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Anatomia clínica do crânio

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Traumatismo cranioencefálico 
O TCE é uma importante causa de morte e 
incapacidade. Suas complicações incluem hemorragia, 
infecção e lesão do encéfalo (p. ex., concussão) e dos 
nervos cranianos. O comprometimento do nível de 
consciência é a manifestação mais comum. É 
responsável por quase 10% das mortes nos Estados 
Unidos, e cerca de metade das mortes por traumatismo 
acometem o encéfalo (Rowland, 2010). Os TCE são 
mais frequentes em jovens, entre 15 e 24 anos. As 
causas de TCE variam, mas destacam-se os acidentes 
com automóveis e motocicletas. 
Cefaleia e dor na face 
Poucas queixas são mais comuns do que a cefaleia e a 
dor na face. Embora geralmente sejam benignas e 
muitas vezes estejam associadas a tensão, fadiga ou 
febre baixa, as cefaleias podem indicar um problema 
intracraniano grave, como tumor encefálico, 
hemorragia subaracnóidea ou meningite. A neuralgia é 
caracterizada por dor intensa, pulsátil ou em caráter de 
punhalada no trajeto de um nervo, provocada por lesão 
desmielinizante. É uma causa comum de dor facial. 
Expressões como neuralgia facial descrevem sensações 
dolorosas difusas. A dor em locais específicos tem 
nomes como dor de ouvido (otalgia) e dor de dente 
(odontalgia). 
Lesão dos arcos superciliares 
Os arcos superciliares são cristas ósseas relativamente 
salientes; logo, um golpe neles (p. ex., durante uma luta 
de boxe) pode romper a pele e causar sangramento. A 
contusão da pele ao redor da órbita causa acúmulo de 
líquido tecidual e sangue no tecido conjuntivo 
adjacente, que se deposita na pálpebra superior e ao 
redor do olho. 
Rubor malar 
Antigamente, o zigomático era denominado osso malar; 
por conta disso, usa-se o termo clínico rubor malar. Esse 
eritema cutâneo que recobre a proeminência zigomática 
(eminência malar) está associado à elevação da 
temperatura que ocorre em algumas doenças, como a 
tuberculose e o lúpus eritematoso sistêmico (LES). 
Fraturas da maxila e dos ossos associados 
Fratura Le Fort I: uma grande variedade de fraturas 
horizontais da maxila, que seguem superiormente ao 
processo alveolar maxilar, cruza o septo nasal ósseo e 
possivelmente as lâminas do processo pterigoide do 
esfenoide 
Fratura Le Fort II: segue das partes posterolaterais dos 
seios maxilares (cavidades nas maxilas) em sentido 
superomedial através dos forames infraorbitais, 
lacrimais ou etmoides até a ponte do nariz. Assim, toda 
a parte central da face, inclusive o palato duro e os 
processos alveolares, é separada do restante do crânio 
Fratura Le Fort III: fratura horizontal que atravessa as 
fissuras orbitais superiores, o etmoide e os ossos nasais, 
e segue em direção lateral através das asas maiores do 
esfenoide e das suturas frontozigomáticas. A fratura 
concomitante dos arcos zigomáticos separa a maxila e 
os zigomáticos do restante do crânio. 
 
Fraturas da mandíbula 
Em geral, a fratura da mandíbula é dupla, e 
frequentemente em lados opostos; assim, se for 
constatada uma fratura, deve-se procurar outra. Por 
exemplo, muitas vezes um golpe forte na mandíbula 
causa a fratura do colo e do corpo da mandíbula na 
região do dente canino oposto. As fraturas do processo 
coronoide da mandíbula são raras e, de modo geral, 
únicas. As fraturas do colo da mandíbula costumam ser 
transversais e podem estar associadas à luxação da 
articulação temporomandibular (ATM) ipsilateral. As 
fraturas do ângulo da mandíbula geralmente são 
oblíquas e podem acometer a cavidade óssea ou o 
alvéolo do 3º dente molar. As fraturas do corpo da 
mandíbula amiúde atravessam o alvéolo de um dente 
canino. 
Reabsorção de osso alveolar 
Anatomia do crânio 
A extração de dentes causa reabsorção de osso alveolar 
na região ou regiões afetadas. Após a perda completa ou 
extração dos dentes maxilares, as cavidades do dente 
começam a ser preenchidas por osso e tem início a 
reabsorção do processo alveolar. Do mesmo modo, a 
extração de dentes mandibulares causa reabsorção 
óssea. Aos poucos, o forame mentual aproxima-se da 
margem superior do corpo da mandíbula. Em alguns 
casos, os forames mentuais desaparecem, expondo os 
nervos mentuais à lesão. A pressão de uma prótese 
dentária (p. ex., uma dentadura apoiada sobre um nervo 
mentual exposto) pode causar dor durante a 
alimentação. A perda de todos os dentes acarreta a 
diminuição da dimensão vertical da face e prognatismo 
mandibular (sobreoclusão). Também surgem na pele da 
face pregas profundas que seguem em sentido posterior 
a partir dos ângulos da boca. 
Fraturas da calvária 
A convexidade da calvária distribui e, desse modo, 
geralmente minimiza os efeitos de um golpe sobre a 
cabeça. Entretanto, golpes fortes em áreas finas da 
calvária tendem a produzir fraturas com afundamento, 
nas quais há depressão de um fragmento ósseo que 
comprime e/ou lesa o encéfalo. As fraturas lineares da 
calvária, o tipo mais frequente, geralmente ocorrem no 
ponto de impacto; mas muitas vezes as linhas de fratura 
se irradiam a partir dele em duas direções ou mais. Nas 
fraturas cominutivas, o osso é partido em vários 
pedaços. Se a área da calvária for espessa no local de 
impacto, o osso pode afundar sem fratura; entretanto, 
pode haver fratura a alguma distância do local de 
traumatismo direto, onde a calvária é mais fina. Em uma 
fratura por contragolpe, a fratura não ocorre no ponto de 
impacto, mas sim no lado oposto do crânio.

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