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Farmacologia Analgesia: Mecanismos e Agentes

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Darah Azini 2022 Farmacologia 
Analgesia 
Fisiológica: toda dor inicialmente é fisiológica, é um 
sinal protetor que indica algum estímulo nocivo. Se 
ultrapassa esse limiar ela deixa de ser fisiológica. 
Inflamatória: quando tem um estímulo (físico, quí-
mico e mecânico) de inflamação e a dor vira um 
sinal flogístico. 
Neuropática: mais complexa, onde já tem uma le-
são e o sistema nervoso modula essa informação 
de forma mais rápida, é uma dor crônica, que pode 
virar incapacitante. 
Disfuncional: dor incapacitante e que mesmo sem 
estímulo a dor continua, como a fibromialgia. 
→ Para que haja a percepção da dor tem algumas 
etapas a serem seguidas: 
Transdução: quando tem um estimulo nocivo que 
vai fazer com que haja despolarização dos nervos 
periféricos sensitivos (nociceptores) que encami-
nham a informação até a medula espinhal. 
Transmissão: quando a informação chega na me-
dula, tronco encefálico e córtex, ocorre a transmis-
são por fibras A, B (mielinizadas) – condução rápida 
(dor rápida e aguda) e C (não mielinizadas) – a dor 
permanece mais por ser uma condução mais lenta, 
é uma dor latente. 
Regulação inibitória e descendente: quando a infor-
mação da dor chega no córtex essa proteção é 
ativada, fazendo com que o estímulo desça nova-
mente e permaneça local; acontece uma limitação 
da propagação da dor. Acontece por ação do 
GABA, noradrenalina, peptídeos opioides e seroto-
nina – neurotransmissores envolvidos na regulação 
inibitória. 
• A dor é consequência perceptual final do proces-
samento neural de determinada informação senso-
rial. 
• A partir de um estimulo químico, mecânico ou 
térmico tem um influxo de sódio e cálcio para gerar 
o potencial de ação e levar essa informação até a 
medula. Quando chega lá, despolariza e libera neu-
rotransmissores excitatórios, que dão continuidade 
a informação que chegou, o mais envolvido é o 
glutamato – ele que leva essa informação ao cór-
tex para ser processada. 
• Glutamato - despolarização rápida. Outros recep-
tores – despolarização lenta. 
• A norepinefrina, o GABA e os opioides, são libe-
rados por neurônios inibitórios descendentes e a 
sua atuação sobre os receptores fazem com que 
a transmissão seja limitada. A informação chega, 
mas é como se tivesse um filtro e atingisse um 
limiar de percepção dolorosa. Por isso que em ca-
sos de acidente, onde tem uma alta descarga de 
noradrenalina, o paciente não tem essa percepção 
da dor, devido a regulação inibitória. 
→ Mecanismo de ação 
• Atuam sobre os receptores mi, delta, e capa, pro-
duzindo ação de diminuir a condutância de cálcio 
pré sináptico (para que haja redução transmissão 
da informação), aumento da condutância de potás-
sio (hiperpolarizando a célula) e diminuição da ativi-
dade da adenilato ciclase (diminuindo a produção de 
AMPc, atividade da PKA, e influxo de cálcio). 
• A ação analgésica acontece quando ele se liga 
nos três receptores. O que diferencia é que a den-
sidade de receptores Mi é maior, pois ele está pre-
sente em muitos tecidos (tgi – pode causar cons-
tipação), a ação nos receptores capa pode gerar 
efeitos psicomiméticos – sintomas esquizofrenifor-
mes (delírio, alucinação, agitação). 
Darah Azini 2022 Farmacologia 
• O tratamento deve ser baseado na identificação 
do estímulo, mas em alguns casos esse estímulo 
não é identificado ou não pode ser retirado, então 
é feita a inibição do estímulo. 
→ Classes e agentes Farmacológicos 
Agonistas opióides 
Aines 
Antidepressivos 
Antiepilépticos e antiarrítmicos 
Antagonistas NMDA 
Agonistas adrenérgicos 
Agonistas serotoninérgicos (enxaqueca) 
→ É uma das principais classes utilizadas no controle 
agudo da dor moderada a intensa (lesão ou infla-
mação) e da dor maligna (crônica). 
• Morfina, codeína – agonistas naturais (opiáceos) 
• Agonistas sintéticos – fentanil, metadona 
• Atuam tentando diminuir a regulação inibitória e 
descendente, para reduzir a propagação do im-
pulso do córtex até a periferia. 
→ Farmacocinética 
• Absorção: administrado por diversas vias e possui 
intenso metabolismo de 1ª passagem. Precisa de do-
ses mais altas via oral. 
• Distribuição: localizam-se em órgão altamente 
perfundidos; altamente lipossolúveis - no tecido adi-
poso ocorre um depósito de opioides lipofílicos. 
• Metabolismo: CYP 450 e esterases plasmáticas – 
fator para que o paciente desenvolve tolerância, 
pois a cada contato dos opioides com as esterases 
elas ficam mais especializada, e os opioides são me-
tabolizadas mais rápido e diminui o seu efeito. 
• Excreção: renal – grande parte é metabolizada 
em grupos polares. 
→ Mecanismo de ação 
• Ativa os receptores Mi 
• Pré-sináptica - fecha os canais de cálcio regulados 
por voltagem e reduzem a liberação de neuro-
transmissores. Se não tem o influxo de cálcio, o 
potencial chega, mas não tem o rompimento da 
vesícula e liberação dos neurotransmissores e nem 
percepção da dor. 
• Pós sináptica: abrem os canais de K+ e hiperpo-
larizam a célula, diminuindo a condutância do sinal 
nervoso. 
→ Efeitos adversos e toxicidades 
• Hipotensão (pela redução do simpático e libera-
ção de histamina – morfina) e bradicardia. 
• Depressão respiratória - pode deprimir o centro 
respiratório e a troca gasosa fica comprometida e 
aumenta o PCO2 – acontece em doses muito altas. 
• Náuseas, vômitos e constipação intestinal (tanto 
pela ação periférica de diminuir o peristaltismo) -
zona quimiorreceptora. 
• Urgência e retenção urinária – ativação do ADH 
ou aumento do tônus da musculatura lisa. 
• Sedação, confusão, tontura, euforia e mioclonia 
(espasmos) – os efeitos que fazem com que o pa-
ciente vire um dependente químico. 
• Tolerância medicamentosa – acontece por uma 
atividade enzimática aumentada e processo de 
down regulation - como aqueles receptores serão 
cada vez mais ativados, eles sofrem invaginação e 
perdem sua expressão (não conseguem ser recu-
perados a tempo), assim a droga não se liga tanto 
aos receptores e não produz tanto efeito. 
• Hiperalgesia (mais sensível a dor) – porque os 
receptores não estão mais presentes, dependência 
química, uso abusivo. 
→ Usos clínicos 
• Analgesia 
• Tosse e diarreia – inibe o estímulo da tosse e 
reduz o peristaltismo. 
• Edema agudo de pulmão – diminui o tônus do 
centro respiratório e resistência periférica. 
• Anestesia – doses altas. 
→ Contraindicações e precauções 
Darah Azini 2022 Farmacologia 
• TCE – depressão respiratória e aumenta CO2. – 
maior PCO2 
• Gestação – dependência química da mãe e bebê 
• Comprometimento pulmonar – aumento de CO2 
• Comprometimento hepático e renal – alto meta-
bolismo e depósito. 
→ Representantes: não é tão importante saber a 
classificação 
• Fenantrenos (opiáceos): morfina, heroína, oxi-
morfona, codeína. 
• Sintéticos: metadona, fentanilas e petidina. 
• Opioide de referência – serve de comparação 
para outros opioides. 
• Metabolização hepática: M3G – substância inativa 
⇢ M6G – ativo, produz o efeito analgésico. 
• Eliminação renal: a morfina se acumula, cautela 
com pacientes com IR. 
• Metabólito ativo da morfina, mas com menor po-
tência. 
• Utilizados como antitussígenos e antidiarreicos. 
Oxicodona e hidrocodona – semisintéticos análogos 
da codeína que são mais potentes. 
• Para melhorar sua ação associa-se com parace-
tamol – efeito sinérgico. Tylex. 
→ Metadona (fenileptilamina) 
• Agonista potente – mais do que a morfina. 
• Função antagonista NMDA – atua sobre os re-
ceptores de glutamato. 
• Meia vida longa, mais lipofílica. A administração re-
petida prolonga ainda mais sua meia vida – bioacu-
mulação. 
• Efeitos adversos: depressão respiratória, prolon-
gamento do intervalo QT. 
• Utilizada para dor crônica em pacientes oncológi-
cos terminais (refratários a morfina) 
• Tratamento da dependência a opioides – a me-
tadona tem uma meia vida longa e tem menos 
efeitos adversos,usada para fazer desmame. Trata 
abstinência a heroína e diminui as crises. Mas o pa-
ciente se vicia em metadona. 
→ Fentanil 
• Até 100x mais potente que a morfina. 
• Ação curta e que pode ser modulada (doses me-
nores = ação mais curta). 
• Adjuvante anestésico. 
• Sufetanil – mais potente. 
• Tem muitas formas farmacêuticas. 
→ Meperidina, Petidina, Dolantina 
• Eficácia semelhante a morfina, porém menos po-
tente. 
• Associado a quadros de disforia (ativa muito os 
receptores capa; metabólito tóxico – norpetidina). 
• Máfia do jaleco branco – dependência química 
entre profissionais da saúde. 
• Efeitos muscarínicos – taquicardia. 
• Muito utilizado em pacientes com dor crônica no 
paciente oncológico. 
→ Tramadol 
• Agonista opioide parcial ou misto – age também 
com IRSN 
• Eficácia maior com acúmulo de meia vida – uso 
crônico sem muito efeito adverso, com menor to-
lerância. 
• Reduz o limiar convulsivo. 
• Associação contra-indicada: bupropiona 
→ Buprenorfina, Nalbufina 
Darah Azini 2022 Farmacologia 
• Buprenorfina – produz analgesia inferior a mor-
fina, mas com menos disforia (ação parcial + anta-
gonista de D e K) 
• Nalbufina – disforia psicológica indesejável (ago-
nista K + antagonista parcial u). 
• Nalaxona – reverte efeitos adversos fatais da ad-
ministração de opioides, como a depressão respi-
ratória. 
• Naltrexona – desintoxicação de pacientes depen-
dentes de opioides, alcoolismo e compulsão alimen-
tar; antagonismo mais periférico, ação local mais 
potente – gosto metálico.

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