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Micro-história: A crise dos macro-modelos

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PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA
Prof. Ana Paula Caldeira
Aula 5:A derrocada dos macro-modelos e a proposta da 
micro-história.
Aula 5 – A derrocada dos macro-modelos e a proposta da micro-história
PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA
OBJETIVOS DESTA AULA:
1) Examinar a crise dos modelos estruturalistas e os
seus impactos no campo científico da história.
2) Identificar as principais proposições analíticas da
micro história, que foi um dos modelos
interpretativos que surgiu como desdobramento da
crise dos estruturalismos.
3) Identificar alguns estudos que dialogaram com
micro-história.
Aula 5 – A derrocada dos macro-modelos e a proposta da micro-história
PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA
A DERROCADA DOS MACRO-MODELOS
-História Social: o destino coletivo teria mais peso que
o destino dos indivíduos, mesmo que fossem reis ou
“heróis”.
-Privilégio do coletivo em detrimento do singular;
investimento nas regularidades e na longa duração.
-Final dos anos 70: momento de “crise” e reflexão –
colapso dos grandes paradigmas.
Aula 5 – A derrocada dos macro-modelos e a proposta da micro-história
PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA
A MICRO-HISTÓRIA E A CRISE DOS GRANDES 
PARADIGMAS
-A micro-história nasceu da
troca de um pequeno grupo
de historiadores italianos
reunidos em torno da revista
“Quaderni Storici”: Carlo
Ginzburg, Carlo Poni, Edoardo
Grendi e Giovanni Levi.
-Resposta, num certo
sentido,a uma situação
concreta, muito própria da
universidade italiana.
Aula 5 – A derrocada dos macro-modelos e a proposta da micro-história
PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA
-Jacques Revel entende a micro-história como um
“sintoma” ou uma “reação” a certa forma de fazer história
social.Ele percebe aí um convite a uma outra leitura do
social, entendido como um conjunto de interrelações
móveis.
-“Por que ser simples quando se pode ser complicado?”
-Para Henrique Espada Lima, no entanto, a micro-história é
mais que um sintoma. Ela é um índice do interesse da
historiografia contemporânea pela mudança social e pela
capacidade de ação dos indivíduos. Ela destaca a
indeterminação dos processos sociais (p. 16).
A MICRO-HISTÓRIA E A CRISE DOS GRANDES 
PARADIGMAS
Aula 5 – A derrocada dos macro-modelos e a proposta da micro-história
PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA
O LOCAL E O GERAL
-Que ensinamentos gerais poderíamos tirar de uma pesquisa
local?
Não se trata apenas de uma história de objetos reduzidos.
Ela envolve uma reflexão sobre o olhar do historiador e
seus objetos de análise.
“A ideia de que se pode revelar muito olhando com atenção para um lugar 
onde aparentemente nada acontece sugere, se não um procedimento, ao 
menos a qualidade de uma observação ou de uma perspectiva frente aos 
objetos de análise. Uma atitude intelectual que se alimenta da convicção 
de que o olhar através do microscópio, o interesse pelo minúsculo – ou 
mesmo, no limite, pela miudeza e por aquilo que mais facilmente se 
negligencia -, pode revelar dimensões inesperadas dos objetos e, com 
sorte, perturbar convicções arraigadas do domínio da história” (LIMA, 
Henrique Espada. A Micro-História Italiana. p. 13-4).
Aula 5 – A derrocada dos macro-modelos e a proposta da micro-história
PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA
A DIVERSIDADE DENTRO DA MICRO-HISTÓRIA
Espada Lima percebe duas
vertentes da micro-história:
1) Grendi/ Levi: mais
preocupados com a
reconstrução das relações
sociais, recomposição de
trajetórias individuais e de
grupos.
2) Ginzburg: abordagem a
partir da observação de um
episódio singular.
Carlo Ginzburg e Giovanni Levi
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PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA
-“Autor-símbolo” da micro-
história para a maior parte dos
leitores.
-Estudo de um caso particular,
Menocchio, a partir de processos
inquisitoriais. Não se tratava de
uma figura “média”,
representativa do coletivo.
Tratava-se de um caso
“extraordinário”.
-A noção de “circularidade”.
O QUEIJO E OS VERMES, CARLO GINZBURG
Aula 5 – A derrocada dos macro-modelos e a proposta da micro-história
PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA
-Trajetória de Giovan Battista Chiesa,
pároco de Santena, séc XVII.
-Lugar banal e uma história comum, mas
que mostra as estratégias e motivações do
agir político, de acordo com Levi.
-Crítica aos modelos que viam o mundo
camponês como inerte, homogêneo e sem
conflitos.
-A incerteza como grande tema do livro.
-Indivíduos: manipulam ativa e
conscientemente os recursos disponíveis
na sociedade.
A HERANÇA IMATERIAL, GIOVANNI LEVI
Aula 5 – A derrocada dos macro-modelos e a proposta da micro-história
PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA
O QUE VIMOS NA AULA DE HOJE:
1) Examinar as relações entre a crise dos modelos
estruturalistas e as proposições da micro-história.
2) A partir do debate entre Jacques Revel e Henrique
Espada Lima, buscamos entender as propostas da micro-
história e o contexto de seu surgimento.
3) Identificamos alguns estudos que podem ser
caracterizados como de micro-história.
Aula 5 – A derrocada dos macro-modelos e a proposta da micro-história
PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA
Para saber mais sobre a micro-história
-Artigo do historiador Jacques Revel, “Micro-história,
macro-história: o que as variações de escala ajudam a
pensar em um mundo globalizado”, disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v15n45/03.pdf
- LIMA, Henrique Espada. A Micro-História Italiana.
Escalas, indícios e singularidades. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2006.
- OLIVEIRA, Mônica e ALMEIDA, Carla. Exercícios de micro-
história. Rio de Janeiro: FGV, 2009.
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v15n45/03.pdf