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Hidratação e distúrbios do sódio Hiponatremia DEFINIÇÕES • Concentração de sódio menor que 135 mEq/L. • Amplo espectro de manifestações, desde quadros assintomáticos ou oligossintomáticos até situações com risco iminente de vida. • Os mecanismos costumam estar mais associados a alterações do balanço hídrico do que propriamente ao sódio. • Os níveis de hormônio antidiurético (ADH) são usualmente elevados, mesmo em situações de perda renal de sódio. *Necessidade diária de água – 25 a 30 ml A maioria dos distúrbios do sódio estão relacionados com a água FISIOLOGIA - REGULAÇÃO DA ÁGUA E SÓDIO • Arco aórtico e bulbo carotídeo – possuem barorreceptores, fazem regulação da pressão. Se pressão cai, os barorreceptores informam o hipotálamo para aumentar a secreção de ADH pela hipófise. O ADH se liga aos receptores de vasopressina nos túbulos coletores e promove a reabsorção de água livre através das aquaporinas, em específico aumentando a expressão da aquaporina- 2, restabelecendo a osmolaridade sérica e/ou a volemia • Aparelho justaglomerular – onde há produção de renina (SRAA). Aldosterona promove reabsorção de sódio, atua juntamente com ADH • Hipotálamo hipófise • Alça de henle e ducto coletor Os principais reguladores do metabolismo da água corporal são o mecanismo da sede e a vasopressina, secretada pelo hipotálamo. A regulação da água corporal minimiza as perturbações induzidas pelos osmóis no volume celular. Os neurônios osmorreceptores localizados no hipotálamo anterior detectam alterações no estiramento celular devido a alterações na osmolaridade efetiva sistêmica. Uma diminuição no estiramento celular aumenta a taxa de disparo dos neurônios osmorreceptores, o que intensifica a sede e estimula a liberação de vasopressina pela neuro-hipófise. A vasopressina, por sua vez, aumenta a reabsorção de água nos túbulos coletores dos néfrons e concentra a urina. Para evitar a sede persistente, o limiar de liberação de vasopressina é menor do que o do mecanismo gerador da sede. Há um limite de osmolaridade plasmática NA 135-145 mq/L Fórmula da osmolaridade 2Na+Gl/18+Ureia/6 *glicose – grande poder osmótico. Hiperglicemia “puxa água”, diminui concentração de sódio, dilui. Hiperglicemia é uma causa de hiponatremia →Na+ corrigido pela glicose +Na medido+0,016x(glicose-100). Osmolaridade efetiva = 2 x (Na) + glicemia/18. *A ureia não é utilizada no cálculo da osmolaridade efetiva por se difundir livremente pelos compartimentos. Mudanças na osmolaridade podem causar alterações neurológicas com deslocamento de água para o cérebro, resultando em edema cerebral. ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA A hiponatremia é na maioria das vezes causada por alteração do balanço hídrico com excesso de água corporal em relação ao sódio. O desenvolvimento de hiponatremia requer alguma inabilidade de suprimir a secreção de ADH. O ADH é produzido no hipotálamo e secretado pela hipófise posterior nas seguintes condições: • Osmolaridade sérica elevada. • Volemia ou pressão arterial reduzidas. Condições fisiológicas→ se osmolaridade sérica cai abaixo de 280 mOsm/L o ADH é suprimido→ rim excreta água livre tentando evitar maiores quedas da osmolaridade sérica→ a osmolaridade urinária aumenta devido à menor quantidade de água livre na urina→ se por algum motivo o ADH continuar agindo mesmo com osmolaridade sérica baixa e o indivíduo ingerir líquidos hipotônicos, ocorrerá hiponatremia. A liberação de ADH é causada por diminuição do volume circulante efetivo, por: • Hipovolemia - desidratação, diarreia, sangramento) • Má distribuição dos fluidos corpóreos, com extravasamento do líquido intravascular - cirrose, síndrome nefrótica • Diminuição da perfusão - insuficiência cardíaca. HIPONATREMIA Nível sérico Leve – 130-135 mEq/L Moderada – 120-129 mEq/L Severa - <120 mQEq/L – causa mienólise pontina - tetraplegia CLASSIFICAÇÃO DA HIPONATREMIA Tonicidade – se refere a osmolaridade. • Hiponatremia isotônica - Solutos no plasma que em excesso não possuem capacidade osmolar (puxar água do LIC para o LEC), então não há alteração da tonicidade plasmática. Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia. É uma pseudohiponatremia, artefatos na medição do sódio. • Hiponatremia Hipotônica – única verdadeira. Podem ainda ser divididos conforme o estado volêmico do paciente em normovolêmico, hipovolêmico e hipervolêmico • Hiponatremia hipertônica – aumento da osmolaridade plasmática, como ureia elevada pela IRA. Causada por diluição devido a osmolaridade aumentada secundária à presença de outros solutos. Isotônica – hipertrigliceridemia, hiperproteinemia Hipotônica – maioria das causas de hiponatremia Hipertônica – hiperglicemia, manitol (solução hipertônica) Em relação à volemia • Hipovolêmicas – redução do volume extracelular. Sem mecanismo de disparo de ADH, diuréticos (furosemida, excreta muito sódio além de água). Perde água e perde sódio. nefropatias, insuficiência adrenal, síndrome perdedora de sal. • Euvolemica – SIAD (secreção inapropriada ao hormônio anti-diurético – neoplasias, medicamentos tricíclicos, imunossupressor, carbamazepina). Retém água, mas não retém sódio. Drogas, Polidipsia psicogênica, hipotireoidismo. • Hipervolêmicos – tem mecanismo de disparo de ADH. ICC→ baixa pressão, libera ADH, maior volemia em relação ao sódio (absorve mais água doq sódio), hipotônica. Cirrose, IRA, síndrome nefrótica. SINAIS E SINTOMAS • Fraqueza (adinamia) • Rebaixamento do nível de consciência • Anorexia -Vômitos • Edema agudo pulmão – hipervolêmica e hipotônica • Cefaleia • Sonolência – confusão • Convulsão e coma TRATAMENTO DA HIPONATREMIA Instáveis hemodinamicamente (pressão e frequência) - soro fisiológico até estabilização hemodinâmica. Alvo – PAM de 65 mmHg Pacientes hipervolêmicos – restrição hídrica (<800ml/dia) Sintomas neurológicos – soro hipertônico (3%) SF 0,9% → 0,9g em 100 ml NaCl 3% → 3g em 100 ml *Para fazer→ Usar ampola de NaCl20% (10 ml) → 2g em 10ml Pode-se usar 15 amp (150 ml) + AD 850 ml – 1L 11 amp + 890 ml SF 0,9% 5 amp +450 ml SF 0,9% - 55 ml + 445 ml Hiponatremia com sintomas neurológicos – NaCl 3% 100 ml infundido em 10 minutos até 3x HIPONATREMIA CRÔNICA (>48 HORAS) 1 – calcular ACT (homem+ pesox0,6/mulher= pesox0,5) 2 – calcular delta NA= Na solução-Na doente/ACT+1 3 – Variação Na sérico:<10 mEq/L em 24h/<18mEq em 48 h Abaixo de 120 – internação na uti Hipernatremia DEFINIÇÕES • Concentração de sódio sérico > 145 meq/L. • Quase que invariavelmente um distúrbio associado a perda de água, por perdas renais ou extrarrenais. mecanismo de sede, que induz a ingestão de água. Alterações do mecanismo de sede aumentam o risco de desenvolver hipernatremia. • Iatrogênica – muito frequente em uso de bicarbonato de sódio, usado para corrigir acidose (só corrigir se pH abaixo de 6,9) CLASSIFICAÇÃO • Hipovolêmica – perdas gastrointestinais, perdas renais (principalmente iatrogênica, como furosemida, pois perde-se mais água que sódio), perdas pela pele • Euvolêmica – diabetes insípido (central e nefrogênica) • Hipervolêmica – iatrogênica * A maioria dos líquidos existentes no terceiro espaço são hipotônicos em relação ao plasma SINAIS E SINTOMAS • Fraqueza • Sede • Confusão • Sonolência • Convulsão • Coma TRATAMENTO Instáveis hemodinamicamente – SF 0,9%/aminas vasoativa (como dobuta) até estabilização Pacientes estáveis – soro hipotônico (ao meio – metade água destilada)/ SG5%/ água (oral) – se endovenoso baixa a osmolaridade e causa hemólise) Sem alteração do TGI – Água VO → HiperNa aguda (SG% 5ml/kg/h). HiperNa crônica(SG 5% 1,35ml/kg/h) *análogo do ADH – desmopressina – diagnóstico (central e nefrogênico) e tratamento Caso clínico – feminio, 60 kg, estável, NA=160 mEq/L há 3 dias. ACT – 30 Soro ao meio→ Delta NA = 77-160/30+1 = 2,6 SG= 160/31 = 5,1 Variação acima de 10 é ruim
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