Eletrovaporização da próstata - São eletrodos esféricos e rotatórios com temperatura >100ºC, tem menor taxa de hospitalização. Ablação Transuretral com Agulhas (TUNA) - É uma terapia que usa radiofrequência e por calor promove uma necrose coagulativa - Precisa de uma anestesia local c/ sedação - Candidatos ideias são aqueles com lobos prostáticos menores que 60g (próstatas menores) Termoterapia (TUM) - É usado um equipamento com energia de 902-1928 MHz que atinge maior área e maior profundidade que a RF - O aquecimento é acima de 45ºC - É feito com cateter uretral, anestesia local e sedação Stents e endoprótese - Separa fisicamente os lobos prostáticos, indicado para pacientes com risco de procedimento cirúrgico e não pode fazer os procedimentos ablativos Embolização da próstata - É o cateterismo das artérias prostáticas, com uso de resinas - Paciente que é contraindicado o tratamento cirúrgico Sistema UroLift - Próstatas até 80g sem a presença de lobo mediano, e tem a vantagem de 0% de disfunção erétil ou ejaculação retrógada - Tem uma eficácia de até 5 anos - Rápido alívio e recuperação dos sintomas - Material – nitinol, aço inoxidável e monofilamento de terafilato de polietileno REZUM - Utiliza radiofrequência que transforma água em vapor criando danos às células que causam obstrução - Cada instilação 9s – sedação - Próstatas maiores com lobo mediano - Contraindicado para pacientes que já tenha feito procedimentos cirúrgicos iTind - É um dispositivo de nitinol implantado temporariamente - Próstatas até 75g Terapia de aquablação - Combina visualização em tempo retal com peça transuretal e ultrassom - Utiliza um jato de água de alta velocidade para remover o tecido da próstata - Efeitos parecidos com o RTU
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