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The past next door Neighbourly relations with digital memory artefacts

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SCHWARZ, Ori. The past next door: Neighbourly relations with digital memory- 
artefacts. Memory Studies, 2013. 
A memória encontra-se cada vez mais permeada pela mídia, as 
pessoas passaram a se relacionar com o passado por meio de algorítimos de 
busca e classificação, fazendo com que as memórias percam seus status de 
“objetos dóceis”, como apontado pelo autor. A memória deixa de ser 
assimiliada numa questão de posse e as pessoas então passam a ter uma 
relação de vizinhança com os objetos de memória que povoam seus ambientes 
digitais. 
Seguindo essa premissa, Schwarz relata um exemplo referente ao F 
Facebook, que, em maio de 2010, promoveu a ferramenta “Fotos Memórias” 
que permitia ao usuário o reaparecimento de fotos antigas na referida rede 
social. Todavia, tal ferramenta não previu a rejeição apresentada pelos 
usuários devido ao desconforto com certas imagens escolhidas pelo algoritmo, 
fotos como as de seus antigos relacionamentos ou de amigos já falecidos que 
lhe foram expostas involuntariamente. Após intensas reclamações, o Facebook 
optou por remover o recurso por completo. A “nova memória”, agregada por 
indivíduos em sites de redes sociais, é moldada pela estrutura de rede digital e 
pelo seu estado de conectividade constante. Essa memória transcende a 
dicotomia tradicional entre a memória privada/pessoal e a memória 
pública/coletiva 
Assim como já vimos apontado por Jose van Dijck (mediated 
memories in the digital age) a memória não é mais vista como um objeto 
estável que permanece com o indivíduo, mas sim como uma espécie de 
https://www.google.com.br/search?espv=2&q=jos%C3%A9%2Bvan%2Bdijck%2Bmediated%2Bmemories%2Bin%2Bthe%2Bdigital%2Bage&spell=1&sa=X&ved=0ahUKEwjc0YmC-oPRAhUDOSYKHWRhBIwQvwUIGSgA
https://www.google.com.br/search?espv=2&q=jos%C3%A9%2Bvan%2Bdijck%2Bmediated%2Bmemories%2Bin%2Bthe%2Bdigital%2Bage&spell=1&sa=X&ved=0ahUKEwjc0YmC-oPRAhUDOSYKHWRhBIwQvwUIGSgA
conquista produzida pela interação de indivíduo e o meio e as práticas que 
regulam tal interação. A memória está modelada pelos “networks”. 
Nossa memória não se baseia apenas em redes neurais e objetos 
materiais, mas também nas estruturas de banco de dados que armazenam o 
crescente número de objetos de memória digital. Existe uma divergência clara 
entre a memória estabelecida pelo indivíduo e os mecanismos de extensão da 
memória. Nossas lembranças são alteradas sempre que a reativamos em 
nossa memória, mas os objetos da memória digital são fixos e somente sofrem 
alterações intencionais. É importante ressaltar que os artefatos de memória 
digital passaram a ter papel de memória atuante e participam na formação de 
nossas relações com o passado. 
O ponto forte do texto é o destaque do autor quanto a agora 
impossibilidade de limitarmos a memória como resultado do indivíduo com o 
uso de “objetos dóceis”, em vez disso, os estudiosos da memória devem 
reconhecer as limitações da metáfora de propriedade e passe a considerar a 
de relações de vizinhança. Os artefatos de memória não devem ser 
considerados meros mecanismos de busca, e sim analisados nas suas 
interações com os indivíduos. A dicotomia sujeito-objeto deve ser substituída 
por uma linguagem de socialidade interobjetiva, na qual os seres humanos e os 
não-humanos se encontram e geram efeitos uns nos outros.

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