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Satifação do CLIENTE BEM-VINDOS AO EBOOK Programa de Educação Continuada a Distância Curso de Satisfação de Clientes Aluno: EAD - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PARCERIA entRE PORTAL EDUCAÇÃO e SITES ASSOCIADOS 2 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Curso de Satisfação de Clientes MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 3 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO I 1 DEFINIÇÕES 1.1 Definindo o Marketing Encontra-se suas raízes ao longo da história da humanidade, na própria gênese do comércio, de acordo com CHIAVENATO (2000) o marketing é um novo campo de estudo se comparado com os demais campos do saber. O estudo do mercado surgiu da necessidade dos industriais de administrar a nova realidade oriunda da Revolução Industrial, que causou uma transformação de um mercado de vendedores para um mercado de compradores. Neste estágio o marketing ainda é inseparável da economia e da administração clássica, pois inicialmente sua preocupação era puramente de logística e produtividade, para a maximização dos lucros. Os consumidores não tinham qualquer poder de barganha e a concorrência era praticamente inexistente. Tal realidade manteve-se inalterada até fins da Segunda Guerra Mundial quando, então, reagindo ao crescimento da concorrência, mercadólogos começaram a teorizar sobre como atrair e lidar com seus consumidores. Surgiu então a cultura de vender a qualquer preço P.T. Barnum, autor de “The Science of Getting Rich” e “The Art of Money Getting” foi um ícone deste período, cheio de truques que faziam da arte de vender quase num espetáculo de charlatanice. E que faz com que até hoje os profissionais do mercado sejam vistos com desconfiança. As técnicas existentes baseavam-se mais na intuição do que na prática. Eram técnicas ingênuas e/ou maliciosas que estavam misturadas a ferramentas eficientes. Lenda e fato se misturavam, mas o mercado não dava muito ouvido à academia. O marketing se originou para atender as necessidades de mercado, mas não está limitado aos bens de consumo. É também amplamente usado para "vender" 4 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores idéias e programas sociais. Técnicas de marketing são aplicadas em todos os sistemas políticos e em muitos aspectos da vida. A palavra Marketing tem diversas definições técnicas e até mesmo tentativas de tradução para o português como "Mercadologia" (RICHERS, 1986) ou "Mercância" (GRACIOSO 1971). Porém seguem algumas definições consideradas mais significativas e que expressam melhor o que realmente é o Marketing: Marketing é um processo social por meio de quais pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros (KOTLER e KELLER, 2006). Marketing é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício (KOTLER e ARMSTRONG, 1999). Marketing são as atividades sistemáticas de uma organização humana voltadas à busca e realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando benefícios específicos (RICHERS, 1986). Marketing é o conjunto de estratégias e ações que provêem o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor (Dicionário Novo Aurélio). Os conceitos contemporâneos de Marketing englobam a construção de um satisfatório relacionamento em longo prazo do tipo ganha-ganha, nos quais indivíduos e grupos obtêm aquilo que desejam e necessitam. Na maior parte das empresas, o marketing ocupava, há 50 anos, apenas um lugar modesto no organograma, o de um serviço comercial, composto por alguns vendedores e empregado que muitas vezes estavam subordinados ao diretor de produção ou diretor administrativo. Mas aos poucos, essa função foi-se alargando progressivamente e colocada no mesmo plano das outras direções de produção, financeira e de recursos humanos. Atualmente, pode-se ver a mesma empresa 5 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores praticando diferentes filosofias de marketing ao redor do mundo e ver empresas usando filosofias diferentes do marketing em um mesmo mercado, orientação para produção, produto, venda, cliente e sociedade, podendo-se identificar na evolução do marketing as seguintes filosofias para sua administração. Orientação para Produção: A grande questão, para as empresas, era produzir e não vender. O papel do marketing é, essencialmente, entregar produtos em locais onde possam ser comprados. Orientação para Produto: Considera que os consumidores preferem os produtos de melhor qualidade, desempenho e aspectos inovadores. Portanto, as organizações deveriam esforçar-se para aprimorar seus produtos permanentemente. Orientação para Vendas: A orientação para venda significa que o propósito da empresa é satisfazer o desejo do cliente para que ele possa voltar e comprar mais vezes na sua loja ou em qualquer outro comércio que trabalhe. Com isso, o cliente fará o marketing da empresa, aumentando os seus clientes. Orientação para o Cliente: A função principal da empresa não é mais produzir e vender, mas satisfazer à clientela, consultando-a antes de produzir qualquer coisa, via estudos de mercado e com base nessa consulta, caso seja favorável, oferecer-lhe produtos/serviços/idéias de qualidade e valor. Para que os consumidores voltem a comprar e a falar bem da empresa e de seus produtos. Orientação para o Marketing Socialmente Responsável ou Marketing Societal: Sustenta-se que a organização deve determinar as necessidades, desejos e interesses do mercado-alvo e então proporcionar aos clientes um valor superior de forma a manter ou melhorar o bem-estar do cliente e da sociedade. Orientação para o Marketing Holístico: Nesta abordagem a empresa deve tentar compreender e administrar toda a complexidade envolvida na gestão de marketing de uma empresa. 6 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Administração é muito mais do que se relata em páginas antes brancas ou ações empresariais. Ser um administrador é na verdade, a essência do bom resultado. Características comuns num caos exterior que a imaginação e a estratégia são fundamentais para sua vida pessoal e profissional. Você é apenas fruto de sua imaginação. É de extrema importância analisar a orientação para o cliente, já que este é o nosso foco de estudo, sendo assim, pode-se dizer que nesta orientação a função principal da empresa não é mais produzir e vender, mas satisfazer à clientela. Consultando-a antes de produzir qualquer coisa, via estudos de mercado e com base nessa consulta, caso seja favorável, oferecer-lhe produtos/serviços/idéias de qualidade e valor, para que os consumidores voltem a comprar e a falar bem da empresa e de seus produtos. As empresas reconhecem pouco a pouco que, de todo o seu ativo, o mais precioso de constituir, de aumentar e de substituir, é a sua clientela. É mais lento e mais difícil hoje conquistar uma clientela do que construir uma fábrica porque, para construir uma fábrica, nãoestamos em concorrência com ninguém, enquanto que para conquistar um mercado, estamos em constante competição com outras empresas. Em síntese, de um mercado de vendedores passou-se, na maior parte dos setores econômicos, a um mercado de compradores e é por isso que a visão habitual que se fazia da vida e dos problemas da empresa se alterou, aos poucos. Da mesma forma que se alterou, segundo Copérnico, a visão da terra no Cosmos. A orientação para o cliente quer dizer que as empresas devem considerar o cliente como ponto de partida para todo e qualquer negócio e essa postura deve ser da empresa em todos os níveis. Desde o mais alto executivo até o escalão mais baixo, respirando e sentindo o cliente, o verdadeiro patrão da empresa. Aqui, a função principal da empresa não é mais produzir e vender, mas satisfazer à clientela, consultando-a antes de produzir qualquer coisa, via estudos de mercado e com base nessa consulta, caso seja favorável. Oferecer-lhe produtos/serviços/idéias de qualidade e valor, para que os consumidores voltem a 7 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores comprar e a falar bem da empresa e de seus produtos. Assim, ao criar, conservar e o alargar a clientela da empresa, evolui-se da posição acessória de produção, financeira e de organização para a função principal da empresa e, mais do que qualquer outra função, ela condiciona a sobrevivência da empresa, a sua prosperidade e o seu crescimento. Assim, o sucesso da empresa no longo prazo pressupõe ela compreender muito bem as necessidades e os desejos dos clientes e, com base nisso, oferecer produtos, serviços e idéias para satisfazer a esses clientes melhor do que a concorrência. Podendo, dessa forma, criar a fidelidade deles à empresa e competir mais eficientemente com os concorrentes. Como fazer isso? Inovando a tecnologia e aumentando a velocidade e a confiabilidade dos serviços prestados, usando a Internet para se comunicar diretamente com os clientes e, ao fidelizar a clientela, há melhoria, em conseqüência, nos resultados da empresa em longo prazo. Para as pequenas empresas, a orientação para o cliente é crucial, porque permite o contato direto com a clientela, buscando sempre descobrir e satisfazer os desejos e necessidades e primando, ao mesmo tempo, por um atendimento personalizado, e, desse modo, criar laços duradouros, fidelizando o cliente. 1.1.1 Tipos de Marketing Descobrir e satisfazer necessidades são constantes no trabalho do marketing. Fazer marketing é pensar no cliente o tempo todo. Portanto, toda a empresa deve estar orientada para esse pensamento, e não apenas o departamento do marketing, já que o conceito de business está focalizado nessa máxima. Sendo assim, precisamos distinguir os tipos de marketing, as suas características e os seus desempenhos para concluir de que maneira o marketing pode ser útil às organizações. 8 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores São eles: marketing de resposta, de previsão e de criação de necessidades. • Marketing de resposta. É o marketing que responde a uma demanda, descobrindo e satisfazendo necessidades. É o chamado marketing ativo. Grande parte do marketing atual trabalha com essa formulação. • Marketing de previsão. É uma tarefa difícil reconhecer uma necessidade latente ou emergente. Para se aplicar esse tipo é fundamental analisar o mercado através de estudos de cenário, projetando futuros quadros de consumo. É o chamado marketing antecipativo. É considerado arriscado, pois as empresas podem errar a estratégia em caso de enfrentarem uma forte influência de variáveis macroambientais. • Marketing de criação de necessidades. É o nível mais agressivo de marketing, pois é o esforço que leva a empresa a lançar um produto jamais solicitado e, muitas vezes, inimaginável. É o conceito que se parte da idéia de que ao invés da empresa ser dirigida pelo mercado é a empresa que dirige o mercado. É o chamado marketing proativo, pois trabalha com a abordagem da inovação radical em sua estratégia. • Marketing de relacionamento refere-se ao trabalho de marketing voltado para o relacionamento com clientes e fornecedores. Este tipo de marketing é o mais importante quando se fala de satisfação de clientes. O marketing de relacionamento ou pós-marketing significa construir e sustentar a infra-estrutura dos relacionamentos de clientes. É a integração dos clientes com a empresa, desde o projeto, desenvolvimento de processos industriais e de vendas. De maneira geral, consiste em uma estratégia de negócios que visa construir proativamente relacionamentos duradouros entre a organização e seus clientes, contribuindo para o aumento do desempenho desta e para resultados sustentáveis. 9 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O processo de marketing de relacionamento deve se iniciar com a escolha certa do cliente, a identificação de suas necessidades, a definição dos serviços prestados e agregados, a busca da melhor relação custo/benefício e ter funcionários motivados e capacitados a atender estes clientes adequadamente. O contexto de administrar o relacionamento com o cliente serve para que a empresa adquira vantagem competitiva e se destaque perante a concorrência. O objetivo maior torna-se manter o cliente através da confiança, credibilidade e a sensação de segurança transmitida pela organização. Drucker (1999) elegeu algumas regras fundamentais para a utilização do marketing de relacionamento na busca por vantagem competitiva: O relacionamento com o cliente é de responsabilidade da empresa. Qualquer reclamação ou conflito por parte do cliente é provocado por uma falha empresarial. A empresa deve perguntar-se constantemente o que pode ser feito para facilitar e melhorar a vida de seus clientes. Em complemento, Kanter (2001) enfatiza os seguintes aspectos no relacionamento com o cliente: Conhecer profundamente o cliente. Tornar o cliente conhecido por todos os funcionários da empresa. Ele não deve aguardar para que alguém o identifique e solucione seus problemas adequadamente. Transformar o cliente em sócio de um clube exclusivo, ou seja, proporcionar atividades e disponibilizar recursos que só os clientes da empresa têm acesso. Vavra (1993) define o marketing de relacionamento como o processo de garantir satisfação contínua e reforço aos indivíduos ou organizações que são clientes atuais ou que já foram clientes. Os clientes devem ser identificados, 10 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores reconhecidos, comunicados, aditados em relação à satisfação e respondidos. Alguns estudiosos acreditam que a mensuração da satisfação dos clientes pode ser o diferencial de empresas bem-sucedidas em relação a outras. 1.2 Conceito de Cliente O objetivo de uma organização, seja ela pública ou privada sempre é antes e acima de tudo, procurar a satisfação de seus clientes que é em última análise a razão da sua existência. Entretanto, é preciso compreender que existem dois tipos distintos de clientes: interno e externo. 1.2.1 Cliente Interno Basicamente o cliente interno é considerado aquele que se encontra dentro da empresa, ou seja, o empregado que é responsável em todos os níveis em interagir com os clientes externos. 1.2.2 Cliente Externo Já clientes externos são aqueles que “pagam, que é influenciado ou se beneficia de algum produto ou serviço da empresa.Ele não faz parte da organização, eles podem ser os fornecedores ou consumidores dos seus produtos e serviços. Executivos de algumas empresas acreditam na falácia de que o cliente interno é menos importante que o externo. As análises organizacionais e de mercado tem demonstrado justamente o contrário. Os estudos têm mostrado que embora o cliente externo seja o alvo, o cliente interno é o instrumento para que o alvo seja plenamente atingido. 11 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Para todas as empresas o cliente deve vir em primeiro lugar, pois o cliente é a fonte de sobrevivência de qualquer empresa. Por esse motivo é que as empresas a cada dia que passam tentam conhecer melhor o seu cliente alvo, o que o cliente espera da empresa, de seus produtos e/ou serviços. Diversos autores ressaltam tal importância de se conhecer o cliente antes de qualquer coisa. Primeiramente, os clientes precisam ser identificados, porque não se estabelece uma relação com quem não se conhece. A partir daí, aprender sobre eles, suas necessidades e seus desejos, utilizando essas informações para estreitar o relacionamento e conhecê-los cada vez mais. Isso dá à empresa um diferencial e cria barreiras de confiança tornando inconveniente a migração para um concorrente, porque o novo relacionamento começaria do zero, sem nenhum conhecimento de ambas as partes. (ENGEL; F. BLACKWELL; W. MINIARD, 2000 p. 58). 1.2.3 Cliente Exigente Para ter sucesso no mercado, empresas têm que tentar entender a mente de seu cliente, não basta apenas conhecer o que os produtos concorrentes estão oferecendo e quem o está consumindo. É preciso entender os fantasmas psicológicos e os fatores de conforto que influenciam a cabeça dos clientes e usá-los em benefício da organização. Se cliente se cansou de ser maltratado, e passou a decifrar rótulos, reclamar do atendimento, pedir devoluções, exigir preços baixos, exigir boa qualidade, entre muitas outras coisas, e se não obtêm estas exigências acabam mudando de fornecedores. Surge, então, o cliente exigente. Cliente exigente é aquele que não está tolerando produtos de má qualidade e serviços inadequados. É aquele que deseja que as empresas sejam mais humanas, que assumam responsabilidades. Popcorn (1999, p. 171), comenta sobre 12 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores a revolta dos consumidores, e os definem como “Consumidores Vigilantes”, que agora estão revidando. Não se pode mais inventar truques, ou de certa forma enganar os clientes, trata-se de uma “geração do protesto” que não está a fim de ficar calada. Além disso, os clientes estão segurando mais o dinheiro que têm, em vez de gastar está equilibrando seus recursos. Foram embora as compras por impulso. Enquanto os clientes estão gritando, o atento pessoal do marketing está escutando, é de suma importância ouvir e atuar para resolver tais problemas. Se uma empresa anseia saber o que o cliente deseja, pergunte, pois essa é à base da pesquisa e onde repousa a verdadeira sabedoria. O truque é saber fazer as perguntas e analisar as respostas. Popcorn (1999, 134) ironiza dizendo que “as respostas vêm em outra língua”, o que ela denomina de Consumidores, que se trata de uma combinação de tímida franqueza e ânsia de agradar, o comportamento educado e a honestidade inconsciente. Portanto, é imprescindível que se compreenda o que o cliente tem a dizer, e quanto mais simples o formato mais dá certo, isto é, é preciso analisar as respostas para que se obtenha um feedback mais próximo da realidade. Através de uma pesquisa bem estruturada é possível revelar o perfil dos clientes, os sentimentos, os impulsos nos quais levam a comprar este ou aquele produto e os tipos de estratégias. Produtos e serviços que serão aceitos ou não, além das necessidades, dos medos, e os benefícios que envolvem o estado de espírito dos clientes, que influenciam na satisfação destes. 1.3 Definindo Satisfação de Cliente Ao longo dos anos, a satisfação tem sido definida segundo duas categorias principais. A primeira caracteriza a satisfação como sendo o resultado da experiência de consumo e a segunda integra na definição um caráter comparativo. Entre a maioria das definições, entretanto, incluem-se três elementos característicos do conceito de satisfação: é um estado psicológico, tratando-se, 13 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores portanto de uma resposta emocional ou avaliação de uma emoção posterior ao consumo ou uso e com caráter relativo, ou seja, é o resultado do processo comparativo entre a experiência subjetiva vivida pelo cliente e uma base de referência inicial anterior. Durante e após o consumo ou uso do produto, os clientes desenvolvem sentimentos de satisfação ou insatisfação. A satisfação do cliente é a atitude total referente a um bem ou serviço após a aquisição e uso. Representa o resultado do julgamento da avaliação de uma compra específica. A satisfação é considerada, ainda, uma resposta emocional a uma avaliação de uma experiência de consumo relacionada a um produto ou serviço. O conceito atual mais aceito de “satisfação” pode ser descrito da seguinte forma: 1. A satisfação é uma avaliação (um julgamento), 2. Efetuada a posteriori, 3. Relativa à determinada transação. O termo “avaliação” pressupõe a existência de um parâmetro. De fato, para a maioria dos autores, o grau de satisfação decorre de uma comparação efetuada pelo consumidor, comparação esta que confronta o resultado da transação com uma referência anteriormente existente. O resultado desse processo comparativo pode ser positivo, negativo ou neutro, gerando assim satisfação ou insatisfação. A natureza da referência comparativa é, porém, objeto de discussões. Segundo Evrard (1995), as diversas tendências podem ser agrupadas da seguinte forma: - comparação com as expectativas anteriores, isto é, com as crenças do consumidor sobre o desempenho do produto ou serviço antes de sua aquisição. 14 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - comparação com normas baseadas na experiência do consumidor. “Essas normas são reflexo de um compromisso entre as necessidades e desejos do consumidor e aquilo que ele julga possível em função de suas experiências anteriores”. - comparação entre a razão custos (no sentido mais amplo: preço, tempo etc.) benefícios da transação e o valor desta razão para o vendedor. A transação é então julgada como “justa” ou “injusta” (teoria da eqüidade) - comparação com desejos e com valores. Nesse caso, os objetivos do comprador constituem a referência utilizada como termo de comparação. Estas duas últimas abordagens são mais recentes e menos desenvolvidas. Para Oliver (1997), expectativas, necessidades, qualidade, iniqüidade e arrependimento constituem padrões comparativos, que atuam em paralelo. Evrard (1995) engloba o conjunto dessas abordagens no “paradigma da desconfirmação”. Porém, Brookes (1995) e Oliver (1997) preferem reservar este termo à teoria que adota como referência as expectativas. “Como os primeiros trabalhos em satisfação do consumidor foram conduzidos com a expectativa preditiva como padrão, a frase desconfirmação de expectativas passou a aplicar-se a este conceito” (Oliver, 1997). Oliver (1980) descreve a teoria da desconfirmação da seguinte forma: as expectativas “criam um quadro de referência a partir do qual é efetuadoum julgamento comparativo. Assim, resultados menores do que o esperado (desconfirmação negativa) é julgado como inferior a esse ponto de referência, enquanto que resultados melhores do que o esperado (desconfirmação positiva) é avaliado como superior a ele”. 15 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O modelo prevê, portanto, que “os sentimentos de satisfação ocorrem quando os consumidores comparam suas percepções do desempenho de um produto às suas expectativas”. Conforme observam Spreng, MacKenzie e Olshavsky (1996), não há, na literatura, um consenso claro acerca da definição do conceito de expectativas. Alguns autores preferem reservar o termo à percepção de probabilidade de ocorrência de determinado evento. Outros, como Oliver (1980), advogam que o conceito deve ser ampliado e incorporar a avaliação, positiva, negativa ou neutra, do evento esperado. Independentemente dessas diferenças, as duas tendências reconhecem que a expectativa preditiva (isto é, restrita à percepção de probabilidade de ocorrência do evento) é insuficiente para dar conta do fenômeno da satisfação. Por outro lado, a maior parte dos autores admite que as expectativas são apenas um dos elementos do quadro de referência a partir do qual os consumidores avaliam suas experiências. Existem argumentações de que os desejos (enquanto elemento distinto das expectativas) devem ser incorporados ao modelo proposto pela teoria da desconfirmação. Embora alguns autores optem por reservar o termo de desconfirmação à comparação com expectativas, sublinha que, além destas, “muitas referências trazidas pelos consumidores à experiência de consumo podem ser desconfirmadas”. Independentemente dos elementos incluídos no quadro de referência, a idéia mestra da teoria da desconfirmação, que descreve a satisfação como resultado de um processo comparativo, é amplamente aceita. Nesse sentido, o termo de “paradigma da desconfirmação” utilizado por Evrard (1995), se justifica. Por trás das diferentes propostas de descrição dos parâmetros mobilizados pelo consumidor, há um pressuposto comum: a satisfação deriva de um processo psicológico que confronta uma referência interna ao resultado da compra. 16 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Em todos os casos, temos a hipótese de uma comparação entre o “antes” e o “depois.” E a avaliação é efetuada após a compra. Isto é, a satisfação, diferentemente da atitude, constitui uma resposta a determinada transação. Ela é transitória e específica. A distinção é importante, pois caracteriza a satisfação como um estado psicológico e não como uma predisposição relativamente estável e durável. Em suma, a satisfação é “um estado psicológico, posterior à compra e relativo”. Independentemente dos cortes ou extensões propostas pelos estudiosos do tema para aperfeiçoar essa definição, essas três propriedades constituem a base do conceito atual de satisfação. 1.3.1 Discussões em Torno do Conceito de Satisfação Existem, no entanto, no campo de investigação, uma série de debates que podem ser agrupados em torno de três grandes temas: - Qual é a natureza do estado psicológico de satisfação/insatisfação? - Como os consumidores lidam com a insatisfação? - Como atuam os mecanismos internos através dos quais os consumidores processam a insatisfação? 1.3.1.1 Natureza do estado psicológico de satisfação ou insatisfação A discussão sobre a natureza do estado psicológico de satisfação/insatisfação gira em torno de dois aspectos interligados: seu caráter unidimensional e sua dimensão cognitiva e/ou afetiva. 17 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Alguns autores enfatizam a primeira dimensão ao definir a satisfação como o “estado cognitivo de estar adequada ou inadequadamente recompensado pelos sacrifícios efetuados em uma situação de compra” Para Hunt (1977, citado por Evrard, 1995), “a satisfação não é o prazer retirado da experiência de consumo, é a avaliação resultante de que a experiência foi, no mínimo, tão boa como se supunha que fosse”. Isto é, não é a emoção em si, mas envolve a avaliação de emoções. Esse ponto de vista é, até hoje, amplamente aceito, tanto que, como vimos anteriormente, a satisfação é definida como uma avaliação, um julgamento, podendo, portanto, ser expressa em uma única dimensão, indo do extremo positivo ao extremo negativo. 1.3.1.2 Como o cliente lida com a insatisfação? A relevância da questão é evidente: trata-se de identificar e prever as ações do consumidor insatisfeito. Kotler (1994) divide as formas possíveis de ação por parte do consumidor insatisfeito em duas categorias: as “públicas” (queixa à empresa envolvida, aos órgãos fiscalizadores públicos ou privados, ações legais para obter ressarcimento, etc.) e as “privadas” (boicote individual ao fabricante ou revendedor, divulgação boca-a-boca da experiência negativa, etc.). Uma parte significativa das pesquisas desenvolvidas na área dedica-se ao objetivo de identificar variáveis independentes (da empresa, do produto ou do consumidor) associadas à ocorrência de um ou de ambos os tipos de ação. Independentemente dos tipos de variáveis selecionados, parece haver um consenso cada vez mais amplo em torno da necessidade de abordar o problema a partir de uma perspectiva multidimensional. A maioria dos estudos recentes (década de 90) considera simultaneamente, tipo, complexidade, expectativa de vida e preço do aparelho adquirido; percepção da probabilidade de sucesso da ação; 18 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores aprendizagem anterior com queixas, restrições de recursos e/ou tempo do consumidor, personalidade/atitude do consumidor, relação custo/benefício da ação. Diversas variáveis e tende a excluir a possibilidade de se aprender algo significativo sobre o assunto a partir da investigação de um único fator. 1.3.1.3 Os mecanismos de processamento da insatisfação Até aqui, estamos falando de variáveis associadas a determinados comportamentos. A questão, entretanto, não se esgota nesse ponto. É preciso entender o elo que liga a insatisfação ao comportamento, isto é, compreender os mecanismos internos através dos quais os indivíduos “processam” a insatisfação. Essa compreensão, implícita ou explicitamente, orienta o esforço de pesquisa e a seleção de variáveis a serem estudadas. No entanto, poucos estudos a abordam diretamente. Duas teorias desenvolvidas pela psicologia são freqüentemente mencionadas e utilizadas: a teoria da atribuição e a teoria da dissonância cognitiva. A teoria da atribuição descreve o processo pelo qual o indivíduo identifica as causas da insatisfação, atribuindo-as a si próprio ou a agentes externos e responsabilizando estes últimos em maior ou menor grau de acordo com três categorias: a fonte do problema interna ou externa (do comprador ou de um agente externo); a estabilidade (trata-se de um acidente ou de um problema estrutural) e o controle (o problema foi causado intencionalmente ou não). Diversos estudos comprovam a influência do processo de atribuição sobre o comportamento pós-compra do consumidor. A teoria da dissonância cognitiva se baseia na observação de que uma pessoa que atua contra sua própria atitude pode, posteriormente, modificar cognições ou comportamentos de modo a adaptados ao comportamento 19 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudodeste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores incongruente. Segundo Festinger (1975), as hipóteses básicas da teoria são as seguintes: “1. A existência de dissonância, ao ser psicologicamente incômodo, motivará a pessoa para tentar reduzi-la e realizar a consonância. 2. “Quando a dissonância está presente, a pessoa, além de procurar reduzi- la, evitará ativamente situações e informações suscetíveis de aumentar a dissonância.” Assim, o comprador insatisfeito buscará informações que confirmem o acerto de sua escolha e evitará as que apontam o erro, de modo a evitar o desconforto causado pela dissonância. Dentro dessa perspectiva, um desnível moderado entre as expectativas e os resultados de uma compra levaria à satisfação e teria como conseqüência uma alteração até favorável ao fornecedor na atenção seletiva do cliente (busca de informações que reforçam o acerto da escolha). Nesse caso, a relação entre o grau de desconfirmação e o de insatisfação deixa de ser linear. Existe, em volta do grau neutro de desconfirmação, uma zona que tolera desníveis positivos ou negativos, e que conduz às avaliações mais favoráveis por parte dos compradores. As teorias da atribuição e da dissonância cognitiva questionam cada uma ao seu modo, a existência de uma relação direta entre desconfirmação, insatisfação e comportamento. Uma pesquisa realizada por Singh e Pandya (1991) dedica-se especificamente a este tema e investiga a própria relação existente entre insatisfação e comportamento de queixa. De acordo com estudos empíricos citados por estes autores, tal relação não é tão direta quanto sugere o bom senso. Os resultados obtidos em uma pesquisa realizada a partir dessa hipótese, junto a consumidores de serviços bancários que tinham tido experiências de insatisfação 11, confirmaram essa hipótese. 20 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Evidências de linearidade somente puderam ser registradas no caso de ações verbais (queixa ao vendedor ou produtor). Em compensação, comportamentos de abandono do fornecedor e divulgação negativa boca-a-boca mostraram não ter uma relação linear com o grau de insatisfação do consumidor. Os autores sugerem, ao discutir os resultados, que a intensidade da insatisfação poderia atuar na forma de limiares que, uma vez ultrapassados, desencadeariam determinados tipos de ação. O conjunto das pesquisas acima descritas sugere que a mobilização do fenômeno da satisfação/insatisfação ainda constitui uma tarefa problemática. Se a teoria da desconfirmação oferece um paradigma amplamente aceito, as relações entre desconfirmação, satisfação e comportamentos de pós-compra continuam em grande parte obscura. Resultados como os obtidos por Oliver e Westbrook (1991) e Singh e Pandya (1991) colocam em xeque elementos essenciais no conceito de satisfação: sua característica unidimensional e a natureza de sua relação com os comportamentos de pós-compra. Esses dois aspectos são, para a prática do marketing, de fundamental importância. Trata-se de medir a satisfação e de monitorar seus efeitos. Mas será que é possível entender o fenômeno da satisfação a partir destes parâmetros, que refletem, essencialmente, os interesses dos produtores? Woodruffe (1997), ao resumir as críticas recentemente dirigidas à disciplina de comportamento do consumidor, aponta que as questões investigadas, de modo geral. “Tendem a alinhar-se com os interesses dos profissionais de marketing” e que “os interesses dos consumidores, mais do que os dos profissionais de marketing, deveriam estar na base da investigação”. Em se tratando de satisfação, essas observações são especialmente relevantes: afinal, o fenômeno a ser estudado é justamente o da avaliação que o cliente faz de suas experiências de compra. Como compreender essa avaliação sem procurar situá-la dentro do contexto dos interesses do consumidor? 21 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O conceito de satisfação, tal como vem sendo estudado pela disciplina de comportamento do consumidor, privilegia aspectos psicológicos. Estudam-se mecanismos mentais, mas a existência de conflitos de interesses é deixada de lado. De fato, reconhecer a existência desses conflitos equivale a abandonar uma posição confortável, a de provedor, para uma mais problemática e mais complexa: a de produtor, em uma sociedade comandada pela economia e dividida por interesses conflitantes. Esta é, provavelmente, a razão do predomínio, na literatura dedicada ao tema, de uma visão “atomística e individual” do fenômeno. A satisfação é abordada como um processo psicológico. Ela diz respeito ao cliente enquanto indivíduo, mas não envolve a relação entre produtores e consumidores. 1.4 Necessidades e Desejos De acordo com Cobra (1992), desejos são as necessidades humanas moldadas pela cultura e pelas características individuais. Quem tem fome nos Estados Unidos terá fome de comer hambúrguer com batata frita e coca-cola. Já quem tem fome na Bahia poderá Ter fome de acarajé. Já as necessidades são momentos de carência percebida. O homem tem muitas necessidades complexas: necessidades básicas físicas de alimentação, roupas calor e segurança; sociais de fazer parte de um grupo e ser querido; e necessidades individuais de conhecimento e auto-realização. Essas necessidades não são criadas pelos profissionais de marketing, é uma parte básica da constituição do homem. 22 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.4.1 Hierarquia de Necessidades de Maslow De acordo com CHIAVENATO (2000), a hierarquia de necessidades de Maslow, é uma divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização. Drucker,P.F. A Nova Era da Administração, São Paulo, Pioneira, 1976. Ainda CHIAVENATO (2000) cita e define os cinco conjuntos de necessidades criados por Maslow: Necessidades fisiológicas (básicas), tais como: a fome, a sede, o sono, a excreção, o abrigo. Constituem o nível mais baixo das necessidades humanas, mas de vital importância, como as necessidades citadas acima. As necessidades fisiológicas estão relacionadas com a sobrevivência do indivíduo e com a 23 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores preservação da espécie. São instintivas e nascem com o indivíduo. São as mais prementes das necessidades humanas: quando alguma dessas necessidades não está satisfeita, ela domina a direção do comportamento. Necessidades de segurança, que vão da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida; Constituem o segundo nível das necessidades humanas, pode ser interpretada também como necessidades de estabilidade, busca de proteção contra a ameaça ou privação, fuga ao perigo. Surgem no comportamento quando as necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas. Quando o indivíduo é dominado por necessidades de segurança, seu organismo age como um mecanismo de procura de segurança e as necessidades de segurança funcionam como elementos organizadores do comportamento. Necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupoou fazer parte de um clube; necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos; Surgem no comportamento, quando as necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) encontram-se relativamente satisfeitas. Quando esta necessidade não está suficientemente satisfeitas, o indivíduo torna-se resistente, antagônico e hostil com relação às pessoas que o cercam. Em nossa sociedade, a frustração das necessidades de amor e de afeição conduz à falta de adaptação social e à solidão. Necessidades de estima: São as necessidades relacionadas com a maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia. Envolve a auto-apreciação, autoconfiança, necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração. Inclui ainda o desejo de adequação, confiança perante o mundo, independência e autonomia. Sua satisfação conduz a sentimentos de autoconfiança, de valor, força, prestígio, poder, capacidade e utilidade. Sua frustração pode produzir sentimentos 24 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores de inferioridade, fraqueza, dependência e desamparo que, por sua vez, podem levar ao desânimo ou a atividades compensatórias. Necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser. São necessidades humanas mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. Estão relacionadas com a realização do próprio potencial e do autodesenvolvimento contínuo. Essa tendência se expressa através do impulso que a pessoa tem para se tornar sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser. É neste último patamar da pirâmide que Maslow considera que a pessoa deve ser coerente com aquilo que é na realidade “temos de ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolver os nossos potenciais". Entretanto existem várias críticas a sua teoria, a principal delas é que é possível uma pessoa estar auto-realizada, contudo não conseguir uma total satisfação de suas necessidades fisiológicas. 1.5 Qualidade Total Qualidade Total é uma técnica de administração multidisciplinar formada por um conjunto de Programas, Ferramentas e Métodos, aplicados no controle do processo de produção das empresas, para obter bens e serviços pelo menor custo e melhor qualidade, objetivando atender as exigências e a satisfação dos clientes. Os princípios da Qualidade Total estão fundamentados na Administração Científica de Frederick Taylor (1856-1915), no Controle Estatístico de Processos de Walter A. Shewhart (1891-1967) e na Administração por Objetivos de Peter Drucker (1909- 2005). Seus primeiros movimentos surgiram e foram consolidados no Japão após o fim da II Guerra Mundial com os Círculos de Controle da Qualidade, sendo difundida nos países ocidentais a partir da década de 70. 25 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Segundo Kotler, 1999, a Qualidade Total poderia ser definida como a Ausência de Defeitos na Qualidade Percebida. Um bom caminho para evitar chegar a uma negativa Qualidade Percebida seria seguir os passos a seguir: Confiabilidade: envolve tratar com coerência o desempenho e procurar ao longo do tempo manter constância de proposta e atitude. Competência: significa possuir as habilidades necessárias para o bem servir e o conhecimento necessário para a sua execução. Cortesia: envolve tratar com boas maneiras, respeito, consideração e contato amigável do pessoal com o mercado como um todo. Credibilidade: envolve a confiança necessária, o crédito, a honestidade e o envolvimento concreto como os interesses, antes de tudo, do cliente. Compreender e Conhecer o Cliente: envolve fazer um efetivo esforço para compreender todas as necessidades do cliente e demonstrar isto aplicando no dia-a- dia do atendimento. Rapidez de resposta: diz respeito à disposição e à rapidez dos empregados para fornecerem o serviço esperado. Acesso: envolve facilidade de estar sempre disponível, acessáveis pronto para ser abordado, disposto a manter contato. Comunicação: significa manter constantemente os clientes informados numa linguagem compreensível por eles. Além disto, demonstrar claramente que está sempre disposto a ouvir sobre as necessidades dos clientes. Segurança: significa não deixar dúvidas quanto ao que vai ser “servido”, não oferecer qualquer tipo de perigo ou risco. Tangíveis: procurar tangibilizar os serviços através de evidências físicas que qualifica o serviço desejado. 26 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.1 Qualidade Percebida Conforme Kotler (1996), a Qualidade Percebida como falamos, é o estágio final da construção da Imagem de Qualidade. Um componente importante deste processo é dar ao cliente a possibilidade de perceber que esforços estão sendo realizados para obter aquilo que é desejado. A este processo chamamos de Controle Percebido. De acordo com Semenik (1995) existem algumas ações que podem ser realizadas para evidenciar os controles sobre a qualidade no sentido de promover uma melhor Qualidade Percebida: Profissionalismo e Habilidade: os clientes devem compreender que o prestador de serviços, seus empregados, os sistemas operacionais e os recursos físicos possuem o conhecimento e as habilidades necessárias para solucionar seus problemas de forma profissional (critérios relacionados a resultados). Atitudes e Comportamentos: os clientes devem perceber que os funcionários de serviços (pessoas de contato) estão preocupados com eles e se interessam por solucionar seus problemas de uma forma espontânea e amigável (critérios relacionados ao processo). Facilidade de Acesso e Flexibilidade: os clientes devem sentir que o prestador de serviço, sua localização, suas horas de operação, seus empregados, e os sistemas operacionais são projetados e operam de forma a facilitar o acesso aos serviços. E estão preparados para ajustarem-se as demandas e aos desejos dos clientes de maneira flexível (critérios relacionados ao processo). Confiabilidade e Honestidade – os clientes devem saber que qualquer coisa que aconteça ou sobre a qual se concorde será cumprida pela empresa, seus empregados e sistemas, para manter as promessas e Ter um desempenho coerente com os melhores interesses dos clientes (critérios relacionados a processo). Recuperação – os clientes devem Ter certeza de que sempre que algo der errado ou alguma coisa imprevisível e inesperada acontecer, o prestador de serviços 27 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores tornará de imediato e ativamente ações para mantê-lo no controle da situação e para encontrar uma nova e aceitável solução (critérios relacionados a processo). Reputação e Credibilidade – os clientes devem aceitar que as operações do prestador de serviços merecem sua confiança, valem o dinheiro pago e representam bom nível de desempenho e valores que podem ser perfeitamente compartilhados entre os clientes e o prestador de serviço (critérios a imagem). 1.5.2 Programas 1.5.2.1 Programa 5S Etapa inicial e base para implantação da Qualidade Total, o Programa 5S é assim chamado devido a primeira letra de 5 palavras japonesas: Seiri(Descarte) Seiton(Arrumação) Seiso(Limpeza) Seiketsu(Higiene) Shitsuke(Disciplina). O programa tem como objetivo mobilizar e motivar toda a empresa para a Qualidade Total, atravésda organização e da disciplina no local de trabalho. 1.5.2.2 Programa de Gerência da Rotina Diária Núcleo da Qualidade Total e seu programa mais importante, a Gerência da Rotina Diária controla o proceso de produção, orientando e delimitando a ação de todos em função da MISSÃO da empresa, principal atividade e razão de sua existência. 28 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.2.3 Programa de Gerência pelas Diretrizes Programa de planejamento estratégico a longo prazo fundamentado na VISÃO dos proprietários e gestores do negócio em relação aos objetivos e expectativas para o futuro da empresa. Esses objetivos e expectativas irão constituir diretrizes que, desdobradas, orientarão o planejamento tático e o planejamento operacional de médio e curto prazo respectivamente, transformando o que foi planejado em ação e resultados. 1.5.2.4 Programa de Melhoria Contínua Etapa final da implantação e síntese de todas as práticas da Qualidade Total, esse programa tem como ponto central de suas atividades, a análise de processos, a solução de problemas e a padronização de rotinas, utilizando as ferramentas e métodos da Qualidade Total através do Cliclo PDCA. Plan(Planejar),Do(Fazer),Check(Checar),Action(Agir para corrigir). Drucker,P.F. A Nova Era da Administração, São Paulo, Pioneira, 1976. 29 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.3 Ferramentas 1.5.3.1 Macrofluxo Diagrama de blocos que apresenta de forma resumida todas as etapas do processo de produção desde o recebimento da matéria-prima até a obtenção do bem ou prestação do serviço. Permite visualizar o processo como um todo, sua abrangência e limites. Ex: COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 30 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.3.2 Fluxograma Representação gráfica da rotina de um processo de produção através de símbolos padronizados. Permite o mapeamento individualizado de cada etapa e, quando necessário, o estudo e racionalização de tempos e movimentos do processo. Esta ferramenta é muito utilizada em fábricas e indústrias para a organização de produtos e processos. Ex: COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 31 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.3.3 5W 1H Formulário para execução e controle de tarefas que atribui responsabilidades e determina as circunstâncias em que o trabalho deverá ser realizado. Recebeu esse nome devido a primeira letra das palavras inglesas: What(O Que),Who(Quem),When(Quando),Where(Onde),Why(Por que), e da palavra iniciada pela letra H, How(Como). O plano de ação 5W1H permite considerar todas as tarefas a serem executadas ou selecionadas de forma cuidadosa e objetiva, assegurando sua implementação de forma organizada. A idéia central dessa ferramenta é buscar conhecer melhor o objetivo em que se prentede chegar conforme perguntas abaixo: What? O que será feito? When? Quando será feito? Where? Onde será feito? Why? Por que será feito? Who? Quem o fará? How? Como será feito? COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 1.5.3.4 Diagrama de Causa e Efeito O diagrama de causa e efeito foi desenvolvido para representar a relação entre o "efeito" e todas as possibilidades de 'causa' que podem contribuir para esse efeito. Também conhecido como diagrama de Ishikawa, foi desenvolvido por Kaoru 32 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Ishikawa, da Universidade de Tóquio, em 1943, onde a utilizaram para explicar para o grupo de engenheiros da Kawasaki Steel Works como vários fatores podem ser ordenados e relacionados. Porém, somente em 1962, J. M. Juran no QC Handbook "batizou" este diagrama como sendo diagrama de Ishikawa. É desenhado para ilustrar claramente as várias causas que afetam um processo, por classificação e relação das causas. Para cada efeito existem seguramente, inúmeras causas dentro de categorias como as 6 M’s: método, mão- de-obra, matéria-prima máquinas, mensuração e meio ambiente. Nas áreas de serviços e processos transacionais utilizam-se como categorias básicas: procedimentos, pessoas, ponto, políticas, medição e meio ambiente. Um diagrama de causa e efeito bem detalhado tomará a forma de uma espinha de peixe e daí o nome alternativo de diagrama espinha de peixe. A partir de uma definida lista de possíveis causas, as mais prováveis são identificadas e selecionadas para uma melhor análise. Quando examinar cada causa? Observe fatos que mudaram, como por exemplo, desvios de norma ou dos padrões. Lembre- se de eliminar a causa e não o sintoma do problema. Investigue a causa e seus contribuidores tão fundo quando possível. Ex. COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 33 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.3.5 Folha de Verificação A lista ou folha de verificação é uma planilha ou formulário para o registro de dados, sendo este um formulário de papel no qual os itens a serem verificados já estão impressos ou definidos. De modo que os dados possam ser coletados de forma fácil e concisa, tendo como finalidade facilitar a coleta de dados e organizá- los, para que possam ser facilmente usados posteriormente. Permite uma rápida percepção da realidade e uma imediata interpretação da situação, ajudando a diminuir erros e confusões. A coleta e o registro dos dados parecem ser fáceis, mas na realidade não são. Usualmente, quanto mais pessoas processam dados, maior a possibilidade do aparecimento de erros de escrita. Por esta razão, a folha de verificação torna-se uma poderosa ferramenta de registro pelo fato dos dados serem imediatamente organizados sem a necessidade de rearranjo manual posterior. Para que seus dados sejam confiáveis, toda lista de verificação deve ter espaço onde registrar o local, a data da coleta e o nome do responsável pelo trabalho. O layout da planilha depende do uso que se fará dela e qualquer propósito da coleta de dados. É essencial que a forma de registro seja planejada para que sua utilização seja fácil e imediata. COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 34 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.3.6 Diagrama de Pareto Diagrama de Pareto nada mais é que um gráfico de barras elaborado com base nos dados coletados na Folha de Verificação, sobre as várias causas de um problema ou vários problemas inter-relacionados. Permite priorizar problemas separando os muitos problemas triviais dos poucos vitais. O diagrama de Pareto torna visivelmente claro a relação ação/benefício, ou seja, prioriza a ação que trará o melhor resultado. Ele consiste num gráfico de barras que ordena as freqüências das ocorrências da maior para a menor e permite a localização de problemas vitais e a eliminação de perdas. Ex.: Distribuição das peças segundo o tipo de defeitos Defeito Freqüência Relativa Freqüência Acumulada A 0,35 0,35 B 0,25 0,6 C 0,15 0,75D 0,1 0,85 E 0,1 0,95 D 0,05 1 Total 1 COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% A B C D E D Tipo de defeito % D E D E F E IT O S 35 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.4 Métodos 1.5.4.1 Shake-down (Sacudir para derrubar) Esse método nada mais é do que uma dinâmica de grupo entre os membros de uma mesma equipe para identificar e definir problemas relacionados ao processo e ao produto sob a responsabilidade deles. A análise de processos e a solução de problemas são iniciadas através desse método. 1.5.4.2 Brainstorming (Tempestade de idéias) Dinâmica de grupo para geração de idéias e também para potencializar a criatividade na solução de problemas. O método foi idealizado por Alex Osborn inicialmente para uso na área de publicidade, sendo posteriormente utilizado na área de negócios. A técnica de brainstorming tem várias aplicações, mas é freqüentemente usada em: • Desenvolvimento de novos produtos - obter idéias para novos produtos e efetuar melhoramentos aos produtos existentes. • Publicidade - desenvolver idéias para campanhas de publicidade. • Resolução de problemas - consequências, soluções alternativas, análise de impacto, avaliação. • Gestão de processos - encontrar formas de melhorar os processos comerciais e de produção. • Gestão de projetos - identificar objetivos dos clientes, riscos, entregas, pacotes de trabalho, recursos, tarefas e responsabilidades. • Formação de equipes - geração de partilha e discussão de idéias enquanto se estimulam os participantes a raciocinar. 38 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Há três principais partes no brainstorming: • Encontrar os fatos, • Geração da idéia, • Encontrar a solução. Da busca dos fatos na resolução de um problema existem duas subpartes: • Definição do problema, • Preparação. Inicialmente, define-se o problema, subdividindo o problema em várias partes. A técnica de Brainstorming funciona para problemas que têm muitas soluções possíveis tal como a geração de idéias para o seu desenho. Depois é necessário colher toda a informação que pode relacionar-se com o problema. Geração de idéias por brainstorming. Busca da solução. Avaliar e seleccionar as melhores idéias. 1.5.4.3 Método de Análise e Solução de Problemas – MASP Método para obter sucesso na solução de problemas, o MASP foi criado pelo pedagogo e filósofo John Dewey, um dos mais importantes nomes da Escola Pragmática da filosofia moderna. Dewey propôs o método partindo da afirmativa de que "o homem não pensa a menos que tenha um problema para resolver ". ------------------------ FIM DO MÓDULO I -------------------- 39 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO II CONHECENDO A GESTÃO DE SATISFAÇÃO 2.1 A gestão da satisfação do cliente Foi no decorrer dos anos 80, segundo BOSS (1994), que as empresas tomaram consciência da importância da satisfação dos clientes como variável-chave dos comportamentos posteriores. Esta evolução deu-se, principalmente, em função do aumento do nível de competição em diversos mercados e também pela introdução do TQC (Total Quality Control) como paradigma de gestão empresarial. Satisfazer os consumidores pode ser compreendido como uma ajuda aos consumidores no sentido de resolver seus próprios problemas, a saciar seus desejos e necessidades, pois o cliente fica satisfeito à medida que a organização supre os seus desejos e necessidades. Segundo Engel (2000) a satisfação dos clientes "... é definida como uma avaliação pós-consumo de que a alternativa escolhida, pelo menos, atende ou excede às expectativas". Para tanto é preciso que a empresa como um todo se volte para o cliente, isto é, que a organização e seus aspectos físicos e de atendimento venha de encontro do bem-estar e satisfação do cliente. Se por um lado o cliente tem necessidades e por outro a empresa busca satisfazê-las. Analisar a satisfação dos consumidores é uma forma de conhecer o ambiente de mercado, visto que é preciso conhecer os pontos fortes e fracos da organização, as opiniões e as atitudes dos consumidores, e as tendências; políticas ou sociais do mercado. As organizações têm que satisfazer as necessidades dos consumidores, e não apenas produzir mercadorias, elas precisam sempre estar atentas às constantes mudanças do mercado; para isso, é preciso monitorá-lo e 40 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores conhecê-lo, para então conseguir posicionar os seus produtos de forma eficaz. Através do monitoramento direto, uma empresa pode ter noção melhor das expectativas dos consumidores, seu nível de conhecimento e sua disposição de ser treinado, ou mudado. E assim, agir ou responder rapidamente, com o objetivo de desenvolver consumidores satisfeitos. A empresa precisa ter uma mensuração externa por uma ou todas as razões seguintes para administrar o planejamento de se ter em sua estrutura uma gestão de satisfação de clientes: • Satisfação de clientes é freqüentemente equiparada a qualidade. • O compromisso por um programa de satisfação de clientes demonstra liderança em uma categoria de negócios. • Mensurações internas de satisfação de clientes podem ser inadequadas ou impróprias. • Ouvindo os clientes, as empresas podem se beneficiar e passar a ser voz ativa no mercado. • Muitos clientes não reclamam abertamente porque podem achar que nada vai ser feito. • Um programa de satisfação de clientes é uma poderosa ferramenta para estimular a melhoria dos produtos ou serviços. • Os concorrentes podem já ter adotado programas de satisfação de clientes bem-sucedidos (VAVRA , 1993). A maioria dos programas de mensuração de satisfação, além de apontar níveis de satisfação, fornece conhecimento a respeito das expectativas dos clientes. Tais programas auxiliam a empresa na priorização de tais expectativas e mudanças que essas possam sofrer, além de permitirem que se conheça o valor das necessidades existentes (VAVRA). Para Vavra (1993), toda empresa que aceita o desafio de pós-marketing deve aplicar-se a oferecer satisfação através de seus produtos e serviços, o que requer conhecimento a respeito das expectativas dos clientes. 41 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A TARP (Technical Assistance Research Programs Institute, 1986) segundo Vavra (1993) estima que apenas 01 em 27 clientes insatisfeitos voltará a fazer negócio com uma empresa por iniciativa própria. Existe ainda uma evidência muito forte a respeito do valor de contribuição para o lucro da clientela satisfeita. Estudos mostram que o desempenho financeiro da empresa está relacionado à qualidade percebida dos bens ou serviços de uma empresa. De acordo com Vavra (1993) os relacionamentos bem-sucedidos com clientes exigem prática constante e intensas técnicas de pós-marketing. Um dos esforços mais evidentes é a coleta de informações a respeito dos clientes. O autor sugere como atividade de pós- marketing a elaboração de um programa de mensuração da satisfação do cliente. Tal programa fornece um feedback do cliente referente a qualidade dos produtos ou serviços e sugere caminhos para futuras mudançase melhorias. 2.1.1 O cliente no centro do ambiente de Marketing. Ter o cliente como centro e ponto de partida significa uma mudança no eixo decisório das empresas. Em vez de decidir basicamente conforme as potencialidades de produção, ou vendas da empresa, cada vez mais são exigidas como capacidade competitiva que a empresa ofereça produtos e serviços que venham ao encontro das expectativas do cliente. É ele quem acaba mostrando os possíveis rumos da empresa. Se o cliente não quer mais a embalagem de vidro, preferindo a descartável, por exemplo, a empresa terá de se adaptar a essa nova situação. Devendo criar constantemente novos instrumentos e modos de satisfação do consumidor. A satisfação do cliente é o princípio e o fim de todo o trabalho. Deve-se conhecer o cliente com o maior grau de detalhamento possível, bem como sua família, seus costumes, as regras sociais que o cercam, as leis do seu grupo e a inter-relação entre seus níveis. O cliente está inserido num ambiente de marketing e estabelece vínculo de influências recíprocas com os participantes. Exemplificado na figura abaixo. 42 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores GIGLIO, Ernesto. O Comportamento do Consumidor, São Paulo: Pioneira 2ª edição. 2002. O cliente tem relações recíprocas com a empresa, seus concorrentes, o meio ambiente em que vive e sua própria vida pessoal. Todas essas forças ordenam-se no ato de consumo. Sobre a figura acima se pode fazer alguns comentários. O binômio consumidor * comunicação tem suscitado muitos debates com os profissionais de comunicação buscando renovações, á medida que verificam mudanças na eficácia da propaganda de massa (na TV, por exemplo). Presencia-se o crescimento do triunfo do indivíduo, em que cada um valoriza cada vez mais a si próprio, busca um diferencial para sua identidade, exigindo atendimento e propaganda dirigidos. É como se o ideal da liberdade finalmente chegasse ao cotidiano. O advento da TV a cabo e as numerosas possibilidades de canais com conteúdo específico são uma resposta a essa exigência de particularidade. Por seu turno, a comunicação dirigida, como nos programas em que o telespectador participa, mostra a existência de um grande poder de persuasão da expressão das atitudes, dos valores, da moda. Se um ídolo de um grupo de música expressa suas idéias, elas passam a ser o padrão para os fãs daquele grupo. Se o triunfo do indivíduo é uma tendência do desenvolvimento humano, o outro lado da CCLLIIEENNTTEE Concorrentes da Empresa Empresa Produto Preço Comunicação Distribuição Pesquisa Venda Macroambiente Economia Legislação Tecnologia Cultura Política Governo Demografia Grupo Família Vida Pessoal 43 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores moeda é a inserção em subgrupos culturais (o renascimento das religiões, por exemplo). A qualidade da informação necessária para que se possam decidir ações empresariais somente é adquirida com o acompanhamento constante dos clientes e com a flexibilidade em mudar conceitos podem fornecer alguma garantia nessa qualidade. Ao se tomar uma decisão, só o faça apoiado em conhecimentos atualizados sobre todas essas inter-relações. Assim sendo, a empresa estará apta a criar um diferencial competitivo duradouro, que é o caminho para a excelência. Entende-se, então, por orientação para o cliente, de uma maneira um tanto quanto empírica, sem um quadro teórico bem-estabelecido, os profissionais estão adotando o modelo de orientação para o cliente para que o mesmo possa buscar a compreensão de cada um deles concretamente. E, a partir dos dados, criarem explicações sobre seu comportamento, abrindo mão de alguns modelos preestabelecidos. 2.2 Benchmarking: analisando e comparando-se a outra organização Benchmarking nada mais é que a busca das melhores práticas na indústria que conduzem ao desempenho superior. O benchmarking é visto como um processo positivo e proativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica a fim de melhorar como realizar a mesma ou uma função semelhante. É um processo gerêncial permanente, que requer atualização constante da coleta e análise cuidadosa daquilo que há de melhor externamente em práticas e desempenho para as funções de tomada de decisões e de comunicações em todos os níveis da empresa. Um processo que obriga ao teste constante das ações internas em relação aos padrões externos das práticas da indústria. 44 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores É um processo de descoberta e de uma experiência de aprendizagem. Exige a identificação das melhores práticas e a projeção do desempenho futuro. A idéia por trás do benchmarking é de que ninguém é melhor em tudo. Então, “copiar” modelos de outras empresas significa “economizar” tempo e trabalho. Por definição, as “cópias” nunca serão iguais. Haverá sempre ajustes, adaptação e aprimoramentos, o que garante a “evolução” da idéia original. Benchmarking é uma técnica que consiste em acompanhar processos de organizações concorrentes ou não, que sejam reconhecidas como representantes das melhores práticas administrativas. É um processo de pesquisa, contínuo e sistemático, para avaliar produtos, serviços e métodos de trabalho, com o propósito de melhoramento organizacional, procurando a superioridade competitiva. Isto é, o benchmarking consiste na procura de melhores práticas de administração, como forma de ganhar vantagens competitivas. Faz uso de pontos de referências que funcionam em vez de criar algo novo. O Benchmarking é uma das mais antigas ferramentas de gestão. O seu propósito é estimular e facilitar as mudanças organizacionais e a melhoria de desempenho das organizações através de um processo de aprendizagem. Isto é feito de duas maneiras: 1 – Identificando resultados excelentes, geralmente mensurados através de métricas ou indicadores. Tais resultados servem de estímulo para os esforços de melhoria e dão uma garantia que, através de esforços inteligentes, tais resultados poderão ser igualados. 2 – Identificando as chamadas melhores práticas que, geralmente com alguma adaptação à cultura e às peculiaridades da organização, podem servir de referência para uma mudança que leve a melhores resultados. O objetivo principal de se fazer benchmarking é implementar mudanças que levem a melhorias significativas nos produtos e processos da organização e, 45 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores conseqüentemente, nos seus resultados. Qualquer organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, de qualquer setor ou porte, pode utilizar o Benchmarking para entender e melhorar os seus processos [2]. O benchmarking é uma das formas mais eficazes de se estabelecer metas e tem um efeito motivacional bastante grande junto às equipes. 2.2.1 Tipos de Benchmarking • BENCHMARKING COMPETITIVO Caracteriza-se por ter como alvo específico as práticas dos nossos concorrentes. É na prática o menos usual uma vez que é quase impossível que as empresas se prestem a facilitar dados que estão ligados diretamente com a sua atividade à concorrência. Por isso muitas vezes é necessário contratar uma consultora externa para obter informações sobre o Benchmarking Competitivo. • BENCHMARKING INTERNO A procura pelas melhores práticas ocorre dentro da própria organização em unidades diferentes(outros departamentos, sedes, etc.). Tem como vantagens a facilidade para se obter parcerias, custos mais baixos e a valorização pessoal interna. A grande desvantagem é que as práticas estarão sempre impregnadas com os mesmos paradigmas. Este é o tipo mais utilizado. • BENCHMARKING GENÉRICO Ocorre quando o Benchmarking é baseado num processo que atravessa várias funções da organização e pode ser encontrado na maioria das empresas do mesmo porte, como por exemplo, o processo desde a entrada de um pedido até a entrega do produto ao cliente. É neste tipo de Benchmarking que encontramos a 46 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores maioria dos exemplos práticos e onde as empresas estão mais dispostas a colaborar e a ser mais verdadeiras. • BENCHMARKING FUNCIONAL Baseado numa função específica, que pode existir ou não na própria organização e serve para trocarmos informações acerca de uma atividade bem definida como, por exemplo, a distribuição, o faturamento ou embalagem. Alguns autores vinculam o conceito de benchmarking funcional ao benchmarking genérico, pela possibilidade dos mesmos serem utilizados sem se levar em consideração a concorrência direta da organização que aprende ou patrocina o estudo e a organização "investigada". 2.2.2 Processo de Benchmarking O processo de Benchmarking tem, em geral, cinco fases: planejamento, coleta de dados, análise, adaptação e implementação. Mas a metodologia, mais detalhada, descrita por CAMP (1993) apresenta as seguintes etapas: 1. Identificar marcos de referência 2. Identificar empresas comparativas 3. Definir método e coletar dados 4. Determinar a lacuna de desempenho 5. Projetar níveis de desempenho futuro 6. Comunicar descoberta dos marcos de referência e obter aceitação 7. Estabelecer metas funcionais 8. Desenvolver plano de ação 47 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 9. Implementar ações específicas e monitorar progresso 10. Recalibrar marcos de referência 2.2.3 Metodologia de implementação O processo de implementação está dividido em cinco fases, que por sua vez, estão subdivididas em atividades e estas em tarefas. As cinco fases deste processo, são: Planejamento • Identificação do item • Obter o apoio da Direção • Desenvolvimento do sistema de medida • Desenvolvimento do plano de recolha de informação • Revisão dos planos • Caracterização do item Recolha interna de informação • Recolha e Análise de Informação Publicada Internamente • Selecionar potenciais parceiros internos • Caracterização do item em cada parceiro • Recolha Interna de Dados • Realização de visitas aos parceiros Recolha externa de informação Como já foi dito, as atividades desta fase são uma repetição das descritas na fase anterior, estando dividida para efeitos de concepção em duas grandes atividades: 48 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Recolha de informação publicada externamente • Recolha de dados externos Melhoria do desempenho do item Esta fase não é mais do que decidir quais as melhores práticas a aplicar e a sua metodologia de implementação é crítica, pois requer análises muito cuidadas de grande quantidade de informação recolhida, bem como a interpretação dos elementos num contexto que é o da organização. Envolvem: • Identificação das Ações Corretivas • Desenvolvimento do Plano de Implementação • Obter a Aprovação da Solução • Implementação e Verificação da Solução Melhoria contínua Nesta altura após terem sido alcançados os objetivos a que se propusera, a organização tem duas alternativas: direcionar os esforços para a melhoria de outro item e nada fazer pelo primeiro ou continuar a trabalhar na melhoria do desempenho do item. Quando se abandonam os esforços de melhoria contínua, o melhor que pode acontecer é que o desempenho se mantenha estável. No entanto, as organizações concorrentes poderão estar a trabalhar em melhoria contínua, o que vai provocar num futuro próximo, um novo desvio negativo no desempenho do item. É claro que é preferível continuar os esforços de melhoria do item, para tal deverão ser realizadas duas atividades: • Manutenção da base de dados • Implementação da melhoria contínua do desempenho 49 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.3 Escolha, Desejos e Expectativas 2.3.1 O Conceito de Escolha como um Processo Escolher significa deixar alternativas para trás. Uma boa escolha não deixa dúvidas ou culpas. Se um cliente continua a pesquisar preços e condições de um artigo que já comprou, há algo errado na escolha. Quererá ele certificar-se de que fez uma boa escolha? Como a escolha deve ser realizada antes que se conheçam os resultados, surge a questão do que seria uma boa escolha. Segundo Clemen (1996), uma boa decisão é aquela que minimiza os riscos. Na verdade, boa parte da literatura sobre a decisão está apoiada em pressupostos de processos racionais. As escolhas sobre o que e como consumir começam muito antes do momento da compra propriamente dita. Elas remontam às expectativas mais básicas da existência humana, constituindo-se nas experiências com o corpo, com idéias, com emoções, com outras pessoas, sobre o tempo e o espaço, sobre regras e o simbolismo. Em cada um desses campos de experiências, o sujeito busca ordem e superação, numa dinâmica insolúvel, porém complementar. O jogo dos dois movimentos (ordenação e superação) sobre os campos de experiências é o pano de fundo de onde brotam as expectativas, iniciando o processo de escolha. O processo todo de escolha, portanto, é influenciado pela qualidade das experiências do sujeito nos campos básicos da existência. 2.3.2 Os conceitos de desejos e expectativas O conceito mais importante, na compreensão do comportamento do cliente, não é o de desejo, nem de necessidades, que remetem à história passada do sujeito, mas sim de expectativas, que remetem ao futuro. Elas revelam em certa 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores medida as experiências que o sujeito passou, mas são, fundamentalmente, os sinais de quais experiências ele anseia, qual tipo de vida cria para o seu futuro. Pode-se dizer que o termo expectativas é mais adequado do que os conceitos de desejos e necessidades. A palavra necessidade vem carregada de dois sentidos que pouco auxiliam na compreensão do comportamento e trazem complexidades. Um deles está associado ao conceito de inato. As necessidades têm um sentido de algo inerente, impossível de ser modificado. Ora, quando trata-se das necessidades básicas de alimentação e proteção epidérmica, como no primeiro nível da pirâmide de Maslow. O segundo sentido dado à palavra necessidade está associado ao seu número finito. Acredita-se ser uma discussão inútil à questão de se pode ou não criar necessidades nas pessoas. Cosenza (2000) afirma que é uma heresia os programas de treinamento que ensinam a se criar necessidades nos clientes. Já com o conceito de expectativas estamos no campo da liberdade, em que cada um cria as suas próprias numa dinâmica interminável, o que liquida a discussão. Sobre o desejo, bastante conceituado na psicologia dinâmica, é possível entendê-lo como a representação psíquica de um futuro que pretende-se alcançar e não como um passado carente.
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