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Adoção e Alimentos

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Direito de Família
Adoção: conceitos básicos
1. Quem pode adotar: 
· Sujeito capaz, maior de 18 anos, com diferença de 16 anos da criança, cadastrado no CNA.
· São necessários documentos de cumprimento civil, ID, renda, endereço, antecedentes criminais, união e curso de adoção.
· Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
2. Quem não pode adotar:
· Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
· Aqueles que fizerem desadoção.
· Recusaram adotar 3x. 
3. Princípios:
· Isonomia ( tratamento igual dos filhos).
· Afetividade (laços gerados).
· Reciprocidade ( um reconhece o outro como filho e autoridade)
4. Funcionamento:
· Prazo de 120 dias de conclusão.
· A criança fica por no máximo 2 anos em lar provisório para não ter afetividade.
· Os dados são cruzados no CNA, tanto da criança, quanto do adotante.
· A criança a partir de 12 anos precisa aceitar ser adotada, por isso, ela tem um período de convivência nacional de 90 dias podendo prorrogar até 180 dias, e de 30 dias caso seja internacional.
· Ocorre averbação para que os antigos laços familiares sejam rompidos, e a Sentença de Adoção expede mandado no cartório para que sejam feitos os novos documentos, havendo possibilidade de segredo de justiça.
· O menor acompanha tudo e tem pleno acesso aos seus documentos.
· Caso haja desadoção, é preciso pagar pensão e danos morais.
Tipos de Adoção
1. Simples ou Plena: A adoção denominada adoção plena foi instituída através da Lei de Legitimação adotiva e do código de menores. A adoção simples impunha relação de filiação entre adotante e adotado, porém essa relação não se estendia aos familiares do adotante, mantendo os vínculos do adotante com sua família biológica.
2. Estatutária: casal onde ambos querem adotar os filhos um do outro.
3. Intuto Personal: há possibilidade de escolher quem vai adotar as crianças. 
4. Póstuma: é possível adotar após a morte, a pessoa morreu morre mas seu processo continua transitando.
5. Simulada: “dá” a criança para outra pessoa.
6. Unilateral e Conjunta: Na primeira apenas um quer adotar, na segunda ambos querem realizar a adoção. 
7. Internacional: 
· Feita por estrangeiros, onde no Brasil, são deixados por último na fila de preferência para dar possibilidade maior para as famílias locais.
· Prazo de convivência de 30 dias.
CNA
1. Funcionamento:
· Você escolhe características e entra na fila assim como as crianças.
· Dão preferência aos grupos de irmãos que são obrigatoriamente unidos, deficientes e doentes crônicos. 
· Dados são cruzados.
2. Exceções:
 • PEDIDO DE ADOÇÃO UNILATERAL(MADRASTA OU PADRASTO);
• FORMULADA POR PARENTE COM O QUAL A CRIANÇA OU ADOLESCENTE JÁ MANTENHA VÍNCULOS DE AFINIDADE E AFETIVIDADE;
• QUANDO O PEDIDO DE ADOÇÃO FOR ORIUNDO DE QUEM DETÉM A
TUTELA OU GUARDA LEGAL DE CRIANÇA MAIOR DE 3 (TRÊS)
ANOS OU ADOLESCENTE, DESDE QUE O LAPSO DE TEMPO DE
CONVIVÊNCIA COMPROVE A FIXAÇÃO DE LAÇOS DE AFINIDADE E AFETIVIDADE, E NÃO SEJA CONSTATADA A OCORRÊNCIA DE MÁ-FÉ. 
Adoção Internacional
Para estrangeiros e brasileiros presentes no estrangeiro
· É o último caso .
· O país de acolhida é onde ela vai residir com os adotantes.
· Criança e adolescente sairá de seu país de origem e será acolhida em outro país, ambos ratificantes da Convenção de Haia, que trata sobre adoção internacional, se um italiano adota uma criança brasileira ELA VIRA ITALIANA, sem dupla nacionalidade.
CEJA
· Fiscaliza habilitação e adoção internacional.
· Laudo pode ser feito em país estrangeiro, mas precisa de tradução.
· Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro. 
Requisitos
· Seja a melhor solução para a criança ou o adolescente. 
· Acima de 12 anos o adolescente é consultado.
· A criança colocada sobre guarda estrangeira não pode sair do Brasil, tem que ser concedida pelo judiciário. Estado de convivência é no Brasil. 
· O estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
· O laudo de habilitação tem validade de um ano, podendo ser prorrogada. 
· De posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual (CEJA). EM SUMA, O PROCESSO DE ADOÇÃO É NO LOCAL ONDE A CRIANÇA RESIDE, COM ACOMPANHAMENTO, DEITA EM NÍVEL ESTADUAL E NACIONAL. 
· Sim, a Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momento, solicitar informações sobre a situação das crianças e adolescentes adotados e que se encontram no estrangeiro!
Efeitos
· Se a criança não está bem podem pegar ela de volta.
· A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de reconhecer os efeitos da decisão estrangeira se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do adolescente. 
· Ex: adotante brasileiro gringo adota por sentença estrangeira e pratica crime grave no Brasil, aí não reconhece a adoção no Brasil e é retirada da família até que se resolva isso ou colocada na adoção novamente.
Nome e pré-nome
· Na sentença, o juiz excluirá o “nome” (entenda-se sobrenome) do adotado e determinará que sejam incluídos os sobrenomes do adotante.
· Quanto ao prenome (entenda-se “nome”), tanto o adotante quanto o adotado poderão pedir que seja alterado.
· Mas, se o adotado for maior de 12 anos, será necessária a sua anuência.
Questões sobre a adoção:
1. A Lei nº 12.010/2009 prevê que somente poderá ser deferida a adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos da lei quando
I. se tratar de pedido de adoção unilateral.
II. for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha
vínculos de afinidade e afetividade.
III. oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de três anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé.
É correto o que se afirma em:
I,II,III
2. Um menor foi deixado na residência de um casal e ali conviveu por dois anos, até que se iniciasse o processo de adoção. Nessa situação, como o casal possui a guarda de fato do adotado, será dispensada a realização do estágio de convivência nesse processo.
ERRADA, É POR 3 ANOS.
3. De acordo com o Código Civil brasileiro, a adoção de maiores de dezoito anos:
dependerá da assistência efetiva do Poder Público e de sentença constitutiva.
4. 
O CC/2002 nos remete à Lei 8.069/90 (ECA) no que tange a adoção:
I - ERRADA - Na adoção póstuma a sentença só produz efeitos a partir do trânsito em julgado.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento,   antes de prolatada a sentença  .
II - ERRADA - O adotante deverá ser pelo menos dezoito anos mais velho que o adotado, por expressa determinação legal.
Art. 42. Omissis
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.
III - CORRETA - (Art. 45 Caput + § 2º) Em regra, a adoção depende de consentimento dos pais ou dos representantes legais, de quem se deseja adotar, e da concordância deste, se contar mais de doze anos.
IV - CORRETA - (Art. 45 § 1º)   Não há necessidade do consentimento do representante legal do menor, se provado que se trata de infante exposto.  
Art. 45 Omissis
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar.
Bons Estudos!
5. O tutor não poderá dispor dos bens do tutelado, a título gratuito, ainda que com autorização judicial, sob pena denulidade.
6. Não há esta liberdade na formação do patronímico, pois este é o sobrenome derivado do nome do pai, e não há liberdade em escolher o sobrenome do adotando, o adotando terá o sobrenome dos pais que o adotarem.
7. À data do pedido de adoção, em não estando sob a guarda ou tutela dos adotantes, o adotando deverá contar com idade de no máximo: 18 ANOS.
8. Na adoção realizada por escritura pública, mesmo havendo vínculo socioafetivo entre o filho e o pai adotante, é permitido ao filho ter acesso a sua verdade biológica, podendo pleitear, judicialmente, o reconhecimento do vínculo biológico de parentesco.
9. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão, sendo que a nova inscrição consignará: O nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
10. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha sido processado em conformidade com a legislação vigente no país de residência e porém sem ter atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, para ser válido deverá a deverá a sentença ser: homologada pelo STJ.
11. Para onde, obrigatoriamente, devem ser encaminhadas as gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção? A justiça da infância e juventude.
Convenção de HAIA
· Protege a criança em casos que a prejudicam, retiram ela da família e colocam imediatamente para a adoção ou procuram um lar duradouro.
· Primeiro é necessário que a criança tenha a oportunidade de ser adotada no Brasil.
· Seja a melhor solução para a criança ou o adolescente. 
· Acima de 12 anos o adolescente é consultado.
· A criança colocada sobre guarda estrangeira não pode sair do Brasil, tem que ser concedida pelo judiciário. Estado de convivência é no Brasil. 
· O estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
· O laudo de habilitação tem validade de um ano, podendo ser prorrogada. 
O PRESIDENTE DA REPUBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição,
Considerando que Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional foi concluída na Haia, em 29 de maio de 1993;
Considerando que o Congresso Nacional aprovou o Ato multilateral em epígrafe por meio do Decreto Legislativo no 1, de 14 de janeiro de 1999;
Considerando que a Convenção em tela entrou em vigor internacional de 1o de maio de 1995;
Considerando que o Governo brasileiro depositou o Instrumento de Ratificação da referida Convenção em 10 de março de 1999, passará a mesma a vigorar para o Brasil em 1o julho de 1999, nos termos do parágrafo 2 de seu Artigo 46;
DECRETA :
Art. 1o  A Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, concluída na Haia, em 29 de maio de 1993, apensa por cópia a este Decreto, deverá ser executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém.
Art. 2o  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 21 de junho de 1999; 178o da Independência e 111o da República
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Luiz Felipe Lampreia
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.6.1999
Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional
Os Estados signatários da presente Convenção,
Reconhecendo que, para o desenvolvimento harmonioso de sua personalidade, a criança deve crescer em meio familiar, em clima de felicidade, de amor e de compreensão;
Recordando que cada país deveria tomar, com caráter prioritário, medidas adequadas para permitir a manutenção da criança em sua família de origem;
Reconhecendo que a adoção internacional pode apresentar a vantagem de dar uma família permanente à criança para quem não se possa encontrar uma família adequada em seu país de origem;
Convencidos da necessidade de prever medidas para garantir que as adoções internacionais sejam feitas no interesse superior da criança e com respeito a seus direitos fundamentais, assim como para prevenir o seqüestro, a venda ou o tráfico de crianças; e
Desejando estabelecer para esse fim disposições comuns que levem em consideração os princípios reconhecidos por instrumentos internacionais, em particular a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, de 20 de novembro de 1989, e pela Declaração das Nações Unidas sobre os Princípios Sociais e Jurídicos Aplicáveis à Proteção e ao Bem-estar das Crianças, com Especial Referência às Práticas em Matéria de Adoção e de Colocação Familiar nos Planos Nacional e Internacional (Resolução da Assembléia Geral 41/85, de 3 de dezembro de 1986),
Acordam nas seguintes disposições:
Capítulo I
Âmbito de Aplicação da Convenção
Artigo 1
A presente Convenção tem por objetivo:
a) estabelecer garantias para que as adoções internacionais sejam feitas segundo o interesse superior da criança e com respeito aos direitos fundamentais que lhe reconhece o direito internacional;
b) instaurar um sistema de cooperação entre os Estados Contratantes que assegure o respeito às mencionadas garantias e, em conseqüência, previna o seqüestro, a venda ou o tráfico de crianças;
c) assegurar o reconhecimento nos Estados Contratantes das adoções realizadas segundo a Convenção.
Artigo 2
1. A Convenção será aplicada quando uma criança com residência habitual em um Estado Contratante ("o Estado de origem") tiver sido, for, ou deva ser deslocada para outro Estado Contratante ("o Estado de acolhida"), quer após sua adoção no Estado de origem por cônjuges ou por uma pessoa residente habitualmente no Estado de acolhida, quer para que essa adoção seja realizada, no Estado de acolhida ou no Estado de origem.
2. A Convenção somente abrange as Adoções que estabeleçam um vínculo de filiação.
Artigo 3
A Convenção deixará de ser aplicável se as aprovações previstas no artigo 17, alínea "c", não forem concedidas antes que a criança atinja a idade de 18 (dezoito) anos.
Capítulo II
Requisitos Para As Adoções Internacionais
Artigo 4
As adoções abrangidas por esta Convenção só poderão ocorrer quando as autoridades competentes do Estado de origem:
a) tiverem determinado que a criança é adotável;
b) tiverem verificado, depois de haver examinado adequadamente as possibilidades de colocação da criança em seu Estado de origem, que uma adoção internacional atende ao interesse superior da criança;
c) tiverem-se assegurado de:
1) que as pessoas, instituições e autoridades cujo consentimento se requeira para a adoção hajam sido convenientemente orientadas e devidamente informadas das conseqüências de seu consentimento, em particular em relação à manutenção ou à ruptura, em virtude da adoção, dos vínculos jurídicos entre a criança e sua família de origem;
2) que estas pessoas, instituições e autoridades tenham manifestado seu consentimento livremente, na forma legal prevista, e que este consentimento se tenha manifestado ou constatado por escrito;
3) que os consentimentos não tenham sido obtidos mediante pagamento ou compensação de qualquer espécie nem tenham sido revogados, e
4) que o consentimento da mãe, quando exigido, tenha sido manifestado após o nascimento da criança; e
d) tiverem-se assegurado, observada a idade e o grau de maturidade da criança, de:
1) que tenha sido a mesma convenientemente orientada e devidamente informada sobre as conseqüências de seu consentimento à adoção, quando este for exigido;
2) que tenham sido levadas em consideração a vontade e as opiniões da criança;
3) que o consentimento da criança à adoção, quando exigido, tenha sido dado livremente, na forma legal prevista, e que este consentimento tenha sido manifestado ou constatado por escrito;
4) que o consentimento não tenha sido induzido mediante pagamento ou compensação de qualquer espécie.
Artigo 5
As adoções abrangidas por esta Convenção só poderão ocorrerquando as autoridades competentes do Estado de acolhida:
a) tiverem verificado que os futuros pais adotivos encontram-se habilitados e aptos para adotar;
b) tiverem-se assegurado de que os futuros pais adotivos foram convenientemente orientados;
c) tiverem verificado que a criança foi ou será autorizada a entrar e a residir permanentemente no Estado de acolhida.
Capítulo III
Autoridades Centrais e Organismos Credenciados
Artigo 6
1. Cada Estado Contratante designará uma Autoridade Central encarregada de dar cumprimento às obrigações impostas pela presente Convenção.
2. Um Estado federal, um Estado no qual vigoram diversos sistemas jurídicos ou um Estado com unidades territoriais autônomas poderá designar mais de uma Autoridade Central e especificar o âmbito territorial ou pessoal de suas funções. O Estado que fizer uso dessa faculdade designará a Autoridade Central à qual poderá ser dirigida toda a comunicação para sua transmissão à Autoridade Central competente dentro desse Estado.
Artigo 7
1. As Autoridades Centrais deverão cooperar entre si e promover a colaboração entre as autoridades competentes de seus respectivos Estados a fim de assegurar a proteção das crianças e alcançar os demais objetivos da Convenção.
2. As Autoridades Centrais tomarão, diretamente, todas as medidas adequadas para:
a) fornecer informações sobre a legislação de seus Estados em matéria de adoção e outras informações gerais, tais como estatísticas e formulários padronizados;
b) informar-se mutuamente sobre o funcionamento da Convenção e, na medida do possível, remover os obstáculos para sua aplicação.
Artigo 8
As Autoridades Centrais tomarão, diretamente ou com a cooperação de autoridades públicas, todas as medidas apropriadas para prevenir benefícios materiais induzidos por ocasião de uma adoção e para impedir qualquer prática contrária aos objetivos da Convenção.
Artigo 9
As Autoridades Centrais tomarão todas as medidas apropriadas, seja diretamente ou com a cooperação de autoridades públicas ou outros organismos devidamente credenciados em seu Estado, em especial para:
a) reunir, conservar e permutar informações relativas à situação da criança e dos futuros pais adotivos, na medida necessária à realização da adoção;
b) facilitar, acompanhar e acelerar o procedimento de adoção;
c) promover o desenvolvimento de serviços de orientação em matéria de adoção e de acompanhamento das adoções em seus respectivos Estados;
d) permutar relatórios gerais de avaliação sobre as experiências em matéria de adoção internacional;
e) responder, nos limites da lei do seu Estado, às solicitações justificadas de informações a respeito de uma situação particular de adoção formuladas por outras Autoridades Centrais ou por autoridades públicas.
Artigo 10
Somente poderão obter e conservar o credenciamento os organismos que demonstrarem sua aptidão para cumprir corretamente as tarefas que lhe possam ser confiadas.
Artigo 11
Um organismo credenciado deverá:
a) perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do Estado que o tiver credenciado;
b) ser dirigido e administrado por pessoas qualificadas por sua integridade moral e por sua formação ou experiência para atuar na área de adoção internacional;
c) estar submetido à supervisão das autoridades competentes do referido Estado, no que tange à sua composição, funcionamento e situação financeira.
Artigo 12
Um organismo credenciado em um Estado Contratante somente poderá atuar em outro Estado Contratante se tiver sido autorizado pelas autoridades competentes de ambos os Estados.
Artigo 13
A designação das Autoridades Centrais e, quando for o caso, o âmbito de suas funções, assim como os nomes e endereços dos organismos credenciados devem ser comunicados por cada Estado Contratante ao Bureau Permanente da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado.
Capítulo IV
Requisitos Processuais para a Adoção Internacional
Artigo 14
As pessoas com residência habitual em um Estado Contratante, que desejem adotar uma criança cuja residência habitual seja em outro Estado Contratante, deverão dirigir-se à Autoridade Central do Estado de sua residência habitual.
Artigo 15
1. Se a Autoridade Central do Estado de acolhida considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, a mesma preparará um relatório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam, sua aptidão para assumir uma adoção internacional, assim como sobre as crianças de que eles estariam em condições de tomar a seu cargo.
2. A Autoridade Central do Estado de acolhida transmitirá o relatório à Autoridade Central do Estado de origem.
Artigo 16
1. Se a Autoridade Central do Estado de origem considerar que a criança é adotável, deverá:
a) preparar um relatório que contenha informações sobre a identidade da criança, sua adotabilidade, seu meio social, sua evolução pessoal e familiar, seu histórico médico pessoal e familiar, assim como quaisquer necessidades particulares da criança;
b) levar em conta as condições de educação da criança, assim como sua origem étnica, religiosa e cultural;
c) assegurar-se de que os consentimentos tenham sido obtidos de acordo com o artigo 4; e
d) verificar, baseando-se especialmente nos relatórios relativos à criança e aos futuros pais adotivos, se a colocação prevista atende ao interesse superior da criança.
2. A Autoridade Central do Estado de origem transmitirá à Autoridade Central do Estado de acolhida seu relatório sobre a criança, a prova dos consentimentos requeridos e as razões que justificam a colocação, cuidando para não revelar a identidade da mãe e do pai, caso a divulgação dessas informações não seja permitida no Estado de origem.
Artigo 17
Toda decisão de confiar uma criança aos futuros pais adotivos somente poderá ser tomada no Estado de origem se:
a) a Autoridade Central do Estado de origem tiver-se assegurado de que os futuros pais adotivos manifestaram sua concordância;
b) a Autoridade Central do Estado de acolhida tiver aprovado tal decisão, quando esta aprovação for requerida pela lei do Estado de acolhida ou pela Autoridade Central do Estado de origem;
c) as Autoridades Centrais de ambos os Estados estiverem de acordo em que se prossiga com a adoção; e
d) tiver sido verificado, de conformidade com o artigo 5, que os futuros pais adotivos estão habilitados e aptos a adotar e que a criança está ou será autorizada a entrar e residir permanentemente no Estado de acolhida.
Artigo 18
As Autoridades Centrais de ambos os Estados tomarão todas as medidas necessárias para que a criança receba a autorização de saída do Estado de origem, assim como aquela de entrada e de residência permanente no Estado de acolhida.
Artigo 19
1. O deslocamento da criança para o Estado de acolhida só poderá ocorrer quando tiverem sido satisfeitos os requisitos do artigo 17.
2. As Autoridades Centrais dos dois Estados deverão providenciar para que o deslocamento se realize com toda a segurança, em condições adequadas e, quando possível, em companhia dos pais adotivos ou futuros pais adotivos.
3. Se o deslocamento da criança não se efetivar, os relatórios a que se referem os artigos 15 e 16 serão restituídos às autoridades que os tiverem expedido.
Artigo 20
As Autoridades Centrais manter-se-ão informadas sobre o procedimento de adoção, sobre as medidas adotadas para levá-la a efeito, assim como sobre o desenvolvimento do período probatório, se este for requerido.
Artigo 21
1. Quando a adoção deva ocorrer, após o deslocamento da criança, para o Estado de acolhida e a Autoridade Central desse Estado considerar que a manutenção da criança na família de acolhida já não responde ao seu interesse superior, essa Autoridade Central tomará as medidas necessárias à proteção da criança, especialmente de modo a:
a) retirá-la das pessoas que pretendem adotá-la e assegurar provisoriamente seu cuidado;
b) em consulta coma Autoridade Central do Estado de origem, assegurar, sem demora, uma nova colocação da criança com vistas à sua adoção ou, em sua falta, uma colocação alternativa de caráter duradouro. Somente poderá ocorrer uma adoção se a Autoridade Central do Estado de origem tiver sido devidamente informada sobre os novos pais adotivos;
c) como último recurso, assegurar o retorno da criança ao Estado de origem, se assim o exigir o interesse da mesma.
2. Tendo em vista especialmente a idade e o grau de maturidade da criança, esta deverá ser consultada e, neste caso, deve-se obter seu consentimento em relação às medidas a serem tomadas, em conformidade com o presente Artigo.
Artigo 22
1. As funções conferidas à Autoridade Central pelo presente capítulo poderão ser exercidas por autoridades públicas ou por organismos credenciados de conformidade com o capítulo III, e sempre na forma prevista pela lei de seu Estado.
2. Um Estado Contratante poderá declarar ante o depositário da Convenção que as Funções conferidas à Autoridade Central pelos artigos 15 a 21 poderão também ser exercidas nesse Estado, dentro dos limites permitidos pela lei e sob o controle das autoridades competentes desse Estado, por organismos e pessoas que:
a) satisfizerem as condições de integridade moral, de competência profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelo mencionado Estado;
b) forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e experiência para atuar na área de adoção internacional.
3. O Estado Contratante que efetuar a declaração prevista no parágrafo 2 informará com regularidade ao Bureau Permanente da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado os nomes e endereços desses organismos e pessoas.
4. Um Estado Contratante poderá declarar ante o depositário da Convenção que as adoções de crianças cuja residência habitual estiver situada em seu território somente poderão ocorrer se as funções conferidas às Autoridades Centrais forem exercidas de acordo com o parágrafo 1.
5. Não obstante qualquer declaração efetuada de conformidade com o parágrafo 2, os relatórios previstos nos artigos 15 e 16 serão, em todos os casos, elaborados sob a responsabilidade da Autoridade Central ou  de outras autoridades ou organismos, de conformidade com o parágrafo 1.
Capítulo V
Reconhecimento e Efeitos da Adoção
Artigo 23
1. Uma adoção certificada em conformidade com a Convenção, pela autoridade competente do Estado onde ocorreu, será reconhecida de pleno direito pelos demais Estados Contratantes. O certificado deverá especificar quando e quem outorgou os assentimentos previstos no artigo 17, alínea "c".
2. Cada Estado Contratante, no momento da assinatura, ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, notificará ao depositário da Convenção a identidade e as Funções da autoridade ou das autoridades que, nesse Estado, são competentes para expedir esse certificado, bem como lhe notificará, igualmente, qualquer modificação na designação dessas autoridades.
Artigo 24
O reconhecimento de uma adoção só poderá ser recusado em um Estado Contratante se a adoção for manifestamente contrária à sua ordem pública, levando em consideração o interesse superior da criança.
Artigo 25
Qualquer Estado Contratante poderá declarar ao depositário da Convenção que não se considera obrigado, em virtude desta, a reconhecer as adoções feitas de conformidade com um acordo concluído com base no artigo 39, parágrafo 2.
Artigo 26
1. O reconhecimento da adoção implicará o reconhecimento:
a) do vínculo de filiação entre a criança e seus pais adotivos;
b) da responsabilidade paterna dos pais adotivos a respeito da criança;
c) da ruptura do vínculo de filiação preexistente entre a criança e sua mãe e seu pai, se a adoção produzir este efeito no Estado Contratante em que ocorreu.
2. Se a adoção tiver por efeito a ruptura do vínculo preexistente de filiação, a criança gozará, no Estado de acolhida e em qualquer outro Estado Contratante no qual se reconheça a adoção, de direitos equivalentes aos que resultem de uma adoção que produza tal efeito em cada um desses Estados.
3. Os parágrafos precedentes não impedirão a aplicação de quaisquer disposições mais favoráveis à criança, em vigor no Estado Contratante que reconheça a adoção.
Artigo 27
1. Se uma adoção realizada no Estado de origem não tiver como efeito a ruptura do vínculo preexistente de filiação, o Estado de acolhida que reconhecer a adoção de conformidade com a Convenção poderá convertê-la em uma adoção que produza tal efeito, se:
a) a lei do Estado de acolhida o permitir; e
b) os consentimentos previstos no Artigo 4, alíneas "c" e "d", tiverem sido ou forem outorgados para tal adoção.
2. O artigo 23 aplica-se à decisão sobre a conversão.
Capítulo VI
Disposições Gerais
Artigo 28
A Convenção não afetará nenhuma lei do Estado de origem que requeira que a adoção de uma criança residente habitualmente nesse Estado ocorra nesse Estado, ou que proíba a colocação da criança no Estado de acolhida ou seu deslocamento ao Estado de acolhida antes da adoção.
Artigo 29
Não deverá haver nenhum contato entre os futuros pais adotivos e os pais da criança ou qualquer outra pessoa que detenha a sua guarda até que se tenham cumprido as disposições do artigo 4, alíneas "a" a "c" e do artigo 5, alínea "a", salvo os casos em que a adoção for efetuada entre membros de uma mesma família ou em que as condições fixadas pela autoridade competente do Estado de origem forem cumpridas.
Artigo 30
1. As autoridades competentes de um Estado Contratante tomarão providências para a conservação das informações de que dispuserem relativamente à origem da criança e, em particular, a respeito da identidade de seus pais, assim como sobre o histórico médico da criança e de sua família.
2. Essas autoridades assegurarão o acesso, com a devida orientação da criança ou de seu representante legal, a estas informações, na medida em que o permita a lei do referido Estado.
Artigo 31
Sem prejuízo do estabelecido no artigo 30, os dados pessoais que forem obtidos ou transmitidos de conformidade com a Convenção, em particular aqueles a que se referem os artigos 15 e 16, não poderão ser utilizados para fins distintos daqueles para os quais foram colhidos ou transmitidos.
Artigo 32
1. Ninguém poderá obter vantagens materiais indevidas em razão de intervenção em uma adoção internacional.
2. Só poderão ser cobrados e pagos os custos e as despesas, inclusive os honorários profissionais razoáveis de pessoas que tenham intervindo na adoção.
3. Os dirigentes, administradores e empregados dos organismos intervenientes em uma adoção não poderão receber remuneração desproporcional em relação aos serviços prestados.
Artigo 33
Qualquer autoridade competente, ao verificar que uma disposição da Convenção foi desrespeitada ou que existe risco manifesto de que venha a sê-lo, informará imediatamente a Autoridade Central de seu Estado, a qual terá a responsabilidade de assegurar que sejam tomadas as medidas adequadas.
Artigo 34
Se a autoridade competente do Estado destinatário de um documento requerer que se faça deste uma tradução certificada, esta deverá ser fornecida. Salvo dispensa, os custos de tal tradução estarão a cargo dos futuros pais adotivos.
Artigo 35
As autoridades competentes dos Estados Contratantes atuarão com celeridade nos procedimentos de adoção.
Artigo 36
Em relação a um Estado que possua, em matéria de adoção, dois ou mais sistemas jurídicos aplicáveis em diferentes unidades territoriais:
a) qualquer referência à residência habitual nesse Estado será entendida como relativa à residência habitual em uma unidade territorial do dito Estado;
b) qualquer referência à lei desse Estado será entendida como relativa à lei vigente na correspondente unidade territorial;
c) qualquer referência às autoridades competentes ou às autoridades públicas desse Estado será entendida como relativa às autoridades autorizadas para atuar na correspondente unidade territorial;
d) qualquer referência aos organismos credenciados do dito Estado será entendida como relativa aos organismoscredenciados na correspondente unidade territorial.
Artigo 37
No tocante a um Estado que possua, em matéria de adoção, dois ou mais sistemas jurídicos aplicáveis a categorias diferentes de pessoas, qualquer referência à lei desse Estado será entendida como ao sistema jurídico indicado pela lei do dito Estado.
Artigo 38
Um Estado em que distintas unidades territoriais possuam suas próprias regras de direito em matéria de adoção não estará obrigado a aplicar a Convenção nos casos em que um Estado de sistema jurídico único não estiver obrigado a fazê-lo.
Artigo 39
1. A Convenção não afeta os instrumentos internacionais em que os Estados Contratantes sejam Partes e que contenham disposições sobre as matérias reguladas pela presente Convenção, salvo declaração em contrário dos Estados vinculados pelos referidos instrumentos internacionais.
2. Qualquer Estado Contratante poderá concluir com um ou mais Estados Contratantes acordos para favorecer a aplicação da Convenção em suas relações recíprocas. Esses acordos somente poderão derrogar as disposições contidas nos artigos 14 a 16 e 18 a 21. Os Estados que concluírem tais acordos transmitirão uma cópia dos mesmos ao depositário da presente Convenção.
Artigo 40
Nenhuma reserva à Convenção será admitida.
Artigo 41
A Convenção será aplicada às Solicitações formuladas em conformidade com o artigo 14 e recebidas depois da entrada em vigor da Convenção no Estado de acolhida e no Estado de origem.
Artigo 42
O Secretário-Geral da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado convocará periodicamente uma Comissão Especial para examinar o funcionamento prático da Convenção.
Capítulo VII
Cláusulas Finais
Artigo 43
1. A Convenção estará aberta à assinatura dos Estados que eram membros da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado quando da Décima-Sétima Sessão, e aos demais Estados participantes da referida Sessão.
2. Ela será ratificada, aceita ou aprovada e os instrumentos de ratificação, aceitação ou aprovação serão depositados no Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino dos Países Baixos, depositário da Convenção.
Artigo 44
1. Qualquer outro Estado poderá aderir à Convenção depois de sua entrada em vigor, conforme o disposto no artigo 46, parágrafo 1.
2. O instrumento de adesão deverá ser depositado junto ao depositário da Convenção.
3. A adesão somente surtirá efeitos nas relações entre o Estado aderente e os Estados Contratantes que não tiverem formulado objeção à sua adesão nos seis meses seguintes ao recebimento da notificação a que se refere o artigo 48, alínea "b". Tal objeção poderá igualmente ser formulada por qualquer Estado no momento da ratificação, aceitação ou aprovação da Convenção, posterior à adesão. As referidas objeções deverão ser notificadas ao depositário.
Artigo 45
1. Quando um Estado compreender duas ou mais unidades territoriais nas quais se apliquem sistemas jurídicos diferentes em relação às questões reguladas pela presente Convenção, poderá declarar, no momento da assinatura, da ratificação, da aceitação, da aprovação ou da adesão, que a presente Convenção será aplicada a todas as suas unidades territoriais ou somente a uma ou várias delas. Essa declaração poderá ser modificada por meio de nova declaração a qualquer tempo.
2. Tais declarações serão notificadas ao depositário, indicando-se expressamente as unidades territoriais às quais a Convenção será aplicável.
3. Caso um Estado não formule nenhuma declaração na forma do presente artigo, a Convenção será aplicada à totalidade do território do referido Estado.
Artigo 46
1. A Convenção entrará em vigor no primeiro dia do mês seguinte à expiração de um período de três meses contados da data do depósito do terceiro instrumento de ratificação, de aceitação ou de aprovação previsto no artigo 43.
2. Posteriormente, a Convenção entrará em vigor:
a) para cada Estado que a ratificar, aceitar ou aprovar posteriormente, ou apresentar adesão à mesma, no primeiro dia do mês seguinte à expiração de um período de três meses depois do depósito de seu instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão;
b) para as unidades territoriais às quais se tenha estendido a aplicação da Convenção conforme o disposto no artigo 45, no primeiro dia do mês seguinte à expiração de um período de três meses depois da notificação prevista no referido artigo.
Artigo 47
1. Qualquer Estado-Parte na presente Convenção poderá denunciá-la mediante notificação por escrito, dirigida ao depositário.
2. A denúncia surtirá efeito no primeiro dia do mês subseqüente à expiração de um período de doze meses da data de recebimento da notificação pelo depositário. Caso a notificação fixe um período maior para que a denúncia surta efeito, esta surtirá efeito ao término do referido período a contar da data do recebimento da notificação.
Artigo 48
O depositário notificará aos Estados-Membros da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado, assim como aos demais Estados participantes da Décima-Sétima Sessão e aos Estados que tiverem aderido à Convenção de conformidade com o disposto no artigo 44:
a) as assinaturas, ratificações, aceitações e aprovações a que se refere o artigo 43;
b) as adesões e as objeções às adesões a que se refere o artigo 44;
c) a data em que a Convenção entrará em vigor de conformidade com as disposições do artigo 46;
d) as declarações e designações a que se referem os artigos 22, 23, 25 e 45;
e) os Acordos a que se refere o artigo 39;
f) as denúncias a que se refere o artigo 47.
Em testemunho do que, os abaixo-assinados, devidamente autorizados, firmaram a presente Convenção.
Feita na Haia, em 29 de maio de 1993, nos idiomas francês e inglês, sendo ambos os textos igualmente autênticos, em um único exemplar, o qual será depositado nos arquivos do Governo do Reino dos Países Baixos e do qual uma cópia certificada será enviada, por via diplomática, a cada um dos Estados-Membros da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado por ocasião da Décima-Sétima Sessão, assim como a cada um dos demais Estados que participaram desta Sessão.
Adoção Intuito Personae
Todavia, há uma realidade muito específica do contexto social brasileiro, em que a genitora, ou genitores da criança, ou responsáveis indicam uma pessoa certa para adotar aquela criança, ou seja, a adoção intuitu personae, também denominada de adoção dirigida, nas palavras de Suely Kusano12:
Diz-se intuitu personae a adoção em que o adotante é previamente indicado por manifestação de vontade da mãe ou dos pais biológicos ou, não os havendo, dos responsáveis legais quando apresentado o consentimento exigido do artigo 45 e, por isso, autorizada a não observância da ordem cronológica do cadastro de adotantes.
Ocorre que, tal possibilidade não está prevista na legislação, razão pela qual, encontra resistência, pois alguns juristas primam pela obrigatoriedade da habilitação prévia e respeito a lista de candidatos à adoção, entendendo que a adoção intuitu personae configuraria um meio de “burlar” o sistema.
DA RODA DOS EXPOSTOS AO BABYKLAPPE – O QUE MUDOU NA ADOÇÃO?
Carolaine Miranda Aguiar
Giulia Tavares Madeira Pinto
Isabela Vitória Bueno Oliveira
Jacyara Alexandra Silva Nunes
João Fernando Ferreira de Oliveira
Lis Lorena Lojor Mota
1 INTRODUÇÃO
	No Brasil, durante um intervalo de aproximadamente 100 anos, as crianças órfãs e abandonadas eram acolhidas em conventos e nas instituições denominadas “Santa Casa da Misericórdia”. 
	Essas instituições de caridade acolhiam bebês e crianças por meio de um mecanismo popularmente conhecido como “roda dos enjeitados” ou “roda dos expostos”. As crianças rejeitadas pelas famílias, ou em situação de miséria e vulnerabilidade, em sua maioria, eram abandonadas em uma câmara de formato cilíndrico, onde eram direcionadas ao interior da casa de acolhimento. 
	No ato os genitores, na grande maioria dos casos, deixavam bilhetes com informações sobre a criança exposta, além da justificativa do abandono. Algumas, no entanto, eram deixadas sem registro algum. Cada criança, ao adentrar a instituição,tinha seu ingresso registrado em livros, e àqueles que não possuíam nenhum nome ou pista de origem, era determinado naquele momento suas informações pessoais.
	No Brasil, este mecanismo que possui origem europeia só foi extinto após década de 30, mas ainda hoje é possível conhecê-lo através de museus. 
	No presente trabalho discorreremos sobre a origem, instituição, formalização e extinção da “roda dos expostos”, bem como de um mecanismo atual semelhante a ele, o babyklappe. Além disso, abordaremos também as mudanças legislativas acerca da adoção e seus aspectos positivos em relação aos menores vulneráveis. 
2 A RODA DOS EXPOSTOS E O BABYKLAPPE
Inicialmente cabe estabelecer a conceituação sobre o que era a chamada “Roda dos Expostos”: mecanismo utilizado até início do século XX, diz respeito a um cilindro oco de madeira, colocado nos muros de Conventos no exterior das Santas Casas de Misericórdia, com uma janela em uma de duas faces que fazia um giro de 180 graus, ao ser acionada a campainha, abria-se para receber a criança e a partir deste momento era registrado, ganhava um nome e moraria no local até que viesse se tornar independente. Esse mecanismo surgiu na Europa e chegou ao Brasil por meio dos colonos portugueses, existindo nas cidades de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.
Estima-se que, durante o tempo de funcionamento da roda em São Paulo, em média, um bebê era deixado ali por semana. As crianças depositadas nas referidas rodas, objetivando diminuir a mortalidade infantil, eram ali deixadas por diversos motivos: gravidez indesejada, fruto de sedução, sexo sem compromisso, estupro, deficiência, frutos de relações inter-raciais, coação, promessa enganosa e por muitas vezes, ausência de amor materno.
Vale ressaltar que a instituição Santa Casa de Misericórdia é fundada por uma irmandade religiosa, tendo como missão o tratamento e sustento a enfermos e inválidos. Para muitos, essa instituição foi a razão pela qual a roda dos expostos foi mantida em funcionamento por tanto tempo, já que figurava um ato de caridade em relação aos bebês, evitando, assim, seu abandono. Sua orientação remonta ao Compromisso da Misericórdia de Lisboa. Devido à necessidade de internação de pacientes destituídos de recursos ou recém-chegados ao Brasil, sem família e moradia, acarretou, no século XVI, a criação das Santas Casas da Misericórdia, segundo os moldes da estabelecida em Lisboa. Essas unidades multiplicaram-se por todo o território brasileiro exercendo um importante papel. Também foram atribuídas a essas instituições diversas funções ao longo da história.
A Santa Casa, depois que teve o seu compromisso aprovado pela rainha D. Maria I, obrigou-se a ter um recolhimento de órfãos, com uma “roda de expostos”. Porém, não tendo lugar para todas as crianças abandonadas, essas eram entregues a certas senhoras, que recebiam determinada quantia para a sua criação, mas acontece que nem todas cumpriam com devotamento a sua missão.
Não havia limitações no tocante ao abandono, eram crianças brancas ou negras. Os motivos decorrentes do desamparo as crianças negras tornam-se peculiares quando associadas a escravidão em nosso país. Muitas mães escravas colocavam seus filhos a disposição da roda para que este fugisse à condição de escravo, tendo em vista que ao ser abandonada a criança passava a ser considerada livre.
As “rodas” tiveram seu funcionamento encerrado somente na década de 1930. A partir de 1936, os relatórios da instituição não possuem mais o tópico dedicado aos cuidados com os Expostos.
Entretanto, são encontrados na Europa um mecanismo chamado babyklappe, presente em hospitais e maternidades. 
O babyklappe se trata de uma “evolução” da roda dos expostos. É consistente em uma escotilha de aço com um berço aquecido no qual o bebê é colocado. A partir de então, os funcionários são alertados da presença do bebê “exposto”, tomando providências que viabilizem a adoção. É importante registrar que neste mecanismo a mãe é capaz de recuperar o filho antes que este seja entregue à adoção.
Lamentavelmente o abandono de crianças ainda é uma realidade no mundo contemporâneo, tendo a institucionalização como a única alternativa viável para garantir a sobrevivência desses indivíduos.
Apesar da existência dos babyklappe’s, felizmente no Brasil as “rodas” não mais são utilizadas. Contudo ainda existem numerosas instituições de recolhimento ou orfanatos de crianças, chamadas de Entidades de Atendimento e Acolhimento Institucional.
O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 134, pune aquele que expõe ou abandona o recém-nascido, a fim de ocultar sua desonra. Entretanto, o bem jurídico a ser protegido por este dispositivo é a segurança do recém-nascido e a impossibilidade de se defender dos danos inerentes ao abandono.
Nesse sentido, atualmente a adoção de crianças realizada nos moldes da Lei da Adoção – Lei 12.010 de 03 de agosto de 2009 - que é pautada por princípios, como o princípio do melhor interesse da criança ou do adolescente, princípio da dignidade da pessoa humana, princípio da isonomia ou da igualdade entre os filhos, princípio da reciprocidade, dentre outros.
É notório que, conforme a legislação vigente, a adoção possui caráter excepcional e irrevogável, ou seja, só ocorre quando foram frustradas todas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente na família natural ou extensa. A adoção, ainda, segundo Carlos Roberto Gonçalves, “é um ato jurídico solene pelo qual alguém recebe em sua família, na qualidade de filho, pessoa a ela estranha”.
Desse modo, percebe-se que, com a criação de legislações como o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei Nacional da Adoção, bem como princípios estabelecidos na Constituição Federal de 1988, às crianças institucionalizadas foram assegurados direitos e garantias fundamentais de forma a garantir sua segurança e dignidade. Dessa maneira, ocorrendo a adoção, os adotandos serão tratados igualmente em relação aos filhos naturais pelos adotantes.
Nesse sentido, mesmo com a atual inexistência da “roda dos excluídos”, uma enorme parcela de crianças ainda se encontram em situação de vulnerabilidade. São abandonadas em lares e instituições de caridade onde, devido à demanda desigual entre idades e determinadas características físicas, permanecem até a adolescência ou a idade adulta. É complexo definir o quão prejudicial essa situação se faz na formação social e psíquica do indivíduo, que poderá carregar marcas por toda vida. Por esta razão é tão importante que sejam observados os direitos e garantias das crianças e adolescentes institucionalizadas, de modo a garantir que estes impactos sejam minimizados o quanto possível. 
Filiação
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1° O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro de nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação expressa e direta perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Art. 2° Em registro de nascimento de menor apenas com a maternidade estabelecida, o oficial remeterá ao juiz certidão integral do registro e o nome e prenome, profissão, identidade e residência do suposto pai, a fim de ser averiguada oficiosamente a procedência da alegação.
§ 1° O juiz, sempre que possível, ouvirá a mãe sobre a paternidade alegada e mandará, em qualquer caso, notificar o suposto pai, independente de seu estado civil, para que se manifeste sobre a paternidade que lhe é atribuída.
§ 2° O juiz, quando entender necessário, determinará que a diligência seja realizada em segredo de justiça.
§ 3° No caso do suposto pai confirmar expressamente a paternidade, será lavrado termo de reconhecimento e remetida certidão ao oficial do registro, para a devida averbação.
§ 4° Se o suposto pai não atender no prazo de trinta dias, a notificação judicial,ou negar a alegada paternidade, o juiz remeterá os autos ao representante do Ministério Público para que intente, havendo elementos suficientes, a ação de investigação de paternidade.
§ 5° A iniciativa conferida ao Ministério não impede a quem tenha legítimo interesse de intentar investigação, visando a obter o pretendido reconhecimento da paternidade. 
        § 5o  Nas hipóteses previstas no § 4o deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção.          (Redação dada pela Lei nº 12,010, de 2009)         Vigência
        § 6o  A iniciativa conferida ao Ministério Público não impede a quem tenha legítimo interesse de intentar investigação, visando a obter o pretendido reconhecimento da paternidade.         (Incluído pela Lei nº 12,010, de 2009)        Vigência
Art. 2o-A.  Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos.          (Incluído pela Lei nº 12.004, de 2009).
 § 1º.  A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético - DNA gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.           (Incluído pela Lei nº 12.004, de 2009).           (Renumerado do parágrafo único, pela Lei nº 14.138, de 2021)
§ 2º  Se o suposto pai houver falecido ou não existir notícia de seu paradeiro, o juiz determinará, a expensas do autor da ação, a realização do exame de pareamento do código genético (DNA) em parentes consanguíneos, preferindo-se os de grau mais próximo aos mais distantes, importando a recusa em presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.           (Incluído pela Lei nº 14.138, de 2021)
Art. 3° E vedado legitimar e reconhecer filho na ata do casamento.
Parágrafo único. É ressalvado o direito de averbar alteração do patronímico materno, em decorrência do casamento, no termo de nascimento do filho.
Art. 4° O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento.
Art. 5° No registro de nascimento não se fará qualquer referência à natureza da filiação, à sua ordem em relação a outros irmãos do mesmo prenome, exceto gêmeos, ao lugar e cartório do casamento dos pais e ao estado civil destes.
Art. 6° Das certidões de nascimento não constarão indícios de a concepção haver sido decorrente de relação extraconjugal.
§ 1° Não deverá constar, em qualquer caso, o estado civil dos pais e a natureza da filiação, bem como o lugar e cartório do casamento, proibida referência à presente lei.
§ 2º São ressalvadas autorizações ou requisições judiciais de certidões de inteiro teor, mediante decisão fundamentada, assegurados os direitos, as garantias e interesses relevantes do registrado .
Art. 7° Sempre que na sentença de primeiro grau se reconhecer a paternidade, nela se fixarão os alimentos provisionais ou definitivos do reconhecido que deles necessite.
Art. 8° Os registros de nascimento, anteriores à data da presente lei, poderão ser retificados por decisão judicial, ouvido o Ministério Público.
Art. 9° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 10. São revogados os arts. 332, 337 e 347 do Código Civil e demais disposições em contrário.
Brasília, 29 de dezembro de 1992; 171° da Independência e 104° da República.
ITAMAR FRANCO
Maurício Corrêa
· Nascidos ou tratados como se fossem.
· 180 dias após a celebração do casamento.
· 300 dias após a morte, destituição...
Precisa ver:
- data do casamento.
- morte.
- dissolução.
-nulidade.
- fertilização homóloga e heterologa. 
Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o inciso I do art. 1597.
Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade.
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade.
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação.
Art. 1.602. Não basta a confissão materna para excluir a paternidade.
Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil.
Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro.
Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito:
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente;
II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos.
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo.
CAPÍTULO III
Do Reconhecimento dos Filhos
Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.
Art. 1.608. Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, a mãe só poderá contestá-la, provando a falsidade do termo, ou das declarações nele contidas.
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.
Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro.
Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que o reconheceu, e, se ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor.
Art. 1.613. São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho.
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a ação de investigação de paternidade, ou maternidade.
Art. 1.616. A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade.
Art. 1.617. A filiação materna ou paterna pode resultar de casamento declarado nulo, ainda mesmo sem as condições do putativo.
· Em um breve conceito, somente para que haja a identificação das expressões, a inseminação artificial homóloga é aquela feita com o material genético do próprio casal (cônjuges) e a heteróloga é a fecundação realizada com sêmen de terceiro, onde são aproveitados os embriões que excederam ao ser realizada a fertilização. 
· COM MORTE DO MARIDO PRECISA DE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
O filho que teve a paternidade reconhecida contra sua vontade pode rever o registro? 
Sim. O reconhecimento de paternidade é um direito personalíssimo exclusivo do titular. De acordo com o Código Civil,o filho maior de idade não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor de idade, no caso de ter sua paternidade reconhecida independente de sua vontade, pode impugnar (discordância) o reconhecimento no prazo de até quatro anos após atingir a maioridade (18 anos) ou a emancipação.
Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos. Código Civil: 
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa. 
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame. Aspectos a serem abordados: - fornecimento de material genético – não obrigatoriedade - negativa de submissão à perícia genética – necessidade de outras provas
-DNA PODE SER FEITO A QUALQUER MOMENTO.
- RECUSA = ASSUMIR.
Observações
Denominações dos filhos no CC 1916 –legítimos, legitimados, ilegítimos ou bastardos,
espúrio (por adultério ou incesto), adotivo ou civil.
Filiação por presunção legal – pater in est - presunção legal para preservar e proteger a
estabilidade do casamento; nem sempre observa-se a verdade biológica, pois o pai é o
MARIDO da mãe, ignorando-se nitidamente o avanço da biotecnologia e dos métodos
científicos. Contestação da filiação somente pode ser produzida pelo marido (ação
personalíssima).
Mater semper certa est – uso de útero alheio? Barriga solidária?
Ação negatória de paternidade – objetivo de negar o status de PAI – ajuizada pelo pai
registral X filho(a) – e não contra a mãe.
Ação investigatória de paternidade – objetivo de descobrir o pai e incluir os seus dados no
registro – ajuizada pelo filho (e não pela mãe) X Pai (nunca x espólio); pode ser cumulada
com pedido de alimentos, petição de herança ou retificação de registro público.
RECONHECIMENTO É UM ATO DECLARATÓRIO E CONSTITUTIVO E INTEGRA O DIREITO DE PERSONALIDADE E INTEGRIDADE DA DIGNIDADE HUMANA.
Reconhecimento da filiação – ato declaratório, direito
personalíssimo, indisponível , irrevogável e imprescritível.
Direito ao conhecimento da origem genética – integra o direito de
personalidade; princípio da dignidade da pessoa humana - ação
investigatória de origem genética – sem efeitos retificatórios da
paternidade registral.
Investigação avoenga ou ação de investigação de ancestralidade –
neto x avós; supostos netos estão buscando direitos próprios, e não
os do pai; em geral, os avós são os herdeiros diretos do pai. (x
herdeiros, e não x espólio).
CONTRA HERDEIROS E NÃO ESPÓLIO. 
Resumo de Filiação Prático
- Todos os filhos tem os mesmos direitos em razão do princípio da isonomia.
SÃO FILHOS:
Leva em conta a fidelidade da mulher.
- os filhos nascidos 180 dias após a constância da sociedade conjugal.
- 300 dias depois da dissolução da sociedade conjugal.
FERTILIZAÇÃO:
- homologa: 
. Pós morte PRECISA DA AUTORIZAÇÃO DO MARIDO!! PARA SUCESSÃO DE BENS.
. Excedentária: dentro do corpo da mulher.
- heterologa: PRECISA DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO MARIDO!!!!!!!!!!
Ex; Maria já estava grávida do marido que ela queria separar e entrou numa nova relação, presume-se pelo prazo dos 300 dias que o novo namorado é o pai.
Ex. Pai quer comprovar que não é pai, e a mãe se opõe, ENTÃO NÃO HÁ PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE. 
- NÃO BASTA ADULTÉRIO PARA ILIDIR A PATERNIDADE.
- CONFISSÃO MATERNA NÃO EXCLUI PATERNIDADE. 
- PAI QUE NÃO COLOCA NOME DA MÃE OU NOME ERRADO, FAZ RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. 
RECONHECIMENTO DOS FILHOS:
- Fora do casamento é irrevogável.
- Filho maior não pode ser reconhecido sem autorização e menor pode impugnar 4 anos após sua maioridade.
- PAI TEM QUE ESTAR PRESENTE, SEM AUTORIZAÇÃO PÚBLICA!
- Qualquer pessoa com justo interesse pode contestar.
 - PODE TER DUAS MÃES E DOIS PAIS KKKKK
NOTAS
A- A paternidade biológica e a socioafetiva não possuem uma "hierarquia", ou seja, não existe uma que seja preferencialmente adotada, devendo sempre buscar a melhor solução tanto para a família. O STF já entendeu que o espectro legal deve acolher tanto vínculos de filiação construídos pela relação afetiva entre os envolvidos quanto aqueles originados da ascendência biológica, por imposição do princípio da paternidade responsável, enunciado expressamente no art. 226, § 7º, da CF. Dessa forma, atualmente não cabe decidir entre a filiação afetiva e a biológica quando o melhor interesse do descendente é o reconhecimento jurídico de ambos os vínculos. RE 898060/SC, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 21 e 22-9-2016.
B- Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.
C- Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro.
D- Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
Art. 4° O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento. (lei 8560-92)
 I-  CORRETO, nascituro pode ser reconhecido. 
II- ERRADO;  O STF entendeu que o embrião  fora do ventre materno não é titular de direitos de personalidade, isto é, não atinge a proteção legal quanto ao embrião. Portanto, pode-se  fazer pesquisas com embrião humano. 
III- CORRETO- Tem expectativa de direito subordinado ao nascimento com vida.
IV- ERRADO; Está sujeito ao nascimento com vida
· Em se tratando de filho nascido de pais não casados entre si, o reconhecimento voluntário da filiação pode ser feito no assento de nascimento, por escritura pública, escrito particular, por testamento ou, ainda, por manifestação perante o juiz, tomada por termo, qualquer que seja o procedimento.
Tutela
ART. 36 DO ECA
- medida assistencial para crianças que estão fora da guarda dos pais.
Tutor
- O tutor no art. 1728 consta as funções de um tutor 
- 1740, 1748, cumbêmbia do tutor.
Diferença entre Tutela e poder familiar
- Tutela não educa o menor, precisa ir no juiz para falar o que o menor faz.
- Tutela é a ausência dos pais na guarda.
- Patrimonial.
Tipos:
1. Legal: CC
2. Testamentária: falar quem quer que cuida ( O PAI PRECISA TER EXERCIDO O PODER FAMILIAR).
3. Dativa ou Judicial: nomeada pelo juiz.
- O JUIZ RESPONDE POR NÃO NOMEAR TUTOR!!!!!
( Art. 1728, 1730, 1731)
· IRMÃO SÃO SEMPRE MANTIDOS JUNTOS!!!
· PRECISA DE LIVRE ADMNISTRAÇÃO DOS BENS
IMPEDIMENTO - EXONERAÇÃO
Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam:
·       Aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;
·       Aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor;
·       Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela;
·       Os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena;
·       As pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores;
·       Aqueles que exercem função pública incompatível com a boa administração da tutela.
RECUSA
Podem recusar-se da tutela:
·       Mulheres casadas.
·       Maiores de sessenta anos.
·       Aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos.
·       Os impossibilitados por enfermidade.
·       Aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela.
·       Aqueles que já exercem tutela ou curatela.
·       Militares em serviço.
Quem não for parente do menor não poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se  houver no lugar parente idôneo, consanguíneo ou afim, em condições de exercê-la.
A recusa apresentar-se-ános dez dias subsequentes à designação, sob pena de entender-se renunciado o direito de alegá-la; se o motivo escusatório ocorrer depois de aceita a tutela, os dez dias contar-se-ão do que ele sobrevier.
Se o juiz não admitir a recusa, exercerá o nomeado tutela, enquanto o recurso interposto não tiver provimento e responderá desde logo pelas perdas e danos que o menor venha a sofrer.
EXERCÍCIO DA TUTELA
Incumbe ao tutor, quanto à pessoa do menor:
·       Dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-lhe alimentos, conforme os seus haveres e condição.
·       Reclamar do juiz que providencie, como houver por bem, quando o menor haja mister correção.
·       Adimplir os demais deveres que normalmente cabem aos pais, ouvida a opinião do menor, se este já contar doze anos de idade.
Incumbe ao tutor, sob a inspeção do juiz, administrar os bens do tutelado, em proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e boa-fé.
Para fiscalização dos atos do tutor, pode o juiz nomear um protutor (é aquele que fiscalizará os atos do tutor).
Justificativa
- O juiz intima o tutor, e não cabe recusa nos 10 dias para manifestação ( PRECISA DE COMPROVAÇÃO PARA ACEITAR A EXCLUSA).
· Cessam as funções do tutor, sem que cesse a tutela: 
· ao expirar o termo, em que era obrigado a servir (CC, art. 1.765);
· ao sobrevir escusa legítima (arts. 1.736 a 1.738); 
· ao ser removido (art. 1.735). 
· Os tutores são obrigados a servir somente pelo prazo de dois anos (art. 1.765). Podem, porém, continuar além desse prazo no exercício da tutela se o quiserem e o juiz julgar conveniente ao menor. 
· Art. 1.766 do Código Civil que o tutor será destituído quando negligente, prevaricador ou incurso em incapacidade. 
· art. 761 do Código de Processo Civil de 2015, 
· Incumbe ao órgão do Ministério Público, ou a quem tenha legítimo interesse, requerer, nos casos previstos na lei civil, a remoção do tutor, seguindo-se o procedimento do art. 761, parágrafo único.
· MENOR COM AUTISMO GRAVE, COMPLETA A MAIORIDADE. CESSA A TUTELA E REQUERE A CURATELA.
Resumo de filiação
REPRODUÇÃO ASSISTIDA:
- interferências no ato sexual.
- fertilizção in vitro ou in proveta.
- in vivo - inseminação artificial, é diretamente no corpo da mulher.
- artificial: em laboratório.
DENOMINAÇÕES:
Homologa: manipulação de gametas masculinos e femininos do próprio casal.
Heterologa: usa um terceiro.
" Por sua vez aqueles embriões que foram concebidos por manipulação genética e que não
foram implantados no ventre de uma mulher são denominados de embriões excedentários.
Como no procedimento de fertilização são gerados diversos embriões, em decorrência da
necessidade de realizar diversas tentativas para que a implantação e a gestação transcorra
normalmente. Os embriões que não foram utilizados ficam armazenados nas clínicas que
realizaram o procedimento".
- O CC não autoriza a reprodução assistida. 
- Presunção de Paternidade no caso de Fecundação Artificial Homóloga:
Na hipótese de reprodução medicamente assistida na modalidade homóloga a presunção legal
que nos deparamos é de que o marido é o pai da criança que foi concebida. Assim, para que
seja possível afastar essa presunção, já que a participação do marido é ativa é necessário que
venha a demonstrar que o sêmen que foi utilizado não é o seu, ou seja, estaríamos diante de
uma hipótese de erro médico.
- Necessária Autorização do Falecido:
106 – Art. 1.597, inc. III: para que seja presumida a paternidade do marido falecido, será
obrigatório que a mulher, ao se submeter a uma das técnicas de reprodução assistida com o
material genético do falecido, esteja na condição de viúva, sendo obrigatório, ainda, que haja
autorização escrita do marido para que se utilize seu material genético após sua morte. 
- Princípio da Autonomia.
-“Art. 1.597-A. A utilização de sêmen, depositado em banco de esperma, para a inseminação
artificial após a morte do marido ou companheiro falecido, somente poderá ser feita pela viúva
ou ex-companheira com a expressa anuência do marido ou companheiro quando em vida, e
até trezentos dias após o óbito.”
EMBRIÕES EXCEDENTÁRIOS
- 107 – Art. 1.597, IV: finda a sociedade conjugal, na forma do art. 1.571, a regra do inc. IV
somente poderá ser aplicada se houver autorização prévia, por escrito, dos ex-cônjuges para a
utilização dos embriões excedentários, só podendo ser revogada até o início do procedimento
de implantação desses embriões.
Para Debora Gozzo o consentimento não pode ser revogado, ou seja, a partir do momento em
que ocorreu a efetivação do procedimento de inseminação, em decorrência de consentimento
expresso anteriormente, esse não poderá ser revogado agora que a mulher se encontra
gestante. Ou seja, não é somente o direito do marido que se encontra agora protegido, mas
também o da esposa, a de levar a termo essa gestação e também da criança que foi gerada de
ter um pai.
- Por outro lado, além do Brasil, a Inglaterra se manifesta favorável à inseminação post mortem,
mas apresenta ressalva com relação ao direito sucessório, já que esse filho somente iria se
tornar herdeiro mediante expressa previsão testamentária. 
- Gestação de substituição
A gestação de substituição ou doação temporária do útero ou gestação por outrem é a técnica
utilizada pela medicina para permitir que uma paciente, que esteja biologicamente
impossibilitada de gestar ou de levar a gravidez até o final, possa ter um filho. Dessa forma,
temos a fecundação do seu óvulo porém será gestado em um útero de uma terceira pessoa.
 TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA
I - PRINCÍPIOS GERAIS
1 - As técnicas de reprodução assistida (RA) têm o papel de auxiliar na resolução dos
problemas de reprodução humana, facilitando o processo de procriação quando outras
terapêuticas tenham se revelado ineficazes ou consideradas inapropriadas.
2 - As técnicas de RA podem ser utilizadas desde que exista probabilidade efetiva de sucesso
e não se incorra em risco grave de saúde para a paciente ou o possível descendente.
3 - O consentimento informado será obrigatório a todos os pacientes submetidos às técnicas de
reprodução assistida, inclusive aos doadores. Os aspectos médicos envolvendo as
circunstâncias da aplicação de uma técnica de RA serão detalhadamente expostos, assim
como os resultados obtidos naquela unidade de tratamento com a técnica proposta. As
informações devem também atingir dados de caráter biológico, jurídico, ético e econômico. O
documento de consentimento informado será expresso em formulário especial e estará
completo com a concordância, por escrito, das pessoas submetidas às técnicas de reprodução
assistida.
4 - As técnicas de RA não devem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo
(sexagem) ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto quando se trate de
evitar doenças ligadas ao sexo do filho que venha a nascer.
5 - É proibida a fecundação de oócitos humanos com qualquer outra finalidade que não a
procriação humana.
6 - O número máximo de oócitos e embriões a serem transferidos para a receptora não pode
ser superior a quatro. Em relação ao número de embriões a serem transferidos, são feitas as
seguintes determinações: a) mulheres com até 35 anos: até dois embriões); b) mulheres entre
36 e 39 anos: até três embriões; c) mulheres com 40 anos ou mais: até quatro embriões.
7 - Em caso de gravidez múltipla, decorrente do uso de técnicas de RA, é proibida a utilização
de procedimentos que visem à redução embrionária
VII - SOBRE A GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO (DOAÇÃO TEMPORÁRIA DO ÚTERO)
As clínicas, centros ou serviços de reprodução humana podem usar técnicas de RA para
criarem a situação identificada como gestação de substituição, desde que exista um problema
médico que impeça ou contraindique a gestação na doadora genética.
1 - As doadoras temporárias do útero devem pertencer à família da doadora genética, num
parentesco até o segundo grau, sendo os demais casos sujeitos à autorização do Conselho
Regional de Medicina.
2 - A doação temporária do útero não poderá ter caráter lucrativo ou comercial.
VIII– REPRODUÇÃO ASSISTIDA POST MORTEM
Não constitui ilícito ético a reprodução assistida post mortem desde que haja autorização prévia
específica do(a) falecido(a) para o uso do material biológico criopreservado, de acordo com a
legislação vigente.
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ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO CFM nº 1.957/10
NORMAS ÉTICAS PARA A UTILIZAÇÃO DAS
TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA
I - PRINCÍPIOS GERAIS
1 - As técnicas de reprodução assistida (RA) têm o papel de auxiliar na resolução dos
problemas de reprodução humana, facilitando o processo de procriação quando outras
terapêuticas tenham se revelado ineficazes ou consideradas inapropriadas.
2 - As técnicas de RA podem ser utilizadas desde que exista probabilidade efetiva de sucesso
e não se incorra em risco grave de saúde para a paciente ou o possível descendente.
3 - O consentimento informado será obrigatório a todos os pacientes submetidos às técnicas de
reprodução assistida, inclusive aos doadores. Os aspectos médicos envolvendo as
circunstâncias da aplicação de uma técnica de RA serão detalhadamente expostos, assim
como os resultados obtidos naquela unidade de tratamento com a técnica proposta. As
informações devem também atingir dados de caráter biológico, jurídico, ético e econômico. O
documento de consentimento informado será expresso em formulário especial e estará
completo com a concordância, por escrito, das pessoas submetidas às técnicas de reprodução
assistida.
4 - As técnicas de RA não devem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo
(sexagem) ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto quando se trate de
evitar doenças ligadas ao sexo do filho que venha a nascer.
5 - É proibida a fecundação de oócitos humanos com qualquer outra finalidade que não a
procriação humana.
6 - O número máximo de oócitos e embriões a serem transferidos para a receptora não pode
ser superior a quatro. Em relação ao número de embriões a serem transferidos, são feitas as
seguintes determinações: a) mulheres com até 35 anos: até dois embriões); b) mulheres entre
36 e 39 anos: até três embriões; c) mulheres com 40 anos ou mais: até quatro embriões.
7 - Em caso de gravidez múltipla, decorrente do uso de técnicas de RA, é proibida a utilização
de procedimentos que visem à redução embrionária.
II - PACIENTES DAS TÉCNICAS DE RA
1 - Todas as pessoas capazes, que tenham solicitado o procedimento e cuja indicação não se
afaste dos limites desta resolução, podem ser receptoras das técnicas de RA desde que os
participantes estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos sobre o mesmo, de acordo
com a legislação vigente.
III - REFERENTE ÀS CLÍNICAS, CENTROS OU SERVIÇOS QUE APLICAM TÉCNICAS DE
RA
As clínicas, centros ou serviços que aplicam técnicas de RA são responsáveis pelo controle de
doenças infectocontagiosas, coleta, manuseio, conservação, distribuição, transferência e
descarte de material biológico humano para a paciente de técnicas de RA, devendo apresentar
como requisitos mínimos:
1 - um diretor técnico responsável por todos os procedimentos médicos e laboratoriais
executados, que será, obrigatoriamente, um médico registrado no Conselho Regional de
Medicina de sua jurisdição.
2 - um registro permanente (obtido por meio de informações observadas ou relatadas por fonte
competente) das gestações, nascimentos e malformações de fetos ou recém-nascidos,
provenientes das diferentes técnicas de RA aplicadas na unidade em apreço, bem como dos
procedimentos laboratoriais na manipulação de gametas e embriões.
3 - um registro permanente das provas diagnósticas a que é submetido o material biológico
humano que será transferido aos pacientes das técnicas de RA, com a finalidade precípua de
evitar a transmissão de doenças.
IV - DOAÇÃO DE GAMETAS OU EMBRIÕES
1 - A doação nunca terá caráter lucrativo ou comercial. 
13
2 - Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa.
3 - Obrigatoriamente será mantido o sigilo sobre a identidade dos doadores de gametas e
embriões, bem como dos receptores. Em situações especiais, as informações sobre doadores,
por motivação médica, podem ser fornecidas exclusivamente para médicos, resguardando-se a
identidade civil do doador.
4 - As clínicas, centros ou serviços que empregam a doação devem manter, de forma
permanente, um registro de dados clínicos de caráter geral, características fenotípicas e uma
amostra de material celular dos doadores.
5 - Na região de localização da unidade, o registro dos nascimentos evitará que um(a)
doador(a) venha a produzir mais do que uma gestação de criança de sexo diferente numa área
de um milhão de habitantes.
6 - A escolha dos doadores é de responsabilidade da unidade. Dentro do possível deverá
garantir que o doador tenha a maior semelhança fenotípica e imunológica e a máxima
possibilidade de compatibilidade com a receptora.
7 - Não será permitido ao médico responsável pelas clínicas, unidades ou serviços, nem aos
integrantes da equipe multidisciplinar que nelas trabalham participar como doador nos
programas de RA.
V - CRIOPRESERVAÇÃO DE GAMETAS OU EMBRIÕES
1 - As clínicas, centros ou serviços podem criopreservar espermatozoides, óvulos e embriões.
2 - Do número total de embriões produzidos em laboratório, os excedentes, viáveis, serão
criopreservados.
3 - No momento da criopreservação, os cônjuges ou companheiros devem expressar sua
vontade, por escrito, quanto ao destino que será dado aos pré-embriões criopreservados em
caso de divórcio, doenças graves ou falecimento de um deles ou de ambos, e quando desejam
doá-los.
VI - DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE EMBRIÕES
As técnicas de RA também podem ser utilizadas na preservação e tratamento de doenças
genéticas ou hereditárias, quando perfeitamente indicadas e com suficientes garantias de
diagnóstico e terapêutica
1 - Toda intervenção sobre embriões "in vitro", com fins diagnósticos, não poderá ter outra
finalidade que não a de avaliar sua viabilidade ou detectar doenças hereditárias, sendo
obrigatório o consentimento informado do casal.
2 - Toda intervenção com fins terapêuticos sobre embriões "in vitro" não terá outra finalidade
que não a de tratar uma doença ou impedir sua transmissão, com garantias reais de sucesso,
sendo obrigatório o consentimento informado do casal.
3 - O tempo máximo de desenvolvimento de embriões "in vitro" será de 14 dias.
VII - SOBRE A GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO (DOAÇÃO TEMPORÁRIA DO ÚTERO)
As clínicas, centros ou serviços de reprodução humana podem usar técnicas de RA para
criarem a situação identificada como gestação de substituição, desde que exista um problema
médico que impeça ou contraindique a gestação na doadora genética.
1 - As doadoras temporárias do útero devem pertencer à família da doadora genética, num
parentesco até o segundo grau, sendo os demais casos sujeitos à autorização do Conselho
Regional de Medicina.
2 - A doação temporária do útero não poderá ter caráter lucrativo ou comercial.
VIII – REPRODUÇÃO ASSISTIDA POST MORTEM
Não constitui ilícito ético a reprodução assistida post mortem desde que haja autorização prévia
específica do(a) falecido(a) para o uso do material biológico criopreservado, de acordo com a
legislação vigente. 
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PL 1184/2003
Dispõe sobre a Reprodução Assistida.
O Congresso Nacional decreta:
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS
Art. 1º Esta Lei regulamenta o uso das técnicas de Reprodução Assistida (RA) para a
implantação artificial de gametas ou embriões humanos, fertilizados in vitro, no organismo de
mulheres receptoras.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, atribui-se a denominação de:
I – embriões humanos: ao resultado da união in vitro de gametas, previamente à sua
implantação no organismo receptor, qualquer que seja o estágio de seu desenvolvimento;
II – beneficiários: às mulheres ou aos casais que tenham solicitado o emprego da Reprodução
Assistida;
III – consentimento livre e esclarecido: ao ato pelo qual os beneficiários são esclarecidos sobre
a Reprodução Assistida e manifestam, em documento, consentimento para a sua realização,
conforme disposto

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