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Técnica e Economia de Transportes (TET) Aula ao Vivo – Semana 2 Curso de Engenharia Civil Programa - Técnica e Economia de Transportes (TET) (slide 02/75) 1. PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES ANDAMENTO 2. TRANSPORTE URBANO (PÚBLICO E COLETIVO) 3. ENGENHARIA DE TRÁFEGO 4. LOGÍSTICA INTRODUÇÃO: Natureza da Disciplina, Princípios Didático-Pedagógicos, Programação e Conteúdo O que aprendemos na aula anterior (slide 03/75) 1.1. Razões da Existência do Transporte 1.2. As Redes de Transporte por Modalidade (Modos de Transporte – História, Características e Situação Atual) 1.3. Divisão Modal no Transporte de Passageiros e do Transporte de Cargas - Situação no Brasil e no Mundo 1.4. Fatores que Condicionam a Escolha dos Modos de Transporte 1.5. A Primazia dos Modais Rodoviários no Brasil 1.6. Importância da Intermodalidade no Transporte de Passageiros e de Cargas. O que vamos aprender nesta aula (slide 04/75) 1.7. O que é Planejamento? 1.8. Processo de Planejamento de Transportes. 1.9. Desenvolvimento Urbano e Análise dos Problemas de Transportes. 1.10. Modelagem de Transporte. 1.11. Pesquisas de Origem e Destino e Outras Pesquisas. 1.12. Caracterização e Projeção de Demanda. 1. PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES 1.7. O que é Planejamento (05/75) O que nos vêm à cabeça quando pensamos em planejamento, no ato de planejar? 1.7. O que é Planejamento (06/75) O que nos vêm à cabeça quando pensamos em planejamento, no ato de planejar? ➢Planejamento lida com evidências, considera os acontecimentos do passado, as interpretações do presente e as incertezas do futuro ➢Planejamento é uma fonte interminável de aprendizagem e de melhoria, seja no plano pessoal seja no plano profissional... 1.7. O que é Planejamento (07/75) “Planejamento é um processo de decisão político-social que depende de informações precisas, transparência, ética, temperança, aceitação de visões diferentes e vontade de negociar e buscar soluções conjuntas que sejam aceitáveis para toda a sociedade, principalmente para as partes envolvidas, levando continuamente ao aprendizado.” (DE OLIVEIRA, José Antônio Puppim. Desafios do planejamento em políticas públicas: diferentes visões e práticas. Revista de Administração Pública, v. 40, n. 2, p. 273-288, 2006) 1.7. O que é Planejamento (08/75) Planejamento é um processo técnico que lida com incertezas, escassez, desbalanceamento da distribuição de recursos disponíveis ou conflitos distributivos na sua alocação, e se vale da conciliação dos interesses envolvidos para a resolução de problemas (CAMPELO JÚNIOR, E. A. O conflito de interesses públicos e privados no planejamento, execução e controle dos orçamentos públicos. 2014. Dissertação (Mestrado em Direito) – Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2014; GIOVANNONI, G. Vecchie città ed edilizia nuova. Torino: Unione Tipografico-Editrice Torinese, 1931). Planejamento é uma abordagem estratégica da realidade, pois interpreta fatos e assim determina linhas de ação futura, indicando objetivos a alcançar e caminhos a tomar, estabelecendo, inclusive, previsão de etapas de execução das ações traçadas (DRUCKER, P. F. Introdução à administração. Tradução: Carlos A. Malferrari. São Paulo: Pioneira, 1984). 1.7. O que é Planejamento (09/75) Planejamento é uma forma organizada de resolver problemas ao longo do tempo. Planejamento é a arte e ciência de prever e prover, gerando produtos tais como planos, programas e projetos. Na Engenharia diferenciam-se Plano, Programa e Projeto: ➢Plano são intenções, diretrizes, guias de raciocínio (ABORDAGEM ESTRATÉGICA); ➢Programa é a organização das ações a realizar (ABORDAGEM TÁTICA); e ➢Projeto é a expressão formal dos atributos qualitativos e quantitativos de algo a ser operado ou construído (pode ser, por exemplo, a obra no papel) (ABORDAGEM OPERACIONAL). 1.7. O que é Planejamento (10/75) Foco de Planejamento, segundo: Abordagem Tática Abordagem Estratégica Alcance (prazo) Curto prazo Médio e longo prazo Extensão Restrita Ampla Orientação da solução (meios e fins) Objetivos parciais Metas finais rassawa et al. (2003). 1.7. O que é Planejamento (11/75) rassawa et al. (2003). RESUMO: Planejamento não é achismo nem futurologia, mas sim um processo organizado, técnico e científico, de desenvolvimento e criação de planos, programas e projetos para atingir objetivos perfeitamente determinados por meios e recursos dimensionados e definidos. 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (12/75) Na lógica capitalista de produção, os mercados (produtor e consumidor) evoluem, e seu desenvolvimento reflete o desenvolvimento social e econômico de um bairro, uma cidade, uma região ou um país, nas suas porções urbanas e rurais. Ademais, ocorre expansão de áreas urbanas existentes ou surgem novos centros produtores, seja pela verticalização das atividades, seja pelo aumento da produtividade, geralmente em razão da demanda por produtos produzidos. Os polos de produção, precisando escoar seus produtos para os polos de consumo, buscam se localizar (preferencialmente) de forma a minimizar os custos e os efeitos dos limites impostos pelo transporte. Esse comportamento (natural) na escolha de locais mais convenientes para o assentamento de fábricas, por exemplo, a fim de minimizar o custo geral da produção, tanto no campo quanto na cidade, faz do transporte um forte indutor da ocupação do solo. As maiores ou menores facilidades de transporte de cargas orientam o uso e a ocupação do solo nas cidades e no meio rural (CASTELLS, M. A questão urbana. Tradução: Arlene Caetano. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014). O fenômeno é o mesmo no Transporte de Passageiros. A vantagem de morar perto dos locais de trabalho, lazer, compras, serviços de saúde e educação, em condição de boa qualidade de vida, é extremamente valorizada e tem custos elevados, sendo habilmente aproveitada pelos agentes da especulação imobiliária, em especial nas grandes cidades. Nas metrópoles, uma vez que essa conciliação é difícil, passa-se a valorizar a moradia num local que pelo menos ofereça acesso fácil a transporte de passageiros eficiente (rápido, regular, confortável e confiável) (FERREIRA, J. S. W. São Paulo: o mito da cidade-global. São Paulo: FAU-USP, 2003). 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (13/75) O Transporte de Passageiros é: (i) insumo à produção e ao consumo (sem ele as pessoas não poderiam se deslocar para os locais de produção e consumo); (ii) garantidor do direito de ir e vir (garantido pela Constituição Federal, no caso do Brasil); e (iii) prestação de serviço. O Transporte de Cargas, por sua vez, garante a produção e o consumo e também é prestação de serviço. Assim, o Planejamento de Transportes recebe contribuições do Planejamento Urbano, do Planejamento Regional, do Planejamento Econômico e, ainda que indiretamente, das políticas públicas dos outros setores da economia. O Planejamento de Transportes fornece contribuições às políticas públicas, e, por si só, é necessário e poderoso, mas isolado não tem condições de resolver todos os problemas do Transporte de Passageiros e do Transporte de Cargas, muito menos aqueles criados pelo próprio Planejamento de Transportes (VASCONCELLOS, E. A. A crise do planejamento de transportes nos países em desenvolvimento: reavaliando pressupostos e alternativas. Transportes, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 7-26, 1995). 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (14/75) Planejamento de Transportes pode ser considerado como a ação política que influencia e se deixa influenciar pela realidade, revestindo-se assim de força e fragilidade, instabilidade e poder de transformação (HUTCHINSON, B. G. Principles of urban transport systems planning. Washington: Scripta Book Company, 1974). Planejamento de Transportes não é só prever, mas é prever e prover, e proversignifica construir condições para que o planejado se realize pela conciliação duradoura e sustentável dos interesses envolvidos (BANISTER, D.; BUTTON, K. (ed.). Transport, the environment and sustainable development. London: Routledge, 2015). Os desequilíbrios entre necessidade e disponibilidade de investimento público diante das necessidades crescentes ou variáveis das demandas para pessoas, sociedade e organizações podem resultar em déficit de oferta dos serviços públicos, em especial no Transporte de Passageiros e no Transporte de Cargas (MENDES, C. C. Relações entre gasto público, demanda social e arranjos federativos: o caso do Nordeste brasileiro. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 44, n. 1, p. 145-162, 2013). Assim, os desequilíbrios exigem responsabilidade dos poderes públicos, da administração pública e da sociedade, bem como (mais) criatividade na busca do melhor resultado por unidade de recurso investido, já que a viabilidade do desenvolvimento econômico-social de cidades, regiões e países se apoia em grande medida na adequação e eficiência de seus sistemas de transporte. 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (15/75) No Transporte está incorporado o conceito de sistema (conjunto de elementos que guardam entre si inter-relações, objetivando uma função comum, ou seja, a função de transportar algo ou alguém). Os sistemas de transporte, regionais ou urbanos, de passageiros ou de cargas, são formados pelos veículos, pela infraestrutura viária (rodovias, ferrovias, hidrovias, dutovias e aerovias), como já dito, e ainda pelos terminais de passageiros e cargas, estações e pontos de parada, equipamentos de controle operacional e comunicação, e todos os recursos de apoio à operação e à manutenção da infraestrutura e dos veículos envolvidos. Os níveis de investimento necessários para conceber, planejar, projetar, implantar, operar, manter e expandir sistemas de transporte são função do padrão de desempenho pretendido. Consequentemente, é uma decisão política da sociedade querer arcar com esse ônus para obter o benefício desejado, estabelecendo quem e como se paga essa conta. Ademais, há limites relativos ao padrão de desempenho pretendido. No transporte urbano de passageiros público e coletivo é impossível, por exemplo, que todos viagem sentados nos períodos de pico nos modos coletivos. 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (16/75) Dependendo da magnitude e abrangência, um empreendimento de transportes poderá requerer planejamento de longo prazo, o que aliás comumente ocorre. No caso dos metrôs, cujo horizonte de planejamento é de pelo menos 50 anos, deve-se avaliar com muita precisão as metas para as quais se pretende orientar os esforços e os recursos. Algumas metas têm um caráter geral e permanente, como melhorar a qualidade de vida; outras, um caráter mais restrito e imediato, como melhorar a qualidade de vida da área central de uma cidade ou ampliar o acesso à cultura da população em geral. Para tais metas, podem ser formulados objetivos a serem alcançados por meio do planejamento de transportes, a saber: ➢ redução de impactos do transporte no meio ambiente; ➢ fomento à utilização do transporte coletivo; ➢ incentivo ao uso de modos não motorizados (bicicleta, caminhada); e ➢ oferta de maior de acessibilidade a polos culturais. A conquista desses objetivos poderá resultar na escolha de novas tecnologias de transporte, na formulação de configurações de integração entre modos de transporte que privilegiem o transporte público e coletivo, no desenvolvimento de regulamentações específicas do uso das vias públicas, e assim por diante. 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (17/75) Quando se aplica o Planejamento de Transportes, busca-se desenvolver sistemas de transporte capazes de deslocar pessoas e cargas em nível minimamente razoável de desempenho – considerando restrições físico-operacionais e interesses conflitantes –, mas que mantenham as características de (FERRAZ, A. C. P.; TORRES, I. G. E. Transporte público urbano. São Carlos: RiMa, 2001): ➢ baixo custo operacional e valor de frete compensador (cargas); ➢ remuneração compensadora para operadores e tarifas módicas para passageiros; ➢ conforto para passageiros e conveniência para cargas; ➢ segurança; ➢ rapidez; ➢ confiabilidade; ➢ regularidade. Por seu caráter estratégico, o Planejamento de Transportes é um processo no qual se define aonde se quer chegar e o caminho para atingir determinados objetivos. Como processo, o Planejamento Estratégico tem natureza dinâmica, isto é, deve ser revisto periodicamente, a fim de a ele se aplicarem correções pela alteração das condições da realidade, cujas hipóteses de formulação e de representação podem ser falhas e a própria “realidade” não ter se realizado como previsto ou esperado (CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento estratégico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004). 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (18/75) ESTE É O PROBLEMA? Resolver os nós? 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (19/75) ESTE É O PROBLEMA? Cosntruir aplicativos? Fonte: https://usemobile.com.br/aplicativo-tipo-uber/ 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (20/75) ESTE SIM É O PROBLEMA A RESOLVER: ➢Em qualquer lugar, seja no campo, seja na cidade, sempre existe na economia capitalista algo a ser adquirido que interessa a alguém. Esse algo pode ser um bem material ou um serviço. Alguém interessado pode ser uma pessoa, um grupo de pessoas, uma instituição ou uma organização. Nesse quadro de dependências mútuas se situam, por exemplo, a siderúrgica e a jazida de minérios, o fabricante/fornecedor de insumos e o produtor do produto final, o agricultor, o pecuarista e os exportadores das commodities do agronegócio, o aluno e o campus universitário, os consumidores e o shopping center, e assim por diante. Para possibilitar o deslocamento das pessoas para a realização de suas atividades é necessária a interveniência do Transporte de Passageiros e para que ocorra a transferência dos que produzem para os que consomem é necessária a interveniência do Transporte de Cargas. 1.8. O Processo do Planejamento de Transportes (21/75) 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (22/75) Organização Metas e objetivos Programação de curto prazo Inventário Formulação de alternativas das redes de transporte Previsão ou proposta de uso do solo Evolução da demanda por transportes Avaliação das alternativas Previsão da demanda Programação de médio e longo prazo Implantação Reavaliação 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (23/75) Organização: é a primeira providência a tomar, ou seja, montar a estrutura física e operacional – instalações, pessoal técnico e auxiliar, equipamentos de apoio- com meios e formas para a participação de grupos representativos da comunidade. Metas e objetivos: é necessário estabelecer claramente metas a atingir com o novo sistema de transporte (ou com a reformulação do existente), pela fixação de objetivos operacionais específicos, que permitam traçar e definir gradativamente o perfil das alternativas, para curto, médio e longo prazo. Inventário: dados e informações devem ser obtidos para permitir a compreensão dos problemas atuais e a construção do quadro futuro (descrição socioeconômica da população, apresentação do uso e da ocupação do solo, inventário do sistema de transporte e de suas redes por modos de transporte, caracterização da demanda de viagens, da operação do sistema de transporte, da regulamentação do uso e da ocupação do solo, dos recursos financeiros e dos valores culturais das comunidades envolvidas). 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (24/75) Programação de curto prazo: detalhamento dos objetivos operacionais a serem atingidos pelo novo sistema de transporte(ou reformulação do existente), e das ações correspondentes, no horizonte imediatamente após a consolidação da implantação. Previsão ou proposta de uso do solo: estabelecimento de uma configuração futura desejada de uso e ocupação do solo (Plano Diretor). Evolução da demanda por transportes (análise, desenvolvimento de modelos e projeções socioeconômicas): com base na análise da situação existente, obtida no inventário, e a partir de técnicas de projeção e modelagem (previsão ou proposta de uso do solo), é estimada a demanda futura em viagens, incluindo-se tarefas de estimativa da população e de variáveis econômicas, e aplicação de modelos de transporte e de uso do solo integrado (etapas de geração de viagens, distribuição de viagens, divisão modal e carregamento da rede). Formulação de alternativas das redes de transporte: formulação dos melhoramentos para o novo sistema ou sistema existente a fim de alcançar os objetivos operacionais definidos anteriormente. As medidas destinadas a atingir todos e cada um dos objetivos podem ainda não estar perfeitamente esclarecidas neste ponto, mas o serão depois por meio dos detalhamentos. Conceitualmente, porém, tais medidas devem ser asseguradas neste estágio. 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (25/75) Previsão da demanda: indicação da demanda futura na rede de transporte a ser testada, por meio do modelo integrado calibrado pelos resultados de pesquisas de campo. Avaliação das alternativas (escolha do plano): comparação de cada alternativa em face dos objetivos operacionais de curto prazo (e posteriormente de médio e longo prazo), no qual cada rede alternativa de transporte é então avaliada pelo nível de atendimento à meta estabelecida e aos seus objetivos, e o resultado dessa avaliação indicará a alternativa que melhor atende às metas e aos objetivos. Programação de médio e longo prazo: detalhamento dos objetivos operacionais a serem atingidos pelo novo sistema de transporte (ou reformulação do sistema existente), e de suas ações correspondentes, nos horizontes de médio prazo (dois a cinco anos), futuro próximo e longo prazo (de cinco a 15 anos) e futuro distante (mais de 15 anos), imediatamente após a consolidação da implantação. 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (26/75) Implantação: aplicação das ações previstas. Reavaliação (e prosseguimento do plano): monitoramento contínuo da aplicação das ações previstas, envolvendo a atualização dos dados existentes a fim de comparar a situação real observada com a situação projetada (esperada). Indicação dos reajustes necessários para atingir as metas originais estabelecidas ou mesmo metas com possíveis alterações. 1.8. O Processo de Planejamento de Transportes (27/75) RESUMO: Planejamento de Transportes é um processo de definição de políticas, metas, investimentos e projetos voltadas para o futuro no atendimento às necessidades de deslocamento de pessoas e bens. Como praticado hoje, é um processo colaborativo que incorpora insumos dos “stakeholders” (partes interessadas), incluindo agências governamentais, empresas públicas e privadas. Aplica-se uma abordagem multimodal e abrangente para analisar a ampla gama de alternativas e impactos, procurando-se maximizar os resultados benéficos e minimizar as externalidades provocadas pelos sistemas de transporte. 1.9. Desenvolvimento Urbano e Análise dos Problemas de Transportes (28/75) -A evolução dos transportes está fortemente relacionada ao desenvolvimento urbano, pela movimentação interna nas cidades e a crescente necessidade de intercâmbio de fluxos entre as cidades. A especialização das atividades e a evolução econômica e social constituíram os fatores decisivos para a intensificação dos fluxos de pessoas e cargas no ambientes urbanos. -Em meados do século XIX, as ferrovias foram um importante passo na evolução tecnológica dos transportes. No início do século XX, surgiu o automóvel, e, com ele, houve contínua expansão das redes de vias (infraestrutura) e o aperfeiçoamento das técnicas construtivas correspondentes. -O processo de urbanização é um fenômeno ocorrente em todas as partes do mundo. No Brasil, a situação evoluiu da seguinte maneira: em 1950, cerca de 36% da população era urbana; e em 2000, 81%. Estima-se para 2020 que praticamente 90% das pessoas vivam nas cidades brasileiras (Fonte: IBGE). População brasileira por situação do domicílio, 1950-2010 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. 1.9. Desenvolvimento Urbano e Análise dos Problemas de Transportes (29/75) O contínuo crescimento das áreas urbanas trouxe consigo disputa pelo espaço, cada vez mais precioso e em falta, num conflito distributivo sem precedentes na história da humanidade (CASTELLS, M. The informational city: information technology, economic restructuring, and the urban-regional process. Cambridge: Basil Blackwell, 1989). A demanda por infraestrutura tem crescido mais rapidamente do que a oferta. Há uma sobrecarga, o que faz cair o nível de serviço ou o padrão de desempenho. Mas não só isso. A capacidade dos sistemas viários é intrinsecamente baixa, por razões ligadas muito mais à limites físicos do que operacionais. 1.9. Desenvolvimento Urbano e Análise dos Problemas de Transportes (30/75) Inúmeras cidades brasileiras e ao redor do mundo nasceram e definiram suas configurações básicas em função dos Modos de Transporte utilizados na ocasião de sua constituição, no mais das vezes restritos à movimentação a pé e à utilização de animais (tracionando ou não veículos), em geral à beira de rios e lagos. Dessa situação provêm os padrões das vias, vielas e ruas, dados por suas características geométricas principais (largura e traçado horizontal e vertical). Assim, não é tão simples para uma cidade erigida a partir desses fundamentos substituir “veículos” que circulavam a velocidade de passos (de 3 a 5 km/h) por outros motorizados sobre pneus, com dimensão e potência que lhe permitem trafegar em altas velocidades. Ao lado da inadequação da infraestrutura viária se apresenta a questão da “convivência” de pedestres com veículos e dos diferentes tipos de veículo entre si – automóveis, ônibus, caminhões (grandes e pequenos), patinetes, bicicletas e motocicletas. Por fim, colocam-se os problemas gerais, relacionados à operação do sistema viário: má concepção do uso dos espaços e inadequação dos equipamentos e dispositivos de controle e sinalização do tráfego. 1.9. Desenvolvimento Urbano e Análise dos Problemas de Transportes (31/75) Quase todas as intenções de melhorar uma situação requerem a definição de pelo menos um problema. Quando e onde surge pela primeira vez um problema é algo difícil de precisar. Alguns são revelados pela mídia; outros emergem à luz do contato entre grupos de cidadãos e seus representantes na administração local e das discussões que os próprios representantes mantêm entre si. Pelo modo como se identificam os problemas, está claro que alguns deles acabam sendo considerados mais importantes do que outros, recebendo, portanto, mais atenção por parte dos poderes públicos e da sociedade (EDWARDS, J. D. Transportation planning handbook. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1992). Os problemas de transporte podem ser analisados segundo natureza, aspectos, magnitude, identificação e classificação, hierarquia e problemas futuros (CAPELLA, A. C. N. Formulação de políticas públicas. Escola Nacional de Administração Pública – ENAP. 2018). 1.9. Desenvolvimento Urbano e Análise dos Problemas de Transportes (32/75) Guia para Análise de Problemas de Transporte Quanto à Natureza dos Problemas - Individual ou Coletivo - Solução Paliativa, Reformista ou Revolucionaria (provisória ou definitiva) Quanto à Determinados Aspectos dos Problemas - Relaçõesde causas e efeitos claras ou não Quanto à Magnitude dos Problemas - Global ou local, ampla ou restrita Quanto à identificação e Classificação dos Problemas (+importante: DESDOBRAR) - Problemas específicos dos serviços de transporte e os que afetam fundamentalmente os usuários dos sistemas de transporte; - Problemas que são afetados pelos transportes; ou - Problemas que afetam os transportes. Quanto à Hierarquia dos Problemas - Estabelecimento de hierarquia e prioridades Quanto aos Problemas Futuros - Os problemas que devem ser resolvidos não são necessariamente os que existem na atualidade, mas os que vão existir no futuro, quando se puser em prática uma solução global, um novo sistema de transporte ou a reformulação dos sistemas de transportes existentes 1.9. Desenvolvimento Urbano e Análise dos Problemas de Transportes (33/75) Problemas específicos dos serviços de transporte e os que afetam fundamentalmente os usuários dos sistemas de transporte Congestionamento Tempo de viagem demasiado longo e interrupções intermitentes do fluxo de tráfego, provocando atraso, estresse e cansaço. Causa: concentração especial e temporal de viagens dos Modos Rodoviários Capacidade Inadequada Volume de tráfego (expressão da demanda) > capacidade viária (oferta de infraestrutura) Despesas e Custos Elevados para os Passageiros Altos custos do transporte individual Tarifas reais > capacidade de pagãmente do cidadão médio Custos Elevados para as Operadores dos Serviços de Transporte (ônibus, metrô e trem) Composição dos Custos: Planilha Tarifária Segurança Insuficiente para os Passageiros No Brasil, jovens pobres morrem assassinados e de acidentes de trânsito, enquanto jovens ricos morrem de abuso de drogas e (também) de acidentes de trânsito (Fonte: Organização Mundial de Saúde). Falta de Privacidade e de Conforto para os Passageiros Congestionamento Superlotação no transporte público e coletivo 1.9. Desenvolvimento Urbano e Análise dos Problemas de Transportes (34/75) Problemas que são afetados pelos transportes Poluição Atmosférica (ar) e Poluição da Água e do Solo (Fonte: BRAGA, A. et al. Poluição atmosférica e saúde humana. Revista USP, São Paulo, n. 51, p. 58-71, 2001) -Monóxido de carbono: causa dores de cabeça e mal-estar; absorvido pelo sangue, reduz o conteúdo de oxigênio e altera os processos mentais. -Hidrocarbonetos: agentes cancerígenos que atrasam o crescimento da vegetação e ocasionam má- formação no caule das árvores. -Óxidos de nitrogênio: provocam danos visíveis nas folhas, irritam os olhos e a mucosa nasal, interferem no crescimento dos vegetais, mesmo não produzindo danos visíveis, e criam nuvem de cor preta. -Material particulado: partículas de carbono e de outras substâncias, decorrentes da combustão incompleta, que aceleram reações químicas, obscurecem a visão, corroem os metais, deterioram objetos e edifícios e agravam as enfermidades pulmonares. -Óxidos de enxofre: produzem danos graves e crônicos na vegetação, atacam uma grande variedade de árvores e arbustos, irritam as vias respiratórias superiores, destroem o pigmento das pinturas, provocam corrosão nas edificações e monumentos, corroem metais, destroem tecidos e decompõem couro e papel. -Oxidantes (ozônio): descolorem a face superior das folhas de muitas plantas e arbustos, prejudicam e deterioram os tecidos, reduzem a capacidade física dos seres humanos, alteram o funcionamento pulmonar e irritam os olhos, a mucosa nasal e a garganta, produzindo tosse. -Peroxiacetilnitratos: descolorem a face inferior das folhas, irritam os olhos e alteram o funcionamento pulmonar. Ruído (Poluição Sonora) O ruído se infiltra e contamina o meio ambiente, é estressante e, em larga escala, prejudica a saúde. Impacto Visual (Poluição Visual) Nem sempre as OAE (vias elevadas, pontes, viadutos e túneis) e os dispositivos de infraestrutura estão harmonizadas com o ambiente urbano. Disputa por Espaço Urbano (Áreas para Infraestrutura Viária) Cidades mais compactas ‘roubam’ de 20 a 30% das suas áreas urbanizadas para a infraestrutura viária. Cidades menos compactas ‘roubam’ de 25 a 40%. Alteração do Uso e da Ocupação do solo Exemplos: (negativo) Deterioração urbana de zonas residenciais devido à implantação de vias elevadas ou terminais de ônibus. (positivo) Valorização de áreas próximas à estações de metrô. 1.9. Desenvolvimento Urbano e Análise dos Problemas de Transportes (35/75) Problemas que afetam os transportes Acelerado crescimento da quantidade de usuários e dispersão da população Nas grandes cidades brasileiras, entre os anos de 1940 e 1990, o aumento populacional ocorreu em taxas bastante elevadas, não apenas devido ao crescimento vegetativo da população, mas também devido aos movimentos migratórios. Rápido aumento da frota de automóveis (com correspondente diminuição da participação de viagens de transporte público e coletivo) Altos índices de motorização e em crescimento, principalmente motocicletas. Irregularidade de comportamento da demanda (mudanças nos padrões de viagem referentes a extensão, frequência e tempo de deslocamento) Nas horas de pico, nas grandes cidades do mundo, a concentração chega a ser de 10% a 15% do volume total de viagens de todo o dia em alguns pontos, ou seja, até 15% do tráfego do dia todo é escoado em apenas 1 hora Taxa de Motorização do Brasil em 2014 por 100 habitantes Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com/na- base-dos-dados/post/taxa-motorizacao- do-brasil-atinge-novo-recorde.html 1.9. Desenvolvimento Urbano e Análise dos Problemas de Transportes (36/75) RESUMO: O desenvolvimento urbano saudável só é possível se alcançar, além da melhoria da mobilidade de pessoas e cargas, com infraestrutura adequada de educação, saúde, justiça, resíduos sólidos, calçadas e de proteção ao patrimônio cultural A Análise de Problemas de Transporte requer cuidado e exatidão, para não prejudicar o Planejamento ou introduzir vieses Intervalo (slide 37/75) Dúvidas? 1.10. Modelagem de Transporte (slide 38/75) O que é: ➢Modelagem de Transporte é uma representação da realidade que apoia o Planejamento de Transportes, e por conseguinte os processos de tomada de decisão, podendo (em certas circunstâncias) desempenhar papel fundamental Objetivo dos Modelos de Transporte Estimar o padrão de fluxos (viagens de pessoas e veículos), num determinado horizonte, para avaliar alternativas de investimentos nos sistemas de transporte e na infraestrutura viária, de forma a atender a demanda futura de forma satisfatória. Metodologia No Brasil, o modelo mais tradicional é o Modelo de Quatro Etapas (“Four Step Modelling”). Banco de Dados • Informações a respeito do sistema: rede viária, transporte coletivo, viagens atraídas e produzidas, Pesquisa de Origem e Destino (O/D), entre outros. • Coleta de variáveis socioeconômicas (densidade populacional, renda, empregos, escolas, etc.). • Estudos de legislação sobre o uso e a ocupação do solo (Plano Diretor, Leis de Zoneamento, etc.). 1.10. Modelagem de Transporte (slide 39/75) 1.10. Modelagem de Transporte (slide 40/75) Modelo de Quatro Etapas Modelo de Quatro Etapas • Geração de Viagens: utilizam-se dados do ano-base para estimar a quantidade de viagens produzidas e atraídas por cada zona de tráfego da área de estudo. • Distribuição de Viagens: conhecida a quantidade de viagens produzidas e atraídas na etapa anterior, realiza-se a distribuição dessas viagens entre as zonas de tráfego (matriz de pares origem/destino). • Divisão Modal: distribuídas as viagens entre as zonas de tráfego conforme etapa anterior, estabelece-se a repartição (distribuição ou divisão modal) pelos Modos de Transporte (repartição em matrizes para cada Modo de Transporte). • Alocação de Tráfego: divididas as viagenspor Modo de Transporte conforme etapa anterior, realiza-se a alocação das viagens à rede viária, obtendo-se os volumes de veículos nas vias e quantidade de passageiros no transporte público. 1.10. Modelagem de Transporte (slide 41/75) 1.10. Modelagem de Transporte (slide 42/75) Geração de Viagens Distribuição de Viagens Divisão Modal Alocação de Tráfego População e Atividade Econômica Uso do Solo Sistema de Transporte existente 1.10. Modelagem de Transporte (slide 43/75) 1.1 Geração de Viagens 1.2 Distribuição de Viagens 1.3 Divisão Modal 1.4 Alocação de Tráfego Estimativa das quantidades de viagens produzidas e atraídas em cada zona de tráfego Determinação da distribuição das viagens e dos deslocamentos correspondentes Determinação do modo de transporte pelo qual as viagens são realizadas Etapa de escolha de rota, por um dado modo, entre os pares de zonas de tráfego 1.10. Modelagem de Transporte (slide 44/75) Yi = 9058+ 0,4663ai + 2,2817bi +1,6221ci +3,9380di (Exemplo: Metrô Rio) Yi =Viagens geradas ai =População bi =Empregos comércio ci =Empregos indústria di =Matrículas • • • Princípio: – Quantidade de viagens geradas por unidade de tempo (produzidas e atraídas) em cada zona de tráfego Submodelo (mais) utilizado → Regressão Múltipla: geração de viagens Yi em função de variáveis sócio econômicas e do uso e ocupação do solo Fatores de influência: Renda, Propriedade de veículos, Tamanho e estrutura familiar, Valor/Uso do solo, Matrículas/Empregos Etapa 1: Geração de Viagens 1.10. Modelagem de Transporte (slide 45/75) • Princípio – Distribuição dos volumes de tráfego entre cada par O/D • Submodelo (mais) utilizado → Gravitacional, inspirado na Teoria da Gravidade de Newton: • As viagens entre zonas são diretamente proporcionais à produção e atração das viagens em cada zona e, inversamente proporcionais à uma função de separação espacial entre elas. ij Kij * Dij (Ki * Pi )*(K j * Pj ) T = Tráfego diário entre duas cidadesTij = Pi =População da cidade i Pj =População da cidade j Dij =Distância dentre as cidades i e j Etapa 2: Distribuição de Viagens 1.10. Modelagem de Transporte (slide 46/75) • Princípio: – Viagens entre cada par O/D →Modo de Transporte. • Submodelo (mais) utilizado → Comportamental desagregado, inspirado na Função Utilidade, ou • Submodelos baseados na atratividade dos modos de transportes Pi =Probabilidade de escolher o modo i i u j = u =Utilidade do modo i Utilidade do modo j u je eui Pi= n j=1 x , x ,..., x =1 2 n utilidade a1, a2 ,..., an =Parâmetros estimados que determinam quanto os atributos influenciam a utilidade a0 = Constante específica da alternativa Modelo Logit Função Utilidade Ui = a0 + a1x1 + a2 x2 +...+ anxn Atributos que influenciam a função Etapa 3: Divisão Modal 1.10. Modelagem de Transporte (slide 47/75) • Princípio: – Escolhas de rotas (simulação) Estrutura dos submodelos de alocação Matriz de Viagens Rede viária Critério de escolha de rotas Algoritmo de escolha de rotas Fluxos, Tempos de viagem, etc. • Equação de Custo Generalizado C = a1 *T + a2 *D + M CustoC = T = D = Tempo de viagem Distância percorrida M =CustoMonetário 1, 2a a = Pesos de cada elemento Etapa 4: Alocação de Tráfego 1.10. Modelagem de Transporte (slide 48/75) Resumo: ➢O Modelo de Quatro Etapas objetiva caracterizar a demanda por transporte urbano por meio da análise e determinação da quantidade e tipo de viagens entres zonas de tráfego de uma determinada área de estudo, pela aplicação sequencial e encadeada de quatro etapas: Geração de Viagens, Distribuição de Viagens, Divisão Modal e Alocação de Tráfego 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 49/75) Geração de Viagens Distribuição de Viagens Divisão Modal Alocação de Tráfego 2.1 Pesquisa Origem/ Destino – O/D 2.3 Pesquisa Preferência Declarada 2.4 Simulação 2.2 Contagem Volumétrica 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 50/75) 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 51/75) Importante base de dados para estudos de transportes em áreas urbanas ➢ A Pesquisa Origem e Destino (O/D) é um instrumento de Planejamento de Transportes que fornece dados dos deslocamentos da população, apontando origens e destinos, motivos e Modos de Transporte dessas viagens. 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 52/75) 1 2 3 4 5 6 7 8 • Zonas de tráfego → sub-áreas menores da área de estudo que mantêm a homogeneidade de comportamentos de transportes. • Centróide→ concentração de todas as viagens produzidas e atraídas pela zona de tráfego. • Linha de Desejo→ representação espacial das viagens produzidas e atraídas que interligam cada par de zonas de origem e de destino. 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 53/75) • Pesquisa O/D: –Domiciliar + – Linha de contorno – Linha de aferição –Pares O/D 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 54/75) De difícil aplicação, cara, mas é a melhor fonte de informações do padrão de viagens cotidiano Fonte: IPPUC - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 55/75) • Realizada em domicílios escolhidos por amostragem: – Amostra aleatória do perfil socioeconômico dos indivíduos e das viagens por eles realizadas. • Questionário → Para registrar as características dos deslocamentos realizados no dia anterior ao da entrevista. 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 56/75) • Se realiza nos principais pontos de entrada e saída da área de estudo pesquisada • Cruzamentos dessa linha imaginária com as grandes vias de circulação. • Complementa as informações da Pesquisa Domiciliar (entrevistas). • “Origem/ Destino/ Motivo” Pesquisa de Linha de Contorno 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 57/75) • Divide a área de estudo em duas grandes zonas naturais, com poucos pontos de cruzamento entre estas (ex. rodovias, rios etc.). • O processo de realização e utilização são análogos à Pesquisa de Linha de Contorno Pesquisa de Linha de Aferição 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 58/75) • Identifica troca de viagens entre duas zonas: viagens que saem da zona X e vão para a zona Y. • Pesquisa de placas: registra as placas de uma amostra de veículos que cruzam determinadas seções de vias da área de estudo. Exemplo: amostra de automóveis de cor branca Pares O/D 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 59/75) • Contabilização dos volumes de veículos que cruzam determinadas seções ou conversões viárias na área de estudo, classificando-os conforme tipo e porte. • Podem ser utilizadas para: – Avaliar o grau de saturação de segmentos viários e interseções; e – Como insumo na obtenção e calibração da matriz origem-destino de deslocamento. Contagem Volumétrica 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 60/75) • Preferência Revelada (PR) → Escolhas e decisões observadas • “O que você faz...” • Preferência Declarada (PD) → Cenários não disponíveis no presente ou muito diferentes de todos os existentes • “O que você faria...” Pode não corresponder às preferências reais Pesquisa de Preferência Revelada ou de Preferência Declarada 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 61/75) Alternativa Tarifa Transbordo Tempo de viagem Tempo de caminhada Escolha Ônibus R$ 2,30 Sem transbordo 20 min 10 min A Metrô R$ 1,70 1 transbordo 15 min 8 min B Atributos/ Cartões Distribuição por Classe Modal A PÉ/BIC. 641.400 22% OUTROS 57.255 2% TPC 1.155.895 39,5% TPI 14.290 0,5% TI 1.051.897 36% 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 62/75) Definição da amostraVolume de informações Custo Amostra – Aspectos Importantes: – Qual a população que a amostra quer representar? – Qual o tamanho da amostra? – Qual a representatividade da amostra? Método amostral? – Amostragem aleatória simples – Amostragem aleatória estratificada Lembretes sobre Pesquisas 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 63/75) • Erros: – Amostral → Sempre existirá – Viés → Definição população/ método amostral • Tamanho da amostra: – Dicotomia: tamanho x custo – Não há definições exatas→ Recomendações • Ex: Preferência Declarada – 75 a100 entrevistas por segmento social Lembretes sobre Pesquisas 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 64/75) • Pesquisa Piloto (pré-teste): – Validação questionário – Ajuste dos níveis dos atributos • Validação da Pesquisa: – Pesquisado x Observado • Expansão dos dados: – Ajuste da amostra para seu universo por meio de fatores de expansão adequados Lembretes sobre Pesquisas 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 65/75) 1. ORTÚZAR, J. D.; WILLUMSEN, L. G. Modelling transport. Chichester: Wiley, 2011. 2. BRUTON, M. J. Introduction to transportation planning. Hutchinson and Company (Publishers) Limited, 1985. 3. KROES, Eric P.; SHELDON, Robert J. Stated preference methods: an introduction. Journal of transport economics and policy, p. 11-25, 1988. 4. ZIGNANI, R. C. Pesquisas em Planejamento de Transportes. TRENSURB, s/d. Disponível em: https://docplayer.com.br/14600721-Pesquisas-em- planejamento-de-transportes.html Bibliografia Especializada 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 66/75) Zoneamento da Pesquisa O/D da RMSP de 2012 (aferição) 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 67/75) Questionários O/D RMSP – 2012 (aferição) 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 68/75) Questionários O/D RMSP – 2012 (aferição) 1.11. Pesquisa de Origem e Destino (O/D) e Outras (slide 69/75) RESUMO (Pesquisa O/D): ➢ Identifica as principais viagens diárias das pessoas, segundo origem e destino, motivo e Modo de Transporte. ➢Permite estabelecer relações quantitativas entre viagens realizadas e características socioeconômicas das população e aspectos físicos da ocupação urbana ➢As viagens mapeadas são uma fotografia dos fluxos na cidade, o que permite identificar as carências no sistema de transporte existente. Consultar metrô de São Paulo (pioneiro em Pesquisas O/D no Brasil desde 1967: http://www.metro.sp.gov.br/pesquisa-od/pesquisa-od.aspx 1.12. Caracterização e Projeção de Demanda (slide 70/75) Demanda Atual: ➢ Manifesta (aquele que se pode contar ou mencionar em pesquisas) ➢ Reprimida (aquela que não se realizou por razões específicas e temporárias) ➢ Potencial (aquela que poderia se realizar se ocorresse alteração das condições de contorno) o Demanda Futura: ➢ Projeção econométrica (exemplos: projeção simples; linha de tendência no Excel®) ➢ Projeção vinculada à cenários macroeconômicos e variáveis conhecidas (exemplo: viagens de Transporte de Passageiros e de Transporte de Carga tem têm forte correlação com o PIB) ➢ Modelagem de Transporte (exemplo: Modelo das Quatro Etapas associados à modelagem de uso e ocupação do solo) Exercícios (slide 71/75) 1. Num plano de transportes, utilizam-se modelos sequenciais para relacionar o transporte com as características socioeconômicas da região, o que pode ser simplificado através do ciclo dos transportes ilustrado a seguir (Fonte: adapt. de Concurso Público – Grupo Magistério EDITAL Nº. 36/2011-REITORIA/IFRN): Quanto à relação dos elementos desse ciclo, é correto afirmar que: a) o desequilíbrio entre a oferta de transportes e a demanda por transportes melhora a acessibilidade do usuário do sistema quando a demanda é maior. b) o desequilíbrio entre a oferta de transportes e a demanda por transportes compromete a movimentação do usuário do sistema quando a oferta é menor. c) o desequilíbrio entre a oferta de transportes e a demanda por transportes intensifica novos usos do solo quando a oferta é menor. d) o desequilíbrio entre a oferta de transportes e a demanda por transportes intensifica a ocupação do solo quando a demanda é maior Exercícios (slide 72/75) 1. Num plano de transportes, utilizam-se modelos sequenciais para relacionar o transporte com as características socioeconômicas da região, o que pode ser simplificado através do ciclo dos transportes ilustrado a seguir (Fonte: adapt. de Concurso Público – Grupo Magistério EDITAL Nº. 36/2011-REITORIA/IFRN): Quanto à relação dos elementos desse ciclo, é correto afirmar que: a) o desequilíbrio entre a oferta de transportes e a demanda por transportes melhora a acessibilidade do usuário do sistema quando a demanda é maior. b) o desequilíbrio entre a oferta de transportes e a demanda por transportes compromete a movimentação do usuário do sistema quando a oferta é menor. c) o desequilíbrio entre a oferta de transportes e a demanda por transportes intensifica novos usos do solo quando a oferta é menor. d) o desequilíbrio entre a oferta de transportes e a demanda por transportes intensifica a ocupação do solo quando a demanda é maior Para refletir e estudar - Lições de Casa (slide 73/75) 1. Conceituar Planejamento e Planejamento de Transportes. 2. Explicar Pesquisa O/D e citar Exemplos com Resultados para Cidades/Regiões Metropolitanas Brasileiras e do Exterior. 3. Montar um roteiro para medir a demanda atual manifesta total por Modo de Transporte de sua cidade e como se projeta a demanda futura. Próxima Aula (slide 74/75) 1.13. Para que serve a avaliação de investimentos em empreendimentos de transporte? 1.14. Conceitos de empreendimento e de viabilidade. 1.15. Conceitos de benefícios e custos. 1.16. Revisão de matemática financeira. 1.17. Métodos de avaliação de investimento em empreendimentos de transporte. Continuação: 1. Planejamento de Transportes: FIM !
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