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POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE PATOLOGIAS DO SISTEMA GASTROINTESTINAL: ESÔFAGO DE BARRET (EB): Caracterizada pela alteração da morfofisiologia natural celular na região interior do esôfago com a presença de metaplasia. Nessa síndrome, ocorre um comprometimento das células saudáveis no esôfago interior por conta da exposição à acidez estomacal. Essa exposição se dá pela anatomia esofágica, que compreende um tubo oco, o qual conecta a faringe ao estômago (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010). Lima (2016), então, destaca que, quando há desequilíbrio na motilidade do bolo alimentar e na proteção esofágica, a acidez estomacal atinge as células esofágicas, causando lesões e metaplasias devido à resposta de adaptação celular. “O Esôfago de Barrett é resultado de um processo de metaplasia intestinal, com alterações no epitélio esofágico para um epitélio colunar, composto por células colunares e mucosas, sem a presença de células caliciformes. Progressivamente, o tecido epitelial característico do esôfago é substituído por tecido semelhante ao presente da região intestinal (epitélio colunar).” A ocorrência dessa síndrome está estreitamente relacionada à uma patologia chamada Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) de longa duração. Nesta, o fluxo do bolo alimentar é afetado, seguindo em sentido inverso (ANGELO, 2016). A propedêutica de EB inclui algumas condições, especificamente voltadas aos fatores de risco associados. Estão incluídos como sintomas a presença de azia, queimação, regurgitação, desconforto no tórax, dor na garganta, falta de ar (sufocamento), tosse, rouquidão e pigarro. Além disso, pode ocorrer esofagite, ou seja, inflamação da mucosa esofágica, gerando desconforto e sensações dolorosas na região (ANGELO, 2016). POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE A progressão da doença pode gerar adenocarcinoma porque a metaplasia intestinar pode resultar em displasia. Além do adenocarcinoma, o carcinoma de células escamosas também tem alta incidência. Ele tem origem em lesões e formações de displasia escamosa, que progridem para massas tumorais e podem se espalhar pelas estruturas esofágica e próximas, inclusive as pulmonares (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010). GASTRITE: É uma reação inflamatória na mucosa gástrica, e é classificada como: Gastrite aguda: tem aparecimento súbito, com progressão rápida. Está associada a quadros de infecção viral ou bacteriana, uso de medicamentos ácidos, como ácido acetilsalicílico, além da ingestão de bebida alcoólica ou compostos corrosivos. Seu agravamento pode gerar quadros de ulceração gástrica (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010; ANGELO, 2016). Gastrite crônica: tem progressão lenta, com instalação também lenta. A principal causa está relacionada à infecção bacteriana por Helicobacter pylori. Tal bactéria é acidófila, ou seja, sobrevive adequadamente a ambientes de baixo pH, como a região estomacal. Ela se aloja na região da mucosa intestinal e é capaz de secretar uréase, alterando as condições do pH, multiplicando-se na mucosa (ANGELO, 2016). O crescimento de Helicobacter pylori leva à deterioração das células protetivas da mucosa gástrica. O ácido clorídrico do suco gástrico atinge o revestimento epitelial e desencadeia uma reação inflamatória. Com a proliferação da inflamação, gera-se um quadro de “gastrite atrófica” por conta da atrofia das células secretoras porque as células produtoras de suco gástrico também são afetadas pela inflamação. Existe também a “gastrite atrófica” também chamada de “gastrite autoimune”, “Nesse caso, há redução das células especializadas da região estomacal por conta de um desequilíbrio da função humoral, em que anticorpos atacam a mucosa gástrica” (GUYTON, 2011). SINTOMAS: • Dores; • Sensação de queimação estomacal; • Azia; • Distensão gástrica; • Melena; • Hematêmese; • Quadros hemorrágicos; • Fraqueza; • Irritação labial; • Diarreia. É importante diferenciar que, nos quadros de gastrite aguda, os sintomas são mais amplos e presentes, ao passo que, na gastrite crônica, os sintomas são limitados, por vezes, inexistentes, visto sua lenta progressão (GUYTON, 2011). NEOPLASIAS GÁSTRICAS: Neoplasia: “alteração morfológica de determinada área, resultando em uma nova formação devido a um processo patológico de multiplicação celular anormal, originando tumores.” Etiologia desconhecida Fatores de risco: ingestão de compostos carcinogênicos (álcool e tabaco), infecções, fatores hereditários e dietas desbalanceadas. Outros quadros patológicos, como esofagite, gastrite e metaplasia intestinal também são fatores de risco. Causas mais graves: progressão infecciosa por Helicobacter pylori. Outro patógeno muito frequente para neoplasias são os vírus Ebstein-Barr. Neoplasia gástrica mais comum: câncer gástrico que é o segundo tipo tumoral de maior incidência global e a principal causa de morte entre as neoplasias. Angelo (2016) ainda menciona que a patogênese das neoplasias gástricas inicia com um estado de desenvolvimento de gastrite atrófica, gerando metaplasia intestinal. Progressivamente, há comprometimento celular, o que resulta em displasia e POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE neoplasia. Em casos de gastrite crônica, por exemplo, podem surgir pólipos gástricos inflamatórios e hiperplásicos. Os pólipos são massas que se projetam na mucosa, de caráter neoplásico. CASO: O sistema digestório é altamente efetivo para a transformação química dos alimentos, necessários para a manutenção do equilíbrio celular do organismo. Todavia, em alguns casos, eles podem ser os vilões do sistema digestório. Bertuccio et al. (2013) nos trazem que estudos sobre a saúde gástrica demonstram uma estreita relação entre os hábitos alimentares e o desenvolvimento de câncer gástrico. Isso porque o alto consumo de certos alimentos alteram a fisiologia gástrica, modificando as condições naturais do local. Os principais alimentos relacionados à ocorrência de câncer gástrico são os defumados, as carnes, os peixes curados e outros alimentos com alto teor de sódio. Tais alimentos são responsáveis pela produção de compostos nocivos, que podem resultar em alterações genéticas e comprometer o epitélio gástrico e seu ambiente. Já entre os alimentos com baixo risco associado, temos aqueles ricos em fibras e antioxidantes, como as frutas e os vegetais. Adenocarcinomas gástricos são classificados de acordo com seu local, características histológicas e análise macroscópicas das lesões. EXEMPLOS: Linfomas gástricos primários: surgem associados à circulação linfática, por exemplo, próximos à mucosa gástrica e apresentam estreita associação com a progressão das gastrites crônicas. Tumores carcinoides: surgem no sistema endócrino e são majoritariamente benignos quando são desenvolvidos na região gástrica. São mais graves quando têm desenvolvimento associado à região intestinal. Tumores estromais gastrointestinais: surgem na região mesenquimal abdominal, em células intersticiais.
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