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Página 1 de 3 SUÍNOCULTURA 19/07/2022 Doenças dos suínos A maior parte das doenças dos suínos podem ser dividi- das em 2 grandes grupos: Doenças epizooticas de alta contagiosidade → peste su- ína clássica, doença de Aujeszky, febre aftosa Doenças enzooticas ou doenças do rebanho/multifatori- ais → doença do edema e rinite atrófica DOENÇAS MULTIFATORIAIS Calcula-se que 75% das perdas econômicas em granjas de suínos estejam relacionadas com doenças multifato- riais. Para o desenvolvimento de uma doença multifatorial, existe uma alta dependência do ambiente, sendo maior que a própria virulência do agente. Doenças: reprodutivas, do aparelho respiratório, digestó- rio, nervoso, sistêmicas DOENÇAS REPRODUTIVAS LEPTOSPIROSE Causada por várias espécies de bactérias do gênero Lep- tospira (L. Pomona principal) Zoonose Eliminada pela urina, pode durar 30 a 60 dias Sintomas: abortamento no final da gestação, hematúria, febre Prevenção: vacinas Vacinas: porca antes da cobertura, cachaços vacinados a cada 6 meses Leitões 1ª dose aos 21 dias 2ª dose aos 42 dias Leitoas de reposição 1ª dose aos 42 dias antes da primeira cobertura 2ª dose aos 21 dias antes da primeira cobertura Porcas 1 dose 10 a 15 dias após o parto Machos 1 dose a cada 6 meses Tratamento: Estreptomicina: 25mg/kg duas semanas antes da cober- tura e cachaços incorporados no plantel Oxitetraciclinas: 1kg/ton na ração por 10 dias no último mês de gestação PARVOVIROSE SUÍNA Causada pelo parvovírus Abortos principalmente no início da gestação, repetição de cio regular ou tardia, leitões mumificados e natimor- tos Prevenção: vacinas. Todas as matrizes devem ser vaci- nadas antes do período de gestação e os cachaços de- vem ser vacinados Parvo e gestação: Momento da infecção Consequências Gestação Cobrição até 9º dia de ges- tação Morte de todos os embriões. (absor- ção) Morte de alguns em- briões. Retorno ao cio com in- tervalo regular ou irregu- lar. Leitegadas pequenas. 10º a 35º dia Morte de todos os embriões. (absor- ção) Morte de alguns em- briões. Retorno ao cio com in- tervalo irregular ou falsa gestação. Gestação contina, leite- gadas pequenas, leitões normais, fracos e ma- gros, malformados. 35º a 65º Morte de todos s fe- tos. Morte de alguns fe- tos. Gestação prolongada, mumificados. Leitões normais, fracos e inviável, peso baixo e/ou mal formados e fe- tos mumificados. 65º até o parto Imunização ativa dos fetos. Leitões normais e com anticorpos. SÍNDROME MMA – Mastite/metrite/agalaxia Infecção bacteriana nas glândulas mamárias e no útero Sintomas: glândula mamárias inflamadas e endurecidas, febre, agalaxia, leitões enfraquecidos e morrendo após 2 ou 3 dias Fatores causadores da síndrome: nutrição deficiente, to- xicidade por constipação ou retenção placentária Tratamentos: ocitocina, água limpa e fresca, reduzir o es- tresse no local da parição, antibióticos de amplo espec- tro dois dias antes do parto (sulfa+trimetropin), manejo cuidadoso da matriz e higiene das instalações Página 2 de 3 DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO PNEUMONIA MICOPLÁSMICA ou PNEUMONIA ENZOÓ- TICA Causada pelo Mycoplasma hyponeumoniae Sintomas: tosse crônica ou não (produtiva), crescimento retardado com apetite normal, lesões pulmonares nos lo- bos apical, cardíaco e diafragmático, áreas com coloca- ção púrpuro-arroxeadas com consistência firme Tratamento: utilizar esquema “tudo dentro, tudo fora”, tratamento com antibióticos nunca inferior a cinco dias com custo elevado, vacinas (1ª dose com 7 ou 14 dias e 2ª dose com 21 ou 35 dias). PLEUROPNEUMONIA Causada pelo Actinobacillus Haemophilus pleuropneu- moniae Sintomas: • Forma super aguda: febre alta, dispneia e morte rápida. Após a morte ocorre cianose da pele com presença de sangue a boca e nariz. A mortalidade pode chegar a 100%. • Forma aguda: perda de apetite, perda de peso, tosse frequente, cianose nas orelhas e a mortalidade é variá- vel. Pulmão com coloração de vermelho a cinza, pode causar pleurite e presença de abcessos. • Forma crônica: apresenta pequenas lesões pulmonares Tratamento: Florfenicol: infecções crônicas e agudas Vacinas com vários sorotipos Manejo: limpeza e desinfecção (microrganismo vive até 7 dias no ambiente). RINITE ATRÓFICA Causada pelo Bordetella bronchiseptica e Pasteurella mutocida Sintomas: espirros, lacrimejando e corrimento nasal branco amarelado, desvio ou encurtamento do focinho, atraso do crescimento e refugos Tratamento: utilizar o esquema “tudo dentro, tudo fora”, tratamento com antibióticos: Sulfametazina 100 a 400ppm Tetraciclinas 300 a 600ppm 15 a 20 dias Vacinação: • Leitoas: 60 a 90 dias de gestação • Porcas: 100 dias de gestação • Leitões: 7 a 28 dias de gestação DOENÇAS DO APARELHO DIGESTÓRIO COCCIDIOSE Causada pela eiméria (quatro esporocisto com dois es- porozoítos) e isospora (dois esporocistos com quatro es- porozoítos) o epitélio intestinal torna-se incapaz de ab- sorver nutrientes. Sintomas: diarreia em animais com oito a onze dias de vida e de coloração cinza esverdeada com perda de peso e desidratação Diagnóstico: histopatológico de fragmentos intestinais ou oocistos nas fezes Tratamento: bom manejo Matrizes: 7 a 10 dias antes do parto Leitões: Toltrazuril 20mg/kg ou Diclazuril 3mg/kg no ter- ceiro dia de vida COLIBACILOSE Causada pela Echerichia coli Sintomas: morte repentina de desidratação sem diarreia, fezes líquidas amareladas ou amarronzadas, a desidrata- ção intensifica-se devido ao leitão não amamentar Tratamento: vacinação das matrizes 90 a 100 dias de gestação, evitar estresse, manter local sexo e ventilado, Gentamicina e Sulfas oras Página 3 de 3 DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO DOENÇA DE AUJESZKY (Pseudo-raiva) Causada por um Herpesvirus, afeta sistema nervoso e pode afetar trato respiratório, causa motilidade em lei- toas lactantes. Sintomas: perda de apetite, falta de coordenação, vômi- tos e diarreias, convulsões. Não existe tratamento, mas existe vacinação. DOENÇA DO EDEMA Toxi-infecção causada pela E. coli e gera acumulo de flu- idos nos tecidos corporais por causa de toxinas Sintomas: ocorre 3 dias a duas semanas pós desmame e ocorre nos melhores leitões. Mortes súbitas, leitão deita- se de lado e pedala Manter local limpo e com boa higiene e utilizar antibióti- cos e fazer restrição alimentar DOENÇAS SISTÊMICAS CIRCOVIROSE Causada pela circovírus do tipo 2 (CPV2), o que causa a síndrome multisistêmica do definhamento do leitão des- mamado (SMDLD) Sintomas: dispneia progressiva, emagrecimento, icterí- cia, lesões em vários órgãos Utilizar o manejo “todos dentro, todo fora”, manter boa higiene, redução da densidade do lote e melhora nas con- dições ambientais FEBRE AFTOSA Causada pela rinovírus pertencente ao grupo picornaví- rus, o vírus pode ser encontrado em fluidos e tecidos cor- porais Sintomas: formação de vesículas e erosão da mucosa da cavidade oral, na pele entre os casos e nas tetas das por- cas, salivação excessiva e manqueira, pode ser confun- dida com estomatite vesicular e o exantema vesicular Não há tratamento PESTE SUÍNA CLÁSSICA Causada por vírus e é altamente contagiosa Sintomas: febre alta (42ºC), com secreções oculares as- sociadas com conjuntivite, falta de coordenação do pos- terior, a pele com hiperemia. Casos crônicos podem ocor- rer descoloração da pele das orelhas, alopecia, atraso no crescimento e maior predisposição para problemas res- piratórios Não há tratamento e vacinar ERISIPELA Causada pela bactéria Erysipelothrix rhusiopathiae Elimina as bactérias pelas fezes, contamina solo, água e alimentos Sintomas: • Forma aguda: febre alta (40ºC), prostração, anorexia e lesões cutâneas com coloração púrpura-escura e por- cas podem abortar• Forma crônica: artrite e insuficiência cardíaca Tratamento: Penicilina em dose única de 20.000 unida- des/kg de peso, adotar medidas higiênicas e desinfecção das instalações e vacinar leitoas e porcas antes da co- bertura, cachaços a cada 6 meses e leitões os 90 dias de idade.
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