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Satifação do CLIENTE BEM-VINDOS AO EBOOK Programa de Educação Continuada a Distância Curso de Satisfação de Clientes Aluno: EAD - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PARCERIA entRE PORTAL EDUCAÇÃO e SITES ASSOCIADOS 2 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Curso de Satisfação de Clientes MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 3 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO I 1 DEFINIÇÕES 1.1 Definindo o Marketing Encontra-se suas raízes ao longo da história da humanidade, na própria gênese do comércio, de acordo com CHIAVENATO (2000) o marketing é um novo campo de estudo se comparado com os demais campos do saber. O estudo do mercado surgiu da necessidade dos industriais de administrar a nova realidade oriunda da Revolução Industrial, que causou uma transformação de um mercado de vendedores para um mercado de compradores. Neste estágio o marketing ainda é inseparável da economia e da administração clássica, pois inicialmente sua preocupação era puramente de logística e produtividade, para a maximização dos lucros. Os consumidores não tinham qualquer poder de barganha e a concorrência era praticamente inexistente. Tal realidade manteve-se inalterada até fins da Segunda Guerra Mundial quando, então, reagindo ao crescimento da concorrência, mercadólogos começaram a teorizar sobre como atrair e lidar com seus consumidores. Surgiu então a cultura de vender a qualquer preço P.T. Barnum, autor de “The Science of Getting Rich” e “The Art of Money Getting” foi um ícone deste período, cheio de truques que faziam da arte de vender quase num espetáculo de charlatanice. E que faz com que até hoje os profissionais do mercado sejam vistos com desconfiança. As técnicas existentes baseavam-se mais na intuição do que na prática. Eram técnicas ingênuas e/ou maliciosas que estavam misturadas a ferramentas eficientes. Lenda e fato se misturavam, mas o mercado não dava muito ouvido à academia. O marketing se originou para atender as necessidades de mercado, mas não está limitado aos bens de consumo. É também amplamente usado para "vender" 4 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores idéias e programas sociais. Técnicas de marketing são aplicadas em todos os sistemas políticos e em muitos aspectos da vida. A palavra Marketing tem diversas definições técnicas e até mesmo tentativas de tradução para o português como "Mercadologia" (RICHERS, 1986) ou "Mercância" (GRACIOSO 1971). Porém seguem algumas definições consideradas mais significativas e que expressam melhor o que realmente é o Marketing: Marketing é um processo social por meio de quais pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros (KOTLER e KELLER, 2006). Marketing é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício (KOTLER e ARMSTRONG, 1999). Marketing são as atividades sistemáticas de uma organização humana voltadas à busca e realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando benefícios específicos (RICHERS, 1986). Marketing é o conjunto de estratégias e ações que provêem o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor (Dicionário Novo Aurélio). Os conceitos contemporâneos de Marketing englobam a construção de um satisfatório relacionamento em longo prazo do tipo ganha-ganha, nos quais indivíduos e grupos obtêm aquilo que desejam e necessitam. Na maior parte das empresas, o marketing ocupava, há 50 anos, apenas um lugar modesto no organograma, o de um serviço comercial, composto por alguns vendedores e empregado que muitas vezes estavam subordinados ao diretor de produção ou diretor administrativo. Mas aos poucos, essa função foi-se alargando progressivamente e colocada no mesmo plano das outras direções de produção, financeira e de recursos humanos. Atualmente, pode-se ver a mesma empresa 5 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores praticando diferentes filosofias de marketing ao redor do mundo e ver empresas usando filosofias diferentes do marketing em um mesmo mercado, orientação para produção, produto, venda, cliente e sociedade, podendo-se identificar na evolução do marketing as seguintes filosofias para sua administração. Orientação para Produção: A grande questão, para as empresas, era produzir e não vender. O papel do marketing é, essencialmente, entregar produtos em locais onde possam ser comprados. Orientação para Produto: Considera que os consumidores preferem os produtos de melhor qualidade, desempenho e aspectos inovadores. Portanto, as organizações deveriam esforçar-se para aprimorar seus produtos permanentemente. Orientação para Vendas: A orientação para venda significa que o propósito da empresa é satisfazer o desejo do cliente para que ele possa voltar e comprar mais vezes na sua loja ou em qualquer outro comércio que trabalhe. Com isso, o cliente fará o marketing da empresa, aumentando os seus clientes. Orientação para o Cliente: A função principal da empresa não é mais produzir e vender, mas satisfazer à clientela, consultando-a antes de produzir qualquer coisa, via estudos de mercado e com base nessa consulta, caso seja favorável, oferecer-lhe produtos/serviços/idéias de qualidade e valor. Para que os consumidores voltem a comprar e a falar bem da empresa e de seus produtos. Orientação para o Marketing Socialmente Responsável ou Marketing Societal: Sustenta-se que a organização deve determinar as necessidades, desejos e interesses do mercado-alvo e então proporcionar aos clientes um valor superior de forma a manter ou melhorar o bem-estar do cliente e da sociedade. Orientação para o Marketing Holístico: Nesta abordagem a empresa deve tentar compreender e administrar toda a complexidade envolvida na gestão de marketing de uma empresa. 6 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Administração é muito mais do que se relata em páginas antes brancas ou ações empresariais. Ser um administrador é na verdade, a essência do bom resultado. Características comuns num caos exterior que a imaginação e a estratégia são fundamentais para sua vida pessoal e profissional. Você é apenas fruto de sua imaginação. É de extrema importância analisar a orientação para o cliente, já que este é o nosso foco de estudo, sendo assim, pode-se dizer que nesta orientação a função principal da empresa não é mais produzir e vender, mas satisfazer à clientela. Consultando-a antes de produzir qualquer coisa, via estudos de mercado e com base nessa consulta, caso seja favorável, oferecer-lhe produtos/serviços/idéias de qualidade e valor, para que os consumidores voltem a comprar e a falar bem da empresa e de seus produtos. As empresas reconhecem pouco a pouco que, de todo o seu ativo, o mais precioso de constituir, de aumentar e de substituir, é a sua clientela. É mais lento e mais difícil hoje conquistar uma clientela do que construir uma fábrica porque, para construir uma fábrica, nãoestamos em concorrência com ninguém, enquanto que para conquistar um mercado, estamos em constante competição com outras empresas. Em síntese, de um mercado de vendedores passou-se, na maior parte dos setores econômicos, a um mercado de compradores e é por isso que a visão habitual que se fazia da vida e dos problemas da empresa se alterou, aos poucos. Da mesma forma que se alterou, segundo Copérnico, a visão da terra no Cosmos. A orientação para o cliente quer dizer que as empresas devem considerar o cliente como ponto de partida para todo e qualquer negócio e essa postura deve ser da empresa em todos os níveis. Desde o mais alto executivo até o escalão mais baixo, respirando e sentindo o cliente, o verdadeiro patrão da empresa. Aqui, a função principal da empresa não é mais produzir e vender, mas satisfazer à clientela, consultando-a antes de produzir qualquer coisa, via estudos de mercado e com base nessa consulta, caso seja favorável. Oferecer-lhe produtos/serviços/idéias de qualidade e valor, para que os consumidores voltem a 7 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores comprar e a falar bem da empresa e de seus produtos. Assim, ao criar, conservar e o alargar a clientela da empresa, evolui-se da posição acessória de produção, financeira e de organização para a função principal da empresa e, mais do que qualquer outra função, ela condiciona a sobrevivência da empresa, a sua prosperidade e o seu crescimento. Assim, o sucesso da empresa no longo prazo pressupõe ela compreender muito bem as necessidades e os desejos dos clientes e, com base nisso, oferecer produtos, serviços e idéias para satisfazer a esses clientes melhor do que a concorrência. Podendo, dessa forma, criar a fidelidade deles à empresa e competir mais eficientemente com os concorrentes. Como fazer isso? Inovando a tecnologia e aumentando a velocidade e a confiabilidade dos serviços prestados, usando a Internet para se comunicar diretamente com os clientes e, ao fidelizar a clientela, há melhoria, em conseqüência, nos resultados da empresa em longo prazo. Para as pequenas empresas, a orientação para o cliente é crucial, porque permite o contato direto com a clientela, buscando sempre descobrir e satisfazer os desejos e necessidades e primando, ao mesmo tempo, por um atendimento personalizado, e, desse modo, criar laços duradouros, fidelizando o cliente. 1.1.1 Tipos de Marketing Descobrir e satisfazer necessidades são constantes no trabalho do marketing. Fazer marketing é pensar no cliente o tempo todo. Portanto, toda a empresa deve estar orientada para esse pensamento, e não apenas o departamento do marketing, já que o conceito de business está focalizado nessa máxima. Sendo assim, precisamos distinguir os tipos de marketing, as suas características e os seus desempenhos para concluir de que maneira o marketing pode ser útil às organizações. 8 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores São eles: marketing de resposta, de previsão e de criação de necessidades. • Marketing de resposta. É o marketing que responde a uma demanda, descobrindo e satisfazendo necessidades. É o chamado marketing ativo. Grande parte do marketing atual trabalha com essa formulação. • Marketing de previsão. É uma tarefa difícil reconhecer uma necessidade latente ou emergente. Para se aplicar esse tipo é fundamental analisar o mercado através de estudos de cenário, projetando futuros quadros de consumo. É o chamado marketing antecipativo. É considerado arriscado, pois as empresas podem errar a estratégia em caso de enfrentarem uma forte influência de variáveis macroambientais. • Marketing de criação de necessidades. É o nível mais agressivo de marketing, pois é o esforço que leva a empresa a lançar um produto jamais solicitado e, muitas vezes, inimaginável. É o conceito que se parte da idéia de que ao invés da empresa ser dirigida pelo mercado é a empresa que dirige o mercado. É o chamado marketing proativo, pois trabalha com a abordagem da inovação radical em sua estratégia. • Marketing de relacionamento refere-se ao trabalho de marketing voltado para o relacionamento com clientes e fornecedores. Este tipo de marketing é o mais importante quando se fala de satisfação de clientes. O marketing de relacionamento ou pós-marketing significa construir e sustentar a infra-estrutura dos relacionamentos de clientes. É a integração dos clientes com a empresa, desde o projeto, desenvolvimento de processos industriais e de vendas. De maneira geral, consiste em uma estratégia de negócios que visa construir proativamente relacionamentos duradouros entre a organização e seus clientes, contribuindo para o aumento do desempenho desta e para resultados sustentáveis. 9 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O processo de marketing de relacionamento deve se iniciar com a escolha certa do cliente, a identificação de suas necessidades, a definição dos serviços prestados e agregados, a busca da melhor relação custo/benefício e ter funcionários motivados e capacitados a atender estes clientes adequadamente. O contexto de administrar o relacionamento com o cliente serve para que a empresa adquira vantagem competitiva e se destaque perante a concorrência. O objetivo maior torna-se manter o cliente através da confiança, credibilidade e a sensação de segurança transmitida pela organização. Drucker (1999) elegeu algumas regras fundamentais para a utilização do marketing de relacionamento na busca por vantagem competitiva: O relacionamento com o cliente é de responsabilidade da empresa. Qualquer reclamação ou conflito por parte do cliente é provocado por uma falha empresarial. A empresa deve perguntar-se constantemente o que pode ser feito para facilitar e melhorar a vida de seus clientes. Em complemento, Kanter (2001) enfatiza os seguintes aspectos no relacionamento com o cliente: Conhecer profundamente o cliente. Tornar o cliente conhecido por todos os funcionários da empresa. Ele não deve aguardar para que alguém o identifique e solucione seus problemas adequadamente. Transformar o cliente em sócio de um clube exclusivo, ou seja, proporcionar atividades e disponibilizar recursos que só os clientes da empresa têm acesso. Vavra (1993) define o marketing de relacionamento como o processo de garantir satisfação contínua e reforço aos indivíduos ou organizações que são clientes atuais ou que já foram clientes. Os clientes devem ser identificados, 10 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores reconhecidos, comunicados, aditados em relação à satisfação e respondidos. Alguns estudiosos acreditam que a mensuração da satisfação dos clientes pode ser o diferencial de empresas bem-sucedidas em relação a outras. 1.2 Conceito de Cliente O objetivo de uma organização, seja ela pública ou privada sempre é antes e acima de tudo, procurar a satisfação de seus clientes que é em última análise a razão da sua existência. Entretanto, é preciso compreender que existem dois tipos distintos de clientes: interno e externo. 1.2.1 Cliente Interno Basicamente o cliente interno é considerado aquele que se encontra dentro da empresa, ou seja, o empregado que é responsável em todos os níveis em interagir com os clientes externos. 1.2.2 Cliente Externo Já clientes externos são aqueles que “pagam, que é influenciado ou se beneficia de algum produto ou serviço da empresa.Ele não faz parte da organização, eles podem ser os fornecedores ou consumidores dos seus produtos e serviços. Executivos de algumas empresas acreditam na falácia de que o cliente interno é menos importante que o externo. As análises organizacionais e de mercado tem demonstrado justamente o contrário. Os estudos têm mostrado que embora o cliente externo seja o alvo, o cliente interno é o instrumento para que o alvo seja plenamente atingido. 11 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Para todas as empresas o cliente deve vir em primeiro lugar, pois o cliente é a fonte de sobrevivência de qualquer empresa. Por esse motivo é que as empresas a cada dia que passam tentam conhecer melhor o seu cliente alvo, o que o cliente espera da empresa, de seus produtos e/ou serviços. Diversos autores ressaltam tal importância de se conhecer o cliente antes de qualquer coisa. Primeiramente, os clientes precisam ser identificados, porque não se estabelece uma relação com quem não se conhece. A partir daí, aprender sobre eles, suas necessidades e seus desejos, utilizando essas informações para estreitar o relacionamento e conhecê-los cada vez mais. Isso dá à empresa um diferencial e cria barreiras de confiança tornando inconveniente a migração para um concorrente, porque o novo relacionamento começaria do zero, sem nenhum conhecimento de ambas as partes. (ENGEL; F. BLACKWELL; W. MINIARD, 2000 p. 58). 1.2.3 Cliente Exigente Para ter sucesso no mercado, empresas têm que tentar entender a mente de seu cliente, não basta apenas conhecer o que os produtos concorrentes estão oferecendo e quem o está consumindo. É preciso entender os fantasmas psicológicos e os fatores de conforto que influenciam a cabeça dos clientes e usá-los em benefício da organização. Se cliente se cansou de ser maltratado, e passou a decifrar rótulos, reclamar do atendimento, pedir devoluções, exigir preços baixos, exigir boa qualidade, entre muitas outras coisas, e se não obtêm estas exigências acabam mudando de fornecedores. Surge, então, o cliente exigente. Cliente exigente é aquele que não está tolerando produtos de má qualidade e serviços inadequados. É aquele que deseja que as empresas sejam mais humanas, que assumam responsabilidades. Popcorn (1999, p. 171), comenta sobre 12 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores a revolta dos consumidores, e os definem como “Consumidores Vigilantes”, que agora estão revidando. Não se pode mais inventar truques, ou de certa forma enganar os clientes, trata-se de uma “geração do protesto” que não está a fim de ficar calada. Além disso, os clientes estão segurando mais o dinheiro que têm, em vez de gastar está equilibrando seus recursos. Foram embora as compras por impulso. Enquanto os clientes estão gritando, o atento pessoal do marketing está escutando, é de suma importância ouvir e atuar para resolver tais problemas. Se uma empresa anseia saber o que o cliente deseja, pergunte, pois essa é à base da pesquisa e onde repousa a verdadeira sabedoria. O truque é saber fazer as perguntas e analisar as respostas. Popcorn (1999, 134) ironiza dizendo que “as respostas vêm em outra língua”, o que ela denomina de Consumidores, que se trata de uma combinação de tímida franqueza e ânsia de agradar, o comportamento educado e a honestidade inconsciente. Portanto, é imprescindível que se compreenda o que o cliente tem a dizer, e quanto mais simples o formato mais dá certo, isto é, é preciso analisar as respostas para que se obtenha um feedback mais próximo da realidade. Através de uma pesquisa bem estruturada é possível revelar o perfil dos clientes, os sentimentos, os impulsos nos quais levam a comprar este ou aquele produto e os tipos de estratégias. Produtos e serviços que serão aceitos ou não, além das necessidades, dos medos, e os benefícios que envolvem o estado de espírito dos clientes, que influenciam na satisfação destes. 1.3 Definindo Satisfação de Cliente Ao longo dos anos, a satisfação tem sido definida segundo duas categorias principais. A primeira caracteriza a satisfação como sendo o resultado da experiência de consumo e a segunda integra na definição um caráter comparativo. Entre a maioria das definições, entretanto, incluem-se três elementos característicos do conceito de satisfação: é um estado psicológico, tratando-se, 13 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores portanto de uma resposta emocional ou avaliação de uma emoção posterior ao consumo ou uso e com caráter relativo, ou seja, é o resultado do processo comparativo entre a experiência subjetiva vivida pelo cliente e uma base de referência inicial anterior. Durante e após o consumo ou uso do produto, os clientes desenvolvem sentimentos de satisfação ou insatisfação. A satisfação do cliente é a atitude total referente a um bem ou serviço após a aquisição e uso. Representa o resultado do julgamento da avaliação de uma compra específica. A satisfação é considerada, ainda, uma resposta emocional a uma avaliação de uma experiência de consumo relacionada a um produto ou serviço. O conceito atual mais aceito de “satisfação” pode ser descrito da seguinte forma: 1. A satisfação é uma avaliação (um julgamento), 2. Efetuada a posteriori, 3. Relativa à determinada transação. O termo “avaliação” pressupõe a existência de um parâmetro. De fato, para a maioria dos autores, o grau de satisfação decorre de uma comparação efetuada pelo consumidor, comparação esta que confronta o resultado da transação com uma referência anteriormente existente. O resultado desse processo comparativo pode ser positivo, negativo ou neutro, gerando assim satisfação ou insatisfação. A natureza da referência comparativa é, porém, objeto de discussões. Segundo Evrard (1995), as diversas tendências podem ser agrupadas da seguinte forma: - comparação com as expectativas anteriores, isto é, com as crenças do consumidor sobre o desempenho do produto ou serviço antes de sua aquisição. 14 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - comparação com normas baseadas na experiência do consumidor. “Essas normas são reflexo de um compromisso entre as necessidades e desejos do consumidor e aquilo que ele julga possível em função de suas experiências anteriores”. - comparação entre a razão custos (no sentido mais amplo: preço, tempo etc.) benefícios da transação e o valor desta razão para o vendedor. A transação é então julgada como “justa” ou “injusta” (teoria da eqüidade) - comparação com desejos e com valores. Nesse caso, os objetivos do comprador constituem a referência utilizada como termo de comparação. Estas duas últimas abordagens são mais recentes e menos desenvolvidas. Para Oliver (1997), expectativas, necessidades, qualidade, iniqüidade e arrependimento constituem padrões comparativos, que atuam em paralelo. Evrard (1995) engloba o conjunto dessas abordagens no “paradigma da desconfirmação”. Porém, Brookes (1995) e Oliver (1997) preferem reservar este termo à teoria que adota como referência as expectativas. “Como os primeiros trabalhos em satisfação do consumidor foram conduzidos com a expectativa preditiva como padrão, a frase desconfirmação de expectativas passou a aplicar-se a este conceito” (Oliver, 1997). Oliver (1980) descreve a teoria da desconfirmação da seguinte forma: as expectativas “criam um quadro de referência a partir do qual é efetuadoum julgamento comparativo. Assim, resultados menores do que o esperado (desconfirmação negativa) é julgado como inferior a esse ponto de referência, enquanto que resultados melhores do que o esperado (desconfirmação positiva) é avaliado como superior a ele”. 15 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O modelo prevê, portanto, que “os sentimentos de satisfação ocorrem quando os consumidores comparam suas percepções do desempenho de um produto às suas expectativas”. Conforme observam Spreng, MacKenzie e Olshavsky (1996), não há, na literatura, um consenso claro acerca da definição do conceito de expectativas. Alguns autores preferem reservar o termo à percepção de probabilidade de ocorrência de determinado evento. Outros, como Oliver (1980), advogam que o conceito deve ser ampliado e incorporar a avaliação, positiva, negativa ou neutra, do evento esperado. Independentemente dessas diferenças, as duas tendências reconhecem que a expectativa preditiva (isto é, restrita à percepção de probabilidade de ocorrência do evento) é insuficiente para dar conta do fenômeno da satisfação. Por outro lado, a maior parte dos autores admite que as expectativas são apenas um dos elementos do quadro de referência a partir do qual os consumidores avaliam suas experiências. Existem argumentações de que os desejos (enquanto elemento distinto das expectativas) devem ser incorporados ao modelo proposto pela teoria da desconfirmação. Embora alguns autores optem por reservar o termo de desconfirmação à comparação com expectativas, sublinha que, além destas, “muitas referências trazidas pelos consumidores à experiência de consumo podem ser desconfirmadas”. Independentemente dos elementos incluídos no quadro de referência, a idéia mestra da teoria da desconfirmação, que descreve a satisfação como resultado de um processo comparativo, é amplamente aceita. Nesse sentido, o termo de “paradigma da desconfirmação” utilizado por Evrard (1995), se justifica. Por trás das diferentes propostas de descrição dos parâmetros mobilizados pelo consumidor, há um pressuposto comum: a satisfação deriva de um processo psicológico que confronta uma referência interna ao resultado da compra. 16 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Em todos os casos, temos a hipótese de uma comparação entre o “antes” e o “depois.” E a avaliação é efetuada após a compra. Isto é, a satisfação, diferentemente da atitude, constitui uma resposta a determinada transação. Ela é transitória e específica. A distinção é importante, pois caracteriza a satisfação como um estado psicológico e não como uma predisposição relativamente estável e durável. Em suma, a satisfação é “um estado psicológico, posterior à compra e relativo”. Independentemente dos cortes ou extensões propostas pelos estudiosos do tema para aperfeiçoar essa definição, essas três propriedades constituem a base do conceito atual de satisfação. 1.3.1 Discussões em Torno do Conceito de Satisfação Existem, no entanto, no campo de investigação, uma série de debates que podem ser agrupados em torno de três grandes temas: - Qual é a natureza do estado psicológico de satisfação/insatisfação? - Como os consumidores lidam com a insatisfação? - Como atuam os mecanismos internos através dos quais os consumidores processam a insatisfação? 1.3.1.1 Natureza do estado psicológico de satisfação ou insatisfação A discussão sobre a natureza do estado psicológico de satisfação/insatisfação gira em torno de dois aspectos interligados: seu caráter unidimensional e sua dimensão cognitiva e/ou afetiva. 17 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Alguns autores enfatizam a primeira dimensão ao definir a satisfação como o “estado cognitivo de estar adequada ou inadequadamente recompensado pelos sacrifícios efetuados em uma situação de compra” Para Hunt (1977, citado por Evrard, 1995), “a satisfação não é o prazer retirado da experiência de consumo, é a avaliação resultante de que a experiência foi, no mínimo, tão boa como se supunha que fosse”. Isto é, não é a emoção em si, mas envolve a avaliação de emoções. Esse ponto de vista é, até hoje, amplamente aceito, tanto que, como vimos anteriormente, a satisfação é definida como uma avaliação, um julgamento, podendo, portanto, ser expressa em uma única dimensão, indo do extremo positivo ao extremo negativo. 1.3.1.2 Como o cliente lida com a insatisfação? A relevância da questão é evidente: trata-se de identificar e prever as ações do consumidor insatisfeito. Kotler (1994) divide as formas possíveis de ação por parte do consumidor insatisfeito em duas categorias: as “públicas” (queixa à empresa envolvida, aos órgãos fiscalizadores públicos ou privados, ações legais para obter ressarcimento, etc.) e as “privadas” (boicote individual ao fabricante ou revendedor, divulgação boca-a-boca da experiência negativa, etc.). Uma parte significativa das pesquisas desenvolvidas na área dedica-se ao objetivo de identificar variáveis independentes (da empresa, do produto ou do consumidor) associadas à ocorrência de um ou de ambos os tipos de ação. Independentemente dos tipos de variáveis selecionados, parece haver um consenso cada vez mais amplo em torno da necessidade de abordar o problema a partir de uma perspectiva multidimensional. A maioria dos estudos recentes (década de 90) considera simultaneamente, tipo, complexidade, expectativa de vida e preço do aparelho adquirido; percepção da probabilidade de sucesso da ação; 18 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores aprendizagem anterior com queixas, restrições de recursos e/ou tempo do consumidor, personalidade/atitude do consumidor, relação custo/benefício da ação. Diversas variáveis e tende a excluir a possibilidade de se aprender algo significativo sobre o assunto a partir da investigação de um único fator. 1.3.1.3 Os mecanismos de processamento da insatisfação Até aqui, estamos falando de variáveis associadas a determinados comportamentos. A questão, entretanto, não se esgota nesse ponto. É preciso entender o elo que liga a insatisfação ao comportamento, isto é, compreender os mecanismos internos através dos quais os indivíduos “processam” a insatisfação. Essa compreensão, implícita ou explicitamente, orienta o esforço de pesquisa e a seleção de variáveis a serem estudadas. No entanto, poucos estudos a abordam diretamente. Duas teorias desenvolvidas pela psicologia são freqüentemente mencionadas e utilizadas: a teoria da atribuição e a teoria da dissonância cognitiva. A teoria da atribuição descreve o processo pelo qual o indivíduo identifica as causas da insatisfação, atribuindo-as a si próprio ou a agentes externos e responsabilizando estes últimos em maior ou menor grau de acordo com três categorias: a fonte do problema interna ou externa (do comprador ou de um agente externo); a estabilidade (trata-se de um acidente ou de um problema estrutural) e o controle (o problema foi causado intencionalmente ou não). Diversos estudos comprovam a influência do processo de atribuição sobre o comportamento pós-compra do consumidor. A teoria da dissonância cognitiva se baseia na observação de que uma pessoa que atua contra sua própria atitude pode, posteriormente, modificar cognições ou comportamentos de modo a adaptados ao comportamento 19 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudodeste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores incongruente. Segundo Festinger (1975), as hipóteses básicas da teoria são as seguintes: “1. A existência de dissonância, ao ser psicologicamente incômodo, motivará a pessoa para tentar reduzi-la e realizar a consonância. 2. “Quando a dissonância está presente, a pessoa, além de procurar reduzi- la, evitará ativamente situações e informações suscetíveis de aumentar a dissonância.” Assim, o comprador insatisfeito buscará informações que confirmem o acerto de sua escolha e evitará as que apontam o erro, de modo a evitar o desconforto causado pela dissonância. Dentro dessa perspectiva, um desnível moderado entre as expectativas e os resultados de uma compra levaria à satisfação e teria como conseqüência uma alteração até favorável ao fornecedor na atenção seletiva do cliente (busca de informações que reforçam o acerto da escolha). Nesse caso, a relação entre o grau de desconfirmação e o de insatisfação deixa de ser linear. Existe, em volta do grau neutro de desconfirmação, uma zona que tolera desníveis positivos ou negativos, e que conduz às avaliações mais favoráveis por parte dos compradores. As teorias da atribuição e da dissonância cognitiva questionam cada uma ao seu modo, a existência de uma relação direta entre desconfirmação, insatisfação e comportamento. Uma pesquisa realizada por Singh e Pandya (1991) dedica-se especificamente a este tema e investiga a própria relação existente entre insatisfação e comportamento de queixa. De acordo com estudos empíricos citados por estes autores, tal relação não é tão direta quanto sugere o bom senso. Os resultados obtidos em uma pesquisa realizada a partir dessa hipótese, junto a consumidores de serviços bancários que tinham tido experiências de insatisfação 11, confirmaram essa hipótese. 20 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Evidências de linearidade somente puderam ser registradas no caso de ações verbais (queixa ao vendedor ou produtor). Em compensação, comportamentos de abandono do fornecedor e divulgação negativa boca-a-boca mostraram não ter uma relação linear com o grau de insatisfação do consumidor. Os autores sugerem, ao discutir os resultados, que a intensidade da insatisfação poderia atuar na forma de limiares que, uma vez ultrapassados, desencadeariam determinados tipos de ação. O conjunto das pesquisas acima descritas sugere que a mobilização do fenômeno da satisfação/insatisfação ainda constitui uma tarefa problemática. Se a teoria da desconfirmação oferece um paradigma amplamente aceito, as relações entre desconfirmação, satisfação e comportamentos de pós-compra continuam em grande parte obscura. Resultados como os obtidos por Oliver e Westbrook (1991) e Singh e Pandya (1991) colocam em xeque elementos essenciais no conceito de satisfação: sua característica unidimensional e a natureza de sua relação com os comportamentos de pós-compra. Esses dois aspectos são, para a prática do marketing, de fundamental importância. Trata-se de medir a satisfação e de monitorar seus efeitos. Mas será que é possível entender o fenômeno da satisfação a partir destes parâmetros, que refletem, essencialmente, os interesses dos produtores? Woodruffe (1997), ao resumir as críticas recentemente dirigidas à disciplina de comportamento do consumidor, aponta que as questões investigadas, de modo geral. “Tendem a alinhar-se com os interesses dos profissionais de marketing” e que “os interesses dos consumidores, mais do que os dos profissionais de marketing, deveriam estar na base da investigação”. Em se tratando de satisfação, essas observações são especialmente relevantes: afinal, o fenômeno a ser estudado é justamente o da avaliação que o cliente faz de suas experiências de compra. Como compreender essa avaliação sem procurar situá-la dentro do contexto dos interesses do consumidor? 21 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O conceito de satisfação, tal como vem sendo estudado pela disciplina de comportamento do consumidor, privilegia aspectos psicológicos. Estudam-se mecanismos mentais, mas a existência de conflitos de interesses é deixada de lado. De fato, reconhecer a existência desses conflitos equivale a abandonar uma posição confortável, a de provedor, para uma mais problemática e mais complexa: a de produtor, em uma sociedade comandada pela economia e dividida por interesses conflitantes. Esta é, provavelmente, a razão do predomínio, na literatura dedicada ao tema, de uma visão “atomística e individual” do fenômeno. A satisfação é abordada como um processo psicológico. Ela diz respeito ao cliente enquanto indivíduo, mas não envolve a relação entre produtores e consumidores. 1.4 Necessidades e Desejos De acordo com Cobra (1992), desejos são as necessidades humanas moldadas pela cultura e pelas características individuais. Quem tem fome nos Estados Unidos terá fome de comer hambúrguer com batata frita e coca-cola. Já quem tem fome na Bahia poderá Ter fome de acarajé. Já as necessidades são momentos de carência percebida. O homem tem muitas necessidades complexas: necessidades básicas físicas de alimentação, roupas calor e segurança; sociais de fazer parte de um grupo e ser querido; e necessidades individuais de conhecimento e auto-realização. Essas necessidades não são criadas pelos profissionais de marketing, é uma parte básica da constituição do homem. 22 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.4.1 Hierarquia de Necessidades de Maslow De acordo com CHIAVENATO (2000), a hierarquia de necessidades de Maslow, é uma divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização. Drucker,P.F. A Nova Era da Administração, São Paulo, Pioneira, 1976. Ainda CHIAVENATO (2000) cita e define os cinco conjuntos de necessidades criados por Maslow: Necessidades fisiológicas (básicas), tais como: a fome, a sede, o sono, a excreção, o abrigo. Constituem o nível mais baixo das necessidades humanas, mas de vital importância, como as necessidades citadas acima. As necessidades fisiológicas estão relacionadas com a sobrevivência do indivíduo e com a 23 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores preservação da espécie. São instintivas e nascem com o indivíduo. São as mais prementes das necessidades humanas: quando alguma dessas necessidades não está satisfeita, ela domina a direção do comportamento. Necessidades de segurança, que vão da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida; Constituem o segundo nível das necessidades humanas, pode ser interpretada também como necessidades de estabilidade, busca de proteção contra a ameaça ou privação, fuga ao perigo. Surgem no comportamento quando as necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas. Quando o indivíduo é dominado por necessidades de segurança, seu organismo age como um mecanismo de procura de segurança e as necessidades de segurança funcionam como elementos organizadores do comportamento. Necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupoou fazer parte de um clube; necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos; Surgem no comportamento, quando as necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) encontram-se relativamente satisfeitas. Quando esta necessidade não está suficientemente satisfeitas, o indivíduo torna-se resistente, antagônico e hostil com relação às pessoas que o cercam. Em nossa sociedade, a frustração das necessidades de amor e de afeição conduz à falta de adaptação social e à solidão. Necessidades de estima: São as necessidades relacionadas com a maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia. Envolve a auto-apreciação, autoconfiança, necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração. Inclui ainda o desejo de adequação, confiança perante o mundo, independência e autonomia. Sua satisfação conduz a sentimentos de autoconfiança, de valor, força, prestígio, poder, capacidade e utilidade. Sua frustração pode produzir sentimentos 24 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores de inferioridade, fraqueza, dependência e desamparo que, por sua vez, podem levar ao desânimo ou a atividades compensatórias. Necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser. São necessidades humanas mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. Estão relacionadas com a realização do próprio potencial e do autodesenvolvimento contínuo. Essa tendência se expressa através do impulso que a pessoa tem para se tornar sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser. É neste último patamar da pirâmide que Maslow considera que a pessoa deve ser coerente com aquilo que é na realidade “temos de ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolver os nossos potenciais". Entretanto existem várias críticas a sua teoria, a principal delas é que é possível uma pessoa estar auto-realizada, contudo não conseguir uma total satisfação de suas necessidades fisiológicas. 1.5 Qualidade Total Qualidade Total é uma técnica de administração multidisciplinar formada por um conjunto de Programas, Ferramentas e Métodos, aplicados no controle do processo de produção das empresas, para obter bens e serviços pelo menor custo e melhor qualidade, objetivando atender as exigências e a satisfação dos clientes. Os princípios da Qualidade Total estão fundamentados na Administração Científica de Frederick Taylor (1856-1915), no Controle Estatístico de Processos de Walter A. Shewhart (1891-1967) e na Administração por Objetivos de Peter Drucker (1909- 2005). Seus primeiros movimentos surgiram e foram consolidados no Japão após o fim da II Guerra Mundial com os Círculos de Controle da Qualidade, sendo difundida nos países ocidentais a partir da década de 70. 25 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Segundo Kotler, 1999, a Qualidade Total poderia ser definida como a Ausência de Defeitos na Qualidade Percebida. Um bom caminho para evitar chegar a uma negativa Qualidade Percebida seria seguir os passos a seguir: Confiabilidade: envolve tratar com coerência o desempenho e procurar ao longo do tempo manter constância de proposta e atitude. Competência: significa possuir as habilidades necessárias para o bem servir e o conhecimento necessário para a sua execução. Cortesia: envolve tratar com boas maneiras, respeito, consideração e contato amigável do pessoal com o mercado como um todo. Credibilidade: envolve a confiança necessária, o crédito, a honestidade e o envolvimento concreto como os interesses, antes de tudo, do cliente. Compreender e Conhecer o Cliente: envolve fazer um efetivo esforço para compreender todas as necessidades do cliente e demonstrar isto aplicando no dia-a- dia do atendimento. Rapidez de resposta: diz respeito à disposição e à rapidez dos empregados para fornecerem o serviço esperado. Acesso: envolve facilidade de estar sempre disponível, acessáveis pronto para ser abordado, disposto a manter contato. Comunicação: significa manter constantemente os clientes informados numa linguagem compreensível por eles. Além disto, demonstrar claramente que está sempre disposto a ouvir sobre as necessidades dos clientes. Segurança: significa não deixar dúvidas quanto ao que vai ser “servido”, não oferecer qualquer tipo de perigo ou risco. Tangíveis: procurar tangibilizar os serviços através de evidências físicas que qualifica o serviço desejado. 26 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.1 Qualidade Percebida Conforme Kotler (1996), a Qualidade Percebida como falamos, é o estágio final da construção da Imagem de Qualidade. Um componente importante deste processo é dar ao cliente a possibilidade de perceber que esforços estão sendo realizados para obter aquilo que é desejado. A este processo chamamos de Controle Percebido. De acordo com Semenik (1995) existem algumas ações que podem ser realizadas para evidenciar os controles sobre a qualidade no sentido de promover uma melhor Qualidade Percebida: Profissionalismo e Habilidade: os clientes devem compreender que o prestador de serviços, seus empregados, os sistemas operacionais e os recursos físicos possuem o conhecimento e as habilidades necessárias para solucionar seus problemas de forma profissional (critérios relacionados a resultados). Atitudes e Comportamentos: os clientes devem perceber que os funcionários de serviços (pessoas de contato) estão preocupados com eles e se interessam por solucionar seus problemas de uma forma espontânea e amigável (critérios relacionados ao processo). Facilidade de Acesso e Flexibilidade: os clientes devem sentir que o prestador de serviço, sua localização, suas horas de operação, seus empregados, e os sistemas operacionais são projetados e operam de forma a facilitar o acesso aos serviços. E estão preparados para ajustarem-se as demandas e aos desejos dos clientes de maneira flexível (critérios relacionados ao processo). Confiabilidade e Honestidade – os clientes devem saber que qualquer coisa que aconteça ou sobre a qual se concorde será cumprida pela empresa, seus empregados e sistemas, para manter as promessas e Ter um desempenho coerente com os melhores interesses dos clientes (critérios relacionados a processo). Recuperação – os clientes devem Ter certeza de que sempre que algo der errado ou alguma coisa imprevisível e inesperada acontecer, o prestador de serviços 27 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores tornará de imediato e ativamente ações para mantê-lo no controle da situação e para encontrar uma nova e aceitável solução (critérios relacionados a processo). Reputação e Credibilidade – os clientes devem aceitar que as operações do prestador de serviços merecem sua confiança, valem o dinheiro pago e representam bom nível de desempenho e valores que podem ser perfeitamente compartilhados entre os clientes e o prestador de serviço (critérios a imagem). 1.5.2 Programas 1.5.2.1 Programa 5S Etapa inicial e base para implantação da Qualidade Total, o Programa 5S é assim chamado devido a primeira letra de 5 palavras japonesas: Seiri(Descarte) Seiton(Arrumação) Seiso(Limpeza) Seiketsu(Higiene) Shitsuke(Disciplina). O programa tem como objetivo mobilizar e motivar toda a empresa para a Qualidade Total, atravésda organização e da disciplina no local de trabalho. 1.5.2.2 Programa de Gerência da Rotina Diária Núcleo da Qualidade Total e seu programa mais importante, a Gerência da Rotina Diária controla o proceso de produção, orientando e delimitando a ação de todos em função da MISSÃO da empresa, principal atividade e razão de sua existência. 28 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.2.3 Programa de Gerência pelas Diretrizes Programa de planejamento estratégico a longo prazo fundamentado na VISÃO dos proprietários e gestores do negócio em relação aos objetivos e expectativas para o futuro da empresa. Esses objetivos e expectativas irão constituir diretrizes que, desdobradas, orientarão o planejamento tático e o planejamento operacional de médio e curto prazo respectivamente, transformando o que foi planejado em ação e resultados. 1.5.2.4 Programa de Melhoria Contínua Etapa final da implantação e síntese de todas as práticas da Qualidade Total, esse programa tem como ponto central de suas atividades, a análise de processos, a solução de problemas e a padronização de rotinas, utilizando as ferramentas e métodos da Qualidade Total através do Cliclo PDCA. Plan(Planejar),Do(Fazer),Check(Checar),Action(Agir para corrigir). Drucker,P.F. A Nova Era da Administração, São Paulo, Pioneira, 1976. 29 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.3 Ferramentas 1.5.3.1 Macrofluxo Diagrama de blocos que apresenta de forma resumida todas as etapas do processo de produção desde o recebimento da matéria-prima até a obtenção do bem ou prestação do serviço. Permite visualizar o processo como um todo, sua abrangência e limites. Ex: COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 30 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.3.2 Fluxograma Representação gráfica da rotina de um processo de produção através de símbolos padronizados. Permite o mapeamento individualizado de cada etapa e, quando necessário, o estudo e racionalização de tempos e movimentos do processo. Esta ferramenta é muito utilizada em fábricas e indústrias para a organização de produtos e processos. Ex: COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 31 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.3.3 5W 1H Formulário para execução e controle de tarefas que atribui responsabilidades e determina as circunstâncias em que o trabalho deverá ser realizado. Recebeu esse nome devido a primeira letra das palavras inglesas: What(O Que),Who(Quem),When(Quando),Where(Onde),Why(Por que), e da palavra iniciada pela letra H, How(Como). O plano de ação 5W1H permite considerar todas as tarefas a serem executadas ou selecionadas de forma cuidadosa e objetiva, assegurando sua implementação de forma organizada. A idéia central dessa ferramenta é buscar conhecer melhor o objetivo em que se prentede chegar conforme perguntas abaixo: What? O que será feito? When? Quando será feito? Where? Onde será feito? Why? Por que será feito? Who? Quem o fará? How? Como será feito? COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 1.5.3.4 Diagrama de Causa e Efeito O diagrama de causa e efeito foi desenvolvido para representar a relação entre o "efeito" e todas as possibilidades de 'causa' que podem contribuir para esse efeito. Também conhecido como diagrama de Ishikawa, foi desenvolvido por Kaoru 32 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Ishikawa, da Universidade de Tóquio, em 1943, onde a utilizaram para explicar para o grupo de engenheiros da Kawasaki Steel Works como vários fatores podem ser ordenados e relacionados. Porém, somente em 1962, J. M. Juran no QC Handbook "batizou" este diagrama como sendo diagrama de Ishikawa. É desenhado para ilustrar claramente as várias causas que afetam um processo, por classificação e relação das causas. Para cada efeito existem seguramente, inúmeras causas dentro de categorias como as 6 M’s: método, mão- de-obra, matéria-prima máquinas, mensuração e meio ambiente. Nas áreas de serviços e processos transacionais utilizam-se como categorias básicas: procedimentos, pessoas, ponto, políticas, medição e meio ambiente. Um diagrama de causa e efeito bem detalhado tomará a forma de uma espinha de peixe e daí o nome alternativo de diagrama espinha de peixe. A partir de uma definida lista de possíveis causas, as mais prováveis são identificadas e selecionadas para uma melhor análise. Quando examinar cada causa? Observe fatos que mudaram, como por exemplo, desvios de norma ou dos padrões. Lembre- se de eliminar a causa e não o sintoma do problema. Investigue a causa e seus contribuidores tão fundo quando possível. Ex. COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 33 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.3.5 Folha de Verificação A lista ou folha de verificação é uma planilha ou formulário para o registro de dados, sendo este um formulário de papel no qual os itens a serem verificados já estão impressos ou definidos. De modo que os dados possam ser coletados de forma fácil e concisa, tendo como finalidade facilitar a coleta de dados e organizá- los, para que possam ser facilmente usados posteriormente. Permite uma rápida percepção da realidade e uma imediata interpretação da situação, ajudando a diminuir erros e confusões. A coleta e o registro dos dados parecem ser fáceis, mas na realidade não são. Usualmente, quanto mais pessoas processam dados, maior a possibilidade do aparecimento de erros de escrita. Por esta razão, a folha de verificação torna-se uma poderosa ferramenta de registro pelo fato dos dados serem imediatamente organizados sem a necessidade de rearranjo manual posterior. Para que seus dados sejam confiáveis, toda lista de verificação deve ter espaço onde registrar o local, a data da coleta e o nome do responsável pelo trabalho. O layout da planilha depende do uso que se fará dela e qualquer propósito da coleta de dados. É essencial que a forma de registro seja planejada para que sua utilização seja fácil e imediata. COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 34 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.3.6 Diagrama de Pareto Diagrama de Pareto nada mais é que um gráfico de barras elaborado com base nos dados coletados na Folha de Verificação, sobre as várias causas de um problema ou vários problemas inter-relacionados. Permite priorizar problemas separando os muitos problemas triviais dos poucos vitais. O diagrama de Pareto torna visivelmente claro a relação ação/benefício, ou seja, prioriza a ação que trará o melhor resultado. Ele consiste num gráfico de barras que ordena as freqüências das ocorrências da maior para a menor e permite a localização de problemas vitais e a eliminação de perdas. Ex.: Distribuição das peças segundo o tipo de defeitos Defeito Freqüência Relativa Freqüência Acumulada A 0,35 0,35 B 0,25 0,6 C 0,15 0,75D 0,1 0,85 E 0,1 0,95 D 0,05 1 Total 1 COBRA, Marcos. Administração de Marketing, São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1992. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% A B C D E D Tipo de defeito % D E D E F E IT O S 35 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.5.4 Métodos 1.5.4.1 Shake-down (Sacudir para derrubar) Esse método nada mais é do que uma dinâmica de grupo entre os membros de uma mesma equipe para identificar e definir problemas relacionados ao processo e ao produto sob a responsabilidade deles. A análise de processos e a solução de problemas são iniciadas através desse método. 1.5.4.2 Brainstorming (Tempestade de idéias) Dinâmica de grupo para geração de idéias e também para potencializar a criatividade na solução de problemas. O método foi idealizado por Alex Osborn inicialmente para uso na área de publicidade, sendo posteriormente utilizado na área de negócios. A técnica de brainstorming tem várias aplicações, mas é freqüentemente usada em: • Desenvolvimento de novos produtos - obter idéias para novos produtos e efetuar melhoramentos aos produtos existentes. • Publicidade - desenvolver idéias para campanhas de publicidade. • Resolução de problemas - consequências, soluções alternativas, análise de impacto, avaliação. • Gestão de processos - encontrar formas de melhorar os processos comerciais e de produção. • Gestão de projetos - identificar objetivos dos clientes, riscos, entregas, pacotes de trabalho, recursos, tarefas e responsabilidades. • Formação de equipes - geração de partilha e discussão de idéias enquanto se estimulam os participantes a raciocinar. 38 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Há três principais partes no brainstorming: • Encontrar os fatos, • Geração da idéia, • Encontrar a solução. Da busca dos fatos na resolução de um problema existem duas subpartes: • Definição do problema, • Preparação. Inicialmente, define-se o problema, subdividindo o problema em várias partes. A técnica de Brainstorming funciona para problemas que têm muitas soluções possíveis tal como a geração de idéias para o seu desenho. Depois é necessário colher toda a informação que pode relacionar-se com o problema. Geração de idéias por brainstorming. Busca da solução. Avaliar e seleccionar as melhores idéias. 1.5.4.3 Método de Análise e Solução de Problemas – MASP Método para obter sucesso na solução de problemas, o MASP foi criado pelo pedagogo e filósofo John Dewey, um dos mais importantes nomes da Escola Pragmática da filosofia moderna. Dewey propôs o método partindo da afirmativa de que "o homem não pensa a menos que tenha um problema para resolver ". ------------------------ FIM DO MÓDULO I -------------------- 39 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO II CONHECENDO A GESTÃO DE SATISFAÇÃO 2.1 A gestão da satisfação do cliente Foi no decorrer dos anos 80, segundo BOSS (1994), que as empresas tomaram consciência da importância da satisfação dos clientes como variável-chave dos comportamentos posteriores. Esta evolução deu-se, principalmente, em função do aumento do nível de competição em diversos mercados e também pela introdução do TQC (Total Quality Control) como paradigma de gestão empresarial. Satisfazer os consumidores pode ser compreendido como uma ajuda aos consumidores no sentido de resolver seus próprios problemas, a saciar seus desejos e necessidades, pois o cliente fica satisfeito à medida que a organização supre os seus desejos e necessidades. Segundo Engel (2000) a satisfação dos clientes "... é definida como uma avaliação pós-consumo de que a alternativa escolhida, pelo menos, atende ou excede às expectativas". Para tanto é preciso que a empresa como um todo se volte para o cliente, isto é, que a organização e seus aspectos físicos e de atendimento venha de encontro do bem-estar e satisfação do cliente. Se por um lado o cliente tem necessidades e por outro a empresa busca satisfazê-las. Analisar a satisfação dos consumidores é uma forma de conhecer o ambiente de mercado, visto que é preciso conhecer os pontos fortes e fracos da organização, as opiniões e as atitudes dos consumidores, e as tendências; políticas ou sociais do mercado. As organizações têm que satisfazer as necessidades dos consumidores, e não apenas produzir mercadorias, elas precisam sempre estar atentas às constantes mudanças do mercado; para isso, é preciso monitorá-lo e 40 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores conhecê-lo, para então conseguir posicionar os seus produtos de forma eficaz. Através do monitoramento direto, uma empresa pode ter noção melhor das expectativas dos consumidores, seu nível de conhecimento e sua disposição de ser treinado, ou mudado. E assim, agir ou responder rapidamente, com o objetivo de desenvolver consumidores satisfeitos. A empresa precisa ter uma mensuração externa por uma ou todas as razões seguintes para administrar o planejamento de se ter em sua estrutura uma gestão de satisfação de clientes: • Satisfação de clientes é freqüentemente equiparada a qualidade. • O compromisso por um programa de satisfação de clientes demonstra liderança em uma categoria de negócios. • Mensurações internas de satisfação de clientes podem ser inadequadas ou impróprias. • Ouvindo os clientes, as empresas podem se beneficiar e passar a ser voz ativa no mercado. • Muitos clientes não reclamam abertamente porque podem achar que nada vai ser feito. • Um programa de satisfação de clientes é uma poderosa ferramenta para estimular a melhoria dos produtos ou serviços. • Os concorrentes podem já ter adotado programas de satisfação de clientes bem-sucedidos (VAVRA , 1993). A maioria dos programas de mensuração de satisfação, além de apontar níveis de satisfação, fornece conhecimento a respeito das expectativas dos clientes. Tais programas auxiliam a empresa na priorização de tais expectativas e mudanças que essas possam sofrer, além de permitirem que se conheça o valor das necessidades existentes (VAVRA). Para Vavra (1993), toda empresa que aceita o desafio de pós-marketing deve aplicar-se a oferecer satisfação através de seus produtos e serviços, o que requer conhecimento a respeito das expectativas dos clientes. 41 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A TARP (Technical Assistance Research Programs Institute, 1986) segundo Vavra (1993) estima que apenas 01 em 27 clientes insatisfeitos voltará a fazer negócio com uma empresa por iniciativa própria. Existe ainda uma evidência muito forte a respeito do valor de contribuição para o lucro da clientela satisfeita. Estudos mostram que o desempenho financeiro da empresa está relacionado à qualidade percebida dos bens ou serviços de uma empresa. De acordo com Vavra (1993) os relacionamentos bem-sucedidos com clientes exigem prática constante e intensas técnicas de pós-marketing. Um dos esforços mais evidentes é a coleta de informações a respeito dos clientes. O autor sugere como atividade de pós- marketing a elaboração de um programa de mensuração da satisfação do cliente. Tal programa fornece um feedback do cliente referente a qualidade dos produtos ou serviços e sugere caminhos para futuras mudançase melhorias. 2.1.1 O cliente no centro do ambiente de Marketing. Ter o cliente como centro e ponto de partida significa uma mudança no eixo decisório das empresas. Em vez de decidir basicamente conforme as potencialidades de produção, ou vendas da empresa, cada vez mais são exigidas como capacidade competitiva que a empresa ofereça produtos e serviços que venham ao encontro das expectativas do cliente. É ele quem acaba mostrando os possíveis rumos da empresa. Se o cliente não quer mais a embalagem de vidro, preferindo a descartável, por exemplo, a empresa terá de se adaptar a essa nova situação. Devendo criar constantemente novos instrumentos e modos de satisfação do consumidor. A satisfação do cliente é o princípio e o fim de todo o trabalho. Deve-se conhecer o cliente com o maior grau de detalhamento possível, bem como sua família, seus costumes, as regras sociais que o cercam, as leis do seu grupo e a inter-relação entre seus níveis. O cliente está inserido num ambiente de marketing e estabelece vínculo de influências recíprocas com os participantes. Exemplificado na figura abaixo. 42 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores GIGLIO, Ernesto. O Comportamento do Consumidor, São Paulo: Pioneira 2ª edição. 2002. O cliente tem relações recíprocas com a empresa, seus concorrentes, o meio ambiente em que vive e sua própria vida pessoal. Todas essas forças ordenam-se no ato de consumo. Sobre a figura acima se pode fazer alguns comentários. O binômio consumidor * comunicação tem suscitado muitos debates com os profissionais de comunicação buscando renovações, á medida que verificam mudanças na eficácia da propaganda de massa (na TV, por exemplo). Presencia-se o crescimento do triunfo do indivíduo, em que cada um valoriza cada vez mais a si próprio, busca um diferencial para sua identidade, exigindo atendimento e propaganda dirigidos. É como se o ideal da liberdade finalmente chegasse ao cotidiano. O advento da TV a cabo e as numerosas possibilidades de canais com conteúdo específico são uma resposta a essa exigência de particularidade. Por seu turno, a comunicação dirigida, como nos programas em que o telespectador participa, mostra a existência de um grande poder de persuasão da expressão das atitudes, dos valores, da moda. Se um ídolo de um grupo de música expressa suas idéias, elas passam a ser o padrão para os fãs daquele grupo. Se o triunfo do indivíduo é uma tendência do desenvolvimento humano, o outro lado da CCLLIIEENNTTEE Concorrentes da Empresa Empresa Produto Preço Comunicação Distribuição Pesquisa Venda Macroambiente Economia Legislação Tecnologia Cultura Política Governo Demografia Grupo Família Vida Pessoal 43 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores moeda é a inserção em subgrupos culturais (o renascimento das religiões, por exemplo). A qualidade da informação necessária para que se possam decidir ações empresariais somente é adquirida com o acompanhamento constante dos clientes e com a flexibilidade em mudar conceitos podem fornecer alguma garantia nessa qualidade. Ao se tomar uma decisão, só o faça apoiado em conhecimentos atualizados sobre todas essas inter-relações. Assim sendo, a empresa estará apta a criar um diferencial competitivo duradouro, que é o caminho para a excelência. Entende-se, então, por orientação para o cliente, de uma maneira um tanto quanto empírica, sem um quadro teórico bem-estabelecido, os profissionais estão adotando o modelo de orientação para o cliente para que o mesmo possa buscar a compreensão de cada um deles concretamente. E, a partir dos dados, criarem explicações sobre seu comportamento, abrindo mão de alguns modelos preestabelecidos. 2.2 Benchmarking: analisando e comparando-se a outra organização Benchmarking nada mais é que a busca das melhores práticas na indústria que conduzem ao desempenho superior. O benchmarking é visto como um processo positivo e proativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica a fim de melhorar como realizar a mesma ou uma função semelhante. É um processo gerêncial permanente, que requer atualização constante da coleta e análise cuidadosa daquilo que há de melhor externamente em práticas e desempenho para as funções de tomada de decisões e de comunicações em todos os níveis da empresa. Um processo que obriga ao teste constante das ações internas em relação aos padrões externos das práticas da indústria. 44 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores É um processo de descoberta e de uma experiência de aprendizagem. Exige a identificação das melhores práticas e a projeção do desempenho futuro. A idéia por trás do benchmarking é de que ninguém é melhor em tudo. Então, “copiar” modelos de outras empresas significa “economizar” tempo e trabalho. Por definição, as “cópias” nunca serão iguais. Haverá sempre ajustes, adaptação e aprimoramentos, o que garante a “evolução” da idéia original. Benchmarking é uma técnica que consiste em acompanhar processos de organizações concorrentes ou não, que sejam reconhecidas como representantes das melhores práticas administrativas. É um processo de pesquisa, contínuo e sistemático, para avaliar produtos, serviços e métodos de trabalho, com o propósito de melhoramento organizacional, procurando a superioridade competitiva. Isto é, o benchmarking consiste na procura de melhores práticas de administração, como forma de ganhar vantagens competitivas. Faz uso de pontos de referências que funcionam em vez de criar algo novo. O Benchmarking é uma das mais antigas ferramentas de gestão. O seu propósito é estimular e facilitar as mudanças organizacionais e a melhoria de desempenho das organizações através de um processo de aprendizagem. Isto é feito de duas maneiras: 1 – Identificando resultados excelentes, geralmente mensurados através de métricas ou indicadores. Tais resultados servem de estímulo para os esforços de melhoria e dão uma garantia que, através de esforços inteligentes, tais resultados poderão ser igualados. 2 – Identificando as chamadas melhores práticas que, geralmente com alguma adaptação à cultura e às peculiaridades da organização, podem servir de referência para uma mudança que leve a melhores resultados. O objetivo principal de se fazer benchmarking é implementar mudanças que levem a melhorias significativas nos produtos e processos da organização e, 45 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores conseqüentemente, nos seus resultados. Qualquer organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, de qualquer setor ou porte, pode utilizar o Benchmarking para entender e melhorar os seus processos [2]. O benchmarking é uma das formas mais eficazes de se estabelecer metas e tem um efeito motivacional bastante grande junto às equipes. 2.2.1 Tipos de Benchmarking • BENCHMARKING COMPETITIVO Caracteriza-se por ter como alvo específico as práticas dos nossos concorrentes. É na prática o menos usual uma vez que é quase impossível que as empresas se prestem a facilitar dados que estão ligados diretamente com a sua atividade à concorrência. Por isso muitas vezes é necessário contratar uma consultora externa para obter informações sobre o Benchmarking Competitivo. • BENCHMARKING INTERNO A procura pelas melhores práticas ocorre dentro da própria organização em unidades diferentes(outros departamentos, sedes, etc.). Tem como vantagens a facilidade para se obter parcerias, custos mais baixos e a valorização pessoal interna. A grande desvantagem é que as práticas estarão sempre impregnadas com os mesmos paradigmas. Este é o tipo mais utilizado. • BENCHMARKING GENÉRICO Ocorre quando o Benchmarking é baseado num processo que atravessa várias funções da organização e pode ser encontrado na maioria das empresas do mesmo porte, como por exemplo, o processo desde a entrada de um pedido até a entrega do produto ao cliente. É neste tipo de Benchmarking que encontramos a 46 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores maioria dos exemplos práticos e onde as empresas estão mais dispostas a colaborar e a ser mais verdadeiras. • BENCHMARKING FUNCIONAL Baseado numa função específica, que pode existir ou não na própria organização e serve para trocarmos informações acerca de uma atividade bem definida como, por exemplo, a distribuição, o faturamento ou embalagem. Alguns autores vinculam o conceito de benchmarking funcional ao benchmarking genérico, pela possibilidade dos mesmos serem utilizados sem se levar em consideração a concorrência direta da organização que aprende ou patrocina o estudo e a organização "investigada". 2.2.2 Processo de Benchmarking O processo de Benchmarking tem, em geral, cinco fases: planejamento, coleta de dados, análise, adaptação e implementação. Mas a metodologia, mais detalhada, descrita por CAMP (1993) apresenta as seguintes etapas: 1. Identificar marcos de referência 2. Identificar empresas comparativas 3. Definir método e coletar dados 4. Determinar a lacuna de desempenho 5. Projetar níveis de desempenho futuro 6. Comunicar descoberta dos marcos de referência e obter aceitação 7. Estabelecer metas funcionais 8. Desenvolver plano de ação 47 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 9. Implementar ações específicas e monitorar progresso 10. Recalibrar marcos de referência 2.2.3 Metodologia de implementação O processo de implementação está dividido em cinco fases, que por sua vez, estão subdivididas em atividades e estas em tarefas. As cinco fases deste processo, são: Planejamento • Identificação do item • Obter o apoio da Direção • Desenvolvimento do sistema de medida • Desenvolvimento do plano de recolha de informação • Revisão dos planos • Caracterização do item Recolha interna de informação • Recolha e Análise de Informação Publicada Internamente • Selecionar potenciais parceiros internos • Caracterização do item em cada parceiro • Recolha Interna de Dados • Realização de visitas aos parceiros Recolha externa de informação Como já foi dito, as atividades desta fase são uma repetição das descritas na fase anterior, estando dividida para efeitos de concepção em duas grandes atividades: 48 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Recolha de informação publicada externamente • Recolha de dados externos Melhoria do desempenho do item Esta fase não é mais do que decidir quais as melhores práticas a aplicar e a sua metodologia de implementação é crítica, pois requer análises muito cuidadas de grande quantidade de informação recolhida, bem como a interpretação dos elementos num contexto que é o da organização. Envolvem: • Identificação das Ações Corretivas • Desenvolvimento do Plano de Implementação • Obter a Aprovação da Solução • Implementação e Verificação da Solução Melhoria contínua Nesta altura após terem sido alcançados os objetivos a que se propusera, a organização tem duas alternativas: direcionar os esforços para a melhoria de outro item e nada fazer pelo primeiro ou continuar a trabalhar na melhoria do desempenho do item. Quando se abandonam os esforços de melhoria contínua, o melhor que pode acontecer é que o desempenho se mantenha estável. No entanto, as organizações concorrentes poderão estar a trabalhar em melhoria contínua, o que vai provocar num futuro próximo, um novo desvio negativo no desempenho do item. É claro que é preferível continuar os esforços de melhoria do item, para tal deverão ser realizadas duas atividades: • Manutenção da base de dados • Implementação da melhoria contínua do desempenho 49 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.3 Escolha, Desejos e Expectativas 2.3.1 O Conceito de Escolha como um Processo Escolher significa deixar alternativas para trás. Uma boa escolha não deixa dúvidas ou culpas. Se um cliente continua a pesquisar preços e condições de um artigo que já comprou, há algo errado na escolha. Quererá ele certificar-se de que fez uma boa escolha? Como a escolha deve ser realizada antes que se conheçam os resultados, surge a questão do que seria uma boa escolha. Segundo Clemen (1996), uma boa decisão é aquela que minimiza os riscos. Na verdade, boa parte da literatura sobre a decisão está apoiada em pressupostos de processos racionais. As escolhas sobre o que e como consumir começam muito antes do momento da compra propriamente dita. Elas remontam às expectativas mais básicas da existência humana, constituindo-se nas experiências com o corpo, com idéias, com emoções, com outras pessoas, sobre o tempo e o espaço, sobre regras e o simbolismo. Em cada um desses campos de experiências, o sujeito busca ordem e superação, numa dinâmica insolúvel, porém complementar. O jogo dos dois movimentos (ordenação e superação) sobre os campos de experiências é o pano de fundo de onde brotam as expectativas, iniciando o processo de escolha. O processo todo de escolha, portanto, é influenciado pela qualidade das experiências do sujeito nos campos básicos da existência. 2.3.2 Os conceitos de desejos e expectativas O conceito mais importante, na compreensão do comportamento do cliente, não é o de desejo, nem de necessidades, que remetem à história passada do sujeito, mas sim de expectativas, que remetem ao futuro. Elas revelam em certa 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores medida as experiências que o sujeito passou, mas são, fundamentalmente, os sinais de quais experiências ele anseia, qual tipo de vida cria para o seu futuro. Pode-se dizer que o termo expectativas é mais adequado do que os conceitos de desejos e necessidades. A palavra necessidade vem carregada de dois sentidos que pouco auxiliam na compreensão do comportamento e trazem complexidades. Um deles está associado ao conceito de inato. As necessidades têm um sentido de algo inerente, impossível de ser modificado. Ora, quando trata-se das necessidades básicas de alimentação e proteção epidérmica, como no primeiro nível da pirâmide de Maslow. O segundo sentido dado à palavra necessidade está associado ao seu número finito. Acredita-se ser uma discussão inútil à questão de se pode ou não criar necessidades nas pessoas. Cosenza (2000) afirma que é uma heresia os programas de treinamento que ensinam a se criar necessidades nos clientes. Já com o conceito de expectativas estamos no campo da liberdade, em que cada um cria as suas próprias numa dinâmica interminável, o que liquida a discussão. Sobre o desejo, bastante conceituado na psicologia dinâmica, é possível entendê-lo como a representação psíquica de um futuro que pretende-se alcançar e não como um passado carente.Numerosas correntes científicas têm colocado o desejo como a expressão de um passado irrealizado (a teoria de Freud é a mais conhecida). Existe também uma abordagem que coloca o desejo como a consciência do ser humano de que ele pode vir a ter uma outra vida que não a daquele momento. É a consciência de que pode-se mudar nossas vidas, nossos rumos. O desejo refere- se a um futuro e não a um passado, o qual pode ser o ponto-chave para pesquisas de marketing: enfocar as expectativas (em substituição à palavra desejo) e não a vida passada. 51 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Um consumo pode estar associado a várias expectativas. No caso de um carro novo, por exemplo, pode-se encontrar expectativas sobre impressionar o vizinho (portanto, refere-se à superação de relações sociais), ou de não ter problemas mecânicos em viagens (ligado, pois, à ordem na relação com os objetos), ou até de poder correr em alta velocidade (relacionado à superação da rotina, com emoção e perigo). O mesmo consumo também pode abrigar expectativas aparentemente excludentes. A expectativa de fazer um curso de especialização por estar centrada na garantia do emprego (na ordenação das relações sociais profissionais), ou de mudar de emprego (na superação das relações sociais profissionais), ou, ainda, de atualizar-se, independentemente de emprego (na superação das idéias atuais). O que conclui-se imediatamente é que não basta conhecer os modos de compra e uso de um produto, mas sim precisa-se conhecer as expectivas que cercam o cliente. Sem esse conhecimento, fica muito difícil adaptar os produtos ou incrementar a satisfação do cliente. 2.3.3 Os componentes das expectativas Da forma como conceitua-se as expectativas, elas são as representantes psíquicas) isto é, as pessoas têm consciência delas) sobre as mudanças que se esperam na vida. Alguém poderia objetar que quando um cliente está procurando um curso para não perder o emprego, ele não está buscando nenhuma nova forma de vida, ele só quer manter a atual. Verdade. Só que as condições sob as quais ele estará mantendo esse emprego irão modificar-se, já que suas relações com outras pessoas, objetos e com suas próprias idéias podem aprimorar-se (superando a situação atual e, portanto, garantindo o emprego). 52 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores As expectativas têm três componentes: • Ideativo – É o que se espera que aconteça, isto é, qual a idéia central da mudança buscada. São os resultados esperados após o comportamento. Pode- se lembrar neste momento que as expectativas podem ser criadas ao infinito e alguns componentes ideativos podem ter origem externa. Uma propaganda, por exemplo, pode fornecer um componente ideativo. Assim, um curso de especialização pode ter como conteúdo ideativo o resultado de aumento salarial, que foi veiculado por uma propaganda. • Afetivo – Refere-se ao grau de interesse e afeto colocado no desejo. Assim, uma pessoa ameaçada de perder o emprego porque não está atualizada, estará muito mais interessada (terá uma carga afetiva maior) sobre seu comportamento de acabar com a lacuna do que o dono da emrpesa, que também está fazendo o mesmo curso. Podendo lembrar que a carga afetiva, tal como o componente ideativo, também pode ser criada por fatores externos, como uma propaganda (por exemplo, a emoção do consumo de um refrigerante), por acontecimentos (como a morte de alguém conhecido, aumentando o número de consultas ao médico), ou programas dirigidos (do governo, ou particulares, como as novelas). • Operacional – É o caminho para se realizar a expectativa. No caso do comportamento de consumo, é a definição de quais produtos e serviços podem auxiliar na satisfação da expectativa (por exemplo, encontrar uma companhia), considera essa realização muito importante (carga afetiva alta), mas não tem definição clara de como realizá-la. Nesses casos, os profissionais de marketing podem se esforçar para associar seus produtos às expectativas (ou benefícios, que é um termo bastante utilizado nessa área) dos clientes (no exemplo, mostrar que o uso de determinado perfume tem como resultado a obtenção de companhia). Se o cliente já realizou essa associação, o que os profissionais podem fazer é pesquisar se o produto está de fato atendendo as expectativas. Um perfume que traga irritação da pele e não seja elogiado por ninguém, pode levar o cliente a quebrar a associação que exista entre a expectativa e o modo de realizá-la. 53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.4 Atendimento a Clientes Atender o cliente com qualidade ou satisfazê-lo, é uma filosofia empresarial baseada na parceria. É fundamental compreender que atender o cliente com qualidade não se resume a tratá-lo bem, com cortesia. Mais do que isso, hoje significa acrescentar benefícios a produtos e serviços objetivando superar as expectativas dele. É necessário se estabelecer um canal de comunicação direto entre cliente e empresa, através do qual o primeiro é regularmente ouvido, com muita atenção, e suas críticas e sugestões transformadas em especificações de melhores produtos e serviços. Esta filosofia, que prioriza as necessidades e interesses do cliente, não os da própria empresa, leva ironicamente a um aumento do volume de negócios em função da fidelidade do cliente. Além disso, estudos demonstram que, para a maioria das pessoas, a qualidade do serviço é mais importante do que seu preço, concluindo-se que os consumidores estão dispostos a pagar mais por serviços de qualidade. A implantação de um serviço orientado ao cliente necessita de um absoluto comprometimento da empresa inteira, a começar por aqueles que determinam os rumos e as estratégias maiores, ou seja, seus diretores e proprietários. Outro ponto a ser considerado, é a concessão de maior autonomia e apoio ao pessoal de linha de frente, assegurando a perfeita coordenação e interação entre todos os departamentos, desde recursos humanos até o pessoal da linha de frente, passando pelas áreas de finanças, marketing e todas as demais. Outro, fundamental, é o estímulo ao treinamento de todos aqueles que têm um contato com os clientes para que seja entregue aos mesmos o produto/serviço que lhe foi prometido. Em outras palavras, tem que se estabelecer uma parceria não 54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores só com o cliente, mas também com seu funcionário, já que sem sua cooperação qualquer plano está fadado ao insucesso. Foi-se o tempo da prepotência empresarial, porque o poder agora está nas mãos do cliente através do seu direito de escolha. Se uma empresa não procurar conhecer seu cliente para atender suas necessidades e expectativas, certamente haverá um concorrente que irá fazê-lo. As estatísticas indicam que mais de 90% dos clientes insatisfeitos com uma empresa nunca mais a procurarão e ainda comentarão sobre sua experiência negativa com 10 a 17 pessoas de seu relacionamento. Quem sabe, ainda veremos no nosso país o tempo de se reconhecer firma em cartórios ser reduzido há poucos minutos, comparando-se com a eterna burocracia até liberarem o referido documento. O cliente tem sido historicamente desrespeitado, pelo mau atendimento dado por um grande número de empresas. Porém, alguns empresários atentos entenderam que havia aí uma oportunidade para diferenciar-se no mercado, e ampliar seus negócios e lucros. Devidotermos vivido muitos anos de regime autoritário, protecionismo de mercado, monopólios, etc., muitas empresas foram levadas a uma atitude de prepotência perante o consumidor. Porém, com a globalização da economia e a integração da nossa economia ao mercado, da competitividade crescente e da comunicação na era da Internet, o cliente começa a despertar para seu verdadeiro papel que é exercer o seu poder de escolha. As empresas necessariamente terão que se adequar a essa nova era, ou seja, preocupar-se com a excelência da qualidade de seus serviços ou não sobreviverão no mercado. O cliente da nova era quer muito mais do que cortesia, quer serviços que agreguem valor, prestando ao consumidor serviços que, na sua percepção, atendam ou superem suas expectativas. 55 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Segundo recentes estudos, para a maior parte das pessoas, a qualidade de um serviço é pelo menos 8% mais importante do que seu preço. Sendo que o consumidor está disposto a pagar até 16% a mais por serviços de qualidade. Por que, afinal, as empresas não priorizam investimentos na qualidade do atendimento? Por que as empresas não procuram descobrir as verdadeiras necessidades do seu cliente, para atendê-las e desta forma conquistar sua fidelidade? Parte da resposta está no grande desconhecimento de muitos empresários dos excelentes resultados vindos da valorização dos clientes (externo e interno). As empresas e consumidores só têm a ganhar estabelecendo essa parceria. O bom atendimento da empresa levará à satisfação e à fidelidade do consumidor traduzindo-se em mais negócios para a empresa. Fator importantíssimo, na qualidade do atendimento ao cliente é saber ouvi- lo. Estatísticas demonstram que cerca de 80% das inovações tecnológicas foram implantadas a partir de opiniões colhidas de clientes. Na empresa privada brasileira os sistemas de atendimento ao cliente operam através de SAC, como são conhecidos os serviços de atendimento ao cliente. Sensíveis aos direitos, além de à importância central que o cliente vem alcançando nos mercados atuais, algumas empresas de médio, e grande portes no Brasil vêm implantando seus serviços de orientação e atendimento ao cliente visando atender às necessidades e expectativas daqueles que os mantêm. Entre outros resultados, observa-se a recuperação e retenção de clientes, maior eficácia das ações de marketing, maior credibilidade da empresa no mercado, fortalecimento da imagem institucional, criação de um diferencial competitivo e, principalmente, a concretização da missão empresarial. 56 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Para explicar melhor, uma abordagem personalizada no atendimento ao cliente pode ser dividida em três etapas: identificar o cliente, aprender sobre ele e atendê-lo. Etapa 1 - Identifique o cliente: mantenha seu marketing em foco A essência de um bom atendimento ao cliente é conhecer seu público-alvo A mensagem aqui é simples: você não quer dar atenção excessiva a clientes que não terão atitude recíproca, sendo bons compradores do seu produto ou serviço. Invista em clientes que apreciem os benefícios oferecidos e que mostrem satisfação ao desejarem pagar por esses benefícios. Aqui há duas dicas para atingir o objetivo: • Pare de pensar em termos de participação no mercado. Em vez disso, pense em "participação do cliente", de quanta lealdade e dinheiro um indivíduo pretende gastar no produto que você está vendendo. O objetivo de um marketing personalizado deve ser aumentar a participação do cliente. • Aprenda como identificar clientes "ruins". Clientes que só compram seu produto quando está com desconto, caso contrário, compram de um concorrente e que, quando compram o seu produto, sempre reclamam dele, não merecem seu tempo nem sua atenção. Uma coisa é identificar um cliente leal, outra é cultivar essa lealdade. Para fazer isso, é preciso conhecer seus clientes. Etapa 2 - Aprenda sobre seu cliente: conhecimento é poder "Para ganhar um cliente, você precisa conhecê-lo melhor do que qualquer outro concorrente”. Aqui estão duas formas já comprovadas para aprender mais sobre seus clientes: 57 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Incentive-os a compartilhar informações entre si. É exatamente isso o que um revendedor, Zane's Bicycles, fez quando, de repente, se deparou com a concorrência de dois estabelecimentos, um deles, a Wal-Mart. Zane's ofereceu a cada um dos seus 35.000 clientes a manutenção gratuita de bicicletas durante um ano em troca de responderem a algumas "perguntas sobre relacionamento." O revendedor usou as informações para traçar um perfil de cada cliente, fato que o orientou em seu marketing um-para-um. Zane's não só conseguiu manter seus clientes longe dos poderosos concorrentes, como acelerou o crescimento do seu negócio. • Use a tecnologia para ter maior alcance. A presença da Internet pode ser uma ferramenta poderosa e multifuncional de atendimento ao cliente. Além de usar sites da Web para obter o feedback de clientes, as empresas podem conquistá- los individualmente através de e-mails. Os empresários parecem estar começando a entender como isso funciona: uma pesquisa feita pela Gallup Organization, em 2001, sobre o uso da Internet por pequenas empresas descobriu que 37% das 500 empresas que tiveram êxito possuíam um site na Web e mais da metade desse grupo de pessoas bem-informadas trocavam e-mails diariamente com os clientes. Quanto mais você conhece seu cliente, mais fácil fica envolvê-lo em "propostas amigáveis" que dificultam a procura pelo concorrente. A tecnologia possibilita que essas propostas individuais sejam institucionalizadas em toda a empresa. Solicite um travesseiro antialérgico em um hotel Ritz-Carlton, e sua preferência se tornará conhecida rapidamente em toda essa cadeia de hotéis. Ela rapidamente acrescenta que não há razão por que pequenos negócios também não possam se beneficiar da tecnologia. "Há muita tecnologia economicamente acessível e sempre há maneiras de aprimorar o que você está fazendo". Pense em quem são seus clientes e o que você precisa fazer para conquistá-los. 58 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Etapa 3 - Atenda seu cliente: seja o mestre do seu universo O fornecimento de um produto ou serviço, que seja o núcleo do relacionamento empresa-cliente, deixa as pequenas empresas tanto em vantagem quanto em desvantagem em relação às grandes concorrentes. Para aumentar sua vantagem competitiva na área de controle, uma empresa deve prestar atenção em três variáveis: • Local - Seja através de uma loja, um catálogo ou um site da Web, o(s) canal (is) que você utiliza deve(m) ser o mais compatível (is) possível com o que você vende ou produz. Os empresários vejam o ambiente que os chocolates Godiva criaram no site Godiva.com, que, segundo ele, está totalmente em sincronia com suas lojas. • Processo - Estas são as "regras, diretivas e procedimentos" que orientam e governam um negócio e influenciam diretamente a experiência do consumidor. A grande vantagem de um pequeno negócio é a de que ele "pode mudar as regras até começarem a dar certo.”. • Desempenho - Isso se refere ao "estilo" das transações e interações, sejam dentro da loja ou on-line. Em empresas onde os funcionários estão atentos, o melhor professor para eles é o comportamento do próprio dono. Ser um bom modelo podeter um impacto significativo. Resumindo, um bom atendimento ao cliente é o mínimo necessário hoje em dia. O atendimento ao cliente que for personalizado e que "agrade" o seu público- alvo ajudará seu negócio a prosperar e ter futuro. 59 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.5 A difícil busca da Vantagem Competitiva Há vinte anos o termo concorrência era mais utilizado do que vantagem competitiva. Vantagem competitiva era utilizada ocasionalmente. Hoje em dia, entretanto, vantagem competitiva é muito mais utilizada. E não apenas por uma questão de preferência... Concorrência é uma palavra que salienta aspectos negativos, enquanto a expressão vantagem competitiva remete a aspectos positivos – tendo um oposto bem claro, a desvantagem competitiva. Com palavras mais precisas, tornou-se mais fácil entender os novos conceitos. Mas a racionalidade da competição tem coisas estranhas: estamos habituados à racionalidade com valores absolutos, e a lógica da competição é eminentemente baseada em comparações. O que ficou claro, particularmente nos últimos cinco anos, foi à idéia de que o importante é sair-se bem na comparação com os competidores, não interessa se o valor absoluto é grande ou pequeno. Para os administradores serem eficazes, vale “ser mais potente”, na vantagem do que em custo/benefício, taxa de retorno de investimento ou análise comparativa de custo. As vantagens competitivas tornaram-se a base do pensamento estratégico moderno. As demais técnicas de apoio à decisão são dignas de respeito, porém devem ser relegadas a um segundo plano. Por essa razão é extremamente importante tanto para profissionais como para acadêmicos de administração de empresas entenderem a racionalidade das vantagens competitivas, seu valor e seu uso. Existem vários tipos de vantagem competitiva, cada qual com uma natureza peculiar, o que os torna muito diferentes entre si, apesar de todos levarem à mesma conseqüência – o sucesso da empresa. Porém no caso de satisfação do cliente, iremos estudar apenas a Vantagem Competitiva por ter a preferência dos clientes/ consumidores e a Vantagem Competitiva por ter diferenciação no negócio. 60 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.5.1 Vantagem competitiva por ter a preferência dos clientes Nesse momento, esse é o tipo mais importante de vantagem competitiva. A vantagem competitiva por ter a preferência dos clientes refere-se simplesmente ao nosso produto ter a preferência dos clientes sobre os produtos das empresas concorrentes nas condições do mercado. Não importa por que o cliente prefere nosso produto. Não importa se a preferência é racional ou irracional. Por exemplo: a preferência pode ser simplesmente porque “está na moda” ou pode ser que nosso produto não tenha nada a ser destacado, mas os outros produtos concorrentes tenham destaques negativos, sendo preferido o nosso por ser o “menos ruim”. Evidentemente, essas situações são anômalas, pois o correto seria os clientes preferirem nosso produto por seus aspectos positivos e superiores. A preferência dos clientes deve manifestar-se “nas condições do mercado”. Isto é, o produto pode ser preferido em determinado local pelo simples fato de estar disponível, ao contrário dos produtos concorrentes, mesmo que nada mais os diferencie. Os clientes de países diferentes podem ter preferências distintas devido a diferentes condições do mercado e dos consumidores. Esse tipo de vantagem competitiva tem como maior efeito o crescimento das vendas mensais, que, em porcentagem, pode ser muito grande, se não houver freios naturais que o retardem. Esses freios, que podem levar à falta de produtos para colocar à disposição dos clientes, são gargalos na produção, distribuição e vendas devido a, por exemplo, falta de matéria-prima, falta de capacidade da fábrica, limitação na distribuição, saturação das lojas e limitação de vendedores. Atingindo um desses gargalos, a produção só cresce à medida que for sendo eliminado. Por vezes, a preferência dos clientes pode tardar um pouco a se converter em vendas. Imaginemos o caso do lançamento de uma nova revista semanal. Por mais que alguns leitores as considerem superiores as outras existentes no mercado, 61 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores só passarão a comprar assinaturas da nova revista quando vencerem as assinaturas antigas. Mesmo assim é de extrema importância conquistar os clientes para que a vantagem competitiva seja mais um aliado ao sucesso da empresa. 2.5.2 Vantagem competitiva por diferenciação no negócio A vantagem competitiva por diferenciação no negócio verifica-se quando uma empresa obtém vantagem sobre os concorrentes ao mudar a forma de negociar com fornecedores e/ou distribuidores sem alterar o produto. Alterações apenas no preço pago pelo fornecimento ou pela distribuição não pertencem a este tipo de vantagem competitiva, sendo pertinentes à vantagem competitiva de custo externo baixo. Os diferenciais, que podem ser obtidos em relação aos concorrentes que operam da forma tradicional, são os seguintes: • Mudar o canal de abastecimento ou distribuição, formando novo canal alternativo ao dos concorrentes, exclusivo para a empresa; • Manter o canal atual, mas modificar a forma de atuação de fornecedores e distribuidores; • Manter o canal atual, mas integrar interesses das diversas empresas, geralmente criando sistemas conjuntos de informações eletrônicas. Os benefícios decorrentes desta vantagem competitiva dependem da situação de cada empresa, variando, portanto, bastante de uma para outra. Pode ocorrer, por exemplo, redução de custos, melhoria do serviço aos clientes e melhoria do negócio em si – este último, aliás, é o benefício mais relevante, pois dá mais qualidade ao negócio em comparação aos concorrentes. O exemplo clássico que ilustra esta vantagem competitiva é o da Avon, que se diferenciou das demais empresas de cosméticos por ter criado um sistema de distribuição por representantes que vendem produtos aos clientes, entragam-no em 62 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores mãos e cobram-lhes diretamente em suas casas. Evitou-se assim, com sucesso, a intermediação dos tradicionais distribuidores e varejistas. Há vários anos, essa diferenciação no negócio vem dando sucesso à Avon, que agora enfrenta uma onda de empresas imitadoras de seu diferencial. Há outros exemplos, como o da Microsoft, que barateou o preço de venda do Windows (software) para os fabricantes de microcomputadores – quando o usual era vender o conjunto hardware e software por preço alto – e tomou conta do mercado. Em algumas fábricas da Volkswagem, os fornecedores de conjuntos de peças, em vez de entregá-las no almoxarifado, são responsáveis por instalá-la diretamente no automóvel, na própria linha de montagem. Os fornecedores acabam assumindo funções e responsabilidades que antes eram dos funcionários. O impacto desta vantagem competitiva ainda não é generalizável, pois as conseqüências podem ser as mais variadas possíveis. O principal efeito de uma mudança no negócio é gerar mudanças no ambiente empresarial, o que certamente acarreta outras mudanças subseqüentes. Por isso a empresa que toma a iniciativa de mudar e conseguir viabilizar a mudança estará sendo moderna por definição. As outras vão ter que mudar para ficar no mercado, isto é, mudar para ficar no mesmo lugar. Comessas mudanças e alterações dentro da empresa, é sempre de extrema importância verificar onde será mudado, por que será mudado e a quem irá afetar essas mudanças. Lembrando sempre do cliente como foco principal, isto é, se a mudança a ser realizada irá melhorar o atendimento ao cliente, se o mesmo irá ficar satisfeito com tal mudança. 63 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.5.3 Generalizações sobre o uso das vantagens competitivas Fazer generalizações englobando esses dois tipos de vantagem competitiva é uma liberdade intelectual que deixa menos precisa o uso das vantagens competitivas, mas facilita o entendimento e os raciocínios subseqüentes. Pode-se dizer que uma vantagem competitiva possibilita à empresa alguns fatores como: • CRESCER em volume de vendas • MELHORAR a empresa para aprofundar a vantagem competitiva e o atendimento ao cliente. • LUCRAR MAIS aumentando preços e dividendos Por incrível que pareça, muitos administradores não sabem determinar quais são precisamente suas vantagens competitivas. As afirmações a seguir, apesar de simples, são muito importantes: • Os administradores devem ter clara consciência das vantagens competitivas de sua empresa sob o risco de, caso contrário, verem desaparecer as vantagens competitivas por imitação pelos concorrentes ou transformações do ambiente empresarial; • Quando uma vantagem competitiva não é utilizada para a empresa crescer, melhorar ou lucrar mais, ela gera desperdício. A partir do momento em que começa a haver desperdício, é difícil corrigir a situação, causando desgaste das gerências e desmotivação nos empregados, o que pode ser transpassado para os clientes. Por isso, vale à pena ter uma boa utilização desde o início, ou seja, assim que se adquire a vantagem competitiva; 64 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.6 Marketing de Relacionamento / Fidelização / CRM 2.6.1 Marketing de Relacionamento O conceito de Marketing de Relacionamento é relativamente recente, surgido nos anos 90. Como todos os conceitos da área de administração, este também surgiu de uma necessidade, imposta pelo mercado. Uma necessidade de reformulação da relação empresa/consumidor. A cada dia, como veremos durante o trabalho, os consumidores detém uma maior quantidade de informações e se dirigem a uma posição mais privilegiada na relação com as empresas. É o consumidor quem já está ditando as regras em diversos segmentos de mercado, devido ao fato de estar mais bem informado sobre os produtos e também à grande concorrência entre as empresas. Hoje as empresas têm que estudar muito bem o mercado, e principalmente seu público-alvo, para poder atender da melhor forma suas necessidades. O marketing de relacionamento apresenta o conceito de intangibilidade de um produto ou serviço e trabalha bastante com a área subjetiva da mente do consumidor, lutando para que ele realmente se torne leal à sua marca. A tecnologia está transformando as escolhas, e as escolhas estão trans- formando o mercado. Como conseqüência, estamos testemunhando o surgimento de um novo paradigma do marketing - não um marketing do "Faça mais", que simplesmente aumenta o volume dos discursos de vendas do passado, mas um marketing baseado na experiência e no conhecimento que representa a morte definitiva do vendedor. Há várias décadas, havia empresas concentrando suas energias de vendas em modificar a mentalidade do cliente adaptando-a para seus produtos. Ofereciam lemas como "Você pode escolher qualquer cor, desde que seja preto". Com o desenvolvimento da tecnologia e o aumento da competição, algumas empresas se 65 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores mostraram mais dispostas a atender as necessidades dos clientes, passando a perguntar "De que cor você prefere?" Com tantas empresas oferecendo produtos, a fidelização do cliente seria uma tarefa muito dispendiosa utilizando os métodos convencionais de aumentar o pessoal de vendas ou aumentar o pessoal do marketing. A melhor opção torna-se estabelecer uma real interação empresa-cliente, onde o cliente fala de suas necessidades e assim ajuda a lançar os novos produtos. No passado, a noção de marketing poderia resumir-se em uma ligação do executivo-chefe para o headhunter onde dizia "Encontre um bom homem de marketing", ou seja, marketing era visto como uma função isolada na empresa, que estaria inclusive subordinada a outras funções. Este marketing era entendido como um conjunto de vários truques para iludir o cliente persuadindo-o a comprar os produtos daquela empresa. Hoje, o marketing não é uma função e sim uma forma de fazer negócios, e não estão restritos a um departamento, todos dentro da empresa devem ter a consciência, desde a moça que serve o cafezinho até o mais alto executivo. Às vezes deter o mercado significa ampliá-lo, outras vezes, diminuí-lo. A Apple conseguiu fazer as duas coisas nos esforços de criar e deter o mercado. Se naquela época ela tivesse a mentalidade de fatia de mercado, teria lançado um computador dentro dos padrões do já gigante IBM, e ficaria sempre sujeito às vontades da IBM. Mas ao invés disso, procurou um mercado que ainda não existia, encontrou o mercado de editoração eletrônica, criou micros específicos para isso. Uma vez dentro das empresas, qualquer outro passo seria mais fácil, então manteve contato e um bom relacionamento com seus clientes, avaliando quais eram suas maiores necessidades, e assim criou o primeiro sistema operacional baseado em gráficos e ícones, o principal diferencial de seu equipamento era a facilidade de manuseio. 66 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.6.2 Fidelização Ser fiel é ser digno de fé; ser leal aos seus compromissos; que não falha, é seguro. Diante desses significados, é correto dizer que seus clientes são fiéis? Que são leais à sua marca? Que não falharão e seguramente continuarão fazendo negócios com sua empresa? Na maior parte das vezes, a resposta é não. O objetivo da fidelização é reter os clientes, evitando que migrem para a concorrência, e aumentar o valor dos negócios que eles proporcionam. As empresas desejam clientes fiéis para obter vantagens financeiras. Já nos relacionamentos pessoais, a fidelidade está diretamente ligada a vantagens emocionais. Se formos leais aos nossos amigos e companheiros porque construímos relacionamentos baseados em emoções, por que não agir da mesma forma no relacionamento com nossos clientes, dos quais esperamos lealdade? Como nos relacionamentos pessoais, fidelidade não se compra; se conquista em longo prazo através de atitudes que transmitam confiança, respeito, cuidado, atenção e carinho com o outro. E fidelização é um processo contínuo de conquista da lealdade, porque nenhum cliente é fiel de vez em quando - nem para sempre. E por que fidelizar? Segundo Kotler (2006), conquistar novos clientes custa entre 5 a 7 vezes mais do que manter os já existentes. Então, o esforço na retenção de clientes é, antes de tudo, um investimento que irá garantir aumento das vendas e redução das despesas. Clientes fiéis são muito mais propensos a comprar através de mais de um canal (telefone, loja, internet, etc.) e tendem a consumir mais. E quanto mais fiéis, maior a vida útil da carteira de clientes da empresa, menor o custo de recuperação de clientes e maior valor financeiro agregado à marca. Clientes fiéis reclamamquando têm uma experiência ruim, porque querem ver seu problema resolvido, acreditam na marca/empresa e querem melhorá-la. Já 67 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores os clientes infiéis vão embora sem o menor remorso e pior - ainda falam mal da empresa. Segundo Kotler (2006), 95% dos clientes insatisfeitos não reclamam, apenas deixam de comprar, e Terry Vavra, consultor americano, afirma que um cliente insatisfeito costuma contaminar outros 13, enquanto que um satisfeito influencia apenas 5. Quanto uma empresa pode estar deixando de ganhar? Além da perda do cliente insatisfeito, há a perda de outros que são influenciados negativamente e o custo de recuperar esses clientes perdidos, se a empresa decidir investir nessa recuperação. 2.6.2.1 Da Satisfação à Fidelidade Todo cliente espera sair satisfeito de uma transação comercial e também espera que a empresa esteja empenhada em satisfazê-lo. Mas ter um cliente satisfeito não garante sua fidelidade. O que influência na satisfação dos clientes? Produtos e serviços de qualidade, preço percebido como justo, condições de pagamento satisfatórias, cumprimento de prazos e compromissos assumidos pela empresa, disponibilidade dos produtos/serviços, entrega adequada, escuta atenciosa, diálogo de compromisso, descontos e ofertas especiais e facilidade da compra. A satisfação se mede através da relação entre o que o cliente recebeu ou percebeu e o que esperava ter ou ver (percepção x expectativa). Se a percepção é maior do que a expectativa, o cliente fica muito mais satisfeito do que esperava. Mas se for menor, frustra-se e não registra positivamente a experiência. Como as expectativas dos clientes aumentam com o tempo, eles tendem a não mais se satisfazer se a empresa não conseguir acompanhar as mudanças de suas necessidades e desejos, o que demanda tempo e investimento. 68 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A satisfação pode ser obtida em uma única transação, mas a fidelidade só se conquista em longo prazo. Nada garante que um cliente satisfeito recusará as ofertas da concorrência. Já um cliente fiel pensará duas vezes antes de trair. A tênue linha que separa a satisfação total da fidelidade deve ser coberta por um escudo de confiança. Somente através de uma relação de confiança entre clientes e empresa podem-se criar barreiras para a ação da concorrência. As pessoas confiam em quem os respeita, os ouve e os surpreende. E são fiéis quando e enquanto confiam. 2.6.2.2 E como tornar fiéis os clientes satisfeitos? Primeiramente, os clientes precisam ser identificados, porque não se estabelece uma relação com quem não se conhece. A partir daí, aprender sobre eles, suas necessidades e seus desejos, utilizando essas informações para estreitar o relacionamento e conhecê-los cada vez mais. Isso dá à empresa um diferencial e cria barreiras de confiança tornando inconveniente a migração para um concorrente, porque o novo relacionamento começaria do zero, sem nenhum conhecimento de ambas as partes. No longo prazo (não se esqueça que fidelidade mede-se em longo prazo), a única garantia é a "dor da mudança": o custo da migração, a inconveniência de mudar. A grande vantagem competitiva que sua empresa possui é o conhecimento de seus clientes. Todo o resto à concorrência pode oferecer a qualquer momento. 2.6.3 CRM CRM é Marketing. E Marketing é sobre seres humanos Se marketing é sobre mercados e mercados são pessoas então, para se fazer marketing eficiente, precisa-se entender de pessoas. Não de consumidores puramente, mas de pessoas, em todas as suas dimensões. 69 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Inversamente, quanto mais evoluímos em tecnologia, quanto mais às temos à disposição, mais temos de nos voltar às nossas origens, de nos entender, de estudar Biologia, Antropologia, Sociologia e Psicologia para podermos fazer marketing bem feito, ou seja, posicionar, cativar, vender, perpetuar. Marketing eficiente é marketing que entende de passado! De volta ao passado, às origens do DNA. CRM é Marketing. Marketing de Relacionamento, um a um. Marketing para seres humanos. Não pode haver discussão sobre isso. CRM é sobre mercados de um só, de alguns, de pares. É sobre perfis, tribos e comunidades. O CRM não é um produto ou serviço. É uma filosofia de marketing que transforma uma empresa em cliente - orientado. Como ferramenta, capacita a empresa a desenvolver seu conhecimento sobre clientes (atuais, potenciais, etc), principalmente, quando atrelado a práticas como knowledge management (KM) e business intelligence (BI). CRM é sobre fazer os clientes (seres humanos) interagirem com marcas. Portanto, CRM são momentos da verdade, são todos os pontos de identificação do cliente com a empresa. E também sobre como gerenciar cada um desses momentos para surpreender positivamente cada cliente, entregando valor. Acima de tudo, entendo que fazer CRM é proporcionar experiências aos clientes. Se diferenciar. Tem que ser, porque diferenciação – ato de assumir uma posição singular na mente/coração/vida do outro - é tudo que se pode querer para continuar evoluindo, sobrevivendo. Evolução corporativa, como na evolução das espécies. Uma empresa, para sobreviver, precisa de clientes. É assim que manifesta sua perpetuação. Quando o mercado a compra, compra seus valores, seu propósito, 71 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores alimenta sua missão, dá-lhe o direito de existir, de poder perpetuar seu DNA (sua cultura organizacional), de continuar. CRM é, em suma, sobrevivência corporativa. Quanto às marcas, sustentáculo maior do marketing, objetos de transação do CRM, essas devem representar o espírito de singularidade das empresas, a aglutinação de tudo que elas significam (cultura, valores, foco, etc). Com a revolução da informação, tudo será cada vez mais explícito, ou seja, REPUTAÇÃO será o nome do jogo na sobrevivência empresarial. Fazer CRM será, portanto, ser capaz de gerar reputação, a partir da interação das marcas com os clientes, com as comunidades. CRM será um instrumento da reputação corporativa. Acredita-se no caminho do envolvimento interativo da marca com o cliente. Isso significa estar na memória, no coração, no estômago e/ou no desejo dele. E/ou! Isso quer dizer proporcionar experiências únicas racionais, emocionais, instintivas e/ou sexuais nele. Significa trocar emoções, impressões, transferir valor, trazer sentido ao seu dia-a-dia (encaixando-se adequadamente, permitindo que o cliente a associe-a a boas lembranças, a experiências positivas). Para fazer CRM de verdade, precisa-se, portanto entender de gente. Mais se precisa gostar de gente. ------------------- FIM DO MÓDULO II -------------------- 72 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO III PONTOS PRÁTICOS PARA ALCANÇAR A SATISFAÇÃO 3.1 Liderança Exemplar 3.1.1 O que é ser líder? Pode-se dizer que o líder não é alguém que nasce para ser líder, mas aquele que trabalha para todos se transformarem em líderes. Existem três tipos de falsos líderes: a) Líder ditatorial: é o que segura todo o poder em suas mãos. É ele quem tudo planeja tudo pensa, tudo determina. b) Líder paternalista: como o ditatorial, éele quem tudo faz. Mas é pior do que o ditatorial, pois amarra as pessoas a si pela afetividade. É o “monitor bondoso”. Cria uma dependência infantil da patrulha. c) Líder liberal: é o que “deixa tudo como está para ver como é que fica”. 3.1.1.1 Líder Democrático Este sim é o verdadeiro líder. É o jovem que está disposto a sacrificar-se, dedicar seu tempo a serviço dos outros, para que sejam livres e sujeitos de sua história. Existem três tipos de líderes democráticos: o profético, o de coesão e o prático. 73 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores a) Líder profético: é o que tem facilidade para entender o ideal da patrulha. Ele tem visão de para onde sua patrulha caminha, é capaz de entender e interpretar o que acontece no presente e consegue transmitir para os outros a finalidade da patrulha. Possui consciência crítica bem desenvolvida. b) Líder de coesão: é o que se preocupa com a união da patrulha, com o diálogo, com a amizade e a compreensão. Tem facilidade para captar os problemas humanos da patrulha e contribuir para a sua solução. Normalmente faz seu trabalho em silêncio. Ajuda a patrulha a dar testemunho do que é o essencial para a Tropa e faz crescer a capacidade da patrulha para a ação. c) Líder prático: tem capacidade de planejar e organizar a ação e de ajudar na formação da patrulha. Nunca trabalha sozinho: delega poderes e sua meta é descobrir novos líderes. Pelo seu exemplo de dedicação, comunica entusiasmo e esperança aos membros da patrulha. Relacionamento entre os três: o líder profético tem visão, sabe questionar, mas não é prático e não sabe encontrar saída. O líder de coesão tem a tendência de somar forças, o profético de ser divisionista. O líder de coesão, por sua vez, é prudente demais quando, às vezes, tem de enfrentar o problema. É possível dizer que um líder complementa o outro. E cada tipo de líder tem em si alguns traços dos outros dois. É importante que o líder prático possua esses traços dos outros líderes, caso contrário não conseguirá levar a patrulha adiante. Os líderes eficazes, hoje em dia, têm de focalizar a energia do seu pessoal nas coisas certas e transformar suas organizações. As organizações de alto desempenho de hoje têm as seguintes características: 1) São os fornecedores preferidos - eles convertem clientes em fãs incondicionais, de modo que os clientes passam a fazer parte de sua força de vendas por estarem tão impressionados pela maneira como são tratados; 74 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2) São os empregadores preferidos: seus colaboradores são pessoas altamente motivadas, que tanto estão satisfeitas com o seu trabalho quanto estão comprometidas com um desempenho superior; 3) São os investimentos preferidos: a companhia apresenta resultados extraordinários que impressionam qualquer analista financeiro. Há dois papéis na liderança eficaz: 1) O primeiro é o papel do líder visionário - aquele que se certifica de que cada um sabe o propósito do negócio e a visão do futuro. Sem essa visão, as pessoas não sabem o porquê daquilo que estão fazendo. Uma vez estando à visão clara, os objetivos operacionais têm de ser estabelecidos para assegurar que a organização tenha alto desempenho. 2) O segundo papel da liderança é a implementação. Isto implica fazer tudo o que for necessário para ajudar as pessoas a viverem de acordo com a visão e atingir os objetivos estabelecidos. Na medida em que passa para a implementação, a hierarquia deve ser esquecida e as pessoas próximas ao cliente devem focar suas energias em satisfazê-lo e assim atingir os objetivos da organização. Sem a integração entre as áreas a organização corre o risco de ter as pessoas com a energia focada em satisfazer a gerência mais do que os clientes. Para ser um líder eficaz é necessário olhar para o seu interior. Ser um líder diz mais respeito ao caráter do que à competência. Quais são as motivações e as intenções desse líder? Ele é um líder preocupado em servir a si mesmo? Ele é um líder preocupado em servir aos outros ou em servir a si mesmo? Ele acha que a posição que ocupa lhe foi emprestado pelo seu pessoal ou ele pensa que como um líder ele é dono de sua posição e, portanto, devem fazer qualquer coisa para proteger o seu poder e status? O caráter e os valores do líder são seu diferencial. Se o líder for humilde e motivado a servir, não importa qual seja o seu desempenho anterior, ele tem o 75 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores potencial para despertar o melhor nas pessoas. Liderança não se refere a fazer algo às pessoas, mas fazer algo juntamente com elas. Os líderes precisam saber que a única razão pela qual estão liderando é para servir. Se eles acham que a liderança tem algo a ver com eles, estarão em maus lençóis. Uma vez que os objetivos sejam estabelecidos na etapa do planejamento do desempenho, a tarefa do líder é ir até a base da hierarquia e ser um mentor, um conselheiro, um torcedor e um apoiador no processo de ajudar as pessoas para que atinjam seus objetivos. Dessa forma, a avaliação de desempenho do final de ano sempre será positiva. Não há um perfil único do líder do futuro: Líderes eficazes são líderes situacionais. Eles estão dispostos e são capazes de mudar o seu estilo de liderança, de acordo com o nível de desenvolvimento do seu pessoal e as exigências da situação. À medida que a competência e o empenho das pessoas com as quais eles trabalham mudam, ou crescem ao longo do tempo, eles estão dispostos a mudar de uma abordagem de direção. Na qual os líderes tomam todas as decisões, para uma abordagem de orientação na qual eles envolvem as pessoas no processo decisório. Neste estilo o líder tem o papel de apoio participando com o seu pessoal na tomada de decisão. A equipe assume o papel de liderança com a orientação do líder, até que, finalmente, vem à delegação, que ocorre quando as pessoas estão energizadas para tocar a bola e atingir os objetivos com seus próprios recursos. A chave está em o líder acreditar que está ali para servir, isto é, fornecer às pessoas aquilo que elas necessitam para atingirem os objetivos organizacionais. Não há dúvida de que as empresas vencedoras têm líderes eficazes. Líderes eficazes têm de ter um propósito firme e, ao mesmo tempo, humildade. Eles estão determinados a atingir objetivos, mas não acham que são o centro do 76 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores universo. Liderança tem tudo a ver com ajudar o seu pessoal a se tornar o melhor possível. Líderes eficazes sempre se adaptarão às necessidades da organização e do grupo que estão liderando. Se as coisas estiverem indo bem, eles estarão incentivando e apoiando todo mundo. Se há dificuldades e problemas a resolver, eles estão dispostos a arregaçar as mangas junto com seu pessoal para descobrir o que está errado e trazer as coisas de volta para o rumo certo. Ser um líder situacional é a chave de todo líder eficaz. Eu não estou certo do que se pretende dizer pelo termo "super-herói". O que eu sei é que os grandes líderes se preocupam mais com o seu pessoal e com a realização dos objetivos do que com o seu próprio reconhecimento e com fazer propaganda das próprias qualidades. Quando o líder quer ser um super-herói, eu acho que o seu ego logo começa a atrapalhar e o impede de ser tão bom quanto ele poderia ser para ajudar o seu grupo a vencer.Não há um estilo de liderança que seja o ideal. Às vezes, ser diretivo e autoritário é apropriado quando você está lidando com pessoas inexperientes. Não é o estilo de liderança que é inapropriado; ele será inapropriado se for usado nas circunstâncias erradas. O problema com os líderes autocráticos é que se este é o seu estilo dominante, eles jamais mudam. Ser diretivo com as pessoas quando elas necessitam disto é apropriado, mas os líderes eficazes estão sempre buscando oportunidades para mudar o seu estilo de liderança à medida que as pessoas se desenvolvem e amadurecem. Líderes eficazes usam uma variedade de estilos de liderança e não se prendem a um único estilo, de forma a perder oportunidades, para ajudar as pessoas a sair de uma posição de dependência para uma posição de independência. 77 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3.1.2 Preservar Núcleo X Estimular Progresso De acordo com GALVIN (1991) Devemos continuar progredindo sempre, a agir pelo simples fato de agir... Ele estimulava a renovação contínua. A mudança por si só é essencial. Mas, se a tomarmos sozinha, é limitada. Sim, renovação é mudança. Ela quer dizer “faça de outra forma”. Mas ela também acalenta os fundamentos comprovados! Uma empresa pode ter a ideologia central mais acalentada e significativa do mundo, mas, se ela simplesmente não fizer nada ou se recusar a mudar o mundo a deixará para trás. Se uma organização desejar vencer os desafios de um mundo em constante transformação, ela tem que estar preparada para mudar tudo em si, exceto suas crenças, à medida que for progredindo na vida corporativa. A única vaca sagrada de uma organização deve ser a filosofia básica de negócios. Como a ideologia central, o impulso da busca pelo progresso é uma força interna. A busca pelo progresso não espera o mundo lá fora dizer “Está na hora de mudar”, “Está na hora de melhorar” nem “está na hora de fazer algo novo”. Não; assim como o ímpeto de um grande artista ou inventor criativo, simplesmente está lá, forçando seu caminho para fora e para frente. Numa empresa visionária, o ímpeto de ir adiante, fazer melhor, criar novas possibilidades não precisa de justificativa externa. Através da busca pelo progresso, uma empresa altamente visionária prova que tem uma mistura poderosa de autoconfiança e autocrítica. A autoconfiança permite que uma empresa visionária estabeleça metas audaciosas e tome medidas audazes e ousadas, às vezes batendo de frente com a sabedoria convencional do setor ou com a prudência estratégica; simplesmente nunca passa pela cabeça de uma empresa altamente visionária que ela não possa vencer as adversidades, conseguir coisas incríveis e se tornar algo verdadeiramente extraordinário. A autocrítica, por outro lado, estimula a mudança e a melhoria auto-induzidas antes 78 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores que o mundo exterior imponha a necessidade de mudança e melhoria; assim, a empresa visionária passa a ser o seu crítico mais duro. Desta forma, a busca pelo progresso vem de dentro, exigindo a mudança contínua e o movimento para frente em tudo que não diga respeito à ideologia central. Observe a relação dinâmica entre a ideologia central e a busca pelo progresso: a) A ideologia centrar dá continuidade e estabilidade, enquanto a busca pelo progresso requer a mudança contínua (novas direções, novos métodos, novas estratégias, etc.); b) A ideologia central finca uma estaca relativamente fixa no chão, enquanto a busca pelo progresso induz ao movimento constante (buscam de metas, melhorias, uma forma imaginada, etc.); c) A ideologia central limita as possibilidades e direções da empresa (para aqueles que são coerentes com o conteúdo da ideologia) enquanto a busca pelo progresso expande a quantidade e variedade de possibilidades que a empresa pode levar em conta; d) A ideologia central tem um conteúdo claro (“Esta é nossa ideologia central nós não a violaremos”) enquanto a busca pelo progresso não precisa se prender a um conteúdo (“Qualquer tipo de progresso é bom, desde que seja coerente com a nossa ideologia”); e) A implementação de uma ideologia central é, por si só, um ato conservador, enquanto expressar o ímpeto da busca pelo progresso pode levar às mudanças drásticas, radicais e revolucionárias. Apesar de a ideologia central e a busca pelo progresso normalmente se originarem através de indivíduos específicos, uma empresa altamente visionária as institucionaliza tornando-as parte da estrutura que forma a organização. Estes elementos não existem apenas como um costume ou uma “cultura” prevalecente. Uma empresa altamente visionária não tem um reles conjunto de intenções ou um zelo apaixonado com respeito ao núcleo e ao progresso. É claro que uma empresa 79 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores altamente visionária os tem, mas ela também tem mecanismos concretos para preservar a ideologia central e estimular o progresso. 3.2 O Funcionário Valorizado Valorizar seus funcionários para que eles se sintam plenamente realizados e motivados a desempenhar corretamente suas funções, desenvolver um ambiente de trabalho em que as pessoas se sintam bem e reconhecidas, valorizar os que assumem riscos e incentivar as novas idéias; Realmente estes objetivos acima mencionados deveriam fazer parte da missão de todas as empresas, tendo em vista que muitas esquecem que seus funcionários nada mais são do que clientes internos. Se você acha que valorização do funcionário é um bom salário e um "tapinha" nas costas de vez em quando, é bom rever alguns conceitos sobre o tema. O que vem sendo bastante discutido pelos profissionais de Recursos Humanos é que, para se valorizar o funcionário deve-se levar em consideração o aumento da qualidade de vida e qualidade do trabalho (dois temas que parecem à mesma coisa, mas não são). Qualidade de vida é algo abrangente e deve ser avaliado setor por setor, área por área. Muitas empresas têm adotado creches para as mães, academias de ginástica, eventos culturais e esportivos ou até pequenas sessões de massagem durante o trabalho. Tudo isso faz parte de um plano de melhoria da qualidade de vida. O importante é que a empresa consiga identificar as diversas necessidades de seus funcionários e criar programas onde a adesão seja avaliada. E se isso é feito com o acompanhamento dos funcionários através de pequenas comissões, melhor ainda. 80 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Treinamento e Desenvolvimento valorizam e motivam os funcionários. Ganham as empresas que apresenta isto como uma cultura e não como eventos isolados, ou seja, oferecer a informação e a capacitação sem fronteiras para seus colaboradores através de programas contínuos de treinamento bem elaborados. Mas quando se fala em treinamento como aspecto motivador ao funcionário, não estou falando dos cursos específicos de motivação, liderança e outros tantos que tem o objetivo de elevar a auto-estima e o bem-estar de cada um. Comenta-se que todo e qualquer programa de treinamento e desenvolvimento já apresentam por sua natureza aspectos de motivação. O funcionário se sente importante, reconhecido, sente que a empresa está investindo nele. E isto é importante, pois ganha a empresa e ganha o funcionário. Pelo menos esta situação é bem melhor que a descrita acima, onde a empresa dispensa os serviços do funcionário alegandobaixa produtividade ou qualquer outro problema, sem ao menos ter disponível uma filosofia clara de treinamento e desenvolvimento. Algo para se pensar bastante! Todas as organizações são formadas por pessoas. Deve existir, portanto, por parte de quem ocupa posição de liderança, a clara compreensão de que elas buscam, além do ganho material, espaços adequados à manifestação de suas opiniões sobre o desenvolvimento das atividades no dia-a-dia do trabalho na empresa. De fato, a maioria dos profissionais deseja influenciar as decisões relativas à sua área de trabalho, uma vez que esta conduta representa plena interatividade com a realização pessoal e profissional do indivíduo. Tanto melhor será o resultado do trabalho, quanto maior for à influência de quem o executa na decisão de como realizá-lo. Incentivar esta postura significa fortalecer o processo de delegação dentro da empresa, em que todos se sentem verdadeiramente responsáveis pela busca do sucesso. Trata-se de desenvolver uma gestão democrática em que todos trabalham satisfeitos e permanentemente desafiados, diferentemente da gestão centralizadora 81 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores na qual toda a responsabilidade pelos resultados e decisões recai sobre os ombros de um único indivíduo: “O CHEFE”. Mais do que criar momentos participativos, o segredo da democratização está na atitude de quem detém o poder e sua capacidade de compartilhá-lo. A proposta é que isso ocorra da forma mais natural possível, incorporando-se progressivamente à cultura gerencial da organização. Para isso, torna-se necessário compreender alguns princípios fundamentais: • Princípio da disposição para a mudança: Nossa cultura gerencial estabelece um padrão de liderança, especialmente em pequenas e médias empresas, sustentado na centralização do poder. A mudança para um novo formato gerencial exigirá do empresário/gerente a crença e a disposição para encaminhar novo processo nas relações interpessoais na empresa. Um processo realmente mais aberto e franco. • Princípio da constância de propósito: Quanto maior for o nível de assimilação da nova crença, maior será a determinação da liderança em aplicá-la. Ao longo do caminho ocorrerão situações/problema que sugerirão o recuo. Nestes momentos, torna-se fundamental lembrar que o ser humano é único e reage de maneiras diferentes. Problemas isolados ocorrerão. Mas estes não devem servir de motivo para invalidar o todo. Perseverar é a palavra de ordem. • Princípio da delegação: Delegar é transferir autoridade sobre determinado assunto a quem se posiciona abaixo na escala hierárquica de uma organização. Contudo, é necessário compreender que nunca se delega responsabilidade. Esta é indelegável na sua totalidade. Quando muito, podemos e devemos compartilhá-la. Somente a autoridade é delegável no todo. Significa dizer, portanto, que a prática do processo 82 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores participativo deve ser precedida de profundo conhecimento da liderança em relação à equipe de trabalho, afim de que se certifique da maturidade psicológica e profissional dos colaboradores e, por conseguinte, do resultado esperado. • Princípio da Comunicação Eficaz: De maneira geral a comunicação empresarial é um grande problema enfrentado pelas organizações, independentemente de seu porte. Quando a relação é pautada muito mais em uma cultura do tipo “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, o processo de comunicação não possui tanta importância quanto na prática de uma gestão democrática. Nessa circunstância, a empresa trabalha com pessoas que não passam de “fazedoras” de tarefas pensadas e definidas por outros; OS CHEFES. Ao implementar, no entanto, um formato de gestão participativa, é vital sedimentar os processos de comunicação internos, sejam eles formais ou não. A demanda tem que estar clara para que se obtenham os resultados propostos. Algumas alternativas para a promoção de maior participação, delegação e compartilhamento como formas de manter colaboradores motivados. • Reuniões de trabalho: Realização de reuniões em que dois ou mais níveis hierárquicos da empresa participem e opinem sobre assuntos ligados à sua área de atuação ou, até mesmo, sobre outras decisões de interesse comum. • Remuneração por resultados: Implementação de sistemas de remuneração variável, que poderão propiciar ganhos mais elevados para os colaboradores, mediante a conquista de resultados pré-estabelecidos. 83 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Reuniões de idéias: Mais conhecidas como reuniões de “brain storming” (tempestade cerebral ou tempestade de idéias). Trata-se de uma técnica em que um grupo de colaboradores se reúne com o objetivo de desenvolver soluções para um problema específico da empresa. São reuniões caracterizadas pela liberdade de expressão nas quais, somente ao final, se faz a minuciosa análise seletiva de idéias. • Troca informal de idéias: Papel a ser exercido pela liderança, no dia-a-dia empresarial e de maneira informal, com pessoas que possam efetivamente contribuir com idéias e sugestões para melhoria dos processos da empresa. Ex: O colaborador mais indicado para opinar sobre alterações do layout de uma das lojas de sua empresa é o gerente da loja e sua equipe de trabalho. • Concurso de idéias e sugestões: Trata-se da promoção de concursos em que a empresa premia seus colaboradores por apresentarem idéias ou sugestões que, efetivamente, contribuam para que se obtenham melhores resultados. Todos esses aspectos citados acima não só ajudam a fazer com que o funcionário (cliente interno da empresa) sinta-se valorizado assim como também faz com que a empresa progrida com os próprios funcionários, sem precisar olhar tanto para o mercado externo na busca de novos talentos. 84 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3.3 Como conquistar e manter os clientes na prática 3.3.1 - 31 Passos para conquistar e manter clientes A seguir iremos relacionar 31 práticas que podem transformar idéias, pensamentos e ajudar a conquistar e fidelizar os clientes, são pontos práticos que devem ser colocados em “prática” no dia-a-dia de qualquer empresa, seja ela prestadora de serviço, pequenas, médias e grandes empresas, que visam “segurar” e conquistar novos clientes. 1º - A Importância dos detalhes: ✓ As melhores armas de Marketing não custam absolutamente nada, elas estão em suas mãos e atitudes. ✓ Os clientes adoram cortesias, simpatia, entusiasmo, alegria e amizade, se você implantar isso como normas dentro de sua empresa, não só o cliente sairá satisfeito com o atendimento como o clima organizacional irá melhorar também. ✓ Cuidar sempre dos detalhes. Observa-se que as empresas normalmente quebram pela somatória de pequenos erros, e raramente por um único grande erro. ✓ Um “bom dia” dito com alegria ao telefone e a satisfação em servir, valem mais do que todo o composto promocional. ✓ Treinar e valorizar as recepcionistas, os guardas, as telefonistas, as secretárias, porque eles podem, num único contato, melhorar ou destruir toda a imagem da empresa, pois geralmente essas pessoas são o primeiro contato que o cliente tem ao entrar em contato com a empresa. ✓ Cuidar dos detalhes da empresa como: o uniforme, a correspondência, a pintura, os móveis e tudo mais. Pois nenhum detalhe é pequeno demais, uma empresa mal organizada, suja, com pessoas mal vestidas será lembrada por esses detalhes. 85 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2º - Acompanhamento: ✓ Acredita-se que a chave para a lealdade do cliente é o acompanhamento. ✓ Jamais se esquecer do cliente, da mesma forma jamais deixar que o cliente o esqueça. ✓ O acompanhamento do cliente é a maior vantagem competitiva que uma empresa pode ter em relação aos seus concorrentes. ✓ O relacionamento com o cliente não tem nada de diferente de uma amizade, se você não mantiver esse relacionamento bom ele acaba se desgastando. ✓ Somente os bem-sucedidos acompanham os clientes, mesmo após a negociação (pós-venda). Tendo em vista que nenhuma venda é a última. ✓ Ouvir os clientes supera a mais cara das pesquisas, já que você está obtendo as informações necessárias para efetuar a venda e deixar o cliente satisfeito vindo do próprio. ✓ Não adianta apenas impressionar o cliente uma única vez, o importante não é somente a 1ª impressão, mas a 2ª, 3ª, a 4ª ... ✓ Cuidar para não perder o cliente de uma só vez, e cuidar mais ainda para não perdê-lo aos poucos. 3º - Contato Pessoal: ✓ A propaganda é apenas 1% do processo de Marketing; o contato no dia-a-dia é o que realmente importa. Nada substitui o contato pessoal e caloroso. ✓ Todos querem se sentir únicos, esperados, importantes. ✓ Os clientes procuram bons serviços, bom atendimento, e bom relacionamento com o vendedor. ✓ Custa seis vezes menos manter um cliente do que conquistar um novo. ✓ Qualquer lembrança do cliente serve para reforçar o contato, tais como: aniversário, nome, preferências, viagens, etc... 86 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ✓ Usar sempre a persuasão por ser positiva, ao passo que a manipulação é negativa. 4º - Sorrir: ✓ Todos os dias olhar no espelho e analisar como anda a expressão facial, ela é sua marca registrada. ✓ Evitar expressões de indiferença, tristeza, superioridade. ✓ Reforçar todas as expressões que demonstrem alegria. ✓ Sorrir ao falar, isto faz com que os clientes sintam-se especiais. ✓ Usar sempre da gentileza, principalmente com os colegas de trabalho. ✓ Jamais utilizar de palavras ou atitudes rudes com qualquer pessoa, principalmente na frente de clientes. ✓ Ter sempre senso de humor, tomando cuidado apenas para não ser inconveniente. 5º - Demonstração do produto ou serviço: ✓ Valorizar cada demonstração, pois representa centenas de pessoas que se envolveram no processo de fabricação. ✓ O tempo em que se está frente-a-frente com o cliente é como se fosse o horário nobre. ✓ Conhecer os produtos e/ou serviços que a empresa oferece, para que possa demonstrar da melhor forma ao cliente. ✓ Os apelos feitos para os olhos são 70% mais eficazes do que apenas o uso de palavras. ✓ Mesmo a qualidade total de uma empresa consegue superar um atendimento mal prestado. 87 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 6º - Facilidade e Agilidade: ✓ Facilitar e agilizar a transação, pois os clientes não gostam de se sentir enrolados, assim os clientes sempre irão dar preferência. ✓ Se for ágil nos pedidos de compra, ser mais ágil ainda nas solicitações especiais de troca de mercadoria. ✓ Evitar burocracias que previnam o vendedor dos maus clientes e que ao mesmo tempo venha a prejudicá-lo no atendimento aos bons. 7º- Importância do Nome: ✓ Ajudar o cliente a lembrar sempre do nome do vendedor, seja com identificações visuais como na apresentação. ✓ Chamar sempre o cliente, funcionários, fornecedores, e todas as pessoas que fazem parte do seu dia-a-dia pelo nome. ✓ Utilizar sempre cartões de visita. Oferecer o seu e solicitar o da pessoa com quem está se relacionando no momento. ✓ Nunca utilizar apelidos, os mesmos podem afastar as pessoas de você. 8º - Laços de Amizade: ✓ Faça amigos. Todos gostam de comprar de amigos, pois os laços de amizade criam lealdade do cliente à empresa. ✓ Amizade: nisto dificilmente o concorrente poderá imitar. 9º - Comodidade: ✓ Fazer com que o cliente ache cômodo fazer negócio em sua empresa. ✓ Facilitar a entrega, cobrança, crediário, escolha, troca, etc. 88 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ✓ Lembrem-se os clientes estão cada vez mais pobres de tempo e de paciência, portanto valorize sempre o tempo do cliente. ✓ Procure sempre ser a solução e não um problema para o cliente. 10º - Credibilidade: ✓ Qualquer pequeno ato desonesto vai prejudicar tanto ou mais que os grandes. ✓ Nunca prometer o que não pode ser cumprido. ✓ Evitar criar altas expectativas. ✓ Procurar sempre fazer mais do que foi prometido. ✓ O cliente precisa acreditar em você para fazer um negócio. ✓ Ser sincero sempre rendeu grandes dividendos. ✓ Jamais falar mal dos concorrentes. 11º - Motivação: ✓ Demonstrar pensamento positivo faz com que você seja o que pensa. ✓ Agir sempre entusiasticamente. ✓ Entusiasmo contagia não só os clientes como os colaboradores da empresa. Assim como o entusiasmo do seu cliente contagia outros clientes. ✓ Nunca deixar que desmotivação chegue perto, pois é o inimigo interno mais perigoso de todos. ✓ Pessoas motivadas têm motivos para agir. ✓ Ninguém consegue estar sempre motivado. É preciso alimentar continuamente a motivação de seus clientes e funcionários. 89 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 12º - Clientes satisfeitos: ✓ Ter sempre a satisfação do cliente como o maior objetivo. ✓ Clientes satisfeitos são os mais poderosos aliados. ✓ Clientes satisfeitos vão sempre indicar o vendedor, serviços, produtos e empresas. ✓ Clientes satisfeitos são sempre o maior “ativo”. 13º - Ação: ✓ Haja o que houver, sempre aja. ✓ Perder tempo destrói muitas oportunidades. ✓ Procurar a perfeição: sempre há algo para melhorar. ✓ Começar sempre agora: colocar em prática as idéias o mais rápido possível. ✓ Os bem-sucedidos erram muito, mas são valorizados pela iniciativa. ✓ Apenas ter idéias não é suficiente, somente à ação importa. 14º Elogios: ✓ Elogie o cliente pela escolha feita. ✓ Nunca lamentar ou fazer pouco de si: ninguém gosta de negociar com um perdedor. ✓ Elogiar sempre com muita sinceridade; quanto mais sincero for, maior será o efeito. ✓ As pessoas adoram ouvir elogios, gostam de quem lhes faz elogios e sempre ficam esperando mais. 90 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 15º - Reclamações: ✓ Evitar criar atritos: pode-se até ganhar uma batalha, mas com isso acabar perdendo a guerra. ✓ As reclamações são o termômetro do mercado. ✓ Para cada reclamação, outros 20 clientes com o mesmo problema, não o fizeram. ✓ A reclamação é de grande valia para sanar erros e melhorar sempre mais. ✓ Normalmente os clientes gravam como o problema foi solucionado e não o erro principal. ✓ Tentar sempre transformar o cliente queixoso em cliente assíduo. ✓ Sempre pedir desculpas pelo erro cometido, isto é um ato extraordinário. ✓ Treinar sempre a equipe para resolver os problemas e não a resistir aos clientes. 16º - Persistência: ✓ Em geral, não é no primeiro contato que o cliente compra.A maioria desiste apenas a um passo do sucesso. ✓ É sempre importante fazer uma visita a mais, um novo telefonema, um novo e-mail, enfim, manter sempre o contato. ✓ A persistência é a vitamina do sucesso. ✓ Buscar a excelência até eliminar todo índice de erros, assim como um piloto na hora da decolagem e aterrissagem. 91 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 17º - Criatividade: ✓ Usar sempre a imaginação. ✓ Observar e anotar tudo o que pode ser mudado ou melhorado. ✓ Pensar sai barato, e é a melhor receita para a crise. ✓ Estimular a criatividade da equipe. ✓ As boas idéias possuem uma elegante simplicidade. ✓ Recompensar as pessoas que trazem idéias criativas, e sempre avaliar a possibilidade de adaptá-las a empresa. ✓ Toda idéia nova é absurda, até que se torne um sucesso. 18º - Acreditar em si: ✓ “Eu posso” é uma sentença poderosa. Eu posso. ✓ Há situações em que o “faro” é fundamental. ✓ Ouvir sempre a intuição. ✓ Acreditar em si, mesmo que ninguém mais acredite. ✓ Todos gostam de fazer negócios com pessoas otimistas. ✓ Reconhecer sempre o medo, assim eliminará a tensão. ✓ As boas oportunidades são oferecidas para quem faz por merecê-las. 19º - Comprometimento: ✓ Deve-se sempre se comprometer com os clientes, assim como o comprometimento com todos no ambiente de trabalho é de extrema importância. ✓ Comprometer-se sempre por uma boa causa, ou seja, progredir com qualidade e ter lucro. A melhor causa é o bom serviço prestado ao cliente. ✓ Comprometer-se sempre com a excelência, não se contentar com menos. A excelência é o grande diferencial sempre. 92 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 20º - Valorizar a escolha do cliente: ✓ Se entre diversos concorrentes o cliente te escolheu, fazer com que o cliente perceba o quanto valoriza esta escolha feita por ele. ✓ Procurar sempre ouvir o cliente. ✓ 20% dos seus clientes representam 80% do seu faturamento. 21º - Lua-de-mel: ✓ A verdadeira venda começa depois de realizada. ✓ O trabalho de pós-venda é o mais importante nos negócios. ✓ Entrar em contato com o novo cliente, agradecendo-lhe pela compra. ✓ Nenhum cliente se magoa por ser lembrado. ✓ Em geral são gastas verdadeiras fortunas para conquistar novos clientes e se esquece dos que já negociaram. 22º - Compra com o coração: ✓ A maioria das compras é feita pela emoção e não pela razão. ✓ Vender sempre benefícios – o que lhe fará bem. ✓ Descobrir quais são os apelos emocionais do seu cliente. ✓ Geralmente as pessoas adoram fazer compras, mas não gostam quando os vendem. ✓ Fazer sempre que o cliente sinta uma verdadeira paixão pelo produto ou serviço que você está oferecendo. ✓ Fazer uso da inteligência emocional sempre. 93 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 23º - Ser humano único: ✓ Lembrar sempre que cada cliente é único, não há dois iguais jamais. ✓ Dar prioridade ao vínculo humano, antes de se dedicar ao vínculo comercial. ✓ Saber que atrás de cada negócio há sempre um ser humano. ✓ Tratar o cliente pelo nome, repetindo várias vezes. ✓ Utilizar-se sempre de palavras amigáveis e cordiais na comunicação com o cliente. 24º - Servir ao cliente: ✓ Acreditar que o atendimento é sinônimo de empatia e atenção. ✓ Se entrar no negócio apenas para ganhar dinheiro, acabará perdendo- o. Porém se entrar no negócio para servir o cliente, ganhará mais que dinheiro. ✓ Procurar causar a melhor impressão e não deixar o cliente esperar. ✓ Acreditar que um serviço melhor ao cliente é inegociável. ✓ Ouvir e compreender o cliente faz com que o atendimento ocorra da melhor forma. ✓ Servir bem ao cliente sempre gera grandes dividendos. ✓ Procurar colocar o cliente no todo do organograma da empresa: isto faz com que os funcionários percebam a importância do cliente. 25º - Presentes: ✓ Usar de gentilezas dentro da empresa. ✓ Procurar presentear mesmo que o cliente não tenha comprado nada. ✓ Sempre que possível trabalhar com descontos. ✓ Todos gostam e lembram quando ganham brindes. ✓ “Grátis” soa como magia. ✓ Procurar sempre encantar o cliente. 94 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 26º - Telefone: ✓ Fazer do telefone um aliado, seu e do cliente. ✓ Evitar demora no atendimento e deixar clientes na linha de espera. ✓ Ligar para o cliente, mesmo sem intenção de vender. ✓ Lembrar que uma telefonista pode salvar ou afundar uma empresa. 27º - A pessoa mais importante: ✓ Pare e analise: quanto vale um cliente? ✓ Ter um verdadeiro amor pelo cliente é ele quem possibilita os lucros. ✓ O sucesso de uma empresa depende do cliente. 28º - Referências: ✓ O segredo do sucesso é a repetição das compras. ✓ As melhores referências são aquelas dos clientes apóstolos, ou seja, os clientes satisfeitos que fazem propaganda do produto ou serviço. ✓ Clientes satisfeitos comentam para mais cinco outros. Os insatisfeitos contam para mais 17. ✓ Solicitar indicações, isto faz os clientes se sentirem importantes. ✓ O marketing boca-a-boca é o mais eficaz e o mais barato do mundo. ✓ Clientes satisfeitos geram referências de valor incalculável. 29º - Correção de rota: ✓ Às vezes é melhor pedir perdão do que permissão. ✓ Analisar os desvios e corrigir a rota. ✓ Eliminar as atitudes contrárias ao seu objetivo. 95 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ✓ Nas falhas, repreender o próprio comportamento, porém sempre elogiar essa atitude. ✓ Evitar desviar-se da rota inicial por algo tentador, porém, leviano, que muitas vezes aparece no caminho. 30º - Objetivo: ✓ Objetivo é um sonho com um prazo determinado. ✓ Concentrar as forças num objetivo. ✓ A oportunidade sorri para quem a procura. ✓ Ninguém jamais conseguiu algo nobre sem um objetivo certo. ✓ O objetivo deve sempre alimentar o entusiasmo. 31º - Sucesso: ✓ As pessoas crescem em empresas que também crescem. ✓ O sucesso é medido pela nossa capacidade de levantar e não pelas vezes que evitamos cair. ✓ Sucesso consiste em saber jogar também com as cartas ruins, não somente com as boas. ✓ Lembrar sempre que o sucesso deve ser saboreado. ✓ Nada motiva mais do que o sucesso. ✓ Não existe sucesso de graça. ✓ Sucesso = Entusiasmo + Ação + Persistência. 96 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3.4 Os pecados do atendimento ao cliente Um dos maiores problemas que as empresas têm hoje sem pelo menos perceberem, é o atendimento aos clientes. O prejuízo que isto traz para elas é imensurável e muitas vezes imperceptível, levando a grande maioria dos empresários e consultores a crer que os problemas são econômicos e financeiros, mas na verdade são conseqüências do atendimento aos clientes. Destinam-se aos proprietários, gerentes, vendedores e funcionários das empresas principalmente do varejo, bancários, profissionais liberais, enfim, a todos que lidam com o público em geral. Muitas vezes, podemos ser nossos piores inimigos, quando se trata de introduzir mudanças importantes na cultura da organização, ainda mais quando se trata do atendimento ao cliente. A comunicação é um processo inerente ao ser humano. É através dela queo indivíduo ou grupo interage com outros indivíduos ou grupos, recebendo suas impressões sobre o que foi comunicado. É algo como um professor perguntar para sua sala se a matéria que acabou de ensinar foi compreendida. Portanto, o processo de comunicação é composto de quatro elementos: emissor, receptor, mensagem e retorno, também conhecido como feedback. Além disso, o processo de comunicação realiza-se por vários meios, principalmente através da fala, da escrita e da expressão corporal. Através desses meios os seres humanos interagem com o mundo. É importante perceber que os meios de comunicação influenciam uns aos outros. Assim, não basta simplesmente à comunicação verbal ocorrer, pois outros meios podem fazer com que a mensagem seja compreendida de forma diferente daquela que se deseja transmitir. 97 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Você pode fazer um teste simples: experimente dizer a palavra sim e ao mesmo tempo balançar a cabeça para a esquerda e para a direita. Se você estiver se comunicando como neste exercício, a pessoa receptora ficará em dúvida a respeito do que você está querendo transmitir. Ela não irá saber se a mensagem significa sim ou não. É também bastante conhecida aquela frase de um vendedor de geléias que, ao abordar seus clientes dizia, “Senhor, não quer nada hoje, não?”. Se observarmos a frase detalhadamente, iremos notar que existem três palavras negativas: a palavra “não”, citada duas vezes, e a palavra “nada”. Dessa forma, as palavras utilizadas na frase são contrárias à intenção da mensagem. O que facilita ao cliente a resposta “não, realmente não quero”. Dessa forma, para que o processo de comunicação ocorra de forma perfeita, é preciso completa integração entre os vários meios de comunicação. Uma equipe de vendas deve saber muito bem esses princípios, no sentido de adotar os melhores meios para cada situação e assim poder se comunicar bem com seus clientes. Outro fator importante é a maneira como o ser humano se apresenta ao mundo. Assim, uma impecável apresentação, traduzida pela utilização de uniformes, crachás, cabelos penteados e barba aparada para os homens e maquiagem para mulheres, também influencia o processo de comunicação. Portanto, comunicação é um assunto a ser tratado freqüentemente com a equipe de vendas e também com todos os empregados, ressaltando sempre que um bom negócio começa com uma boa comunicação. Outros dois aspectos muito importantes na questão do atendimento ao cliente são: a percepção e a empatia. De forma bastante simples podemos dizer que a percepção é a maneira como avaliamos uma pessoa, e a maneira adequada de tratar os clientes é deixar de lado às impressões pessoais e os preconceitos. 98 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Caso isso não ocorra, é provável que uma pessoa seja julgada pela maneira como está vestida. E assim caracterizada pelo atendente que a julgou, que decide que ela não é cliente para os produtos da loja. Com certeza esse julgamento inicial irá influenciar na comunicação que será realizada, muitas vezes prejudicando um excelente negócio. Já a empatia é a capacidade de colocar-se no lugar da outra pessoa e de ver o mundo sob seu ponto de vista. Ao colocar-se nessa posição, passa a ser possível identificar vários fatores que podem ser considerados na realização de uma negociação positiva. Outro aspecto importante nessa questão da empatia é a capacidade de escutar. Escutar significa prestar atenção ao que o outro diz, e não simplesmente ouvir. Se um atendente de uma loja não escuta o que o cliente diz, como poderá então captar as informações necessárias ao atendimento de suas necessidades? Esse fator é fundamental, principalmente nos atendimentos feitos pelo telefone. Como notamos o atendimento a clientes é fundamental para o sucesso de uma empresa. Podemos então listar algumas perguntas que devem receber a atenção dos dirigentes e também dos empregados, especialmente a equipe de vendas, para que o atendimento supere as expectativas dos clientes e seja excelente: • As necessidades e os desejos dos clientes são claros para os integrantes da empresa? • Quais são os processos de comunicação da loja com o cliente que permitem a compreensão desses desejos e necessidades? Com que freqüência são realizados? • Os produtos e serviços oferecidos, bem como a estrutura da loja e as formas de pagamento, estão adequados aos clientes? 99 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • A equipe de vendas conhece os produtos, serviços, promoções e propagandas em detalhes? E os outros empregados? • A equipe de vendas recebe treinamento constante sobre novos produtos e serviços e técnicas de atendimento? • Os empregados da empresa trocam informações entre si no sentido de melhorar cada vez mais o atendimento aos clientes? • Os empregados estão satisfeitos em trabalhar na empresa? • Existem procedimentos e atitudes que estimulam os empregados a ser excelentes (benefícios, incentivos, reconhecimento, remuneração, etc.)? Essas e outras questões devem ser objeto de freqüentes debates e aprendizado. As respostas a elas, obtidas pelo talento das pessoas segundo as características de cada negócio, significam passos decisivos para o aumento da competitividade empresarial, ampliando consideravelmente as chances de sucesso. Porém caso as respostas sejam sempre negativas estaremos a um passo da falência, pois com certeza estaremos cometendo erros no atendimento ao cliente, sejam eles internos ou externos. 3.5 Transformando reclamações em oportunidades Muitas promessas vazias, falsas ilusões, meias verdades... Pode ser sobre uma blusa que desfaz a costura, ou um aparelho eletrônico que não funciona. Qual o seu sentimento em relação ao vendedor que lhe vendeu o produto? Qual sua reação à loja onde você comprou? Com certeza não são bons pensamentos. Grande parte das pessoas apenas conclui que não é bom comprar nesse local e, da próxima vez, irão comprar no concorrente. 100 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Algumas pessoas, que já conhecem o vendedor ou a marca, consideram isso uma exceção, uma falha pequena, e relevam o problema, ou reclamam, pois sabem que compraram algo de qualidade, mas, por algum motivo, houve um erro. Temos aqui duas situações muito importantes, mas que não são obvias para muita gente. Primeiro que, se a pessoa aceitou a falha, passivamente ou solicitando sua correção, é porque confiam na loja e desejam lhe dar uma segunda chance. Mas dificilmente irão dar uma terceira chance. Mesmo uma marca muito conhecida por sua qualidade, quando começa a dar muitos problemas, a conclusão lógica é que perdeu a qualidade e, portanto, não é mais interessante. A segunda questão é ainda menos óbvia e muito mal interpretada. Uma pessoa que reclama é geralmente interpretada como uma pessoa chata, cheia de picuinhas, que quer atazanar nosso trabalho. No entanto, o que ocorre na verdade é bem diferente, e você deve saber disso, pois já deve ter reclamado muito, ou pelo menos já quis reclamar de algo. Quem reclama sabe que tem alguma coisa errada, pois comprou algo que acredita ser o melhor para ela, que a loja que vendeu é a melhor escolha e pode fazer muito melhor do que isso. A reclamação de um cliente não deve ser interpretada como uma coisa chata, mas como uma oportunidade de provar que realmente vocêé o melhor, que está preocupado com o cliente e que ele está certo em acreditar nisso e ter escolhido você, dentre muitos outros. A visão errada destas questões que colocamos está muito ligada à visão de curto prazo. Em curto prazo, o importante é vender, e reclamações atrapalham. Mas, por quanto tempo você pretende estar no negócio? Se você pretende que seu negócio funcione apenas por alguns meses, ou até menos, este é o caminho para obter lucro no menor tempo possível. No entanto, se deseja que seu negócio prospere e que te dê renda por toda a vida. É importante ter em mente que aquele cliente que o abandonou ou que 102 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores desistiu de você, dificilmente irá retornar. E provavelmente irá falar mal de você para muitas outras pessoas. Segundo estudos recentes, 69% dos clientes que você perde são devido à indiferença, mau atendimento ou reclamações mal resolvidas. 15% dos clientes perdidos são devido ao serviço prestado insatisfatório ou produto ruim, 7% por motivos diversos e apenas 9% devido ao preço. Para se atrair novos clientes são necessários grandes investimentos em propaganda e divulgação, o que torna o novo cliente caro. Por outro lado, para manter um cliente, o custo é mínimo. A conclusão é simples: é mais compensador manter os clientes que você já tem do que correr atrás de outros clientes para substituir os perdidos. Para isso, basta continuar oferecendo aquilo que lhe prometeu quando iniciaram seu relacionamento. Na verdade, como todo relacionamento, a relação entre você e seu cliente está baseada em promessas mútuas e interligada: você prometeu a ele o produto ou serviço que melhor atende a suas necessidades e desejos, e ele prometeu comprar de você. Se você para de cumprir sua parte da promessa, ele para de cumprir a dele. ------------------- FIM DO MÓDULO III ----------------- 103 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO IV 4.1 Identificação dos competidores Chudnovsky (1990), cotejando treze definições de competitividade recolhidas da literatura recente, propõe a existência de enfoques microeconômicos e macroeconômicos do conceito. No enfoque microeconômico, alinham-se as definições de competitividade centradas sobre a firma. São as definições que associam competitividade à aptidão de uma firma no projeto, produção e vendas de um determinado produto em relação aos seus concorrentes. Essas definições, mesmo que para alguns possam ser generalizadas, por extensão, a países, têm sempre na empresa o sujeito. No enfoque macroeconômico, competitividade aparece como a capacidade de economias nacionais apresentarem certos resultados econômicos. Em alguns casos puramente relacionados com o comércio internacional, em outros, mais amplos, com a elevação de nível de vida e o bem- estar social. Apesar de aparentemente trivial, competitividade ainda é um conceito virtualmente indefinido. São tantos os enfoques, abrangências e preocupações às quais se busca associá-la que não é sem razão que os trabalhos sobre o tema têm por norma iniciarem estabelecendo uma definição própria para o conceito. Em ampla resenha sobre o assunto, Haguenauer (1989) organiza os vários conceitos de competitividade em duas famílias: I) competitividade como desempenho - nessa vertente, a competitividade é de alguma forma expressa na participação no mercado (market-share) alcançada por uma firma em um mercado em um momento do tempo. A participação das exportações da firma ou conjunto de firmas (indústria) no comércio internacional total 104 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores da mercadoria apareceria como seu indicador mais imediato, em particular no caso da competitividade internacional. II) competitividade como eficiência - nessa versão, busca-se de alguma forma traduzir a competitividade através da relação insumo-produto praticada pela firma, na capacidade da empresa de converter insumos em produtos com o máximo de rendimento. Nessa versão eficiência, a competitividade é associada à capacidade de uma firma/indústria de produzir bens com maior eficácia que os concorrentes no que se refere a preços, qualidade (ou a relação preço-qualidade), tecnologia, salários, e produtividade. Estando relacionada às condições gerais ou específicas em que se realiza a produção da firma/indústria vis a vis a concorrência. Na primeira visão, é a demanda no mercado que, ao arbitrar quais produtos de quais empresas serão adquiridos, estará definindo a posição competitiva das empresas, sancionando ou não as ações produtivas, comerciais e de marketing que as empresas tenham realizado. Na segunda visão, é o produtor que, ao escolher as técnicas que utiliza submetido às restrições impostas pela sua capacitação tecnológica, gerencial, financeira comercial, estará definindo a sua competitividade. É sabido que a possibilidade de conciliação analítica entre as duas visões encontram obstáculos. Para os que entendem a competitividade como desempenho, a eficiência na utilização de recursos produtivos definiria algumas das eventuais fontes de competitividade existentes em uma firma/indústria, mas nunca a competitividade em si, já que esta depende de muitos outros fatores, muitos deles subjetivos ou não mensuráveis. Fajnzylber (1988), por exemplo, raciocina nessa linha ao avaliar competitividade como desempenho, porém atribuindo-lhe os qualificativos de autêntica (aumento de produtividade via progresso técnico) ou espúria (baixos salários, taxa de câmbio, subsídios, etc.) conforme as fontes que a originam. Os fatores determinantes da competitividade, para o autor, podem ser extremamente 105 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores abrangentes como sugere ao afirmar que competem no mercado (internacional) não apenas empresas, mas sistemas produtivos, esquemas institucionais, organizações sociais e que a competitividade depende também de externalidades como o sistema educacional, infra-estrutura de PeD, aparato institucional público e privado, sistema financeiro, etc. Em termos práticos, a incompatibilidade entre as duas vertentes conceituais pode ser resumida ao seguinte dilema: - Para os que advogam a versão desempenho, competitividade, como um fenômeno ex-post, é o resultado de um vasto conjunto de fatores, dentre os quais a eficiência técnica produtiva é apenas um deles e nem sempre o mais importante. Assim sendo, competitividade é uma variável que sintetiza fatores preço e não preço - estes últimos incluem qualidade de produtos e de fabricação e outros similares, a habilidade de servir ao mercado e a capacidade de diferenciação de produtos, fatores esses parcial ou totalmente subjetivos. - Para os que seguem a vertente "eficiência", por sua vez, competitividade é um fenômeno ex-ante, ie, é um grau de capacitação detido pelas firmas, que se traduz nas técnicas por elas praticadas. O desempenho no mercado "seria uma provável conseqüência da competitividade e não sua expressão" (Haguenauer,1989). Considera-se, assim, que é o domínio de técnicas mais produtivas que, em última instância, habilita uma empresa a competir com sucesso, isto é, representa a causa última da competitividade. Concretamente, acreditar que a maior eficiência produtiva se traduza, mesmo que no longo prazo, em maior participação no mercado implica aceitar os cânones da concorrência perfeita(ou contestabilidade perfeita, nas versões modernizadas), no sentido de que há total mobilidade do capital. Isto implica aceitar que inexistem barreiras à entrada e à saída de qualquer natureza no mercado considerado, não há preferência dos consumidores por marcas, não há discriminação de preços nos mercados e outras premissas pouco realistas. Há, no entanto, outra ordem de problemas com o conceito de competitividade, que não está 106 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores relacionada às dificuldades teóricas de conciliação das vertentes desempenho e eficiência, mas às insuficiências apresentadas por ambas, decorrentes do tratamento estático que lhes é habitualmente conferido. Em análise dinâmica, é possível visualizar que as relações entre competitividade e desempenho ou eficiência são fundamentalmente tautológicas. Na versão desempenho, o problema surge do fato da competitividade ser uma grandeza "ex-post". Sendo assim, não é possível estabelecer relações diretas de causalidade (não tautológicas) entre ela e outras variáveis igualmente conhecidas "a posteriori", como market-share, taxa de crescimento, lucratividade ou qualquer outra variável de mesma natureza. A tautologia fica evidente quando se questiona os dois lados da possível relação: se é competitiva a firma que domina ou cresce no mercado, é igualmente correto que irá dominar ou crescer no mercado justamente a firma que é competitiva. Sendo assim, o que explicaria as diferenças de desempenho entre as firmas seria a taxa de sucesso dos investimentos escolhidos, como sugere Mancke (1974). Para quem "... um dos determinantes mais importantes do desempenho EX- POST de várias formas é o grau de sucesso efetivamente obtido em investimentos que se apresentam, inicialmente, como de alto valor e grande incerteza". Na outra versão, eficiência, o problema é de natureza distinta. Na verdade, a discussão sobre eficiência está sempre associada à análise das condições da oferta no que toca as estruturas de custos e suas variações. Com isso, a eficiência aparece como um conceito simétrico ao de economias empresariais internas (escala, escopo, gerenciais, aprendizado e outras). O problema está em incorporar nessa abordagem as estratégias empresariais em contexto dinâmico. Spence (1988) trabalha com um conceito de dynamic technical efficiency, que leva em conta o fato de que uma redução de custos produtivos exige algum gasto prévio, que se traduz, em sua maior parte, em custos fixos para a empresa. "Em diversos mercados as empresas competem ao longo do tempo dispendendo recursos com o propósito de reduzir seus custos". Poder-se-ia generalizar a idéia, 107 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores entendendo-se que firmas competem através do tempo despendendo recursos com o propósito de financiar suas estratégias competitivas. Significa isso que o grau de eficiência de uma firma em um dado momento está determinado pelas estratégias competitivas adotadas pela firma em um tempo anterior. Aceitando-se essas ponderações, constata-se que a análise da competitividade possui caráter intertemporal incontornável. Além disso, ao envolver os gastos realizados pela firma, não há como retirar do centro da discussão o processo de decisão desses gastos, que necessariamente depende de expectativas quanto ao futuro por parte dos empresários e, portanto, se dá sob incerteza. A entrada em cena das noções de tempo e de expectativas exige uma formulação teórica própria e radicalmente distinta das acima mencionadas. Dado uma situação concorrencial, as firmas escolhem estratégias competitivas em função de suas expectativas quanto às que lhe pareçam mais eficientes, mas só posteriormente o desempenho no mercado sancionará o acerto ou erro da escolha. Dessa forma, mesmo a tecnologia não é uma panacéia que assegura o sucesso na conquista ou manutenção de mercados, tanto mais porque a best- practice relevante neste campo não é a absoluta (a mais avançada das técnicas disponíveis) mas, tautologicamente, a relativa, isto é, a mais competitiva dentre as técnicas existentes. Enfim, a técnica mais produtiva, cuja adoção asseguraria a competitividade, só pode igualmente ser conhecida a posteriori. Em suma, os conceitos de desempenho e eficiência são insuficientes para a discussão sobre competitividade, posto que ambos se reduzam à mensuração, em pontos distintos da seqüência intertemporal, dos resultados das diferentes estratégias competitivas adotadas pelas firmas. De fato, tanto as características tecnológicas do processo de produção quanto às formas específicas de comercialização, se estão dadas em um momento do tempo para as firmas de um setor industrial, são o resultado de estratégias específicas adotadas em um momento anterior. Ainda no âmbito da firma, as decisões se dão no tempo, mas não expressam somente escolhas intertemporais ótimas. 108 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Isto porque se considera que o futuro é parcialmente desconhecido para as empresas e, portanto, as decisões são tomadas com base em expectativas incertas. O que se está postulando é que mais importante do que o esclarecimento de divergências de natureza instrumental. Quanto à correlação da competitividade com o desempenho ou a eficiência de um produto/firma em um mercado, é avançar no desenvolvimento de uma abordagem dinâmica da competitividade que incorpore os aspectos acima mencionados. Nesta direção, sugere-se que competitividade não pode ser entendida como uma característica intrínseca de um produto ou de uma firma. Ao contrário, entende- se ser a competitividade um conceito dotado de uma dimensão extrínseca à firma ou ao produto, estando também relacionada ao padrão de concorrência vigente no mercado específico considerado. É o padrão de concorrência, portanto, a variável determinante e a competitividade a variável determinada ou de resultado. Como princípio geral, competitividade deve ser entendida como um fenômeno direta e indissoluvelmente ligado ao processo de concorrência, que não se esgota em vinculações ex-ante ou ex-post. O objetivo central deste capítulo é desenvolver uma definição de competitividade como sendo a adequação das estratégias adotadas pela firma em relação ao padrão de concorrência vigente na(s) indústria(s) considerada(s). No entanto, a operacionalização de um conceito de competitividade dentro desse princípio geral exige o estabelecimento de uma série de pontos referentes às noções de concorrência e padrões de concorrência, de grande complexidade, mormente quando se busca incorporar a presença de inovação tecnológica no processo competitivo. As próximas seções dedicam-se a assinalar alguns comentários sobre esses pontos. De acordo com ZACCARELLI (2004), a estratégia pelos clientes, disputa-se o sucesso com outras empresas – os competidores – que ofertam os mesmos produtos/serviços que a empresa oferta. Pode-se identificá-los pela coleta de opiniões, porém é mais seguro perguntar diretamente aos clientes. 109 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Existem formas discretas e eficientes de se perguntar quais são os concorrentes da empresa. Por exemplo, uma montadora de automóveis pede aos clientes que acabaram de comprar um carro novo para responder à seguinte pergunta: quais carros (marca e tipo) você considerou a possibilidade de comprar antes de optar por esse carro? O restaurante Américapode perguntar ao seu cliente: quando decidiram vir ao América, quais alternativas de restaurante vocês cogitaram? As respostas a essas perguntas indicam quais são os verdadeiros concorrentes. O único inconveniente desse procedimento é que ele serve para revelar, sobretudo os concorrentes que vencemos, deixando de lado os concorrentes para os quais nós perdemos em preferência. Por isso, deve ser complementado por outras iniciativas. 4.2 Fatores de Competitividade Um fator de competitividade transforma-se em vantagem competitiva de uma empresa se os respectivos consumidores e clientes reconhecem nele uma diferenciação da empresa em relação aos seus concorrentes. É o reinado dos consumidores no mercado, como juízes absolutos do que constitui uma vantagem competitiva. Pode-se listar aproximadamente meia centena de fatores de competitividade usuais ou genéricos, sem considerar as particularidades de certas empresas. Quando esta lista é aplicada a um determinado tipo de empresa, pode apresentar poucos aspectos a serem acrescentados e muitos fatores de competitividade a serem descartados, como pouco significativos para aquele tipo de empresa. É necessário adequar a lista às particularidades de cada empresa e, normalmente, ao fazê-lo, restam até 20 fatores que podem gerar vantagens competitivas. Assim, para cada tipo de empresa existirá uma lista específica de fatores de competitividade. A lista mais adequada para bancos, por exemplo, não faz sentido em uma indústria, em um hospital ou em um restaurante. 110 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Entretanto, a empresa do tipo mais comum pode, em grande parte, usar listas de fatores genéricos (como a que apresentamos na lista abaixo), já disponíveis na literatura especializada. Cabe a cada usuário escolher o que lhe serve e acrescentar o que for específico ao seu tipo de negócio. FATORES GENÉRICOS DE COMPETITIVIDADE - Relativos ao produto: Desempenho (subdividido em aspectos) Confiabilidade do produto Conformidade com especificações Adereços opcionais Serviços ao produto Durabilidade Estética Qualidade aparente (real ou não) Reputação do produto Linha completa (tamanho e características) Embalagem: técnica, estética, poder de persuasão, uso complementar Facilidade de estocagem Facilidade de transporte - Relativas ao preço Preço Baixo Prazo para pagamento Condições de pagamento Garantia de substituição Garantia de reparos 111 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - Relativos à atração dos clientes Localização Marca Freqüência de renovação de estoque Disponibilidade em estoque Variedade de produtos Promoções Propaganda Reputação de confiabilidade nas entregas Integração com clientes - Relativos à negociação Rapidez no atendimento Prazo para entrega Serviços de entrega Intensidade do esforço de vendas/negociação Técnica (habilidade) de vendas Técnica (habilidade) de negociação Flexibilidade em volume Flexibilidade em mix de produtos Brindes e souvenirs 4.2.1 A importância de cada fator de competitividade Os fatores de competitividade não têm todos, a mesma importância. Alguns são de alta, outros de média e outros de baixa importância. É importante fazer essa distinção para avaliar o balanço final das vantagens competitivas. Segundo ZACCARELLI (2004), a correlação entre o fator de competitividade e a lucratividade da empresa pode ser uma ferramenta útil para verificar a importância desse fator como vantagem competitiva. 112 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O processo consiste em: verificar as notas de várias empresas concorrentes entre si em um determinado fator; a seguir, obtendo os índices de lucratividade destas empresas, pesquisar se há correlação entre as notas no fator e as medidas da lucratividade. Havendo correlação, quanto mais alta for à nota no fator, mais alta tenderá a ser lucratividade, e vice-versa. Como exemplo, ao listar os fatores de competitividade de empresas produtoras de laminados plásticos para forração de móveis, os vendedores apontaram como fator a rapidez na resposta por telefone no lance final da negociação com o cliente. Muitas vezes, depois de acertados todos os aspectos da venda, faltando só fechar o preço, o cliente propõe que o preço seja reduzido, digamos em 5%, para fechar o negócio. O vendedor terá de ligar para o seu chefe, que por sua vez necessita de concordância de seu superior. Perde-se muito tempo para conceder o desconto pedido ou fazer uma contraproposta. O que os vendedores consideravam fator de competitividade era esse prazo que o seu chefe levava para responder. Diziam que se ficasse para o dia seguinte o negócio estaria perdido, mesmo que concordasse com os 5% pretendidos. Seria tarde demais. Se fosse rápido, conseguia-se o negócio, mesmo que o desconto fosse menor ou nenhum, com uma boa justificativa do chefe do vendedor. Isso parecia pouco relevante, mas decidiu-se investigar. Aos vendedores foi solicitada uma avaliação do prazo em questão para os seis concorrentes, por informação dos clientes, e ao diretor financeiro foi solicitada a informação sobre a lucratividade de cada uma das empresas e conceito dos bancos sobre os seis concorrentes. Acontece que a correlação foi à melhor possível: quem respondia rapidamente tinha altos lucros, e quem demorava tinha lucros baixos ou prejuízo. Essa alta correlação indicou que o fator prazo para resposta era de alta importância, apesar de não parecer ser. Existe um estudo considerado clássico, sobre a importância dos diversos fatores de competitividade de aparelhos de ar condicionado. É muito difícil para um cliente avaliar qual é a melhor marca pelo ruído, eficiência, tempo decorrido desde a 113 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores última manutenção, vida útil, entre outros fatores. Além disso, muitas vezes, quem decide a compra não é a pessoa que vai utilizar o aparelho, mas sim um funcionário desconhecido do departamento de compras da empresa. Devido a estas características peculiares, é muito difícil determinar qual é a importância relativa dos diversos fatores de competitividade de aparelhos de ar condicionado. Entretanto, essas situações complexas constituem exceções. Na grande maioria dos casos, basta perguntarem aos consumidores quais são os fatores mais importantes para definirem suas preferências. A forma de perguntar pode ser indireta, como fornecer uma lista de 20 fatores de competitividade e solicitar que os clientes escolham cinco que considerarem mais significativos. 4.3 A avaliação da competitividade fator por fator Na avaliação da competitividade fator por fator, segundo ZACCARELLI (2004), devem-se considerar as empresas que competem entre si. Inclusive a nossa, para que cada fator (um fator de cada vez) seja avaliado pela facilidade ou dificuldade para competir que propicia a cada empresa. É usual dar-se notas de 1 a 5: para uma empresa cuja competitividade não é nem beneficiada nem prejudicada, pelo fator em consideração cabe a nota 3; para a empresa de competitividade mais facilitada pelo fator cabe a maior nota, até 5; para a empresa mais prejudicada cabe a nota mais baixa, próxima de 1. Assim, para o fator preço, a empresa que vende a preço mais baixo, portanto em situação melhor para competir, terá a nota mais alta, até 5. A empresa que vende a preços mais altos teránota 1 ou próximo de 1. A nota 3 fica para a empresa que divide em partes iguais, os “careiros” e os “barateiros”. São repetidos esses procedimentos para todos os fatores da competitividade, sempre um de cada vez. 114 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.4 O perfil competitivo De acordo com ZACCARELLI (2004), o perfil competitivo é o conjunto das notas obtidas por uma empresa em todos os seus fatores de competitividade, que sintetiza sua posição competitiva em um determinado momento. Podem-se traçar ainda outros dois tipos de perfis, também muito importantes para a definição da estratégia da empresa: o perfil competitivo desejável em curto prazo e o perfil competitivo desejável em longo prazo. Esses dois perfis desejáveis são muito importantes para a estratégia da empresa. O perfil competitivo sintetiza toda a posição competitiva da empresa em um determinado momento. O Quadro 1 apresenta o perfil competitivo simplificado de três pizzarias que concorrem entre si. Não tem sentido apresentar um perfil competitivo isoladamente. É necessário apresentar os perfis de todos os concorrentes em conjunto, no mesmo formulário. Se no Quadro 1 forem omitidos os perfis dos concorrentes A e B, ele perde o significado. 115 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fonte: Estratégia e Sucesso nas Empresas – Sergio B Zaccarelli 2004 Uma empresa terá vantagem competitiva nos fatores de competitividade em que apresentar na escala de 1 a 5 mencionada, avaliação mais alta do que todas as outras empresas. De maneira inversa, a empresa que tiver a pior avaliação em um fator terá nele uma desvantagem competitiva. Observando o Quadro 1 nota-se que a “Nossa empresa” tem vantagem competitiva nos fatores “demora do pedido” e “conservação e limpeza” e tem desvantagem competitiva em “estacionamento” e, em todos os outros fatores, exceto em “preço”, apresenta desvantagem competitiva. É interessante fazer duas análises distintas do perfil competitivo: uma quantitativa e outra qualitativa. 116 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.4.1 Análise quantitativa do perfil competitivo No elenco de fatores de competitividade cada empresa, em geral, se apresenta estando simplesmente adaptada na maior parte deles, isto é, a maior parte dos fatores de competitividade não constituirá uma vantagem competitiva. Alguns fatores darão vantagem competitiva, e outros, desvantagem competitiva. Existe teoricamente um número muito grande de perfis viáveis, porém na prática esse número se apresenta bastante restrito. A análise quantitativa pode ser resumida na resposta à seguinte pergunta: Nosso número de vantagens e desvantagens competitivas é suficiente para termos sucesso? Para ajudar a responder, Zacarelli (2004) sintetiza no quadro 2 os ensinamentos extraídos da realidade competitiva. É só identificar como as cinco considerações se aplicam ao nosso caso, para termos a análise quantitativa. Quadro 2 SOBRE AS VANTAGENS COMPETITIVAS DO TIPO PREFERÊNCIA DOS CLIENTES 1. A existência de uma única vantagem competitiva bem implementada e a ausência de desvantagem competitiva são suficientes para uma empresa ter grandes possibilidades de crescer, melhorar, lucrar mais ou desperdiçar (jogar fora a vantagem competitiva). 2. Se uma empresa tiver uma vantagem competitiva muito nítida, o mercado estará em situação instável, propenso a uma redução do número de empresas ou a mudanças por parte dos concorrentes a fim de rebater a vantagem competitiva da melhor empresa. 117 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3. Uma empresa pode manter-se no mercado em boa posição competitiva se possuir uma mistura de vantagens e desvantagens competitivas. 4. Podem competir em um mesmo mercado, em situação estável, diversas empresas que apresentem vantagens competitivas diferentes. 5. Os especialistas em estratégia aconselham que é melhor buscar pequenas vantagens competitivas, conseguidas uma a uma em sucessão, do que buscar uma grande idéia que forneça apenas uma vantagem competitiva. Fonte: Estratégia e Sucesso nas Empresas – Sergio B Zaccarelli 2004. 4.4.2 Análise qualitativa do perfil competitivo De acordo com ZACCARELLI (2004), a análise qualitativa do perfil competitivo é baseada na diferença de características dos fatores de competitividade. Existem várias formas de classificá-los para distinguir quais são os mais promissores ou atrativos. A tarefa de modernos estrategistas de empresas ganha maior objetividade na análise da competitividade com o uso dessas classificações. Fatores de manutenção versus fatores ganhadores de pedidos. Os fatores de manutenção são aqueles em que a empresa perde se estiver em desvantagem neles, mas se estiver em vantagem não garantem que propiciarão acréscimo de pedidos dos clientes. São também conhecidos como fatores assimétricos. Um bom exemplo é o do fator qualidade de amortecedores para automóveis. Um fabricante declarou que se melhorasse a qualidade, isso não aumentaria as vendas, mas perderia vendas se piorasse essa qualidade. Existem também os fatores catalisadores de outras vantagens competitivas. Fatores catalisadores são aqueles que, quando presentes, facilitam a conquista de outros. 118 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Já os fatores “rua sem saída”. São fatores que impedem a empresa de conseguir outra vantagem competitiva. O exemplo mais comum é a vantagem competitiva de preço baixo conseguida pelo pagamento de salários muito baixos. Se essa empresa desejar outra vantagem competitiva sofisticada, baseada na alta eficácia dos trabalhadores, terá de desistir dos baixos salários previamente. É um fator inibidor. Os fatores excludentes são fatores incompatíveis, pois não se pode ter um e outro ao mesmo tempo. A lógica do perfil competitivo, à primeira vista, pode parecer simplista para quem conhece os conceitos tradicionais. De fato, não são feitas referências a aspectos gerenciais internos, como eficiência nas operações, sistemas tecnologia, alta motivação dos trabalhadores e outros. Não há dúvida de que estes são também aspectos importantes, mas só se tornam efetivamente relevantes se puderem ser transformados em vantagem competitiva. Se não conseguir obter vantagens competitivas, de nada adiantará à empresa ser bem estruturada internamente. 4.4.3 O preço como fator equilibrador da competitividade pela preferência dos clientes Pode-se afirmar o fator de competitividade “preço” pode constituir uma vantagem competitiva se for menor do que o preço praticado pelos concorrentes, ou uma desvantagem competitiva, se for maior. Trata-se de uma decisão da direção da empresa estabelecer, em um valor qualquer acima do custo, o preço de um produto, que pode ser utilizado como um recurso para equilibrar a competitividade da empresa. Se verificar no Quadro 2 pode-se dizer que uma vantagem competitiva pode levar a empresa a: 119 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Crescer; • Melhorar; • Lucrar mais; • Desperdiçar. Deixando, por razões óbvias, o desperdiçar (não aproveitar a vantagem competitiva) fora de cogitação, restamtrês alternativas. Se uma empresa tiver vantagem competitiva do tipo preferência dos clientes e não quiser crescer nem melhorar, deverá procurar aumentar seus lucros. Para isso terá de aumentar preços – o que corresponde a assumir propositadamente uma desvantagem competitiva por preço alto. Na situação inversa, se uma empresa tiver desvantagem competitiva e não quiser frear seu crescimento, terá de assumir uma vantagem competitiva de preço baixo para equilibrar, obtendo, conseqüentemente, lucros baixos. Essas situações podem ser analisadas de uma forma especial. No primeiro caso, em que a empresa tem vantagem competitiva e aumenta preços para equilibrar sem crescer, sem melhorar e sem desperdiçar, o aumento de preço em relação aos concorrentes pode ser considerado uma medida do valor da vantagem competitiva da empresa. No segundo caso, em que a empresa tem desvantagem competitiva, a redução do preço em relação aos concorrentes pode ser considerada uma medida do valor da desvantagem competitiva. 4.4.4 O Perfil Desejável O perfil competitivo atual, isto é, o real, deve ser visto como dinâmico. As ações dos competidores e as de nossa empresa podem melhorar ou piorar o perfil competitivo. De acordo com ENGEL (2000), antes de pensar no que fazer para melhorar um perfil competitivo, é importante lembrar que não adianta querer ser excelente ou 120 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores melhor em tudo, ter todas as vantagens competitivas e nenhuma desvantagem competitiva. Isso não é realista nem funcional. O importante é ter alguma vantagem competitiva bem aproveitada, além de uma grande capacidade de gerar novas vantagens competitivas à medida que os concorrentes vão anulando as atuais. Por isso, a questão-chave: que capacidade pode estar faltando à nossa empresa para gerar novas vantagens competitivas pela preferência dos clientes? O desafio de conseguir atingir, no futuro, o perfil desejável que traçamos traduz-se na capacidade de a empresa, no presente, ativar suas pré-vantagens competitivas, competências essenciais e ativos especiais. O método que deve ser utilizado consiste em: • enumerar que capacidades as pessoas da empresa tem hoje; • identificar quais capacidades desejáveis estão faltando; • adquirir essas capacidades (recrutamento de novos funcionários ou treinamento de antigos) e organizar-se para torná-las efetivas; • investir em ativos que possam propiciar futuras vantagens competitivas. Sempre é necessário considerar o surgimento de novos fatores de competitividade, principalmente nessa época de mudanças muito rápidas no ambiente das empresas. Quem for mais rápido para detectar os novos fatores de competitividade chegará ao futuro com vantagens. 4.5 A administração da vantagem competitiva pela preferência dos clientes Em teoria, a administração da vantagem competitiva pela preferência dos clientes é simples, porém nem sempre é fácil aplicar os preceitos na prática. Os passos que devem ser seguidos, de modo geral são: 121 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1- Peça uma descrição do perfil competitivo da empresa e de seus concorrentes. Se não souberem descrever, a situação é grave. 2- Tente identificar como as vantagens competitivas têm sido usadas, isto é, se elas têm propiciado crescimento, melhorias ou aumento da lucratividade da empresa. Se não houver resposta objetiva, certamente estará havendo desperdício. 3- Procure saber como as vantagens e desvantagens competitivas influenciam as atividades de produção, marketing, finanças e recursos humanos. Se a resposta não for detalhada, é porque não existem integração nem foco na base para o sucesso. 4- Descubra o que aconteceria (ou poderia acontecer) se fossem perdidas as vantagens competitivas atuais. A discussão dessa questão indicará como criar “insatisfação funcional”. Essas quatro perguntas são simples. Muito boa é a empresa que conseguir respondê-las rápida e satisfatoriamente. 4.5.1 A propagação da preferência dos clientes Imagine que os consumidores de um determinado produto tenham uma preferência relacionada a um fator de competitividade e que uma das empresas que vendem diretamente aos consumidores tenha conseguido diferenciar-se neste fator, obtendo, assim, uma vantagem competitiva pela preferência dos consumidores. Se os consumidores preferem o fornecedor de alta confiabilidade, a empresa que conseguir se destacar nesse quesito terá uma vantagem competitiva. Entretanto, o impacto da preferência dos consumidores pela confiabilidade não termina no seu fornecedor. Essa preferência se propaga por toda a cadeia de fornecimento. Para entender a propagação de preferência dos consumidores, que se torna uma vantagem competitiva, ENGEL (2000) afirma que se pode formular a seguinte 123 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores pergunta: qual é o melhor fornecedor de insumos para a minha empresa? Segundo os conceitos da moderna estratégia, a resposta é: aquele que mais contribui para aprofundar as vantagens competitivas que a empresa já possui. Com essa resposta, pode-se aprimorar a pergunta transformando-a para: qual é o fornecedor que mais contribui para que a empresa aprofunde as vantagens competitivas atuais? A resposta é imediata: é aquele que tiver vantagens competitivas iguais ou afins às vantagens competitivas da empresa. Se uma empresa tiver como vantagem competitiva alta confiabilidade nos prazos de entrega, evidentemente será beneficiada se seu fornecedor também assegurar a mesma confiabilidade. Pode parecer muito radical afirmar que o fornecedor ideal é aquele que tem vantagens competitivas iguais ou afins às vantagens competitivas da empresa em que estamos. Será que não seria igualmente bom outro fornecedor que apenas me atenda para manter ou sustentar as atuais vantagens competitivas da empresa em que estou? A resposta é “não”. Esse outro fornecedor atende às condições mínimas, isto é, não atrapalha. O fornecedor que tem vantagens competitivas iguais ou afins às da minha empresa ajuda. É conveniente a uma empresa, portanto, ter fornecedores cujas vantagens competitivas sejam iguais ou afins às suas. Ocorre assim uma propagação das vantagens competitivas de uma empresa para seus fornecedores, tornando similares todas as empresas relacionadas aos mesmos produtos e consumidores. ------------------- FIM DO MÓDULO IV -------------- 124 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO V 1 Medir e Avaliar a Satisfação Como medir a satisfação do cliente? É preciso compreender os fatores de satisfação em diversos momentos e selecionar os indicadores de qualidade de serviço, assim é necessário medir o ciclo dos serviços. Porque medir a qualidade dos serviços? Para poder satisfazê-lo melhor e melhorar os processos. Podemos dizer que os métodos de medição são: - pesquisas de transações recentes em horas da verdade; - análise de cliente que reduzem compras ou serviços; - entrevistas; - avaliação de índices e serviços; - análise de mercado. Através das medições pode ocorrer um ajuste maior entre oferta de serviço com a satisfação dos clientes. O gerenciamento dos serviços no dia-a-dia significa gerenciar cada hora da verdade. De um lado temos o cliente e cada cliente é diferente, do outro temos a empresa com sua comunicação criando uma expectativa e do outro temosa prestação de serviço. Assim consideramos que a gestão de serviço tem uma 125 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores complexidade no seu dia-a-dia procurando a satisfação do cliente através de cada hora de verdade condicionada por muitos fatores. Todo este processo na gestão de serviço é movido pela qualidade do mesmo. A qualidade é o fator principal porque interage com a comunicação, a proporção de valor, a entrega e a satisfação do cliente. É preciso superar as expectativas para criar uma vantagem competitiva. Qualquer organização deverá satisfazer as necessidades dos seus grupos de interesse. Para a esmagadora maioria das empresas o principal grupo de interesse é o dos clientes. Satisfazer as suas necessidades é crucial para alcançar êxito empresarial. Está confirmado que a satisfação do cliente conduz à sua manutenção. À medida que os mercados se tornam mais competitivos e os clientes mais exigentes, é necessário assegurar que estes estejam agarrados com altos níveis de fidelidade. Está demonstrado que é cinco a vinte vezes mais caro conseguir um novo cliente do que manter um que já exista. Por outro lado é sabido, por um estudo igualmente reconhecido, que um cliente insatisfeito comunica a sua insatisfação a três vezes mais pessoas do que as que são tocadas pela mensagem positiva. Há ainda a considerar que a conquista de um cliente pode ser difícil, mas a sua reconquista é ainda mais difícil e, freqüentemente, impossível. Se não controla e aumenta continuamente a satisfação do cliente, qualquer organização poderá estar certa que terá custos acrescidos: o maior (que é a necessidade de conquistar novos clientes, em vez de manter os existentes) e, ainda, o de passar o tempo a responder a reclamações, em vez de erradicar as causas das insatisfações. As empresas líderes estabeleceram relações entre a satisfação e os resultados. 126 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O nascimento da pesquisa sobre a satisfação dos clientes, na área de marketing, ocorreu na metade da década de 70, com trabalhos realizados nos Estados Unidos e Canadá, abordando especificamente o comportamento do comprador. Inicialmente, as abordagens eram mais reativas do que proativas, ou seja, as empresas se preocupavam com respostas às reclamações dos clientes. Segundo FOXALL E GOLDSMITH (1994), vários modelos teóricos de comportamentos têm sido propostos nos últimos anos, na tentativa de determinar os fatores que contribuem para a formação da satisfação. Os mesmos autores afirmam que os três mais importantes modelos de compreensão das decisões tomadas pelos clientes, baseiam-se no estado psicológico dos compradores individuais, a partir do ponto em que eles obtêm informações sobre a possibilidade de satisfazer uma necessidade material, através da compra e consumo de um produto, até a sua avaliação final. Segundo EVRARD (1995), além da função de diagnóstico, a pesquisa teórica está orientada em direção aos modelos, visando, em uma perspectiva de compreensão do fenômeno e de seus determinantes, a identificar e representar o processo de formação da satisfação. Estes modelos podem ser reunidos em uma estrutura comum: o paradigma da desconfirmação. De acordo com este paradigma, a satisfação do cliente é determinada a partir da comparação entre a percepção do desempenho do produto e a expectativa inicialmente formada, podendo ser expressa como uma função das expectativas pré-uso e do desempenho pós-uso. O paradigma da desconfirmação é um modelo que descreve a formação da satisfação como um processo comparativo, incluindo quatro constructos principais: a) o julgamento feito sobre o desempenho do produto no decorrer da experiência, ou qualidade percebida; b) as expectativas formadas pelo cliente previamente à compra e ao consumo do produto, ou desempenho esperado; 127 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores c) a comparação entre o desempenho e as expectativas, que vai dar origem a desconfirmação; d) a desconfirmação, que vai gerar a avaliação global da experiência de consumo, ou seja, a satisfação ou a insatisfação. De acordo com VOSS (1994), a desconfirmação positiva resulta na satisfação e a negativa resulta na insatisfação, sendo que as expectativas criadas pelo cliente possuem um efeito direto na formação da satisfação ou insatisfação, além de representarem um papel importante no processo da desconfirmação. Conforme WILKIE (1994) a satisfação, dentro deste contexto, é a avaliação ou sentimento resultante do processo de desconfirmação, não representando a comparação em si, mas a reação ou a resposta do cliente à comparação. MOWEN (1995) salienta que as expectativas criadas pelo cliente sobre determinado produto servem de padrões em contraste com o desempenho do produto avaliado. O nível de desempenho esperado de um produto é influenciado pela natureza do próprio produto, por fatores promocionais, por influência de outros produtos e por características particulares do próprio cliente. A experiência anterior com produto similar ou idêntico, o preço e as características físicas influem diretamente na formação das expectativas do cliente sobre o desempenho. De acordo com WOODRUF & GARDIAL (1996), por ser a satisfação um componente emocional, implica numa grande lacuna entre o desempenho percebido e o padrão de comparação. A satisfação também pode ser analisada através de uma perspectiva experimental, considerando que o nível de satisfação dos clientes pode ser influenciado por sentimentos positivos e negativos associados ao produto após a compra. Assim, a medida da satisfação é diretamente influenciada pelo sentimento afetivo do cliente. No caso específico do produto edificação, há um forte componente 128 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores emocional na aquisição, justificado pelo tipo de produto, envolvimento financeiro e período de consumo. É reconhecido o esforço das empresas construtoras nos últimos anos na implantação de programas de qualidade, visando à qualidade dos produtos através da melhoria dos processos. Hoje, sabe-se que o gerenciamento da satisfação do cliente é um dos principais fatores de sucesso de uma empresa. 5.1.1 Componentes de uma pesquisa de marketing De acordo com MATTAR (2001), a pesquisa de marketing é a investigação sistemática, controlada, empírica e crítica de dados. Com o objetivo de descobrir e/ou descrever fatos e/ou de verificar a existência de relações presumidas entre fatos ou variáveis referentes ao marketing de bens, serviços e idéias, e ao marketing como área de conhecimento de administração. O processo de pesquisa de marketing compreende quatro diferentes etapas, cada etapa, diversas fases; e cada fase, diversos passos. Etapa 1: Reconhecimento e formulação de um problema de pesquisa. Etapa 2: Planejamento de pesquisa. Etapa 3: Execução da pesquisa. Etapa 4: Comunicação dos resultados. As etapas, as fases e os passos da pesquisa são apresentados de forma seqüencial por uma questão meramente didática. Em realidade, o processo de pesquisa é circular, ou seja, o acúmulo de conhecimento advindo com o desenvolvimento da pesquisa pode implicar a reformulação de etapas anteriores e até a reformulação do próprio problema de pesquisa. 129 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivosautores No Quadro 3, são apresentados os componentes do processo de pesquisa de marketing numa forma seqüencial. Etapas, fases e passos de um processo de pesquisa de marketing. Etapas Fases Passos 1. Reconhecimento e formulação do problema de pesquisa Formulação, determinação ou constatação de um problema de pesquisa. Exploração inicial do tema 2. Planejamento da pesquisa Definição dos objetivos Estabelecimento das questões de pesquisa e/ou formulação de hipóteses. Estabelecimento das necessidades de dados e definição das variáveis e de seus indicadores. Determinação das fontes de dados Determinação da metodologia Determinação do tipo de pesquisa, de métodos e técnicas de coleta de dados, da população de pesquisa do tamanho da amostra e do processo de amostragem. Planejamento de coleta de dados. Previsão do processamento e análise dos dados. Planejamento da organização, cronograma e orçamento Redação do projeto de pesquisa e/ou de proposta de pesquisa 3. Execução da pesquisa Preparação de campo Construção, pré-teste e reformulação dos instrumentos de pesquisa. Impressão dos instrumentos. Formação da equipe de campo. Distribuição do trabalho no campo. Campo Coleta de dados. Conferência, verificação e correção dos dados. Processamento e análise Digitação. Processamento. Análise e interpretação. Conclusões e recomendações. 4. Comunicação dos resultados. Elaboração e entrega dos relatórios de pesquisa. Preparação a apresentação oral dos resultados. Fonte: MATTAR, Fauze N. Pesquisa de Marqueting. Edição Compacta. 2001 130 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1. Reconhecimento de um problema: consiste na correta identificação do problema de pesquisa que se pretenda resolver e que possa efetivamente receber contribuições valiosas da pesquisa de marketing em sua solução. 2. Planejamento da pesquisa: compreende a definição dos objetivos da pesquisa e de toda sua operacionalização: determinação das fontes de dados, escolha dos métodos de pesquisa, das formas de coleta de dados, da construção e teste dos instrumentos de coleta de dados. Da definição do plano de amostragem e do tamanho da amostra, da definição dos procedimentos de campo, da elaboração do plano de processamento e análises de definições dos recursos necessários (humanos, financeiros, tecnológicos e materiais). Da definição de uma estrutura organizacional para a equipe da pesquisa com definição de responsabilidades e do estabelecimento de um cronograma com definição de prazos e datas para o cumprimento de cada etapa e de suas subdivisões. 3. Execução da pesquisa: a execução da pesquisa compreende duas atividades: a coleta dos dados e seu processamento, análise e interpretação. Coleta de dados: compreende o efetivo trabalho de recolhimento dos dados no campo junto às fontes de dados. É a etapa geralmente mais cara e crítica da pesquisa, pois, é a que mais está sujeita à introdução de erros e atrasos, e por isso exige supervisão muito intensa e com um controle rígido para minimizá-los. Processamento, análise e interpretação: compreende a transformação dos dados brutos coletados em informações de marketing relevantes para solucionar ou ajudar na solução do problema que deu origem à pesquisa. Esta etapa inclui: verificação do preenchimento dos instrumentos, codificação e digitação das respostas, processamento (geralmente eletrônico) dos dados, realizações de cálculos e testes estatísticos e análises e interpretações. Nesta etapa, há o uso intenso de estatística e de computadores. 4. Comunicação dos resultados: compreende a apresentação escrita e oral das principais descobertas de pesquisa relacionadas ao problema que lhe deu 131 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores origem, bem como de sugestões e recomendações de ações pertinentes a sua solução. Diferentes tipos de pesquisa implicam diferentes procedimentos para coleta e análise dos dados de forma a atender econômica e tecnicamente aos objetivos da pesquisa. 5.2 Estrutura de uma avaliação de satisfação Tendo todos os dados coletados já sido verificados, codificados e devidamente arquivados, o passo seguinte é a realização das análises e avaliações. O objetivo principal das análises é permitir, ao pesquisador, o estabelecimento das conclusões, a partir dos dados coletados. De acordo com MATTAR (2001), muitas pesquisas de marketing têm apresentado conclusões baseadas em resultados obtidos com a utilização incorreta de técnicas de análises, comprometendo dessa forma, a sua qualidade, precisão e confiabilidade. Este tópico visa a apresentar todas as considerações que devem ser levadas em conta para a correta escolha da técnica de análise. Uma classificação útil dos fatores a considerar compreende: o tipo de escala das variáveis, o nível de conhecimento dos parâmetros da população, o tipo de análise desejada, o número de variáveis a serem analisados conjuntamente, o número de amostras e o seu grau de relacionamento e a relação de dependência entre variáveis. A consideração conjunta de todos esses fatores determinará a técnica apropriada de avaliação. 132 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 5.2.1 Tipo de pesquisa a ser utilizada Diferentes classificações dos tipos de pesquisa têm sido adotadas por diversos autores da área. Sendo: - Pesquisas exploratórias - Pesquisas conclusivas descritivas • Pesquisa exploratória: A pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Por isso, é apropriada para os primeiros estágios da investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno por parte do pesquisador são, geralmente, pouco ou inexistentes. Este tipo de pesquisa é particularmente útil quando se tem uma noção muito vaga do problema de pesquisa. Será preciso conhecer de maneira mais profunda o assunto para se estabelecer melhor o problema de pesquisa através da elaboração de questões de pesquisa e do desenvolvimento ou criação de hipóteses explicativas para os fatos e fenômenos a serem estudados. Nos primeiros estágios da pesquisa, o pesquisador não tem conhecimento suficiente para formular questões e/ou hipóteses específicas (uma hipótese é uma afirmação que especifica como duas variáveis devem estar relacionadas). Mesmo quando já existam conhecimentos do pesquisador sobre o assunto, a pesquisa exploratória também se faz útil, pois normalmente para um mesmo fato em marketing poderá haver inúmeras explicações alternativas, e sua utilização permitirá ao pesquisador tomar conhecimento, senão de todas, da maioria delas. 133 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Em resumo, a pesquisa exploratória pode ser usada para os seguintes objetivos: - familiarizar e elevar o conhecimento e compreensão de um problema de pesquisa em perspectiva; - auxiliar a desenvolver a formulação mais precisa do problema de pesquisa; - acumular a priori informações disponíveis relacionadas a um problema de pesquisa conclusiva a ser efetuada ou que está em andamento; - ajudar no desenvolvimento ou na criação de questões de pesquisa relevantes para o objetivo pretendido; - auxiliar na determinação de variáveis relevantes a serem consideradas num problema de pesquisa;- clariar conceitos; - ajudar no delineamento do projeto final da pesquisa; - verificar se pesquisas semelhantes já foram realizadas, quais os métodos utilizados e quais os resultados obtidos; - estabelecer prioridades para futuras pesquisas. Levantamentos em fontes secundárias: os levantamentos em fontes secundárias compreendem: levantamentos bibliográficos, levantamentos documentais, levantamentos de estatísticas e levantamento de pesquisas realizadas. Levantamentos de experiências: os levantamentos de experiências compreendem: entrevistas individuais ou em grupo, realizadas com especialistas ou conhecedores do assunto. 134 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Estudo de casos selecionados: pode envolver o exame de registros existentes, a observação da ocorrência do fato, entrevistas estruturadas e não estruturadas, etc. Observação informal: natural capacidade de observar continuamente objetos, comportamentos e fatos a nosso redor. • Pesquisas conclusivas descritivas: As pesquisas conclusivas são caracterizadas por possuírem objetivos bem definidos, procedimentos formais, serem bem estruturadas e dirigidas para a solução de problemas ou avaliação de alternativas de cursos de ação. A maioria das pesquisas de marketing realizadas segundo MATTAR (2001) são descritivas conclusivas (ou simplesmente chamadas de pesquisas descritivas). Sob a denominação de pesquisas descritivas, é agrupada uma série de pesquisas cujos processos apresentam importantes características em comum. Diferentemente do que ocorre nas pesquisas exploratórias, a elaboração das questões de pesquisa pressupõe profundo conhecimento do problema a ser estudado. O pesquisador precisa saber exatamente o que pretende com a pesquisa, ou seja, quem ou o que deseja medir, quando e onde o fará, como o fará e por que deverá fazê-lo. A pesquisa Descritiva é utilizada quando o propósito for: • Descrever as características de grupos. Por exemplo, obter um perfil dos consumidores, através de sua distribuição em relação a sexo, faixa etária, nível educacional, nível socioeconômico, preferências e localização; • Estimular a proporção de elementos numa população específica que tenham determinadas características os comportamentos. Por exemplo, quantos consomem o produto A? Quantos assistem ao programa X? Quantos costumam 135 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores comprar o produto Z em supermercados e quantos em lojas de departamentos? Quantos usam o produto A da forma K e quantos da forma Z? • Descobrir ou verificar a existência de relação entre variáveis. Por exemplo, será que as pessoas de maior nível educacional preferem o nosso produto? Será que as novelas de TV são assistidas pelas mulheres com mais de 40 anos do que pelas mais jovens? (observe que nenhuma destas perguntas envolve relação de causa e efeito entre as variáveis, mas simplesmente a existência das relações). Levantamentos de campo e estudos de Campo: Há dois tipos básicos de pesquisas descritivas: levantamentos de campo e estudo de campo, embora a distinção entre um e outro não seja precisa. A diferença básica está na grande amplitude e pouca profundidade dos levantamentos de campo e na média profundidade e média amplitude dos estudos de campo. Mostrado na Figura 1.1 Dependendo dos objetos do estudo, tanto uma abordagem quanto outra é perfeitamente justificável e plenamente correta. Notar que, quando a profundidade for grande e a amplitude pequena, o projeto de pesquisa resultada é o estudo de caso que já foi apresentado com um dos métodos da pesquisa exploratória. Na figura 1.2, é mostrada a diferença entre os tipos de pesquisa: estudo de casos, estudo de campo e levantamento de campo segundo a profundidade e amplitude considerada. Figura 1.1 135 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Painéis Fonte: MATTAR, Fauze N. Pesquisa de Marqueting. Edição Compacta. 2001 Com o levantamento de campo, procuram-se dados representativos da população de interesse, tanto em relação ao número de casos incluídos na amostra, quanto à forma de sua inclusão; já com o estudo de campo, está-se menos preocupado com a geração de grandes amostras representativas de uma população, e sim, com o estudo mediamente profundo de algumas situações típicas. A ênfase do levantamento de capo está à geração de sumários estatísticos, tais como médias, modas, variâncias, decis, centis, percentagens e a relação destes sumários estatísticos. Já os estudos de campo devem ser utilizados quando estiver mais interessado em conhecer o inter-relacionamento entre as diversas variáveis que ocasionam um fenômeno sem entender esse inter-relacionamento. Estudos de campo Levantamentos de campo Pesquisas descritivas Evolutivos Ocasionais Figura 1.2 136 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fonte: MATTAR, Fauze N. Pesquisa de Marqueting. Edição Compacta. 2001 Vantagens do levantamento de campo: • Representatividade da população em estudo; • Geração de tabelas com os dados coletados; • Geração de tabelas com o cruzamento de dados; • Desperta no público em geral maior confiança nos resultados da pesquisa quando comparado a outros métodos. Desvantagens do levantamento de campo: • Não permite aprofundar os tópicos da pesquisa; • É mais dispendioso tanto em termos de custo quanto de tempo; • A realização de levantamentos de campo requer grandes conhecimentos técnicos. 1 1. Estudos de casos 2. Estudos de campo 3. Levantamentos de Campo 2 3 137 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Vantagens dos estudos de campo: • Os fenômenos são investigados durante sua ocorrência natural e, ao contrário dos estudos em laboratório, não há manipulação das variáveis controláveis; • Constitui-se numa grande fonte geradora de hipóteses; • Quando a percepção do pesquisador é de que há grande homogeneidade nos elementos da população, o estudo de campo será recomendado, pois se caracteriza com uma forma mais rápida e mais econômica de obtenção dos dados sem perda da representatividade; • Adquire-se profundo conhecimento das relações entre as variáveis de pesquisa nos casos estudados. Desvantagens dos estudos de campo: • Os estudos de campo possuem a característica de somente investigar o fato após sua ocorrência (ex-post facto) e, por isso, não possibilitam que haja controle sobre as variáveis de estudo (diferentemente das pesquisas de laboratório, em que o controle é total, e dos levantamentos, onde o controle é parcial.); • Não podem ser generalizados, a não ser quando já se tem um conhecimento anterior sobre a homogeneidade da população pesquisada. Embora esse método seja muito utilizado em pesquisas de marketing, respondendo a questões específicas sobre o quê, como, onde, quem, etc., o pesquisador precisa ser absolutamente honesto na apresentação dos resultados em relação a esta desvantagem dos estudos de campo. Por outro lado, tanto o levantamento de campo quanto os estudos de campo podem ser classificados como ocasionais ou evolutivos. Pesquisas ocasionais e pesquisas evolutivas O projeto de pesquisa ocasional é o mais conhecido e mais usado dos projetos de pesquisa descritiva. É caracterizada pelo uso de uma amostrade 138 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores elementos da população de interesse, em que os elementos são medidos uma única vez no tempo e visa atender a um objetivo específico. O projeto ocasional proporciona visão das variáveis em estudo em determinado momento. O projeto de pesquisa evolutiva baseia-se na coleta e análise periódicas das mesmas variáveis de forma a permitir seus acompanhamentos evolutivos no tempo. A população pesquisada deverá sempre ser a mesma, mas a amostra pesquisada a cada medição poderá ou não ser a mesma. Se a amostra pesquisada for sempre à mesma, a pesquisa evolutiva denomina-se pesquisa de painel. O pesquisador deve sempre preferir, quando for possível, a pesquisa de painel, pois, ao pesquisar sempre os mesmos elementos, elimina uma das possíveis fontes de viés. No entanto, mesmo não havendo esta possibilidade, a pesquisa deverá ser realizada utilizando-se amostra diferente a cada medição. Pesquisas painéis: as pesquisas evolutivas por painéis são muito utilizadas em marketing. Muitas das informações necessárias para marketing precisam ser obtidas de forma periódica, de maneira a permitir uma avaliação contínua de sua evolução no tempo. Existem empresas especializadas em fornecer informações de marketing a partir de pesquisas painéis, como a Nielsen, e o IBOPE. Painel omnibus: consiste numa amostra permanente de uma população freqüentemente pesquisada. Vantagens da pesquisa painel • Análises longitudinais por longos períodos de tempo, permitindo verificar tendências; • Reduz os custos de construções contínuas de amostras; se for painel omnibus, o custo será diluído mais ainda; 139 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Ao permitirem sempre as mesmas tarefas, os entrevistadores ficam habilmente treinados na coleta de dados. Ganham-se rapidez e precisão; • Há grande interação entre entrevistado e entrevistador, o que cria um ambiente propício para a colaboração. A vantagem mais importante da pesquisa painel é analítica. Por outro lado a pesquisa painel apresenta uma única e grande desvantagem: a dificuldade de manter o painel representativo da população. • Pesquisas conclusivas casual: Conceito de casualidade O senso comum que se faz de casualidade é a de que um único acontecimento, a “causa” sempre provoca outro acontecimento, o “efeito”. É chamada causação determinística. De forma esquemática, a casualidade, segundo o senso comum, pode ser assim representada: Única causa único efeito X y Ou sendo: x = variável independente e Y = variável dependente Ao contrário, o pesquisador científico tende a acentuar que uma série de condições determinantes reunidas torna provável a ocorrência de determinado fato. Enquanto o senso comum faz pensar eu um único fato (causa) pode dar uma explicação completa para outro fato (efeito), o cientista raramente espera encontrar um único fato responsável pela ocorrência de outro; inclusive, jamais chega a afirmar categoricamente a relação de causalidade, mais sim em termos de probabilidade, com afirmações do tipo: “se ocorrer isto, provavelmente deverá ocorrer aquilo”. 140 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores É a chamada causação probabilística. O cientista assim procede porque tem consciência da impossibilidade de provar, mas de apenas inferir, a existência da causalidade. Essa inferência será baseada na observação do comportamento dessas variáveis, diante de condições contribuintes, contingentes e alternativas. De forma esquemática, a casualidade segundo a ciência, pode ser representada da seguinte forma: Várias possíveis causas Efeito pressuposto x z t y v s • Condição Contribuinte: é aquela que aumenta a probabilidade de ocorrência de determinado fenômeno, mas não a torna certa; isso ocorre porque é apenas um entre vários outros fatores que, juntamente, determinam a ocorrência do fenômeno. • Condição contingente: diz respeito à condição em que uma variável é causa contribuinte de determinado fenômeno. • Condição alternativa: diz respeito a outras possíveis condições favoráveis para a ocorrência do fenômeno observado e que não foram consideradas. Critérios para inferir relações de causalidade São três critérios para inferir causalidade: variação concomitante, ordem de ocorrência das variáveis no tempo e eliminação de outros fatores. Variação concomitante: diz respeito à ocorrência de variação conjunta entre uma possível causa (x) e um efeito (y), segundo o estabelecido por uma hipótese considerada. 141 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Ordem de ocorrência das variáveis no tempo: diz-se que se um evento só poderá ser causador de outro se ocorrer antes ou simultaneamente ao efeito causado. Eliminação de outros fatores: o terceiro critério que precisa ser atendido para que se possa induzir uma relação de causa efeito a busca e eliminação de outros possíveis fatores causadores do efeito estudado. 5.2.2 Métodos da pesquisa Sentido Geral: é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas Ciências: um conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade. Método não se inventa. Investigadores que obtiveram êxito tiveram o cuidado de anotar os passos percorridos e os meios que levaram aos resultados. Devem-se selecionar os meios e processos mais adequados. Assim, o bom método torna-se fator de segurança e economia. O método científico não possui virtudes milagrosas. O método não é um modelo, fórmula ou receita que, uma vez aplicada, colhe, sem margem de erro, os resultados previstos ou desejados. O método é apenas um conjunto ordenado de procedimentos que se mostraram eficiente, ao longo da História, na busca do saber. O método científico é, pois, um instrumento de trabalho. O resultado depende de seu usuário. Alguns autores identificam a ciência como um método sistemático de explicar um grande número de ocorrências semelhantes. 142 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O método científico quer descobrir a realidade dos fatos e esses, ao serem descobertos, devem, por sua vez, guiar o uso do método. A pesquisa exploratória utiliza métodos bastante amplos e versáteis. Os métodos empregados compreendem: levantamento em fontes secundárias, levantamentos de experiências, estudo de casos selecionados e observação informal. - levantamento em fontes secundárias: os levantamentos em fontes secundárias compreendem: levantamentos bibliográficos, levantamentos documentais, levantamentos de estatísticas e levantamento de pesquisas realizadas. - levantamentos de experiências: grande parte das experiências e dos conhecimentos adquiridos não está escrita. Muitas pessoas, em função da posição profissional privilegiada que ocupam, acumulam experiências e conhecimentos sobre um tema ou problema em estudo. Em pesquisa de marketing, todas as pessoas envolvidas nos esforços de marketing de um produto são potencialmente possuidoras de informações relevantes. Entre estas pessoas podem ser incluídos: o presidente da empresa, o diretor de marketing, o gerente de marketing, gerentes de vendas, gerentes de produto, supervisores de vendas, vendedores,promotores de vendas, intermediários e clientes/consumidores. O objetivo do levantamento de experiências compreende: entrevistas individuais ou em grupo, realizadas com especialistas ou conhecedores do assunto. Entrevistas individuais devem ser feitas quando o número de especialistas for pequeno e com experiências variadas. Já as entrevistas em grupo são utilizadas quando esse número for grande e com experiências assemelhadas. - estudos de casos selecionados: uma terceira forma de aprofundar o conhecimento de problemas não suficientemente definidos é através de estudos de casos selecionados. É um método muito produtivo para estimular a compreensão e sugerir hipóteses e questões para a pesquisa. O método de estudo de casos pode envolver o exame de registros existentes, a observação da ocorrência do fato, entrevistas estruturadas, entrevistas não estruturadas, etc. O objetivo do estudo 143 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores pode ser um indivíduo, um grupo de indivíduos, uma organização, um grupo de organizações ou uma situação. Como o estudo de caso é um método de pesquisa exploratória, convém novamente lembrar que seu objetivo é o de gerar hipóteses e não verificá-las, além de possibilitar a ampliação dos conhecimentos sobre o problema em estudo. - Observação informal: em pesquisas exploratórias envolve nossa natural capacidade de observar continuamente objetos, comportamentos e fatos a nosso redor. O processo de observação utilizado no dia-a-dia é chamado de observação informal não dirigida e a percepção e retenção do que é observado é muito pequena e vai depender dos interesses individuais e da capacidade de percepção do observador. Para a utilização em pesquisas exploratórias, a observação deverá ser informal e dirigida, pois deverá estar centrada unicamente em observar objetos, comportamentos e fatos de interesse para o problema em estudo, mesmo que obtidos informalmente. Na pesquisa descritiva os métodos compreendem: entrevistas pessoais, entrevistas por telefone, questionários pelo correio, questionários pessoais e observação. De acordo com MATTAR (2001), existem dois meios básicos de obtenção de dados primários: a comunicação e a observação. O método da comunicação consiste no questionamento, oral ou escrito, dos respondentes para a obtenção do dado desejado, que será fornecida por declaração, oral ou escrita, do próprio. O método da observação consiste no registro de comportamentos, fatos e ações relacionados com o objetivo da pesquisa, e não envolve questionamentos e respostas, verbais ou escritas. Tanto no método da comunicação quanto o da observação apresentam uma grande variedade de formas e técnicas para sua condução, conforme apresentado no Quadro 4. 144 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Quadro 4. Vantagens e desvantagens dos métodos da comunicação e da observação. Método Vantagens Desvantagens Comunicação Mais versátil Depende de boa vontade dos respondentes. Mais rápido Depende de o respondente dispor ou lembrar-se do dado solicitado. Menor custo Depende da sinceridade dos respondentes. Pode ser usado para obter a grande maioria de tipos de dados. O instrumento de coleta ou a forma de coleta pode influenciar as respostas. Menos preciso Observação Independe da boa vontade dos respondentes Menos Versátil Não há influência do processo nas respostas Menos rápido Certos dados só podem ser obtidos por este método Maior custo Independe da sinceridade dos respondentes Dados coletados são de interpretação mais difícil Independe de o respondente dispor ou lembrar-se do dado necessário Não pode ser utilizado para obter dados de situações íntimas. É mais preciso. Só pode ser usado para obter dados exteriorizados através de comportamentos. Fonte: MATTAR, Fauze N. Pesquisa de Marqueting. Edição Compacta. 2001 5.3 Tipos de análise – Qualitativa e Quantitativa De acordo com VERGARA (2007) as análises qualitativas são exploratórias, ou seja, visa extrair dos entrevistados seus pensamentos que foram livremente ditos sobre algum tema, objeto ou conceito. Elas fazem emergir aspectos subjetivos e atingem motivações não explícitas, ou mesmo conscientes, de maneira espontânea. 145 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores São usadas quando se busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a interpretação. Parte de questionamentos como: “Qual conceito novo de produto deveria ser criado em uma determinada categoria?” “Qual é o melhor posicionamento de comunicação para esse produto?”, por exemplo. Já as análises quantitativas são mais adequadas para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utilizam instrumentos estruturados “questionários”. Devem ser representativas de um determinado universo de modo que seus dados possam ser generalizados e projetados para aquele universo. Seu objetivo é mensurar e permitir o teste de hipóteses, já que os resultados são mais concretos e, conseqüentemente, menos passíveis de erros de interpretação. Em muitos casos geram índices que podem ser comparados ao longo do tempo, permitindo traçar um histórico da informação. -------------- FIM DO MÓDULO V ---------------- 146 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BARNUM, Patrick Warren. The Science of Getting Rich, Boston: Higginson Book Co., 2006 CAMP, Robert C., Benchmarking O caminho da Qualidade, São Paulo, Pioneira, 1993. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração, Rio de Janeiro, 2ª edição televista e atualizada, 2000. CHUDNOVSKY,D., La Competitividad Internacional: Principales Questiones Conceptuales y Metodologicas; CEIPOS/Montevideo; mimeo, 1990. CLEMEN, R. 1996. 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