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Carla Bertelli – 4° Período – É uma doença crônica autoimune, imuno-mediada, precipitada em pessoas com predisposição genética a ter ela quando se ingere glúten – é â O glúten é um complexo proteico presente no trigo, centeio, cevada e aveia – esse complexo é formado pelas gliadinas e gluteninas A doença celíaca (enteropatia sensível ao glúten ou espru não tropical) é uma doença inflamatória da mucosa do intestino delgado causada por respostas imunes contra proteínas do glúten ingeridas e presentes no trigo. A doença celíaca é caracterizada por inflamação crônica na mucosa do intestino delgado, levando a atrofia das vilosidades, má absorção e várias deficiências nutricionais que induzem manifestações extraintestinais. A doença é tratada por dietas com restrição a alimentos livres de glúten. Esses pacientes produzem anticorpos IgA e IgG específicos para o glúten, assim como autoanticorpos específicos para transglutaminase 2A, uma enzima que modifica a proteína gliadina do glúten. Acredita-se que esses autoanticorpos surgem quando células B específicas para transglutaminase endocitam a transglutaminase do hospedeiro, covalentemente ligada à gliadina, e apresentam peptídios da gliadina às células T auxiliares, que, por sua vez, ajudam na resposta de anticorpos antitransglutaminase. Não se sabe exatamente se esses anticorpos contribuem para o desenvolvimento da doença, mas são marcadores sensíveis de diagnóstico da doença. Há fortes evidências de que as respostas das células T CD4+ à gliadina estão envolvidas na patogênese da doença. Células T específicas para peptídios da gliadina são encontradas em pacientes com a doença celíaca, e o processo inflamatório no intestino inclui a participação de células T e suas citocinas. Existe um alto risco relativo para o desenvolvimento da enteropatia pelo glúten entre pessoas que carregam os dois alelos HLA de classe II, HLA-DQ2 e HLADQ8. Os peptídios da gliadina ligam-se fortemente a moléculas MHC codificadas por esses alelos. Discutiremos a associação das doenças autoimunes aos alelos do MHC no Capítulo 15. Além das respostas de células T CD4+, os linfócitos T citotóxicos (CTL) CD8+ matam as células epiteliais, contribuindo também para a doença celíaca, embora as fontes dos peptídios reconhecidos pelos CTLs não sejam conhecidas. A doença celíaca é um distúrbio imunológico desencadeado por um agente ambiental (o componente glúten do trigo e cereais relacionados) em indivíduos geneticamente predispostos A base genética da doença celíaca é apoiada pela ocorrência intrafamiliar frequente e pela associação notavelmente próxima com o locus gênico do antígeno leucocitário humano (HLA) DR3-DQ2 e/ou DR4- DQ8. Mais de 99 por cento dos indivíduos com doença celíaca têm HLA DR3-DQ2 e/ou DR4-DQ8, em comparação com 30 a 40 por cento da população geral da maioria dos países. A homozigosidade para HLA DQ2 tem sido associada a um risco aumentado de doença celíaca e linfoma de células T associado à enteropatia. Em pacientes com doença celíaca, as respostas imunes às frações de gliadina promovem uma reação inflamatória, caracterizada por infiltração da lâmina própria e do epitélio com células inflamatórias crônicas e atrofia das vilosidades. Essa resposta é mediada tanto pelo sistema imunológico inato quanto pelo adaptativo. Tem uma variedade de apresentações clínicas: • ç í á – quadro de diarreia, esteatorreia, perda de peso e deficiência nutricional. • ç í í – Fadiga, anemia (B12, ferro ou ácido fólico), desconforto abdominal, osteoporose. • ç í á • ç í ã á A doença celíaca é diferente da sensibilidade ao glúten. Seu diagnóstico é feito com a dosagem de autoanticorpos, biópsias e endoscopias. A sensibilidade ao glúten são sintomas relacionados à ingestão de glúten, porém com ausência de critérios objetivos, bioquímicos ou patológicos (como por exemplo autoanticorpos negativos) – não traz malefícios à vida do paciente, além do desconforto que ele sente. é uma doença global, com predomínio da doença em mulheres. (2:1). Se desenvolve em pessoas que tem uma predisposição genética (como Carla Bertelli – 4° Período por exemplo os europeus, que são os mais afetados). A prevalência da doença celíaca vem aumentando. Ela afeta a mucosa do intestino delgado pelo contato da mucosa intestinal com o glúten (principalmente duodeno, jejuno). Há uma atrofia da mucosa com uma diminuição das vilosidades, alongamento das criptas, resultando em uma redução da área de digestão e absorção abdominal – sofre uma atrofia na mucosa reduzindo sua capacidade de digestão dos alimentos (ocorre diarreia, anemia) Anormalidades estrutural nas junções intercelulares, causando um aumento da permeabilidade da mucosa intestinal. Redução na síntese de enzimas digestivas, incluindo dissacaridases e peptidases – um paciente com uma grande atrofia. Redução em número e funcionalidade de células absortivas Pode ser desenvolvida a partir de um gatilho que faz com que o paciente desenvolva a doença celíaca – comum em crianças, por exemplo após uma infecção por rotavírus em um paciente com predisposição genética – como se fosse um Gatilho A partir do Sistema Inato os anticorpos começa aparecer e através da resposta autoimune vai causar atrofia das células epiteliais. São células que expressam uma alteração genética, que são expostas ao glúten (que faz papel de antígeno), é apresentado para células TCD4 que é ativado e libera várias IL (linfócitos, interleucinas...) que vai causar a atrofia das células do intestino delgado. Histologicamente o paciente não tem mais vilosidades intestinais, e as criptas se tornam hipertrofiados. Presença de infiltrado linfocitário TCD8 Age como antígeno – é o vilão do celíaco A exposição do sistema imune imatura (RN, bebês) ao glúten parece ser um fator relevante no desenvolvimento da DC – quando oferecer glúten à criança? O glúten da viscosidade aos alimentos • Infecções recorrentes por rotavírus • Parto Cesárea • Uso de Antibióticos • Cirurgias Abdominais Fatores protetores: • Vacinação para Rotavírus • Colonização gástrica por H. pylori Através da resposta inata começam a aparecer autoanticorpos, resultando em atrofia das células intestinais. As células expressam alteração genética e quando são expostas ao glúten, as células TCD4 são Carla Bertelli – 4° Período ativadas e liberam interleucina e INF-y e linfócitos tcd8 que resulta na atrofia das células do intestino delgado. A exposição do sistema imune imaturo ao glúten parece ser um fator relevante para o desenvolvimento da doença. • Genética – frequência familiar • Concordância entre gêmeos idênticos • 98% dos celíacos tem HLA-DQ2 ou HLA-DQ8 em homo ou heterozigose • Teste genético não serve para diagnosticar, exclui que a pessoa tenha a doença. • Acomete qualquer idade • Diarreia, esteatorreia, estomatites, dor abdominal, estufamento, gases. • Náuseas, vômitos, febre, fadiga, constipação, perda de peso. • Nas crianças pode ocorrer irritabilidade, apatia, baixa estatura, perda de massa muscular e fraqueza • Anemia (ferropriva, vit B12, ácido fólico) • Sintomas dermatológicos; • Infertilidade; • Anemia; • Elevação de transaminases; Anticorpo anti-transglutaminase é o anticorpo com maior acurácia Anticorpo enti-endomísio e anticorpo anti-gliadina deaminada também são utilizados Anticorpo anti-gliadina é pouco específico e deve ser evitado. Deve ser utilizado preferencialmente como rastreamento Os falsos positivos são incomuns O anti-transglutaminase IGG pode ser útil em pacientes com deficiência de IgA Deve-se pedir IgA preferencialmente, maior especificidade e sensibilidade í Sensibilidade e especificidade alta Os níveis de anticorpos caem com a dieta restritaem glúten ó A partir de um paciente com sintomatologia e anticorpo positivo, antes de restringir o glúten da dieta, o paciente é encaminhado para realizar biópsia do duodeno A biópsia deve ser realizada com coleta de 4-6 fragmentos de 1°, 2°, e se possível 3° porções duodenais Após o diagnóstico pode-se repetir a sorologia após três a seis meses de dieta restrita em glúten Carla Bertelli – 4° Período ó SII, SIBO, Intolerância à Lactose, sensibilidade ao glúten, insuficiência pancreática, uso de olmesartana ç Devido a síndrome de má absorção, pacientes com diagnóstico recente de DC pode apresentar sintomas e positivar para testes de intolerâncias à lactose e frutose Dieta Restrita em Glúten – porém cuidar com a alimentação cruzada Deve-se avaliar a deficiência de ferro, vitamina D, vitamina B12, folato, zinco, cálcio. Se necessário deve-se fazer suplementação vitamínica direcionada Acompanhamento deve ser feito de 3 a 6 meses Após 6 meses de dieta restrita em glúten deve-se avaliar a queda nos níveis de anticorpos Densitometria óssea deve ser realizada após um ano do inicio do tratamento Após 2 anos de dieta restrita em glúten pode-se realizar nova endoscopia com biópsias do duodeno. ç í Aumento na incidência de Linfoma não-Hodgkin (intestino) Após 5 anos de dieta restrita em glúten aparentemente este risco é comparado à população normal ç à • Doenças autoimunes • Hipotireoidismo • Diabetes • Síndrome de Down • Dermatite herpetiforme • Predomínio em mulheres • Colite microscópica
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