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MENINGITE E MENINGOENCEFALITE Sofre um quadro de sequelas, sofre um pacto de morbimortalidade Meningite: Doença inflamatória das leptomeninges, tecidos que circundam o cérebro e a medula espinhal - sinais de irritação meníngea - estruturas que compõem o encéfalo - Exemplo: dor de cabeça Meningoencefalite: Processo inflamatório com extensão para medula espinhal e parênquima cerebral - sinais de comprometimento encefálico - sinais de irritação + extensão de medula e parênquima - Exemplo: crise convulsiva, confusão mental, rebaixamento do nível de consciência MENINGITE: Etiologia: bacteriana, viral, protozoários, química → viral é a causa maior comum - Doença de notificação compulsória na suspeita diagnóstica DM = doença meningocócica (meningite + meningococcemia) Meningococcemia é a meningo na corrente sanguínea) - Acomete mais na idade pré-escolar Fisiopatologia: - Colonização da nasofaringe seguida de invasão da corrente sanguínea/SNC → bactéria cai na corrente sanguínea e vai para o sistema nervoso central; esse é mais comum - Invasão SNC secundária à bacteremia por foco localizado - Inoculação direta de microorganismos no SNC por contiguidade (sinusopatia, mastoidite, trauma) → não passa pela corrente sanguínea Síndromes com meningite bacteriana aguda: Síndrome toxêmica - Febre alta, mal-estar geral, prostração ± agitação psicomotora - Sinal de Faget (dissociação pulso-temperatura = “muita febre para pouca taquicardia”) é relativamente comum - 40-60% das meningites meningocócicas - rash cutâneo hemorrágico/ exantema hemorrágico, com presença de petéquias e equimoses disseminadas por dano endotelial dos capilares da derme pela “semeadura” local do meningococo Petéquia: 1<cm Equimose: >1cm Púrpura fulminans = evolução em horas - Febre, toxemia - Alteração de perfusão periférica, hipotensão - Púrpuras (petéquias e equimoses) - CIVD → coagulação intravascular disseminada, ocorre porque há alteração na cascata de coagulação - Síndrome de Waterhouse Friderichsen → necrose bilateral de supra renal Síndrome irritação meníngea - rigidez de nuca (pescoço duro) - sinal de Kerning (estica a perna ou eleva a perna e estica) - sinal de Brudzinski (paciente deitado, deve testar a rigidez de nuca e se positivo paciente dobra as pernas) - sinal do desconforto lombar Rigidez de nuca e sinal de Brudzinski são mais importantes Síndrome de hipertensão intracraniana - Cefaleia holocraniana intensa e progressiva - náuseas - vômitos - fotofobia - confusão mental Tríade de Cushing → hipertensão, bradipneia, bradicardia No lactente: - Irritabilidade - Abaulamento de fontanela - Inapetência e vômitos - Hipotermia → <35,5° C - Cianose → pode ter quadro séptico, alteração de perfusão - Crises convulsivas → febre - Respiração irregular Bacteriana: Vacina ACWY 11 anos Neisseria meningitidis (Meningococo): - Aeróbica, diplococo Gram negativo - Há 13 grupos sorológicos: A,B,C,W135,X e Y - Apresentações: Meningite e Meningococcemia - Maior prevalência – 6 meses e 3 anos - Em nasofaringe de pacientes saudáveis (1 a 15% adultos) - Exantema purpúrico, hemorrágico, petéquias Streptococcus pneumoniae (Pneumococo): - Segunda causa mais frequente de meningite - Crianças esplenectomizados ou imunocomprometidos - Letalidade ~ 30% (risco de sequela neurológica ~ 20-30%) - VPC10: contempla os sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F - VPC13: amplia a cobertura da VPC-10 incluindo os sorotipos 3, 6A e 19A - VPC23: amplia a cobertura da VPC-13 com 11 sorotipos, 2,8,9N, 11ª, 12F, 15B, 17F, 20, 22F e 33F Exames laboratoriais: - HMG, HMC, Glicemia (correlacionar com glicorraquia) - Análise do LCR (coloração, contagem de céls com diferencial, bioquímica, pressão de abertura, coloração Gram e CT) - Investigação da etiologia viral: sorologia e/ou biologia molecular - PCR - Teste antigênico de aglutinação do látex pode ser útil na identificação de patógenos bacterianos - HMC e Bx e cultura de lesões cutâneas Neutrófilo = bactéria Linfócito = viral Cultura de líquor = padrão ouro para meningite bacteriana PCR = padrão ouro para meningite viral Contraindicações de coleta de líquor: - Crise convulsiva focal (abscesso, líquido) → Deve fazer TC antes - Presença de sinais de alteração neurológica focal → Deve fazer TC antes - Redução do nível de consciência (coma ou torpor) → Deve fazer TC antes - Alteração de par craniano - Estado geral muito comprometido - Lesão de pele no local da coleta do exame - Síndrome hemorrágica (CIVD) púrpura fulminans Quando tem herniação não pode fazer coleta de líquor Punção lombar: Paciente em decúbito lateral ou sentado - Sub-occipital - Ventricular (pacientes com hidrocefalia) DIAGNÓSTICO: - coleta de líquor - punção lombar - exame laboratorial Primeiras células que migram: NEUTRÓFILOS (etiologia viral quando imita a bacteriana) - viral → linfócitos - bacteriana → neutrófilos Tratamento: - Antibiótico empírico e permanecer 24 horas em isolamento após antibioticoterapia - Monitorização hemodinâmica - Tratamento do choque - se houver - Avaliar necessidade de drogas vasoativas Complicações: - Coma - Choque séptico - SIADH → síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (pode evoluir para hiponatremia) - Coleção subdural estéril - Comprometimento de pares cranianos - Empiema subdural - Ventriculite → tratamento é DVP - derivação ventrículo peritoneal - Comprometimento de pares cranianos: na criança, o facial (VII par) e o ramo acústico do vestibulococlear (VIII par) são os mais afetados - Secreção inapropriada do ADH: levando à hiponatremia e piora do edema cerebral Por isso a criança tem problemas de audição Profilaxia: Deverá ser realizada quimioprofilaxia Doença meningocócica e Meningite por Haemophilus influenzae Doença meningocócica - Contatos familiares e íntimos / indivíduos que permaneceram com o paciente por aproximadamente 4h por dia por 5-7 dias - Iniciar até 48 horas - Rifampicina, Ceftriaxone, Azitromicina, Ciprofloxacina Meningite por Haemophilus influenzae - Contatos familiares somente se < 4 anos contactante além do caso índice - É necessário o uso de antibiótico para todos os membros da família - Rifampicina, Ceftriaxone, Azitromicina, Ciprofloxacina Meningite Viral/ meningoencefalite: Meningite viral → enterovírus - benigna boa evolução e bom prognóstico HSV-1 = meningoencefalite grave esporádica em crianças e adultos, envolvimento geralmente focal, com progressão para coma e óbito em 70% sem tratamento HSV-2 = mais envolvimento difuso e em RN VZV (varicela) = encefalite com mais frequência de ataxia cerebelar (se grave = encefalite aguda → quadro muito raro) Caxumba = meningoencefalite geralmente leve com predomínio do quadro meníngeo , mas pode causar surdez por lesão do VIII nervo. Quando suspeitar: - LCR - linfomonocitário - Febre ausente ou baixa - Bom estado geral - Melhora da cefaléia após coleta de líquor → diminui a pressão intracraniana - Não há necessidade de tratamento - Deterioração do nível de consciência, febre, alterações do LCR (meningite linfomonocitária), alterações neurológicas focais, na ausência de outras causas Tratamento: Aciclovir
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