Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROTEÍNAS ➔ Introdução ➢ são compostos orgânicos formados por unidades básicas, os aminoácidos, ligadas por ligações peptídicas. ➢ A quantidade e a sequência dos aminoácidos diferenciarão e definirão a função de uma proteína ➔ Classificação ➢ De acordo com a estrutura, podem ser classificadas em: ● globulares: representadas pelas enzimas, antígenos e hormônio de natureza protéica; ● fibrosas: proteínas animais, insolúveis em água e resistentes às enzimas digestivas; ● conjugadas: proteínas que por hidrólise liberam aminoácidos mais grupos não proteicos ➢ De acordo com a função, as proteínas podem ser classificadas em: ● estruturais: proteínas que fazem parte de componentes estruturais no organismo animal, como a queratina, componente importante na composição de pelos, chifres e cascos; ● contráteis: proteínas participam do processo de contração muscular, como a actina e a miosina; ● reserva: proteínas utilizadas pelo organismo animal para manutenção ou desenvolvimento, como a albumina presente em ovos ● transportadoras: proteínas que atuam no transporte de nutrientes no organismo animal, como as hemoglobinas, que transportam oxigênio; ● enzimas: proteínas que atuam na quebra de substratos liberando os nutrientes que serão utilizados pelo animal. As enzimas podem ser endógenas e sintetizadas pelo animal (como a tripsina e a quimiotripsina) ou exógenas e com necessidade de adição por meio da alimentação do animal (como a fitase, a carboidrolase e a peptidase). ● defesa: proteínas representadas pelas imunoglobulinas, que desempenham papel primordial na resposta imunológica do animal. ● reguladoras: proteínas que atuam na regulação do metabolismo no organismo animal, destacando-se o papel da insulina na regulação dos níveis de glicose circulante e, consequentemente, na regulação da glicemia. ➔ Classificação dos Aminoácidos ➢ Todas as proteínas que compõem um organismo vivo são construídas a partir do mesmo conjunto de vinte aminoácidos ● alanina (Ala) ● valina (Val) ● leucina (Leu) ● isoleucina (Ile) ● prolina (Pro) ● metionina (Met) ● fenilalanina (Fen) ● triptofano (Trp) ● glicina (Gli) ● serina (Ser) ● treonina (Tre) ● cisteína (Cis) ● tirosina (Tir) ● asparagina (Asp) ● glutamina (Gln) ● ácido aspártico (Asp) ● ácido glutâmico (Glu) ● lisina (Lis) ● arginina (Arg) ● histidina (His). ➢ Todo aminoácido apresenta a mesma estrutura básica: um átomo de carbono, outro de hidrogênio, um grupo carboxila, um grupo amino e um radical R. ➢ Essenciais: não são sintetizados pelo organismo animal em velocidade suficiente para atender as exigências; ➢ Não essenciais: são sintetizados pelo organismo animal em velocidade suficiente para atender as exigências animais e não precisam ser fornecidos na dieta; ➢ Quanto ao destino ● Cetogênicos: é quando o álcool restante da quebra de aminoácidos vai para qualquer fase do Ciclo de Krebs na forma de Acetil coenzima A ou outra substância (são chamados de cetogênicos porque dão origem a corpos cetônicos.) ● glicogênicos: é quando o álcool restante da quebra de aminoácidos vai para a via glicolítica. Os aminoácidos que são degradados a piruvato, alfa-cetoglutarato, succinil-CoA, fumarato ou oxaloacetato são denominados glicogênicos. ➢ Do conjunto básico dos vinte aminoácidos, os únicos que são exclusivamente cetogênicos são leucina e lisina. A fenilalanina, tripto fano, isoleucina e tirosina são tanto cetogênicos quanto gli cogênicos. E os catorze aminoácidos restantes são estritamente glico gênicos ➔ Funções ➢ formação de substâncias celulares ➢ a síntese de enzimas ➢ os hormônios e anticorpos ➢ a síntese de vitaminas do complexo B ➢ a desintoxicação, a oxidação para liberação de energia ➢ a composição de estruturas e órgãos ➢ a reparação de tecidos ➢ A função mecânica da contração ➢ a composição do sistema nervoso ➢ o transporte de substâncias ➢ a síntese de proteínas para produção ➢ a transmissão de caracteres hereditários (DNA e RNA) ➢ e a regulação do metabolismo da água. ➔ Fontes protéicas ➢ As principais fontes proteicas utilizadas na alimentação animal são as de origem animal e vegetal. A maioria delas é oriunda do processamento da indústria de alimentos, como os farelos que são produzidos na indústria de óleos e as farinhas de origem animal, resultante de subprodutos de matadouros. ➢ Existem também fontes de nitrogênio não protéico, como a uréia utilizada na alimentação de ruminantes. ➢ Origem Animal ● Farinha de carne ● Farinha de carne e ossos ● Farinha de sangue ● Farinha de pena ❖ Produto obtido da cocção, sob pressão, de penas limpas e não decompostas, obtidas no abate de aves. É permitida a participação de carcaças e sangue desde que sua inclusão não altere significativamente a composição química média estipulada. ❖ Farinha de penas hidrolisadas (FPH) pode ser uma fonte de proteína alternativa satisfatória para monogástricos. Cerca de 7% do peso da ave corresponde às penas. ❖ Farinha de penas (FP) é um dos principais subprodutos avícolas processados, contém alto teor de proteína (80 a 85%), entretanto, sabe-se que 85 a 90% dessa proteína é a queratina, que se caracteriza por apresentar baixa solubilidade e alta resistência à ação de enzimas ❖ A Queratina contém elevados níveis de cistina (aproximadamente 10%) que torna a proteína da FP altamente indigerível. ❖ Cocção em uma câmara pressurizada, as ligações entre as moléculas de cistina são clivadas e a PB fica prontamente digestível, normalmente entre valores de 80 a 85% de digestibilidade. ❖ As FPH devem ser isentas de matérias estranhas e microrganismos ❖ As queratinas são ricas em aminoácidos sulfurados, particularmente a cistina, com valores de 4,5 a 5,5%, podendo atingir até níveis de 60% de digestibilidade. ❖ Limitação de uso é em função da deficiência de outros aminoácidos, dentre eles, metionina, lisina e histidina. ❖ Extremas condições de temperatura no processamento causam destruição de aminoácidos termolábeis, como a lisina, portanto, cuidados especiais devem ser tomados. ❖ Tratamento da farinha de penas com misturas enzimáticas que contenham a enzima queratinase ❖ Melhora sensível na digestibilidade da proteína e consequentemente na performance animal. ● Farinha de peixe ❖ No Brasil o mais comum são dois tipos distintos de farinha: a integral (feita com peixe inteiro) e a residual (produzida com as sobras da indústria de pescados). ❖ A integral é evidentemente um produto de melhor valor nutritivo pois contém toda a proteína da carne do peixe além de ter menos ossos. ❖ A residual, por ser produzida com ossos, espinhas, barbatanas, couro, escamas, etc. embora não seja muito diferente da integral do ponto de vista de análise proximal, nutricionalmente é inferior. ❖ O teor de proteína varia de 55 a 65%. ❖ Muito rica em lisina e aminoácidos sulfurados, e de alta digestibilidade. O teor de cinzas varia de 12 a 20%, sendo uma boa fonte de Ca (3 a 7%) e P (2 a 4%). ❖ O teor de gordura (óleo) varia dependendo da espécie de peixe usado e se o óleo foi extraído ou não. ❖ Varia entre 7 a 15%, sendo muito insaturado e portanto de difícil conservação. ❖ O óleo de peixe além do ácido linoléico w-6, contém também linolênico w-3 que recentemente tem ganho muita atenção dos nutricionistas. ❖ Um problema grave é a dificuldade de conservação devido seu óleo ser muito insaturado e se oxidar facilmente chegando algumas vezes a entrar em combustão. ❖ É imprescindível o uso de antioxidantes e sempre que possível conservá-la em ambiente refrigerado ❖ Outro problema é a transferência do gosto de peixe para a carcaça e produtos produzidos pelo animal que a consome. Níveis baixos (2 a 5%) inclusão de farinha de peixe nos alimentos balanceados faz com que leite, ovos, carne, etc. dos animais que os consumam tenham cheiro e gosto de peixe. ❖ Não deve ser usada na alimentação pelo menos nas últimas quatro semanas antes do animal ser abatido ou entrar em produção. ❖ Assim como a farinha de carne ela tem baixa palatabilidade para ruminantes,herbívoros e suínos. ❖ Importantefonte de palatabilidade para cães, gatos, organismos aquáticos (rã, peixes, camarão, etc.) ❖ Teor de sal que às vezes chega perto de 3%. ❖ O excesso de sal pode causar uma série de problemas sendo os mais visíveis o aumento do consumo de água e aparecimento de fezes moles e diarreia. ❖ Por ser um alimento de excelente qualidade seu preço também é relativamente alto, o que inibe em parte o seu uso em alimentos balanceados de mínimo custo. ➢ Origem Vegetal ● Farelos e farinhas de cereais ● Soja ❖ O uso da soja na alimentação animal é bastante disseminado e configura-se na principal fonte protéica da dieta dos animais. ❖ Apresenta uma série de fatores antinutricionais que dificultam sua utilização pelos animais, principalmente os não-ruminantes. ❖ Inibidores de proteases, lecitinas, ácido fítico, saponinas e fibras. ❖ Lesões de intestino, hipertrofia de órgãos e redução do aproveitamento de nutrientes são recorrentes nos animais alimentados com a soja in natura. ❖ Processamentos que envolvam elevação da temperatura são capazes de reduzir o efeito dos fatores antinutricionais na soja, dentre eles a tostagem, , extrusão e cozimento. ❖ Lectinas ou Hemaglutininas são proteínas de efeitos tóxicos que quando ingeridas causam inflamação intensa ❖ Destruição das células do epitélio, edema, hiperemia, hemorragia em tecidos linfáticos, degeneração gordurosa e necrose do fígado e lesões do miocárdio e sistema vascular. ❖ Lectinas se ligam através de sítios específicos a compostos glicídicos, principalmente as glicoproteínas presentes na superfície das hemácias gerando aglutinação ❖ 60% das lectinas chegam intactas ao intestino e se ligam aos sítios receptores específicos (carboidratos) presentes na superfície das células da mucosa intestinal, principalmente do duodeno e jejuno, provocando destruição das microvilosidades e interferindo seriamente na digestão e absorção dos nutrientes. ❖ Redução na secreção de enzimas pelos enterócitos (secretina e CCK), provocando hipersecreção de proteína endógena com maior produção de muco e perdas de proteínas plasmáticas ❖ A absorção de lectinas em grande quantidade pode causar graves lesões renais, atrofia do timo, hipertrofia do fígado e pâncreas, atrofia muscular e aumento do catabolismo protéico, lipídico e de carboidratos. ❖ O ácido fítico é um forte quelante, e sua ação antinutricional está associada a integração do grupo fosfato presente no mesmo ao amido, minerais e proteínas, levando a alteração na solubilidade, funcionalidade, digestibilidade e absorção desses nutrientes ❖ Fatores alergênicos ou proteínas antigênicas são representados pelas proteínas glicina e ß- conglicinina, predominantes nos grão com mais de 40% de proteína bruta e 20% de óleo. ❖ 70% das proteínas da semente ❖ Causam atrofia das vilosidades e provocam reação de hipersensibilidade nas microvilosidades do intestino delgado reduzindo a capacidade de absorção dos nutrientes. ❖ Causa hiperplasia glandular, resultando em severas diarreias, mais acentuadas em animais jovens ❖ Goitrogênios São moléculas que podem desencadear problemas diversos, principalmente associados a diminuição da biodisponibilidade do iodo na circulação, classificados como importantes agentes antitireoidianos. ● trigo; ● algodão ❖ Farelo de algodão usado na alimentação de gado de leite e corte. ❖ Elevado teor de fibra e a presença do gossipol são limitantes para monogástricos. ❖ Gossipol se liga ao ferro da dieta, tornando-o indisponível: anemia ❖ Pode-se ligar a lisina, tornando-a indisponível. ● girassol ● Volumosos (pastagens, fenos, silagens e verde). ➔ Digestão e absorção ➢ Monogástricos ● a digestão das proteínas tem início no estômago, onde ocorre a secreção de ácido clorídrico e de pepsinogênio pelas células pépticas e principais ● O pepsinogênio chega ao lúmen do estômago desativado e então, por ação do ácido clorídrico e de moléculas de pepsina ativadas anteriormente, ocorre o rompimento em uma determinada porção de sua molécula, transformando-o em pepsina, a forma ativa. ● Em aves, a digestão péptica ocorre preferencialmente na moela ● As proteínas, passam para o intestino delgado, onde recebem as secreções pancreáticas e intestinais ● Enteroquinase: Essa enzima ativa o tripsinogênio pancreático, que chega inativado no lúmen do intestino, transformando-o em tripsina (forma ativa), responsável pela ativação das demais enzimas proteolíticas secretadas pelo pâncreas ● As enzimas dos estômago, proventrículo e do pâncreas agem sobre as proteínas transformando-as em oligopeptídeos, que são transformados pela ação das enzimas intestinais, que se encontram na borda em escova em peptídeos menores e aminoácidos que serão absorvidos. ● Os monogástricos possuem pelo menos três sistemas de transporte para aminoácidos neutros: um para glicina, um para metionina e aminoácidos alifáticos e um para os demais aminoácidos. ● Esses sistemas são sódio-dependentes ● aminoácidos com radical R não polar são rapidamente absorvidos, enquanto aminoácidos com radical R polar são absorvidos mais lentamente. ● A hidrólise final ocorre na superfície intestinal (borda em escova) ou por peptidases existentes no citosol das células epiteliais. ➢ Ruminantes ● A primeira fase de digestão é a digestão microbiana ocorrida no rúmen. ● Na cavidade pré-gástrica, a proteína ingerida pelo animal é metabolizada pelos microrganismos ruminais, onde sofre hidrólise que libera aminoácidos. Esses aminoácidos passam pelo processo de desaminação e disponibilizam uma cadeia carbônica juntamente com a amônia ● há novamente o agrupamento dessa cadeia carbônica com a amônia, formando uma nova proteína, chamada de proteína ruminal ● No abomaso ocorre a digestão gástrica da proteína, ● Quando o animal ingere ureia há liberação de amônia, que é combinada a uma cadeia carbônica, normalmente oriunda de um carboidrato solúvel, e de energia disponível para a formação da proteína microbiana. ● Para ser ideal, a proteína ou a combinação de proteínas não deve possuir aminoácidos em excesso. Assim, todos os vinte aminoácidos devem estar presentes na dieta exatamente nos níveis exigidos para a mantença e para a máxima deposição protéica. Portanto, uma proteína ideal não existe na prática. ➔ Patologias Associadas ➢ O excesso de proteína sobrecarrega o fígado e os rins dos animais. Esse excesso é eliminado pela urina, com alto custo energético. Isso significa maior custo financeiro, já que a parte mais cara do concentrado é a fração proteica. Há indícios de que a proteína demasiada também pode causar problemas no desempenho reprodutivo. ➢ aumento do risco de doenças cardiovasculares, pedra nos rins, aumento de peso e problemas no fígado ➢ Deficiência Proteica ● Anorexia ● Eficiência alimentar reduzida ● Baixa proteína sérica ● Anemia ● Fígado gordo ● Infertilidade ● queda de produção ● Síntese reduzida de enzimas e hormônios
Compartilhar