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SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 
 DEFINIÇÃO ASMA 
 
 Doença de causa desconhecida: interação 
genética com o ambiente. 
- A asma é uma doença heterogênea, 
geralmente caracterizada por inflamação 
crônica das vias aéreas. É definida pela história 
de sintomas respiratórios, como sibilo, falta de 
ar, aperto no peito e tosse, que variam com o 
tempo e em intensidade, juntamente com 
limitação variável do fluxo aéreo expiratório. 
 
 
 DESCRIÇÃO ASMA 
 
- A asma é uma doença respiratória crônica comum 
que afeta 1–18% da população em diferentes 
países. 
- A asma é caracterizada por sintomas variáveis de 
sibilo, falta de ar, aperto no peito e / ou tosse e por 
limitação variável do fluxo de ar expiratório. 
- Os sintomas e a limitação do fluxo de ar variam 
caracteristicamente com o tempo e em 
intensidade. Essas variações costumam ser 
desencadeadas por fatores como exercícios, 
exposição a alérgenos ou irritantes, mudanças 
climáticas ou infecções respiratórias virais. 
- Heterogênea pois existem vários fenótipos: 
alérgica, relacionada ao exercício, desencadeada 
por medicação, asma ocupacional... 
- Variação no tempo e intensidade: devido a 
sazonalidade, em que os pacientes pioram em 
determinadas épocas do ano. E a intensidade ela 
varia. 
- Os sintomas e a limitação do fluxo de ar podem 
desaparecer espontaneamente ou em resposta à 
medicação e, às vezes, podem estar ausentes por 
semanas ou meses. Por outro lado, os pacientes 
podem experimentar surtos episódicos 
(exacerbações) de asma que podem ser fatais e 
representar um fardo significativo para os 
pacientes e a comunidade. 
- A asma geralmente está associada à 
hiperresponsividade das vias aéreas a estímulos 
diretos ou indiretos e à inflamação crônica das vias 
aéreas. Essas características geralmente persistem, 
mesmo quando os sintomas estão ausentes ou a 
função pulmonar é normal, mas podem se normalizar 
com o tratamento. 
 EPIDEMIOLGIA 
 
- Difícil mensuração 
- Baseada em questionários de sintomas e provas 
de função pulmonar (espirometria). 
- Deve-se considerar então: variabilidade, 
sazonalidade e percepção subjetiva dos sintomas 
pelo paciente (pois pode ser errônea). 
- Morbidade importante: absenteísmo na escola e 
trabalho. 
- Importante causa de internação hospitalar. 
- Mortalidade estável nos últimos anos. 
- Custos no Brasil são pouco aferidos: maior custo 
quanto maior a gravidade. 
- Difícil acesso a medicação (corticóide inalatório e 
broncodilatador). 
 
 
 HISTÓRIA NATURAL 
 
 Antes dos 6 anos: 
- Simbilância é condição heterogênea: pois pode 
ser somente pelo tamanho pequeno das vias 
aéreas ou por consequência a inflamação 
(bronquite). 
- Portanto, a maioria das pessoas que tiveram asma 
na infância, vão melhorar e não desenvolver asma, 
- Minoria evoluirá com asma: 
Atopia (hipersensibilidade) 
Tabagismo materno 
História familiar 
- Usualmente o indivíduo melhora na adolescência, 
podendo retornar na fase adulta. 
- Asma de “início” na fase adulta, geralmente 
reflete ausência de diagnóstico na infância. 
- Início da asma também pode ser em mulheres em 
perimenopausa. 
 
SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 
- Os adultos asmáticos têm perda progressiva da 
função pulmonar mais acelerada que indivíduos 
saudáveis. 
 FENÓTIPOS DA ASMA 
 
Muitos fenótipos clínicos de asma foram 
identificados. Alguns dos mais comuns são: 
• Asma alérgica: este é o fenótipo de asma mais 
facilmente reconhecido, que geralmente começa 
na infância e está associado a uma história 
pregressa e / ou familiar de doença alérgica, como 
eczema, rinite alérgica ou alergia a alimentos ou 
medicamentos. O exame do escarro induzido 
desses pacientes antes do tratamento geralmente 
revela inflamação eosinofílica das vias aéreas. Os 
pacientes com esse fenótipo de asma geralmente 
respondem bem ao tratamento com 
corticosteroides inalatórios (CI). 
• Asma não alérgica: alguns pacientes têm asma 
não associada a alergia. O perfil celular do escarro 
desses pacientes pode ser neutrofílico, eosinofílico 
ou conter apenas algumas células inflamatórias 
(paucigranulocíticas). Pacientes com asma não 
alérgica geralmente demonstram menos resposta 
de curto prazo à CI. 
• Asma de início na idade adulta (início tardio): 
alguns adultos, especialmente mulheres, 
apresentam asma pela primeira vez na vida adulta. 
Esses pacientes tendem a ser não alérgicos e 
frequentemente requerem doses mais altas de CI 
ou são relativamente refratários ao tratamento 
com corticosteroides. Asma ocupacional (ou seja, 
asma devido a exposições no trabalho) deve ser 
excluída em pacientes que apresentam asma com 
início na idade adulta. 
• Asma com limitação persistente do fluxo de ar: 
alguns pacientes com asma de longa data 
desenvolvem limitação do fluxo de ar que é 
persistente ou incompletamente reversível. 
Acredita-se que isso seja devido à remodelação da 
parede das vias aéreas. 
• Asma com obesidade: alguns pacientes obesos 
com asma apresentam sintomas respiratórios 
proeminentes e pouca inflamação eosinofílica das 
vias aéreas. 
 FATORES DE RISCO 
 
 Atopia: 
- Síndrome em que o sistema imune produz IgE a 
proteínas (antígenos) não humanas (alérgenos). 
Exemplos: dermatite atópica e rinite alérgica 
- Aumento do nível de IgE está associado com a 
hiper-responsividade brônquica. 
- Nem todo atópico desenvolverá asma. Mas a 
maioria dos asmáticos são atópicos. 
 Genética: 
- Herança polimórfica. 
 Alégenos: 
Domicilares: ácaros, fungos e baratas. 
Ocupacionais: independente de atopia prévia. 
 Obesidade: 
- Mecanismo desconhecido 
- Asma não alérgica 
Hipótese da Higiene (?) 
- Estímulo da resposta Th1 com mais infecções na 
infância, levando a não exarcebação da resposta 
Th2. 
 Tabagismo: 
- Materno e de exposição passiva 
- Uso de medicações maternas: 
Paracetamol, inibidores de bomba de prótons e 
antibióticos. (Causalidade não comprovada). 
 
 
 GATILHOS 
 
Ou seja, o que precipita a crise de asma. 
- Infecções respiratórias (virais e bacterianas). 
- Exposição a alérgenos: alimentares, ambientais 
ou ocupacionais. 
- Inalação de irritantes: ar frio, tabagismo. 
- Atividade Física. 
 
SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 
PADRÕES DE SINTOMAS RESPIRATÓRIOS 
CARACTERÍSTICOS DA ASMA 
- Variações hormonais (existem mulheres que tem 
asma associada ao período menstrual e grávidas 
também. 
- Medicações: betabloqueadores e anti- 
inflamatórios 
- Fatores emocionais: estresse e ansiedade. 
 
 
 FISIOPATOLOGIA 
- Células NK e basófilos: produzem Il-4 e Il-13. 
- Imunidade Inata: células linfoides tipo 2 (asma 
não alérgica), células dendríticas e neutrófilos) 
- A asma não alérgica, é a asma ocupacional, como 
por exemplo pessoas que trabalham na indústria 
têxtil e desenvolvem hiper-reatividade. É também 
chamada de Asma Neutrofílica, pois diferente da 
asma alérgica, sua resposta é neutrofílica e não 
eosinofílica. 
 
 
Ocorre uma inflamação da via aérea (brônquios e 
bronquíolos), por: 
 EXPOSIÇÃO: 
- Exposição inicial ao alérgeno, onde no indivíduo 
asmático, ocorrerá uma resposta Th2 (humoral), 
maior do que Th1, produzindo IgE específica 
pelos plasmócitos. IgE liga-se aos receptores de 
alta afinidade presente nos mastócitos e 
basófilos e vão degranular em várias citocinas 
responsáveis pela cascata inflamatória, gerando 
edema, hiperssecreção de muco e vasodilatação. 
 EXPOSIÇÕES SUBSEQUENTES: 
- Resposta inflamatórica cada vez mais 
exacerbada, IgE específica já nos mastócitos da 
mucosa, promovem a rápida degranulação de 
mediadores: histamina, prostaglandinas D2 e 
Leucotrienos D4 e E4. 
- Levando a contração da musculatura lisa 
brônquica (broncoconstricção). 
 FASE TARDIA: 
- Eosinófilos: vão até o local da inflamação, 
causando broncoespasmo, lesão epitelial (pelos 
produtos granulares tóxicos) e causando 
remodelamento brônquico com fibrose (pela 
produção de GM-CSF). 
Por isso a importância de tratar a asma: pois, se eu 
não combato a fisiopatologia,tardiamente, pela 
inflamação e cicatrização frequente, vai começar a 
ocorrer fibrose, tornando a broncoconstrição e 
broncodilatação irreversível, levando a uma 
obstrução igual a do DPOC. 
- Mastócitos: contribuem com mediadores 
inflamatórios e com o recrutamento de células 
inflamatórias (TNF). 
- Linfócitos Th2: produzem interleucinas: IL-3, IL-4.. 
 
 O QUE A INFLAMAÇÃO VAI CAUSAR? 
 
- Obstrução ao fluxo aéreo (reversível): 
hiperresponsividade brônquica e broncoconstrição 
causada pelos mediadores. 
- Já foi percebido, que a broncoprovocação com 
metacolina aos asmáticos, leva a 
hiperresponsividade, causando broncoconstricção. 
- Remodelamento da via aérea (irreversível): 
ocorre aumento dos miofibroblastos, fibrose da 
membrana basal subepitelial, causando aumento 
da massa muscular lisa e aumento da matriz 
extracelular. Obstrução irreversível (semelhante a 
DPOC). 
 
 
 
As seguintes características são típicas de asma e, 
se presentes, aumentar a probabilidade de que o 
paciente tenha asma: 
Sintomas respiratórios de respiração ofegante, 
falta de ar, tosse e / ou aperto no peito: 
• Os pacientes (especialmente adultos) 
apresentam mais de um desses tipos de sintomas. 
• Os sintomas costumam piorar à noite ou de 
manhã cedo. 
• Os sintomas variam com o tempo e em 
intensidade. 
• Os sintomas são desencadeados por infecções 
virais (resfriados), exercícios, exposição a 
alérgenos, mudanças no clima, risos ou irritantes, 
 
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como gases de escapamento de automóveis, 
fumaça ou cheiros fortes. 
Os seguintes recursos diminuir a probabilidade de 
que os sintomas respiratórios sejam devidos à 
asma: 
• Tosse isolada sem outros sintomas respiratórios. 
• Produção crônica de expectoração 
• Falta de ar associada a tonturas, desmaios ou 
formigamento periférico (parestesia) 
• Dor no peito 
• Dispneia induzida por exercício com inspiração 
ruidosa. 
 
 
 ANAMNESE 
 
 SINTOMAS: 
- Sibilância: tipicamente expiratório. Na asma grave 
pode ocorrer também na inspiração. 
- Na inspiração, o pulmão fica com pressão 
negativa em relação ao meio externo, a via aérea 
expande e o ar passa com facilidade. Já na 
expiração há estreitamento devido a pressão de 
fora pra dentro. 
- Simbilância é um achado mais de anamnese, pois 
você pode não auscultar na consulta, mas ela é 
presente à noite. 
- Tosse: piora a noite (aumento do tônus 
broncomotor colinérgico), seca ou produtiva com 
expectoração clara (mucoide). 
- Dispneia 
- Dor torácica: sensação de aperto. 
Todos os sintomas são normalmente achados na 
anamnese, por isso é importante ouvir a queixa do 
paciente. 
 CARACTERÍSTICAS: 
Sintomas episódicos 
- Desencadeados por gatilhos 
- Exposição ocupacional 
- História pessoal ou familiar de atopia 
 DIMINUEM AS CHANCES: 
- Não melhora com broncodilatador 
- Início dos sintomas após os 50 anos 
- Sintomas cardíacos associados 
- Tabagismo 
 
 
 EXAME FÍSICO 
O exame físico em pessoas com asma geralmente é 
normal. A anormalidade mais frequente é o chiado 
expiratório (roncos) à ausculta, mas pode estar 
ausente ou ser ouvido apenas na expiração 
forçada. A sibilância também pode estar ausente 
durante as exacerbações graves da asma, devido à 
redução acentuada do fluxo de ar (o chamado 
'tórax silencioso'), mas nessas ocasiões, outros 
sinais físicos de insuficiência respiratória 
geralmente estão presentes. Sibilos também 
podem ser ouvidos com obstrução laríngea 
induzível, doença pulmonar obstrutiva crônica 
(DPOC), infecções respiratórias, traqueomalácia ou 
corpo estranho inalado. 
Estalos (crepitações) e chiado inspiratório não são 
características da asma. O exame do nariz pode 
revelar sinais de rinite alérgica ou polipose nasal. 
 Inspeção, palpação e percussão 
normais. Até mesmo a ausculta, se o 
paciente não estive em crise, pode ser 
normal. 
 Mas, pode haver presença de sibilos 
expiratórios, variáveis (variam de lobo 
dependendo do momento que for 
auscultado) e difusos. 
 POSSÍVEIS ACHADOS EXTRAPULMONARES: 
- Mucosa nasal pálida 
- Pólipos nasais 
- Dermatite atópica 
 CRISE DE ASMA 
- Taquipneia 
- Taquicardia 
- Tempo expiratório prolongado (devido a via aérea 
obstruída) 
- Posição em tripé (facilita a expiração) 
 
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- Uso de musculatura acessória (escalena, 
esternocleidomastóideo, intercostal, abdominal...) 
- Pulso paradoxal (queda >10mmHg da PAS durante 
a inspiração) 
- Sibilos inspiratórios 
- Silêncio vesicular (pior cenário). 
 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: ICC, 
BRONQUIECTASIAS, INFECÇÕES, ADPA, ... 
 ESPIROMETRIA 
- Obstrução ao fluxo expiratório: gera uma redução 
da relação VEF1/CVF - menor do que 0,70 ou no 
limite inferior da normalidade. 
- Resposta ao broncodilatador (salbutamol 
400mcg): Se o VEF1 e/ou CVF tiver um incremento 
após repedir a espirometria. 
- VEF1: varia 200ml E 12% 
- VEF1: varia 200 ml E 7% (Brasil) 
- Gravidade da obstrução: medida pelo valor do 
VEF1 em percentual. 
- Diagnóstico diferencial: Distúrbios restritivos. A 
relação VEF1/CVF será normal. 
 INTERPRETANDO A ESPIROMETRIA DE UM 
ASMÁTICO: 
 
 
1º: Olhar a relação VEF1/CVF 
Se for reduzida, já significa que o paciente tem 
distúrbio obstrutivo. 
No paciente: a relação deu 66, abaixo do limite 
inferior que é 76, portanto está reduzida. 
Configurando distúrbio obstrutivo. 2º: Valores Pré- 
Broncodilatador. 
Valor de VEF1 - deu 3, 13 (pré BD), sendo o limite 
inferior 3,76 
Valor de CVF - deu 4,74 (pré BD), sendo o limite 
inferior 4,15. Deu superior, mas não está 100%, 
pois o valor previsto seria 5,12. Mas, diante disso 
CVF não está reduzido. 
3º: Valores Pós-Broncodilatador 
Relação VEF1/CVF: deu 76, igual ao limite inferior, 
mas melhor que o valor pré BD. 
VEF1: Variou de 3,13 pra 8,81 (variou 680ml de 
variação, bem acima dos 200ml recomendados). E 
o percentual variou de 68 pra 83, ou seja, 15% 
(acima do valor de 12%). 
Então, eu posso dizer que essa espirometria teve 
resposta ao broncodilatador. 
 
 
 PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO (PEAK FLOW) 
Utilizado para monitorar a asma já diagnosticada. 
- Identificar a variabilidade por exposição 
ocupacional (paciente leva para o trabalho para 
monitorar alguma alteração) 
- Um valor reduzido do predito sugere asma: Sendo 
inespecífico, pois poderia ser DPOC. Mas se 
aumentar em 20% ou mais após uso de 
broncodilatador, associado aos sintomas de asma - 
sugere fortemente asma. 
 
 TESTE DE BRONCOPROVOCAÇÃO 
- Nesse teste é feito um estímulo bronconstrictor 
com: metacolina inalada, manitol inalado, exercício 
físico e inalação de ar seco. 
- Fazendo quando a espirometria for normal, 
medidas seriadas de pico de fluxo expiratórios 
 
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forem sem variabilidade (incomum na asma) e em 
investigação de tosse crônica. 
 ÓXIDO NÍTRICO EXALADO 
- A presença de eosinófilos no epitélio respiratório 
aumenta a quantidade de óxido nítrico exalado. 
- Valores acima de 40 e 50 ppb. 
- Mas se o teste for normal, não descarta asma, 
pois ela pode não ser alérgica. 
- Não é utilizado de rotina. 
 
 LABORATÓRIO 
- Eosinofilia no hemograma 
Diagnóstico diferencial: parasitoses, 
granulomatose com poliangeite. 
- Anemia como causa da dispneia 
 
 
 TESTES ALÉRGICOS 
- Não são obrigatórios, pois uma minoria das asmas 
não é alérgica. 
- Pode ajudar na estratégia para afastar o paciente 
da exposição ao alérgeno. 
- Cutâneos (prick test), dosagem de IgE total e IgEs 
específicas. 
 EXAMES DE IMAGEM 
- Normal na maioria dos asmáticos 
- Radiografia de tórax deve ser solicitada na 
avaliação inicial para descartar outras 
possibilidades diagnósticas. 
- Tomografia computadorizada apenas se 
radiografia com alterações não conclusivas. 
 
 
 DIAGNÓSTICO 
Quadro Clínico + Avaliação Funcional e Diagnóstico 
diferencial: 
- Causas de dispneia: Anemia, doenças cardíacas 
- Causas de tosse crônica: Rinossinusites, doença 
do refluxo gastroesofágico.- Outras doenças pulmonares obstrutivas: DPOC, 
bronquiectasias. 
FLUXOGRAMA DE DIAGNÓSTICO PARA 
ASMA NA PRÁTICA CLÍNICA 
TRATE PARA O 
DIAGNÓSICO 
ALTERNATIVO 
URGÊNCIA 
CLÍNICA: 
TT INICIAL 
EMPÍRICO 
TESTES 
DIAGNÓSTICOS 
1-3 MESES 
REALIZAR 
ESPIROMETRIA COM 
TESTE DE 
REVERSIBILIDADE. 
RESULTADOS 
POSITIVOS PARA 
ASMA? 
CONSIDERE TRATAR 
PARA O DIAGNÓSTICO 
MAIS PROVÁVEL 
REPITA EM OUTRA 
OCASIÃO OU REALIZE 
OUTROS TESTES. 
CONFIRMA ASMA? 
HISTÓRICO 
ADICIONAL E TESTES 
PARA DIAGNÓSTICOS 
ALTERNATIVOS. 
DIAGNÓSTICOS 
ALTERNATIVOS 
CONFIRMADOS? 
Reavaliar os pacientes com espirometria pelo menos a cada 1- 
2 anos, para avaliar a função pulmonar, saber se ela não está 
caindo, o que seria sinal de mal controle da asma. 
ABORDAGEM: 
TRATAR PARA ASMA 
HISTÓRICO 
DETALHADO DE ASMA 
HISTÓRICO/EXAME 
APOIA DIAGNÓSTICO 
DE ASMA? 
PACIENTE COM 
SINTOMAS 
RESPIRATÓRIOS 
SINTOMAS TÍPICOS? 
 
SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 
 
 
 
 MODIFICÁVEIS: 
- Asma mal controlada é um fator de risco para 
exarcebações. 
- Medicação – não uso de CI inalatório, má-adesão, 
técnica incorreta do uso do inalador, uso excessivo 
de β2-a-gonista de curta duração. 
- Comorbidades – obesidade, rinossinusite crônica, 
DRGE, alergia a alimento confirmada, ansiedade, 
depressão, gravidez. 
- Exposições – fumo, alérgeno, poluição 
atmosférica. 
- Estabelecimento – más condições 
socioeconômicas 
- Função pulmonar – baixo FEV1, em particular se 
<60% do valor predito; reversibilidade mais 
intensa. 
- Outros exames – eosinofilia do sangue ou escarro, 
FENO (Fração de óxido nítrico exalado) em adultos 
alérgicos em uso de CI inalatório. 
 FATORES DE RISCO INDEPENDENTES PARA 
EXACERBAÇÕES: 
- Ter sido intubado ou internado em UTI devido a 
asma; 
- Ter tido uma ou mais exacerbações graves nos 
últimos 12 meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TRATAMENTO 
É inalatório, de boa eficácia e com poucos efeitos 
adversos. 
Controle é feito com corticoide inalatório 
(tratamento padrão da asma). 
Resgate: beta-2 agonista de curta duração. 
 Categorias de medicamentos para asma: 
Medicamentos de controle: esses medicamentos 
contêm ICS e são usados para reduzir a inflamação 
das vias aéreas, controlar os sintomas e reduzir 
riscos futuros, como exacerbações e declínio 
relacionado da função pulmonar. 
Medicamentos de alívio: estes são fornecidos a 
todos os pacientes para alívio conforme necessário 
dos sintomas de disrupção, incluindo durante o 
agravamento da asma ou exacerbações. Eles 
também são recomendados para a prevenção de 
curto prazo da broncoconstrição induzida por 
exercício (BIE). 
Terapias complementares para pacientes com 
asma grave: podem ser considerados quando os 
pacientes apresentam sintomas persistentes e / ou 
exacerbações, apesar do tratamento otimizado 
com medicamentos controladores de altas doses 
(geralmente uma alta dose de ICS mais um LABA) e 
tratamento de fatores de risco modificáveis. 
- Conversar com o paciente e saber sua 
preferência: se prefere ter a doença controlada 
(que é a preferência do médico, pois previne 
exacerbações) ou prefere que a doença seja 
apenas aliviada. 
FATORES DE RISCO PARA EXACERBAÇÃO CICLO DE PREVENÇÃO, CONTROLE E 
TRATAMENTO DA ASMA (GINA) 
 
SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 
- O tratamento da asma a longo prazo é baseado 
nos Steps. O que são esses steps? São “etapas” nas 
quais os pacientes asmáticos são classificados. Elas 
indicam a gravidade da doença e irão guiar o 
tratamento. 
- Se um paciente está com sintomas intensos, 
iniciamos o tratamento com base em uma das 
etapas e, após reavaliação em 2 a 3 meses, 
decidimos se reduzimos a dose para a de uma 
etapa abaixo ou acima. 
 
 
GINA 2021: 
STEP 1 – STEP 2: (sintomas menos de 2x/mês): 
baixa dose de CI + formoterol (LABA). 
Outra opção: baixa dose de CI + SABA (beta2 
agonista de curta duração). 
STEP 3: (sintomas todos os dias ou acordou a noite 
com asma 1x na semana ou mais): CI em baixa dose 
+ LABA todo dia. 
Outra opção: dose média de CI sozinho ou dose 
baixa de CI com antagonista de leucotrieno (LTRA). 
STEP 4: (sintomas do step 3, com função pulmonar 
baixa): Dose média de CI + LABA. 
Outra opção: Alta dose de CI + tiotrópio ou LTRA. 
STEP 5: Dose alta de CI + LABA OU avalia para 
incrementar outros tratamentos 
Resumo: nos casos mais leves, usar dose baixa de 
CI + formoterol quando necessário. A medida que 
os sintomas aumentarem: deixo CI todos os dias 
(em dose baixa ou não) e associo com LABA a partir 
do step 3, em dose baixa, média ou alta. 
O tratamento é individualizado! 
- Gestação: recomenda-se não interromper o 
tratamento da asma, pois os benefícios são muito 
maiores que os risco de efeito colateral pro bebê. 
- Rinites e sinusites: controlar os sintomas nasais 
(com sprays nasais e antialérgicos, apesar de não 
influenciar no controle da asma diretamente). 
- Obesidade: 5 a 10% de perca de peso pode 
melhorar o controle da asma 
- Idosos: considerar o dispositivo inalatório mais 
adequado, principalmente quem tem doenças 
como Parkinson, Alzheimer... que podem levar a 
má adesão. 
- DRGE: tratar os indivíduos com sintomas pois 
pode ajudar. 
- Ansiedade e depressão: os sintomas podem ser 
confundidos, sendo importante conhecer o 
paciente que tenha ambas as condições e trata-lo 
adequadamente. 
- Cirurgias e pré-operatórios: é importante avaliar e 
controlar a asma, pois uma asma mal controlada 
aumenta o risco cirúrgico. 
 FARMACOLOGIA DA ASMA 
 BRONCODILATADORES: 
 
 
Β2 agonistas 
 
Ação curta 
(meia-vida de 3-6h) 
Ação longa (meia- 
vida de 12-24h) 
 
Salbutamol 
Fenoterol 
Terbutalina 
Formoterol 
Salmeterol 
12h 
Indacaterol 
Olodaterol 
 Vilanterol 
24h 
Efeitos adversos: palpitações e tremores 
 
 
 
 
 Anticolinérgicos 
 
SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 
 CORTICÓIDE 
- Corticóide Inalatório: bloqueia a via Th2, por 
expressão de genes anti-inflamatórios. 
*CI é o tratamento padrão da asma. 
Efeitos adversos: rouquidão e candidíase oral (lavar 
a boca após uso do pó). 
- Corticóide sistêmico: pode ser usado, mas na 
menor dose e tempo possível, para a redução de 
efeito colateral (STEP 5). 
 
 
 ANTILEUCOTRIENOS 
- Zafirlucaste e Montelucaste 
- São considerados terapia adjuvante (não é 
utilizado sozinho). 
Ex.: paciente no step 4 com CI + LABA em dose 
média, se não quiser aumentar a dose, pode tentar 
associar com o antileucotrieno. 
 ANTICORPOS MONOCLONAIS 
- Anti-IgE: Omalizumabe. Usado pra asma alérgica 
refratária com níveis de IgE elevados. Indicado no 
step5 
- Atuam na IL5: Mepolizumabe (anti-IL5) e 
Benralizumabe (bloqueador do receptor de IL-5). 
Usado na asma eosinofílica, pois IL-5 recruta 
eosinófilos. 
Casos refratários com contagem de eosinófilos 
aumenta no sangue ou escarro. 
- Grande desvantagem do Anticorpo Monoclonal: 
adm subcutânea (hospital) e alto preço. 
 EXACERBAÇÕES 
- A maioria ocorre num período gradual de poucos 
dias 
- Causas mais comuns: 
• Infecções virais 
• Exposição a alérgenos ambientais 
• Exposição ocupacional 
• Medicações (AINEs) 
 
 O QUE FAZER NA CRISE DE ASMA? 
Todo exame físico, principalmente na urgência, 
começa com sinais vitais (Temperatura, FR, FC, PA 
E saturação). 
① Oxigênio: se SpO2 <92% 
② Broncodilatadores de ação curta: 
• Nebulizadores dosimetrados 
• Nebulizadores com O2 (diluir a medicação com SF 
0,9%) 
• Inicialmente os beta2 agonistas 
• Pode ser associado com ipatrópio 
③ Corticoides (oral ou intravenoso) 
④ Sulfato de magnésio intravenoso (exarcebações 
graves). 
 
SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 
 
 
 
 DISPOSITIVOS INALATÓRIOS 
• Técnica correta 
• Adesão do paciente 
• Melhor resposta clínica 
• Cognição 
 
 AEROSSOL DOSIMETRADO 
 
 
 AEROSSOL DOSIMETRADO COM ESPAÇADOR 
 
 
 INALADORES DE PÓ SECO 
 INALADORES DE NÉVOA ÚMIDA 
 
 
 NEBULIZADOR

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