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Fármacos Procinéticos para Distúrbios Gastrointestinais

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Procinéticos
Introdução
Os fármacos procinéticos são aqueles que agem
modulando a peristalse do músculo gastrointestinal.
Desta forma, eles podem ser úteis para corrigir
distúrbios em que a dismotilidade gástrica atua como um
elemento fisiopatológico central. Logo, para entendê-los
é preciso compreender a regulação da peristalse.
Peristaltismo Gastrointestinal
Movimentos peristálticos são promovidos pelo músculo
liso, mas sua regulação virá através do sistema nervoso
entérico, uma subdivisão do sistema nervoso autônomo,
pele o plexo de Auerbach (mioentérico).
Vias peristálticas: quando um estímulo presente no trato
gastrointestinal (alimento, quimioterápico entre outros)
entra em contato com a mucosa, células enterocromafins
produzem serotonina, estimulando um interneurônio do
sistema nervoso entérico que irá ativar um neurônio
superior (à montante, em sentido oral) que com a
secreção de acetilcolina, induzirá contração circular e irá
promover progressão do bolo alimentar. Além disso,
estimula a liberação do óxido nítrico por um neurônio
posterior (à jusante, sentido anal), fazendo com que o
músculo relaxe e permita progressão do bolo alimentar.
Alvos de ação: logo, quando se pretende aumentar a
peristalse, deve-se estimular a serotonina ou antagonizar
a dopamina, neurotransmissor que inibe a ação da
acetilcolina (e com isso, a peristalse gastrointestinal). Há
ainda outros fármacos como macrolídeos que modulam
esta ação, há ainda os anticinéticos, que englobam
relaxantes musculares e bloqueadores de canais de cálcio
(úteis em condições como a acalásia esofágica).
Antagonistas Dopaminérgicos
Correspondem à classe mais utilizada clinicamente para
este fim, tendo a vantagem também de ação antiemética.
Mecanismo de ação: a dopamina age sobre receptores
D2 e antagoniza a acetilcolina, sem a qual, não há
peristaltismo, resultando redução da pressão no esfíncter
esofagiano inferior e intragástrica. Nesse sentido, os
antagonistas da dopamina bloqueiam essa ação, elevam
o peristaltismo e ainda inibem o centro do vômito (nos
quais há receptores D2), de forma que são antieméticos.
Principais fármacos: incluem metoclopramida (Plasil®),
que possui agonismo muscarínico e 5-HT4, além de
antagonismo 5-HT3 e penetra o sistema nervoso central.
A domperidona e bromoprida inibem apenas D2 e não
ultrapassa a barreira hematoencefálica, ao passo.
Usos clínicos: são acalásia (há retardo no esvaziamento),
refluxo gastroesofágico (fortalecem esfíncter esofágico),
gastroparesia, pseudo-obstrução intestinal e constipação.
Efeitos adversos: a metoclopramida inibe vias
extrapiramidais (resultam em acatisia e distonia agudas,
além da distonia crônica). Todos podem induzir
hiperprolactinemia (disfunção sexual e amenorréia), e a
domperidona se associa a arritmias ventriculares.
Agonistas Serotoninérgicos
São cisaprida, prucaloprida, velusetrag e naronaprida.
Apesar de a 5-HT ter grande ação gastrointestinal, os
efeitos adversos limitam os usos de seus agonistas.
Mecanismos de ação: estes agonistas excitam receptores
5-HT3 e 5-HT4 que são excitatórios, embora possam
agir sobre o receptor inibitório 5-HT1A. De forma
indireta, aumentam a sinalização interneuronal e
liberação de óxido nítrico e acetilcolina.
Aspectos clínicos: é uma classe farmacológica em pouco
uso atual em face de seus efeitos adversos, que incluem
um risco de arritmias ventriculares. De todo modo a
prucaloprida é liberada na dose de 2 mg uma vez ao dia.
Eritromicina
Antimicrobiano da classe dos macrolídeos que também
mimetiza a ação da motilina, que estimula o
peristaltismo (dose de 250-500 mg) e facilita a atividade
colinérgica (dose de 40-80 mg), sendo um fármaco de
metabolismo hepático e excreção renal/fecal.
Aspectos clínicos: há alguma evidência de que pode ser
utilizada após a endoscopia em pacientes com
hemorragia digestiva alta (facilita a eliminação de
debris), com dose de 1,5-3 mg/kg via endovenosa a cada
6 horas ou 125 mg via oral duas vezes ao dia. Como
procinética, sua dose é de 3 mg/kg três vezes ao dia. No
entanto, vale destacar que a tolerância à ação da motilina
ocorre e o fármaco perde sua eficácia com o uso, além
de seu antibiótico (indução de resistência e disbiose).
Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Procinéticos

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