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Pneumopatias na Gestação ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS FISIOLÓGICAS DA GRAVIDEZ Alterações fisiológicas · Mudanças imunológicas (alteração da imunidade do linfócito T) · Mudanças fisiológicas (aumento do consumo de oxigênio) · Mudanças anatômicas (elevação do diafragma) ASMA Definição DEFINIÇÃO: · Doença inflamatória crônica · Hiperresponsividade das vias aéreas inferiores · Limitação do fluxo aéreo · Maioria reversível espontaneamente ou com tratamento PRINCIPAIS FATORES DESENCADEANTES: · Predisposição genética/ambiental · IVAS · Drogas (AAS/AINES) Irritantes (fumo, umidade, emoção) PRINCIPAL DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÔNICA NA GRAVIDEZ Asma na grvidez · Frequentemente piora na gravidez · 1/3 piora · 1/3 melhora · 1/3 estabiliza · Costuma melhorar no termo · Complicações: · TPP · PIG · CIUR · Pré-eclâmpsia · Morte materna (mal asmático) · Sofrimento fetal (hipóxia ← ↓fluxo uterino ← ↓retorno venoso materno) Tratamento BRONCOPNEUMONIA · Fatores predisponentes · Pneumopatias crônicas · HIV · Drogadição · Fumo · Cardiopatias · Agentes infecciosos: · Streptococcus pneumoniae (pneumococo) · Mycoplasma pneumoniae · Haemophilus influenzae · Legionella sp · Chlamydia pneumoniae · Pielonefrite por contiguidade pode dar uma pneumonia. · Quadro Clínico: · IVAS prévia · Tosse produtiiva · Dispnéia · Febre/Calafrio · Complicações: · Sepse · Insuficiência respiratória · Arritimia · Empiema · RX tórax (2 incidências) PA e perfil SEMPRE RADIAÇÃO DOS EXAMES Riscos associados à superexposição à radiação com >10 rads: · 1ª-2ª semanas de gestação: óbito fetal · 3ª-15ª semana: malformação do sistema nervoso · 16ª -30ª semanas: retardo mental, restrição de crescimento fetal e microcefalia · >32ª semana: neoplasia maligna na infância ou futura · Protetor abdominal (avental de chumbo) Tratamento Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, passou a atribuir a cada droga um fator de risco para a gravidez e foi criada uma categorização pelas letras: A, B, C, D e X. categoria A e B são seguras. A categoria C avaliar risco x benefício. BRONCOPNEUMONIA Tratamento · Empirico ambulatorial: Monoterapia: · Macrolídeo (azitromicina e eritromicina) · Beta-lactâmico (cefalosporinas, ampicilina e ampicilina+sulbactam) · Evitar na gravidez: · Fluoroquinolonas, tetraciclinas, doxiciclina e claritromicina · Duração do Tratamento: · 5-7 dias · Se os sintomas não melhorarem em 3 dias, aumentar o período do tratamento Tratamento empírico hospitalar: antibioticoterapia venosa. TUBERCULOSE - Doença crônica infectocontagiosa pela Mycobacterium tuberculosis · Sintomas: · Febre · Tosse produtiva ou seca · Suor noturno · Perda de peso · Astenia · Assintomática · Exames: · Rx tórax · Baciloscopia de escarro · Prova cutânea tuberculina Positivo: ≥5mm No mínimo 6 meses (gratuito), preferencialmente, em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO). Esquema básico: Aleitamento: Amamentação sem restrição se a mãe for tratada por ≥2semanas antes do nascimento do bebê e se a criança receber a vacina BCG logo após nascer Mãe com tuberculose pulmonar em fase contagiante ou bacilífera, sem tratamento antes do parto, deve ser separado da mãe mas alimentado com o leite humano ordenhado, uma vez que a transmissão geralmente se dá pelas vias aéreas. A mãe deve realizar pesquisas do bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) no escarro até sua negativação, quando poderá ter contato com o bebê. RN deve receber quimioprofilaxia com isoniazida na dose de 10 mg/kg/dia por 3 meses e, então, realizar o teste tuberculínico (PPD). GRIPE · Segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) : · Pandemia da gripe suína (H1N1) nos EUA, em 2009, gestantes >4x as taxas de internação hospitalar · Mortalidade materna >5x (principalmente 2 e 3 trimestres) · Início tardio do tratamento antiviral também acarretou aumento da mortalidade, indicando ser fundamental a quimioprofilaxia precoce · World Health Organization (WHO, 2010): · Declarou extinta a pandemia da gripe H1N1-2009 · No entanto, o vírus H1N1 e o da gripe sazonal continuam cocirculando · Provavelmente em alguns anos irá se comportar à semelhança de um vírus da gripe sazonal comum VACINA: · Toda gestante deve tomar a vacina contra a gripe (CDC, 2017; ACOG, 2018) · Não há risco para o feto quando a vacina for de vírus inativado, bacteriana ou de toxoide (SOGC, 2008) · Profissional de saúde deve ser vacinado para a sua própria proteção como para reduzir a transmissão no cenário epidemiológico · Desde 2017, a vacina trivalente é composta pelos vírus da influenza A (H1N1) e os sazonais da influenza (H3N2 e influenza B) · A rede privada oferece a vacina quadrivalente, 2 cepas do influenza A (H1N1 e H3N2) e 2 cepas do influenza B · No Brasil, a época ideal de vacinal é antes do inverno, entre abril e maio, mas pode ser utilizada durante todo o ano TRATAMENTO: · O Oseltamivir indicado nas primeiras 48h do início dos sintomas em gestantes com suspeita ou gripe comprovada · 75 mg 12/12h por 5 dias ‒ é extremamente eficaz contra a morte materna (ACOG, 2018) · Quimioprofilaxia antiviral pós-exposição para gestantes e mulheres em até 2 semanas de pós-parto que tiveram contato íntimo com indivíduo provavelmente infectado pela gripe <48h (CDC, 2017) e o ACOG, 2018) · 75 mg/dia 1x/dia por 10 dias · A interrupção da gravidez por cesárea pode ser necessária em mulheres com SARA para assegurar o suporte ventilatório COVID-19 · Gestantes apresentam evolução mais rápida para quadros moderados e graves e que a morte materna ocorre em 0,6% a 2% das pacientes · No Brasil, gestantes e puérperas até o 14º dia de pós-parto devem ser consideradas grupo de risco para covid-19 · A proporção de óbitos foi de 5% no 1° trimestre, 21% no 2° trimestre, 37% no 3° trimestre, 33% no puerpério · Das que evoluíram a óbito, 26% obesas, 23% cardiopatas, 21% diabéticas, 8% asmática, 4% imunodepressão e 2% doença hematológicas · > gravidade no 3° trimestre e no puerpério, condição que não sofreu mudança desde o início da pandemia · Pré-eclâmpsia (RR 1,76, IC 95% 1,27-2,43) · Infecções graves (RR 3,38, IC 95% 1,63 – 7,01) · Admissão na UTI (RR 5,04, IC 95% 3,13 – 8,10) · Mortalidade materna (RR 22,3, IC 95% 2,88 – 172) · TPP (RR 1,59, IC 95% 1,30 – 1,94) · > índice de morbidade neonatal grave (RR 2,66, IC 95% 1,69 – 4,18) · > índice de morbidade perinatal grave e mortalidade perinatal (RR 2,14 IC 95% 1,66 – 2,75) · RR<1, ação protetora · RR =1, ausência de associação; · RR>1, fator de risco; (quanto > o RR, > a força da associação entre exposição e o efeito estudado) · Notificação compulsória: Todos os casos suspeitos de síndrome gripal (SG) ou síndrome respiratória aguda grave (SRAG) devem ser notificados. A notificação deve ser feita nas unidades públicas (atenção primária e pronto atendimento das maternidades) e unidades privadas (clínicas, consultórios etc.), por meio do sistema e-SUS-Notifica - https://notifica.saude.gov.br - nas unidades de Vigilância Epidemiológica (VE) ou órgão correspondente (municípios que não têm VE) Evolução O período de incubação varia de 2 a 14 dias (média de 5 dias) O início dos sintomas ocorre no estágio I, que corresponde à fase de replicação viral e se estende por 7 dias. Nesse estágio são comuns sintomas como febre, tosse, dor de garganta, perda de olfato (anosmia) e diarreia, além de coriza, perda do paladar (ageusia), dor muscular (mialgia), dor nas articulações (artralgia), dor de cabeça (cefaleia), dor abdominal e vômitos A minoria dos infectados evolui para a fase II, que se caracteriza pelo comprometimento pulmonar, causando dispneia. Essa progressão é observada entre o 7º e 14º dia da evolução, sendo importante o monitoramento da gestante nesse período. CLASSIFICAÇÃO TESTES: EXAMES: Laboratoriais: · Hemograma · Creatinina e ureia · Sódio e potássio · TGO e TGP · DHL · Proteína C reativa · TP e TTPa · D-Dímeros · Ferritina · Gasometria arterial · Rx de tórax Principais achados: · Hemograma: citopenia (linfopenia,anemia) · Creatinina 1,5 vezes acima do limite superior da normalidade para grávidas (LSN) · DHL 1,5 vezes acima do LSN · TGO/TGP 1,5 vezes acima do LSN · PCR 5 vezes acima do LSN · D-Dímeros 3,5 vezes acima do LSN · Tempo de protrombina 1,5 vezes acima do LSN Tratamento: A covid-19 não é indicação para alterar a via de parto. O parto cesáreo será realizado por indicações obstétricas padrão, que podem incluir descompensação aguda da mãe com covid-19 ou indicações fetais (AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS, 2020). · Antibióticos - se pneumonia bacteriana: · Ceftriaxona (2g IV 1 x/dia) + Azitromicina (VO ou IV 500mg IV 1 x/dia por 5 dias) · Oseltamivir - quimioprofilaxia influenza: · Quadro clínico <48h · Heparina profilática: · Plaquetas ≥ 50.000/mm3 na ausência de sangramentos e de outras contraindicações ao uso dessa medicação · Corticoterapia: · após 7 dias do início dos sintomas se a paciente mantiver quadro de comprometimento pulmonar importante · Metilprednisolona 0,7 a 1,0 mg/Kg IV de 12/12h por 3 a 7 dias · Dexametasona 6mg/dia (0,75mg/Kg/dia) por 7 a 10 dias Pós-COVID-19 · USG obstétrico mensal no pré-natal · Controle da vitalidade fetal durante a internação com perfil biofísico fetal, cardiotocografia e dopplervelocimetria em caso de doença materna que curse com insuficiência placentária · Transmissão vertical existe, mas é pouco frequente, e não é afetada pela via de parto, clampeamento tardio do cordão umbilical ou contato pele a pele, amamentação ou alojamento conjunto – desde que as medidas de precaução sejam mantidas (ROYAL COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNAECOLOGISTS, 2021) · 13% de positividade em neonatos de gestantes positivas no momento do parto (VILLAR et al., 2021), enquanto a amamentação não se associou a aumento de risco de positividade na testagem neonatal (VILLAR et al., 2021) · A recomendação é privilegiar o aleitamento natural, com liberação da prática da amamentação, todavia, sob a efetivação de medidas que garantam a proteção tanto da mãe quanto a do RN · Orientar o uso de máscara cobrindo nariz e boca durante todo o tempo de amamentação. A máscara deve ser trocada em caso de espirro ou tosse ou a cada nova mamada. Orientação para higienização das mãos por pelo menos 20 segundos antes de pegar no RN ou de manipular mamadeiras e bombas de leite quando for necessário. Evitar falar durante as mamadas. Ordenhar o leite nas puérperas não estáveis clinicamente · Os anticoncepcionais hormonais combinados devem ser evitados em casos de comprometimento pulmonar grave, quando houver imobilização no leito, o que aumenta o risco tromboembólico nas mulheres. Preferência para DIU e progestagênio isolado Vacina · Em estudos animais, as vacinas não mostraram efeitos teratogênicos. As vacinas cuja plataforma utilizam vírus inativados, como a Coronavac®, são utilizadas em gestantes há longo tempo e apontam adequado perfil de segurança e eficácia, a exemplo da vacina para H1N1 · A vacina contra covid-19 poderá ser aplicada em qualquer trimestre da gravidez, devendo ser evitada na presença de quadro clínico de síndrome gripal. Recomenda-se um intervalo de duas semanas entre as vacinas habitualmente usadas na gestação (DTPA e influenza) e a de covid-19. Mulheres que tiveram covid-19 também devem tomar a vacina, respeitado o intervalo de 4 semanas do início da doença · Desde maio de 2021, no Brasil, três vacinas estão aprovadas para uso emergencial: · CoronaVac®, desenvolvida pela Sinovac Biotech (produzida no Instituto Butantan) · Covishield®, desenvolvida pela Oxford/ Astra-Zeneca (produzida na Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz) · Comirnaty®, da Pfizer / BioNTech · Ad26.COV2.S® , da JANSSEN (Johnson & Johnson) Quarentena: COVID-19 Lei Trabalhista · Lei nº 2.058, de 2021, que altera a Lei nº 14.151, de 12 de maio de 2021, para disciplinar o afastamento da empregada gestante, inclusive a doméstica, não imunizada contra o coronavírus SARS-Cov-2 das atividades de trabalho presencial quando a atividade laboral por ela exercida for incompatível com a sua realização em seu domicílio, por meio de teletrabalho, trabalho remoto ou outra forma de trabalho a distância, nos termos em que especifica. · A proposição altera a Lei nº 14.151, de 2021, a fim de garantir o afastamento da gestante do trabalho presencial com remuneração integral durante a emergência de saúde pública provocada pelo coronavírus. · Prevê, ademais, que a empregada grávida deve retornar à atividade presencial nas seguintes hipóteses: encerramento do estado de emergência; após a vacinação, a partir do dia em que o Ministério da Saúde considerar completa a imunização; se ela se recusar a se vacinar contra o novo coronavírus, com termo de responsabilidade; ou se houver aborto espontâneo com recebimento do salário-maternidade nas duas semanas de afastamento garantidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). · O texto considera que a opção por não se vacinar é uma “expressão do direito fundamental da liberdade de autodeterminação individual”. Segundo o projeto, caso decida por não se imunizar, a gestante deve assinar um termo de responsabilidade e livre consentimento para o exercício do trabalho presencial. · Para os casos em que as atividades presenciais da trabalhadora não possam ser exercidas remotamente, ainda que se altere suas funções, respeitadas suas competências e condições pessoais, a situação deve ser considerada como gravidez de risco até a gestante completar a imunização e poder retornar ao trabalho presencial. Durante esse período, ela deve receber o salário-maternidade desde o início do afastamento até 120 dias após o parto.
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