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POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE PATOLOGIA DEFINIÇÃO: A saúde envolve uma condição de manutenção de equilíbrios funcional e morfológico, chamados, respectivamente, de homeostase e morfostase. Quando há uma interrupção nesse equilíbrio, há respostas do organismo, responsáveis pelo surgimento de doenças (ANGELO, 2007). As doenças são as respostas à descompensação orgânica, sistêmica, fisiológica ou morfológica, que alteram a funcionalidade corporal, gerando um estado patológico (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010). CONCEITOS EM PATOLOGIA: Teoria dos quatro humores: proposta por Hipócrates, na Grécia Antiga, em meados de 460-377 a.C., que dizia que a Teoria dos Humores que condicionava a saúde à presença, ausência ou mistura de humores distintos. O filósofo acreditava que alterações no equilíbrio e na distribuição dos humores, causavam doenças e, o restabelecimento do equilíbrio humoral era a cura para a mesma. Nessa teoria, a natureza agiria para a cura e a intervenção médica era necessária apenas como auxílio. Além disso, a teoria perdurou por mais de dois mil anos na prática médica. PATOLOGIA E ETIOLOGIA: Patologia: palavra de origem grega de “páthos” e “logos” e significa “estudo das doenças”. O conceito está relacionado com à compreensão das enfermidades de modo investigativo. Assim, pode-se conceituar a patologia humana como o estudo de alterações morfológicas, estruturais, bioquímicas, locais, mecanicistas e funcionais das células, que causam, por consequência, quadros de disfunções e/ou doenças (KING, 2007). A patologia se divide em duas frentes: • Patologia geral: estudo de respostas celulares e teciduais frente a eventos lesivos. • Patologia sistêmica: estudo específico de sistemas orgânicos (doenças de determinados órgãos). Patogênese: área da patologia que estuda os mecanismos envolvidos no estado patológico, desde o surgimento até sua evolução. Logo, “A Patogênese é, portanto, uma área da patologia voltada para a compreensão dos mecanismos envolvidos no estado patológico, que, por sua vez, foi gerado em resposta a um agente (KING, 2007)”. Estado patogênico: doenças e disfunções patológicas que se manifestam por meio de quadros clínicos que podem ou não apresentar sintomas. Etiologia: é a causa associada a interrupção da manutenção da homeostase e morfostase. Etiopatogenia: Diz respeito a etiologia de uma patologia, ou seja, é a relação entre a causa da disfunção com suas consequências e respostas no organismo. As etiologias podem ser de diferentes naturezas e origens, sendo divididas em: • “Agentes químicos: são aqueles que possuem toxicidade, podendo gerar lesões superficiais, sistêmicas ou orgânicas em resposta a determinada molécula química ou reação química. Um exemplo é o álcool, um agente etiológico de natureza química associado a patologias relacionadas ao fígado, como as cirroses. • Agentes físicos: são aqueles relacionados a temperaturas, radiação, eletricidade e impactos mecânicos. Como exemplo, podemos citar o caso de Chernobyl, onde a exposição à radiação foi o agente etiológico responsável pela morte e pelo adoecimento de milhares de pessoas. • Agentes biológicos: são os microrganismos e demais seres vivos capazes de gerar processos patologia POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE infecciosos e alterar o funcionamento celular e sistêmico. Um exemplo são as patologias respiratórias causadas por vírus e bactérias que se alojam nos alvéolos pulmonares.” Há também patologias que são relacionadas à desnutrição e anomalias genéticas. Estas estão associadas a uma classe especial de lesões celulares. Além disso, as etiologias também podem ser classificadas levando em consideração a relação com a origem da doença: • Etiologias imediatas: doenças desencadeadas diretamente pelo agente etiológico • Etiologias precipitantes: doenças desencadeadas pela ação do agente etiológico • Etiologias predisponentes: aqueles que criam um ambiente favorável para a patogênese. CIÊNCIA DA PATOLOGIA: Fisiopatologia: ramo da patologia que busca o entendimento de alterações no equilíbrio fisiológico de órgãos e sistemas corporais durante o estado patológico. Fisiopatologia = estudo das funções anormais do estado patológico. Guyton (2011) e Kumar, Fausto e Abbas (2010) citam que é importante saber diferenciar os conceitos de patologia e fisiopatologia, que podem se confundir. Por isso, vale destacar que a patologia inclui o estado patológico, ou seja, a descrição da condição sintomática causada por determinado agente etiológico (causal). Já a fisiopatologia busca entender os mecanismos fisiológicos que explicam dada condição e sua progressão. Anatomia patológica: análise das patologias por meio da avaliação de alterações morfológicas em tecidos. De acordo com Angelo (2016), pela análise da estrutura da lesão tecidual, é possível identificar possíveis distúrbios na estrutura de células e morfologia dos tecidos, bem como possíveis agentes causais. Pela análise de anatomia patológica, é possível inferir informações sobre a origem (etiologia) da doença e os estágios de patogênese. ” A técnica de anatomia patológica é realizada a partir de observações macroscópicas e microscópicas de amostras de tecido ou celulares. O diagnóstico da patologia é pautado, então, nos achados patológicos identificados.” A compreensão da patologia pode ser obtida pelo estudo dos sintomas, prática chamada de “semiologia” ou “propedêutica”. De modo geral, King (2007) menciona que a propedêutica em patologia é obtida pela observação do indivíduo em relação à expressão de sintomas físicos e manifestações observadas. RECAPITULANDO: Patologia: estudos das doenças em várias frentes Estado patológico: doença Fisiopatologia: bases fisiológicas que causam o estado patológico Etiologia: Causas que dão origem ao estado patológico Propedêutica/Semiologia: sintomas apresentados durante a evolução do estado patológico. Diagnóstico: análise da semiologia, etiologia e fisiopatologia para descobrir a patologia associada. Prognóstico: análise da progressão do estado patológico.