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Materiais dentários (Gesso odontológico)

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Gesso odontológico 
INTRODUÇÃO 
• Moldeira: instrumento onde se coloca o material para a moldagem, 
quando se retira isso, tem um molde e quando o gesso cristalizar se tem o 
modelo 
• Modelo: cópia dos dentes do paciente 
• Troquel: reprodução das características anatômicas da cavidade oral 
GESSO 
• Origem: gipsita -> mineral encontrado na natureza, depois da purificação 
vai se ter um cristal encontrado na natureza 
• Ele é empregado para a elaboração de modelos, como revestimento para 
fundição na prótese e já foi utilizado como material de moldagem na estética 
• A gipsita é um mineral que existe em alta quantidade no brasil, ela passa 
por um processo de purificação e, nesse momento, vai ser utilizado 
• O sulfato de cálcio diidratado (gipsita) é triturado em uma temperatura de 
110 até 130 graus e se converte no sulfato de cálcio hemiidratado (material de 
trabalho) 
• A gipsita se organiza na forma de cristais monocíclicos e quando perde 
água se converte no gesso sob a forma de cristais ortorrômbicos, se continuar a 
perder água, vai se transformar em uma anidrita solúvel, cristais hexagonais e 
por último, em anidrita natural cristais ortorrômbicos, nesse estado vai se ter a 
desagregação 
• O gesso vai ser constituído pela gipsita em associação a materiais ativos 
(reduzem necessidade de água de mistura, como a goma arábica e cal), 
impurezas (anidritas hexagonais ou ortorrômbicas não convertidas, que dentro 
do gesso fazem com que a cristalização seja mais rápida) e sais (controle do 
tempo de presa e expansão do gesso) 
TIPOS DE GESSO 
• O gesso segundo a ADA é classificado em gesso para moldagem 
(tratamentos estéticos, não é mais utilizado na odontologia), tipo II (gesso 
comum), tipo III (gesso-pedra), tipo IV (gesso-pedra de alta resistência), tipo V 
(gesso-pedra de alta resistência e alta expansão) e o gesso sintético 
• Do tipo II ao V tem-se gipsita, o sintético não tem gipsita 
• O gesso tipo II ou comum ou paris é o gesso mais simples, é chamado de 
beta-hemiidrato, não é tido como um gesso “bom”, para esse tipo de gesso, vai 
se ter a calcinação da gipsita em caldeira, cuba ou forno a céu aberto, vai se ter 
cristais com formas e tamanhos irregulares, são cristais grandes, esponjosos 
com muitos poros capilares, vai requerer mais água na mistura e formar uma 
massa manipulável, tem características menos duras e resistentes e vai ser 
usado como modelo de estudo para planejamento do plano do paciente e para 
fixar o modelo de estudo no articulador 
• O gesso tipo III (gesso-pedra) é chamado de alfa-hemiidrato, ele é 
produzido por calcinação (remoção da água) em autoclave com pressão de 
vapor de água, tem cristais tem forma de bastões e prismas e são mais densos 
que o do tipo II, tem tamanhos mais regulares, menos porosas e requerem 
menos água na mistura, é usado para modelos e troqueis com características 
mais duras e resistentes 
• Gesso do tipo IV (gesso-pedra de alta resistência) é chamado de alfa-
hemiidrato modificado, tem calcinação em autoclave em uma solução de cloreto 
de cálcio a 30%, tem formas e densidades mais regulares, cristais pequenos e 
menos porosos, mais lisos e densos, requerem menos água na mistura e é 
utilizado para confecção de troqueis e modelos de grande resistência 
• O gesso tipo IV é o mais utilizado para a realização de modelos pelo fato 
de ser o menos expansível 
• O gesso tipo V (gesso-pedra de alta resistência e expansão) é feito pelo 
processo de calcinação em autoclave com vários aditivos para alcançar uma 
resistência a compressão, flexão, etc., (propriedades mecânicas e químicas), vai 
ter melhores propriedades mecânicas, possui menor quantidade de agua na 
mistura, uma maior resistência a compressão após uma hora (48 Mpa), relação 
A/P de 0,18-0,22, maior expansão de presa se comparado ao tipo IV, pode ser 
utilizado na técnica de fundição e tem tempo de presa de 12 até 4 minutos 
• Quanto menor a expansão do gesso quando ele tiver rígido, melhor, pois 
assim se tem uma melhor reprodução da boca do paciente 
• O gesso sintético permite que o alfa-hemiidrato e o beta-hemiidrato a partir 
dos subprodutos ou de produtos perdidos durante a fabricação do ácido 
fosfórico, tem propriedades melhores ou semelhantes aos gessos de gipsita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O tipo IV é o comumente mais utilizado por possuir boa resistência 
mecânica e não ter alta expansividade 
• Quando o gesso está cristalizando, ele vai aquecer e quando ele é 
misturado com água, ele vai fazer uma reação exotérmica 
• A diferença entre a gipsita e o gesso é o tipo de cristal da estrutura, a 
gipsita tem cristais monoclínicos e o gesso tem cristais ortorrômbicos, isso faz 
com que as reações sejam diferentes tal como estruturas do próprio material 
MANIPULAÇÃO DO GESSO 
• Quando o hemiidrato é misturado em agua, forma-se uma suspensão 
fluida e manipulável, o hemiidrato dissolve-se até formar uma solução saturada 
de íons de sulfato de cálcio, estes íons difundem-se e precipitam-se (cristalizam-
se) sobre os núcleos de cristalização pré-existentes (impurezas) -> quanto maior 
a adição de agua, maior a expansão 
• A sequência técnica vai ser pesar e medir a quantidade de água, para que 
a relação A/P seja exata, depois vai se colocar a água e em seguida se adiciona 
o pó na cubeta, uma vez que dessa forma as porosidades vão ser mais 
evidentes, e essa mistura vai ser espatulada por 1 minuto, de tal forma que os 
movimentos sejam rápidos e com pressão e a massa produzida seja macia, 
quando a mistura estiver pronta, o molde vai ser vasado sob vibração e a 
cristalização do gesso deve ser aguardada, com isso o modelo vai ser destacado 
 
 
 
 
 
 
 
• O gesso tipo II que é o com maior relação A/P vai ser também o mais 
poroso pela quantidade de agua que vai precisar evaporar, ele também vai ter o 
maior tempo de presa e a menor resistência do produto e a expansão -> tem dois 
caminhos para a expansão ocorrer, ter muita agua (muito espaço para crescer) 
e ter pouca agua (ter pouco espaço para crescer), mas a agua formar tensão 
superficial de forma mais rápida 
• A espatulação pode ocorrer de forma manual, manual sob agitação 
(manual sob vibrador), mecânica manual (girar a manivela) e mecânica a vácuo 
ou não -> a melhor manipulação é a mecânica a vácuo 
ENSAIOS TÉCNICOS E PROPRIEDADES 
• Tempo de presa (TP) é o tempo transcorrido do início da mistura até que 
o material cristalize -> até que o termômetro chegue no máximo (hipotermia) 
• Tempo de espatulação (TE) é o tempo transcorrido desde a adição do pó 
à água até que a mistura se complete (mistura mecânica -> 20 até 30 segundos; 
manual -> 1 minuto) 
• Tempo de perda de brilho (TPB): do início da mistura até a perda de brilho 
(momento máximo em que podemos usar a mistura = escoamento) -> dentro do 
TP 
• Tempo de trabalho (TT): é o tempo disponível para que a mistura esteja 
manipulável (tempo para usar a mistura), é o TE + TPB, o tempo adequado é de 
3 minutos 
• Tempo de presa inicial (TPI): do início da mistura até o momento que a 
agulha de Gillmore menor não deixa impressões na superfície -> indica o tempo 
que se pode trabalhar com o momento 
• Tempo de presa final (TPF): tempo do início da mistura até o ponto que a 
agulha de Gilmore maior não deixa ais impressão 
• Tempo de hidratação: é o tempo transcorrido do início da mistura até que 
atinja a temperatura máxima -> exotermia do gesso 
• Critério de pronto para uso: momento que a resistência a compressão 
atingiu 80% daquela obtida em 1 hora 
• O controle do tempo de presa depende do fabricante, das impurezas, do 
tempo de espatulação, da relação A/P e da temperatura da água (de 50 graus 
em diante- ocorre um gradual retardamento, próximo a 100 não ocorre a 
cristalização) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Não deve-se usar nenhum acelerador ou retardador no gesso deelaboração de modelo pois eles podem mudar a composição química do gesso 
• Teste de escoamento -> quanto melhor a espatulação, melhor o 
escoamento, em seguida deve-se fazer adicionando agua e com o auxilio do 
vibrador, o escoamento deve ir aumentando conforme esses passos, esse teste 
é feito no momento do TPB 
• Tixotropia: fenômeno de diminuição de viscosidade aparente com o tempo 
de cisalhamento constante -> forma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Expansão higroscópica: crescimento anormal dos cristais devido a quebra 
da tensão superficial da água e crescimento livre adicional dos cristais -> cerca 
de duas vezes maior que a expansão de presa 
• Quanto menor a expansão normal, melhor a espatulação 
• Resistência úmida (ou verde): é a resistência quando o gesso ainda tem 
agua em sua constituição 
• Resistência seca: resistência quando não se tem agua no gesso, 
geralmente após 24 horas 
• A RS > RU, com 1 semana a resistência pode até dobrar 
• Se a relação A/P aumentar, o TP aumenta, a resistência diminui, a 
expansão de presa se torna menor e o escoamento aumenta 
• Os poros e as cavidades dependem da técnica de espatulação, da relação 
A/P -> quanto maior A/P, mais poroso e da técnica de vazamento do gesso no 
molde 
• A desinfecção é feita em moldes e/ou modelos e dependendo da solução 
a qualidade dos modelos da gipsita podem ser afetados, a técnica de escolha 
geralmente é com borrifadores, o controle de infecções é feita por meio de iodo, 
hipoclorito de sódio ou glutaraldeído 
• O modelo de gesso é ligeiramente solúvel em agua -> recomenda-se 
imergir em um recipiente com agua e no fundo detritos de gesso, pois, assim, vai 
se promover a saturação de sulfato de cálcio e não vai ocorrer o desgaste do 
modelo 
Alginato 
INTRODUÇÃO 
• Necessita de moldeira retentiva 
• Para um material ser de moldagem, ele precisa ser fluido (para se adaptar 
os tecidos bucais), mas ao mesmo tempo viscoso (conseguir se manter na 
moldeira), o tempo de presa não pode ser muito longo (sete minutos no máximo) 
e não deve ser distorcido ou rasgado quando removido e deve ter fidelidade de 
reprodução 
• A classificação enquanto flexibilidade elasticidade podem ser anelásticos 
(paciente sem dentes, molda sob pressão, como gesso e godiva- quase não 
utilizado e pastas de óxido de zinco e eugenol- mais comum) ou em elásticos 
(matérias flexíveis, para pacientes com dentes, os hidrocoloide irreversível e 
reversível e os elastômeros) 
• A reação de presa pode ser irreversível (reação química) como o gesso- 
não é mais usado, as pastas de oxido de zinco e eugenol, hidrocoloide 
irreversível- alginatos e elastômeros e em reversível (alteração de temperatura) 
como a godiva e o hidrocoloide reversível- ágar 
• A godiva e o gesso não são mais utilizados, porem a godiva é raramente 
utilizada ainda 
• Excipiente: são pequenas partículas que quando acrescentadas a 
composição de um material, reforça ou modifica suas propriedades físicas, 
usualmente são inertes, um exemplo é a pigmentação em alguns materiais. Para 
um material ser excipiente, deve-se ter uniões interatômicas ou intermoleculares 
entre as partículas do excipiente e as partículas da matriz (existe reação 
química), quanto menor for a partícula -> mais o material é capaz de aumentar 
resistência e dureza, o excipiente deve estar distribuído por todo o material 
• A espatulação do alginato deve ser feita de forma semelhante a do gesso, 
com movimentos rápidos de pressão 
• Hidrocoloide: “o quarto estado da matéria” -> estado coloidal, ele pode ser 
reversível ou irreversível 
• O Ágar-ágar é um hidrocoloide hidrofílico reversível extraído de algas 
marinhas que tem temperatura de gelificação de 37 graus, ele passa de sol para 
gel por meio da alteração de temperatura, a temperatura de liquefação é de 100 
graus e a de gelificação é 37 graus. O ágar-ágar pode ser utilizado como 
moldagem de áreas dentadas e desdentadas e, antes, servia como forma de 
duplicação de modelos em laboratório protético (tem baixo custo e pode ser 
reciclado 4x) 
• A diferença entre o processo de liquefação e gelificação é chamada de 
histéresis (forma fibrilas ou cadeias de moléculas entrelaçadas com o liquido nos 
interstícios) 
ALGINATO 
• Alginato é aplicado como forma de moldagem de dentes e tecidos moles 
da cavidade oral, ele é composto por alginato de sódio, sulfato de cálcio (reator), 
oxido de zinco (carga- maior resistência), fluoreto de potássio titânio 
(acelerador), pó de diatomácea (carga) e trifosfato de sódio (retardador) 
• O pó é misturado com a água, o trifosfato de vai reagir com o sulfato de 
cálcio e o sulfato de cálcio que sobrar vai reagir com o alginato de sódio para 
formar alginato de cálcio insolúvel (material para moldagem) 
• Agitar a embalagem (misturar os componentes), misturar agua e pó, fazer 
espatulação vigorosa e a mistura deve ser lisa e cremosa, a mistura vai ser 
colocada em moldeira retentiva e a moldagem é efetuada em pressão constante, 
a gelificação deve ser vista com a ponta do instrumental (recuperação elástica), 
se aguarda 2 minutos após a gelificação para a retirada e o molde deve ser 
lavado em agua corrente e passar por desinfecção por 10 min e vazar o molde 
de forma imediata com gesso 
• O componente deve estar em uma embalagem hermeticamente fechada 
• Tempo de gelificação: medido do inicio da manipulação do material até 
que a gelificação ocorra, quando a gelificação se inicia, o material deve ser 
mantido imóvel para que as fibrilas em crescimento não se rompam e tornem a 
massa friável (rasgada) 
• Segundo a ADA, na especificação numero 18, tem-se dois tipos de 
alginato, o tipo I (presa rápida)- mín, 1- máx.2 e o tipo II (presa longa)- mín. 2,5- 
máx. 4 min 
• O tempo de gelificação depende da quantidade de retardador, proporção 
a/p, temperatura da agua de manipulação (agua mais gelada- demora um pouco 
mais para gelificar, único procedimento que pode fazer), tempo de espatulação 
e tempo de viscosidade 
• Fatores que afetam a resistência: composição, proporção a/p, 
espatulação e o momento da moldagem 
• Alteração dimensional: evaporação (contração), sinérese ou embebição 
(expansão) 
DESINFECÇÃO 
• Todo paciente -> possível infectado 
• A limpeza mecânica com água e detergente remove a maior parte da 
contaminação, mas não é suficiente para eliminá-la totalmente 
• Deve ser feita em iodo, agua sanitária ou glutaraldeído 
• Técnica da imersão: molde deve ser imerso, a distorção vai ser mínima 
se o tempo for curto e o molde for vazado (10 min.) 
• Técnica da borrifação: o molde vai ser borrifado com desinfetante e 
envolto em papel toalha úmido com a solução e colocada em plástico auto-
selante ou recipiente hermeticamente fechado por 10 min. 
• Depois do processo de desinfecção, deve-se lavar e fazer o vazamento 
com gesso 
VANTAGENS DO ALGINATO 
• Fácil manipulação 
• Confortável para o paciente 
• Custo 
• Não exige equipamento elaborado 
CUIDADOS 
• Armazenagem: temperatura e umidade 
• Limpeza do instrumental: ex: rápida geleificação devido a resquícios de 
gesso 
• Evitar inalação da poeira do alginato: partículas de sílica na composição 
• Tempo de espera para a cristalização do gesso -> 30 a 60 minutos para 
não formar um modelo pulverulento (que solta pó) -> o alginato pega a água do 
gesso

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