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SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 DEFINIÇÃO ASMA Doença de causa desconhecida: interação genética com o ambiente. - A asma é uma doença heterogênea, geralmente caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. É definida pela história de sintomas respiratórios, como sibilo, falta de ar, aperto no peito e tosse, que variam com o tempo e em intensidade, juntamente com limitação variável do fluxo aéreo expiratório. DESCRIÇÃO ASMA - A asma é uma doença respiratória crônica comum que afeta 1–18% da população em diferentes países. - A asma é caracterizada por sintomas variáveis de sibilo, falta de ar, aperto no peito e / ou tosse e por limitação variável do fluxo de ar expiratório. - Os sintomas e a limitação do fluxo de ar variam caracteristicamente com o tempo e em intensidade. Essas variações costumam ser desencadeadas por fatores como exercícios, exposição a alérgenos ou irritantes, mudanças climáticas ou infecções respiratórias virais. - Heterogênea pois existem vários fenótipos: alérgica, relacionada ao exercício, desencadeada por medicação, asma ocupacional... - Variação no tempo e intensidade: devido a sazonalidade, em que os pacientes pioram em determinadas épocas do ano. E a intensidade ela varia. - Os sintomas e a limitação do fluxo de ar podem desaparecer espontaneamente ou em resposta à medicação e, às vezes, podem estar ausentes por semanas ou meses. Por outro lado, os pacientes podem experimentar surtos episódicos (exacerbações) de asma que podem ser fatais e representar um fardo significativo para os pacientes e a comunidade. - A asma geralmente está associada à hiperresponsividade das vias aéreas a estímulos diretos ou indiretos e à inflamação crônica das vias aéreas. Essas características geralmente persistem, mesmo quando os sintomas estão ausentes ou a função pulmonar é normal, mas podem se normalizar com o tratamento. EPIDEMIOLGIA - Difícil mensuração - Baseada em questionários de sintomas e provas de função pulmonar (espirometria). - Deve-se considerar então: variabilidade, sazonalidade e percepção subjetiva dos sintomas pelo paciente (pois pode ser errônea). - Morbidade importante: absenteísmo na escola e trabalho. - Importante causa de internação hospitalar. - Mortalidade estável nos últimos anos. - Custos no Brasil são pouco aferidos: maior custo quanto maior a gravidade. - Difícil acesso a medicação (corticóide inalatório e broncodilatador). HISTÓRIA NATURAL Antes dos 6 anos: - Simbilância é condição heterogênea: pois pode ser somente pelo tamanho pequeno das vias aéreas ou por consequência a inflamação (bronquite). - Portanto, a maioria das pessoas que tiveram asma na infância, vão melhorar e não desenvolver asma, - Minoria evoluirá com asma: Atopia (hipersensibilidade) Tabagismo materno História familiar - Usualmente o indivíduo melhora na adolescência, podendo retornar na fase adulta. - Asma de “início” na fase adulta, geralmente reflete ausência de diagnóstico na infância. - Início da asma também pode ser em mulheres em perimenopausa. SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 - Os adultos asmáticos têm perda progressiva da função pulmonar mais acelerada que indivíduos saudáveis. FENÓTIPOS DA ASMA Muitos fenótipos clínicos de asma foram identificados. Alguns dos mais comuns são: • Asma alérgica: este é o fenótipo de asma mais facilmente reconhecido, que geralmente começa na infância e está associado a uma história pregressa e / ou familiar de doença alérgica, como eczema, rinite alérgica ou alergia a alimentos ou medicamentos. O exame do escarro induzido desses pacientes antes do tratamento geralmente revela inflamação eosinofílica das vias aéreas. Os pacientes com esse fenótipo de asma geralmente respondem bem ao tratamento com corticosteroides inalatórios (CI). • Asma não alérgica: alguns pacientes têm asma não associada a alergia. O perfil celular do escarro desses pacientes pode ser neutrofílico, eosinofílico ou conter apenas algumas células inflamatórias (paucigranulocíticas). Pacientes com asma não alérgica geralmente demonstram menos resposta de curto prazo à CI. • Asma de início na idade adulta (início tardio): alguns adultos, especialmente mulheres, apresentam asma pela primeira vez na vida adulta. Esses pacientes tendem a ser não alérgicos e frequentemente requerem doses mais altas de CI ou são relativamente refratários ao tratamento com corticosteroides. Asma ocupacional (ou seja, asma devido a exposições no trabalho) deve ser excluída em pacientes que apresentam asma com início na idade adulta. • Asma com limitação persistente do fluxo de ar: alguns pacientes com asma de longa data desenvolvem limitação do fluxo de ar que é persistente ou incompletamente reversível. Acredita-se que isso seja devido à remodelação da parede das vias aéreas. • Asma com obesidade: alguns pacientes obesos com asma apresentam sintomas respiratórios proeminentes e pouca inflamação eosinofílica das vias aéreas. FATORES DE RISCO Atopia: - Síndrome em que o sistema imune produz IgE a proteínas (antígenos) não humanas (alérgenos). Exemplos: dermatite atópica e rinite alérgica - Aumento do nível de IgE está associado com a hiper-responsividade brônquica. - Nem todo atópico desenvolverá asma. Mas a maioria dos asmáticos são atópicos. Genética: - Herança polimórfica. Alégenos: Domicilares: ácaros, fungos e baratas. Ocupacionais: independente de atopia prévia. Obesidade: - Mecanismo desconhecido - Asma não alérgica Hipótese da Higiene (?) - Estímulo da resposta Th1 com mais infecções na infância, levando a não exarcebação da resposta Th2. Tabagismo: - Materno e de exposição passiva - Uso de medicações maternas: Paracetamol, inibidores de bomba de prótons e antibióticos. (Causalidade não comprovada). GATILHOS Ou seja, o que precipita a crise de asma. - Infecções respiratórias (virais e bacterianas). - Exposição a alérgenos: alimentares, ambientais ou ocupacionais. - Inalação de irritantes: ar frio, tabagismo. - Atividade Física. SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 PADRÕES DE SINTOMAS RESPIRATÓRIOS CARACTERÍSTICOS DA ASMA - Variações hormonais (existem mulheres que tem asma associada ao período menstrual e grávidas também. - Medicações: betabloqueadores e anti- inflamatórios - Fatores emocionais: estresse e ansiedade. FISIOPATOLOGIA - Células NK e basófilos: produzem Il-4 e Il-13. - Imunidade Inata: células linfoides tipo 2 (asma não alérgica), células dendríticas e neutrófilos) - A asma não alérgica, é a asma ocupacional, como por exemplo pessoas que trabalham na indústria têxtil e desenvolvem hiper-reatividade. É também chamada de Asma Neutrofílica, pois diferente da asma alérgica, sua resposta é neutrofílica e não eosinofílica. Ocorre uma inflamação da via aérea (brônquios e bronquíolos), por: EXPOSIÇÃO: - Exposição inicial ao alérgeno, onde no indivíduo asmático, ocorrerá uma resposta Th2 (humoral), maior do que Th1, produzindo IgE específica pelos plasmócitos. IgE liga-se aos receptores de alta afinidade presente nos mastócitos e basófilos e vão degranular em várias citocinas responsáveis pela cascata inflamatória, gerando edema, hiperssecreção de muco e vasodilatação. EXPOSIÇÕES SUBSEQUENTES: - Resposta inflamatórica cada vez mais exacerbada, IgE específica já nos mastócitos da mucosa, promovem a rápida degranulação de mediadores: histamina, prostaglandinas D2 e Leucotrienos D4 e E4. - Levando a contração da musculatura lisa brônquica (broncoconstricção). FASE TARDIA: - Eosinófilos: vão até o local da inflamação, causando broncoespasmo, lesão epitelial (pelos produtos granulares tóxicos) e causando remodelamento brônquico com fibrose (pela produção de GM-CSF). Por isso a importância de tratar a asma: pois, se eu não combato a fisiopatologia,tardiamente, pela inflamação e cicatrização frequente, vai começar a ocorrer fibrose, tornando a broncoconstrição e broncodilatação irreversível, levando a uma obstrução igual a do DPOC. - Mastócitos: contribuem com mediadores inflamatórios e com o recrutamento de células inflamatórias (TNF). - Linfócitos Th2: produzem interleucinas: IL-3, IL-4.. O QUE A INFLAMAÇÃO VAI CAUSAR? - Obstrução ao fluxo aéreo (reversível): hiperresponsividade brônquica e broncoconstrição causada pelos mediadores. - Já foi percebido, que a broncoprovocação com metacolina aos asmáticos, leva a hiperresponsividade, causando broncoconstricção. - Remodelamento da via aérea (irreversível): ocorre aumento dos miofibroblastos, fibrose da membrana basal subepitelial, causando aumento da massa muscular lisa e aumento da matriz extracelular. Obstrução irreversível (semelhante a DPOC). As seguintes características são típicas de asma e, se presentes, aumentar a probabilidade de que o paciente tenha asma: Sintomas respiratórios de respiração ofegante, falta de ar, tosse e / ou aperto no peito: • Os pacientes (especialmente adultos) apresentam mais de um desses tipos de sintomas. • Os sintomas costumam piorar à noite ou de manhã cedo. • Os sintomas variam com o tempo e em intensidade. • Os sintomas são desencadeados por infecções virais (resfriados), exercícios, exposição a alérgenos, mudanças no clima, risos ou irritantes, SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 como gases de escapamento de automóveis, fumaça ou cheiros fortes. Os seguintes recursos diminuir a probabilidade de que os sintomas respiratórios sejam devidos à asma: • Tosse isolada sem outros sintomas respiratórios. • Produção crônica de expectoração • Falta de ar associada a tonturas, desmaios ou formigamento periférico (parestesia) • Dor no peito • Dispneia induzida por exercício com inspiração ruidosa. ANAMNESE SINTOMAS: - Sibilância: tipicamente expiratório. Na asma grave pode ocorrer também na inspiração. - Na inspiração, o pulmão fica com pressão negativa em relação ao meio externo, a via aérea expande e o ar passa com facilidade. Já na expiração há estreitamento devido a pressão de fora pra dentro. - Simbilância é um achado mais de anamnese, pois você pode não auscultar na consulta, mas ela é presente à noite. - Tosse: piora a noite (aumento do tônus broncomotor colinérgico), seca ou produtiva com expectoração clara (mucoide). - Dispneia - Dor torácica: sensação de aperto. Todos os sintomas são normalmente achados na anamnese, por isso é importante ouvir a queixa do paciente. CARACTERÍSTICAS: Sintomas episódicos - Desencadeados por gatilhos - Exposição ocupacional - História pessoal ou familiar de atopia DIMINUEM AS CHANCES: - Não melhora com broncodilatador - Início dos sintomas após os 50 anos - Sintomas cardíacos associados - Tabagismo EXAME FÍSICO O exame físico em pessoas com asma geralmente é normal. A anormalidade mais frequente é o chiado expiratório (roncos) à ausculta, mas pode estar ausente ou ser ouvido apenas na expiração forçada. A sibilância também pode estar ausente durante as exacerbações graves da asma, devido à redução acentuada do fluxo de ar (o chamado 'tórax silencioso'), mas nessas ocasiões, outros sinais físicos de insuficiência respiratória geralmente estão presentes. Sibilos também podem ser ouvidos com obstrução laríngea induzível, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), infecções respiratórias, traqueomalácia ou corpo estranho inalado. Estalos (crepitações) e chiado inspiratório não são características da asma. O exame do nariz pode revelar sinais de rinite alérgica ou polipose nasal. Inspeção, palpação e percussão normais. Até mesmo a ausculta, se o paciente não estive em crise, pode ser normal. Mas, pode haver presença de sibilos expiratórios, variáveis (variam de lobo dependendo do momento que for auscultado) e difusos. POSSÍVEIS ACHADOS EXTRAPULMONARES: - Mucosa nasal pálida - Pólipos nasais - Dermatite atópica CRISE DE ASMA - Taquipneia - Taquicardia - Tempo expiratório prolongado (devido a via aérea obstruída) - Posição em tripé (facilita a expiração) SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 - Uso de musculatura acessória (escalena, esternocleidomastóideo, intercostal, abdominal...) - Pulso paradoxal (queda >10mmHg da PAS durante a inspiração) - Sibilos inspiratórios - Silêncio vesicular (pior cenário). DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: ICC, BRONQUIECTASIAS, INFECÇÕES, ADPA, ... ESPIROMETRIA - Obstrução ao fluxo expiratório: gera uma redução da relação VEF1/CVF - menor do que 0,70 ou no limite inferior da normalidade. - Resposta ao broncodilatador (salbutamol 400mcg): Se o VEF1 e/ou CVF tiver um incremento após repedir a espirometria. - VEF1: varia 200ml E 12% - VEF1: varia 200 ml E 7% (Brasil) - Gravidade da obstrução: medida pelo valor do VEF1 em percentual. - Diagnóstico diferencial: Distúrbios restritivos. A relação VEF1/CVF será normal. INTERPRETANDO A ESPIROMETRIA DE UM ASMÁTICO: 1º: Olhar a relação VEF1/CVF Se for reduzida, já significa que o paciente tem distúrbio obstrutivo. No paciente: a relação deu 66, abaixo do limite inferior que é 76, portanto está reduzida. Configurando distúrbio obstrutivo. 2º: Valores Pré- Broncodilatador. Valor de VEF1 - deu 3, 13 (pré BD), sendo o limite inferior 3,76 Valor de CVF - deu 4,74 (pré BD), sendo o limite inferior 4,15. Deu superior, mas não está 100%, pois o valor previsto seria 5,12. Mas, diante disso CVF não está reduzido. 3º: Valores Pós-Broncodilatador Relação VEF1/CVF: deu 76, igual ao limite inferior, mas melhor que o valor pré BD. VEF1: Variou de 3,13 pra 8,81 (variou 680ml de variação, bem acima dos 200ml recomendados). E o percentual variou de 68 pra 83, ou seja, 15% (acima do valor de 12%). Então, eu posso dizer que essa espirometria teve resposta ao broncodilatador. PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO (PEAK FLOW) Utilizado para monitorar a asma já diagnosticada. - Identificar a variabilidade por exposição ocupacional (paciente leva para o trabalho para monitorar alguma alteração) - Um valor reduzido do predito sugere asma: Sendo inespecífico, pois poderia ser DPOC. Mas se aumentar em 20% ou mais após uso de broncodilatador, associado aos sintomas de asma - sugere fortemente asma. TESTE DE BRONCOPROVOCAÇÃO - Nesse teste é feito um estímulo bronconstrictor com: metacolina inalada, manitol inalado, exercício físico e inalação de ar seco. - Fazendo quando a espirometria for normal, medidas seriadas de pico de fluxo expiratórios SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 forem sem variabilidade (incomum na asma) e em investigação de tosse crônica. ÓXIDO NÍTRICO EXALADO - A presença de eosinófilos no epitélio respiratório aumenta a quantidade de óxido nítrico exalado. - Valores acima de 40 e 50 ppb. - Mas se o teste for normal, não descarta asma, pois ela pode não ser alérgica. - Não é utilizado de rotina. LABORATÓRIO - Eosinofilia no hemograma Diagnóstico diferencial: parasitoses, granulomatose com poliangeite. - Anemia como causa da dispneia TESTES ALÉRGICOS - Não são obrigatórios, pois uma minoria das asmas não é alérgica. - Pode ajudar na estratégia para afastar o paciente da exposição ao alérgeno. - Cutâneos (prick test), dosagem de IgE total e IgEs específicas. EXAMES DE IMAGEM - Normal na maioria dos asmáticos - Radiografia de tórax deve ser solicitada na avaliação inicial para descartar outras possibilidades diagnósticas. - Tomografia computadorizada apenas se radiografia com alterações não conclusivas. DIAGNÓSTICO Quadro Clínico + Avaliação Funcional e Diagnóstico diferencial: - Causas de dispneia: Anemia, doenças cardíacas - Causas de tosse crônica: Rinossinusites, doença do refluxo gastroesofágico.- Outras doenças pulmonares obstrutivas: DPOC, bronquiectasias. FLUXOGRAMA DE DIAGNÓSTICO PARA ASMA NA PRÁTICA CLÍNICA TRATE PARA O DIAGNÓSICO ALTERNATIVO URGÊNCIA CLÍNICA: TT INICIAL EMPÍRICO TESTES DIAGNÓSTICOS 1-3 MESES REALIZAR ESPIROMETRIA COM TESTE DE REVERSIBILIDADE. RESULTADOS POSITIVOS PARA ASMA? CONSIDERE TRATAR PARA O DIAGNÓSTICO MAIS PROVÁVEL REPITA EM OUTRA OCASIÃO OU REALIZE OUTROS TESTES. CONFIRMA ASMA? HISTÓRICO ADICIONAL E TESTES PARA DIAGNÓSTICOS ALTERNATIVOS. DIAGNÓSTICOS ALTERNATIVOS CONFIRMADOS? Reavaliar os pacientes com espirometria pelo menos a cada 1- 2 anos, para avaliar a função pulmonar, saber se ela não está caindo, o que seria sinal de mal controle da asma. ABORDAGEM: TRATAR PARA ASMA HISTÓRICO DETALHADO DE ASMA HISTÓRICO/EXAME APOIA DIAGNÓSTICO DE ASMA? PACIENTE COM SINTOMAS RESPIRATÓRIOS SINTOMAS TÍPICOS? SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 MODIFICÁVEIS: - Asma mal controlada é um fator de risco para exarcebações. - Medicação – não uso de CI inalatório, má-adesão, técnica incorreta do uso do inalador, uso excessivo de β2-a-gonista de curta duração. - Comorbidades – obesidade, rinossinusite crônica, DRGE, alergia a alimento confirmada, ansiedade, depressão, gravidez. - Exposições – fumo, alérgeno, poluição atmosférica. - Estabelecimento – más condições socioeconômicas - Função pulmonar – baixo FEV1, em particular se <60% do valor predito; reversibilidade mais intensa. - Outros exames – eosinofilia do sangue ou escarro, FENO (Fração de óxido nítrico exalado) em adultos alérgicos em uso de CI inalatório. FATORES DE RISCO INDEPENDENTES PARA EXACERBAÇÕES: - Ter sido intubado ou internado em UTI devido a asma; - Ter tido uma ou mais exacerbações graves nos últimos 12 meses. TRATAMENTO É inalatório, de boa eficácia e com poucos efeitos adversos. Controle é feito com corticoide inalatório (tratamento padrão da asma). Resgate: beta-2 agonista de curta duração. Categorias de medicamentos para asma: Medicamentos de controle: esses medicamentos contêm ICS e são usados para reduzir a inflamação das vias aéreas, controlar os sintomas e reduzir riscos futuros, como exacerbações e declínio relacionado da função pulmonar. Medicamentos de alívio: estes são fornecidos a todos os pacientes para alívio conforme necessário dos sintomas de disrupção, incluindo durante o agravamento da asma ou exacerbações. Eles também são recomendados para a prevenção de curto prazo da broncoconstrição induzida por exercício (BIE). Terapias complementares para pacientes com asma grave: podem ser considerados quando os pacientes apresentam sintomas persistentes e / ou exacerbações, apesar do tratamento otimizado com medicamentos controladores de altas doses (geralmente uma alta dose de ICS mais um LABA) e tratamento de fatores de risco modificáveis. - Conversar com o paciente e saber sua preferência: se prefere ter a doença controlada (que é a preferência do médico, pois previne exacerbações) ou prefere que a doença seja apenas aliviada. FATORES DE RISCO PARA EXACERBAÇÃO CICLO DE PREVENÇÃO, CONTROLE E TRATAMENTO DA ASMA (GINA) SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 - O tratamento da asma a longo prazo é baseado nos Steps. O que são esses steps? São “etapas” nas quais os pacientes asmáticos são classificados. Elas indicam a gravidade da doença e irão guiar o tratamento. - Se um paciente está com sintomas intensos, iniciamos o tratamento com base em uma das etapas e, após reavaliação em 2 a 3 meses, decidimos se reduzimos a dose para a de uma etapa abaixo ou acima. GINA 2021: STEP 1 – STEP 2: (sintomas menos de 2x/mês): baixa dose de CI + formoterol (LABA). Outra opção: baixa dose de CI + SABA (beta2 agonista de curta duração). STEP 3: (sintomas todos os dias ou acordou a noite com asma 1x na semana ou mais): CI em baixa dose + LABA todo dia. Outra opção: dose média de CI sozinho ou dose baixa de CI com antagonista de leucotrieno (LTRA). STEP 4: (sintomas do step 3, com função pulmonar baixa): Dose média de CI + LABA. Outra opção: Alta dose de CI + tiotrópio ou LTRA. STEP 5: Dose alta de CI + LABA OU avalia para incrementar outros tratamentos Resumo: nos casos mais leves, usar dose baixa de CI + formoterol quando necessário. A medida que os sintomas aumentarem: deixo CI todos os dias (em dose baixa ou não) e associo com LABA a partir do step 3, em dose baixa, média ou alta. O tratamento é individualizado! - Gestação: recomenda-se não interromper o tratamento da asma, pois os benefícios são muito maiores que os risco de efeito colateral pro bebê. - Rinites e sinusites: controlar os sintomas nasais (com sprays nasais e antialérgicos, apesar de não influenciar no controle da asma diretamente). - Obesidade: 5 a 10% de perca de peso pode melhorar o controle da asma - Idosos: considerar o dispositivo inalatório mais adequado, principalmente quem tem doenças como Parkinson, Alzheimer... que podem levar a má adesão. - DRGE: tratar os indivíduos com sintomas pois pode ajudar. - Ansiedade e depressão: os sintomas podem ser confundidos, sendo importante conhecer o paciente que tenha ambas as condições e trata-lo adequadamente. - Cirurgias e pré-operatórios: é importante avaliar e controlar a asma, pois uma asma mal controlada aumenta o risco cirúrgico. FARMACOLOGIA DA ASMA BRONCODILATADORES: Β2 agonistas Ação curta (meia-vida de 3-6h) Ação longa (meia- vida de 12-24h) Salbutamol Fenoterol Terbutalina Formoterol Salmeterol 12h Indacaterol Olodaterol Vilanterol 24h Efeitos adversos: palpitações e tremores Anticolinérgicos SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 CORTICÓIDE - Corticóide Inalatório: bloqueia a via Th2, por expressão de genes anti-inflamatórios. *CI é o tratamento padrão da asma. Efeitos adversos: rouquidão e candidíase oral (lavar a boca após uso do pó). - Corticóide sistêmico: pode ser usado, mas na menor dose e tempo possível, para a redução de efeito colateral (STEP 5). ANTILEUCOTRIENOS - Zafirlucaste e Montelucaste - São considerados terapia adjuvante (não é utilizado sozinho). Ex.: paciente no step 4 com CI + LABA em dose média, se não quiser aumentar a dose, pode tentar associar com o antileucotrieno. ANTICORPOS MONOCLONAIS - Anti-IgE: Omalizumabe. Usado pra asma alérgica refratária com níveis de IgE elevados. Indicado no step5 - Atuam na IL5: Mepolizumabe (anti-IL5) e Benralizumabe (bloqueador do receptor de IL-5). Usado na asma eosinofílica, pois IL-5 recruta eosinófilos. Casos refratários com contagem de eosinófilos aumenta no sangue ou escarro. - Grande desvantagem do Anticorpo Monoclonal: adm subcutânea (hospital) e alto preço. EXACERBAÇÕES - A maioria ocorre num período gradual de poucos dias - Causas mais comuns: • Infecções virais • Exposição a alérgenos ambientais • Exposição ocupacional • Medicações (AINEs) O QUE FAZER NA CRISE DE ASMA? Todo exame físico, principalmente na urgência, começa com sinais vitais (Temperatura, FR, FC, PA E saturação). ① Oxigênio: se SpO2 <92% ② Broncodilatadores de ação curta: • Nebulizadores dosimetrados • Nebulizadores com O2 (diluir a medicação com SF 0,9%) • Inicialmente os beta2 agonistas • Pode ser associado com ipatrópio ③ Corticoides (oral ou intravenoso) ④ Sulfato de magnésio intravenoso (exarcebações graves). SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 DISPOSITIVOS INALATÓRIOS • Técnica correta • Adesão do paciente • Melhor resposta clínica • Cognição AEROSSOL DOSIMETRADO AEROSSOL DOSIMETRADO COM ESPAÇADOR INALADORES DE PÓ SECO INALADORES DE NÉVOA ÚMIDA NEBULIZADOR