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Zoonose e Saúde Pública
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª M.ª Marianne Rachel Domiciano Dantas Martins
Revisão Textual:
Maria Cecília Andreo 
Introdução à Zoonose e Saúde Pública
Introdução à Zoonose e Saúde Pública 
 
 
• Apresentar os conceitos sobre Saúde Pública Veterinária e zoonoses, bem como estas 
são classificadas;
• Tratar conceitos de epidemiologia como prevalência, incidência, taxa de mortalidade, leta-
lidade, entre outros.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Saúde Pública;
• Saúde Pública Veterinária;
• Zoonoses;
• Conceitos Fundamentais em Epidemiologia.
UNIDADE Introdução à Zoonose e Saúde Pública 
Saúde Pública
A preocupação com a saúde individual e da população em geral é tão antiga como 
a história do homem na Terra. Já na Grécia antiga, a mitologia, que simbolizava o pen-
samento humano bem como a moral de seu tempo, expressava não só preocupações 
com a saúde, mas nos mostrava uma tensão entre os cuidados com a saúde individual e 
a saúde coletiva.
Esculápio (Figura 1), Asclépio em grego, filho de Apolo, foi dotado por seu pai da 
arte da cura, podendo, inclusive, restituir a vida. Plutão, alarmado com tal poder, conse-
guiu que Júpiter eliminasse Esculápio com um raio. Havia vários oráculos de Esculápio, 
sendo o mais célebre o de Epidauro. Pessoas enfermas procuravam respostas para seu 
sofrimento dormindo no templo. As serpentes eram consagradas a Esculápio, sendo até 
hoje utilizadas como símbolo da medicina. 
Figura 1 – Esculápio, deus mitológico da medicina
Fonte: Wikimedia
Esculápio teve duas filhas, às quais transmitiu sua arte: 
• Panaceia, que dominava a arte da medicina curativa, terapêutica, preces e fármacos;
• Higeia, seguida por quem concordava que a saúde resulta da harmonia entre o homem e o 
ambiente. Do equilíbrio entre terra, água, ar e fogo. Daí vêm as palavras higiene e higiênico 
(epidemiologia e saúde).
8
9
Desde que o homem começa a pensar sobre seus problemas, a saúde sempre apa-
rece como questão fundamental. Até os dias de hoje, temos duas maneiras de abordar 
a questão:
• Pela medicina individual, em que o bem-estar do paciente é o fundamental e este é tra-
tado dissociado do restante da população e do ambiente – especialidade da Panaceia;
• Pela medicina populacional, segundo a qual o bem-estar da população é funda-
mental e o coletivo é prioritário em relação ou indivíduo – especialidade de Higeia.
A Organização Mundial da Saúde, OMS (World Health Organization, WHO), define a saúde 
como: “Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência 
de doença.”
Fonte: https://bit.ly/39YKWNX
Esse é um conceito absoluto e deixa bem claro que o fato de o indivíduo não apresen-
tar sintomas clínicos de doenças não significa que esteja em um bom estado de saúde. 
A saúde populacional é caracterizada como um estado médio de saúde de todos 
os indivíduos de uma população, as medidas preventivas se tornam aquelas de eleição 
tanto pela amplitude de sua resposta quanto pelo custo reduzido em relação às medidas 
curativas individuais. 
Para que uma ação sanitária (ou em saúde) possa ser desenvolvida, todas as causas 
devem ser identificadas para ser antagonizadas e passa a ser fundamental o conheci-
mento da população e do ambiente em que está inserido.
A saúde pública centra sua ação a partir da ótica do Estado com os interesses que 
ele representa nas distintas formas de organização social e política das populações. Na 
concepção mais tradicional, é a aplicação de conhecimentos (médicos ou não) com o 
objetivo de organizar sistemas e serviços de saúde, atuar em fatores condicionantes e 
determinantes do processo saúde-doença controlando a incidência de doenças nas po-
pulações por meio de ações de vigilância e intervenções governamentais. Não deve ser 
confundida com o conceito mais amplo de saúde coletiva.
Saúde Pública Veterinária
Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, diplomatas se reuniram para a criação 
da Organização das Nações Unidas (ONU), e a constituição da OMS entrou em vigor 
em 07 de abril de 1948. Dentro da OMS foi proposta a criação de um setor específico 
denominado Saúde Pública Veterinária, que foi definido pela consulta da OMS sobre “as 
tendências futuras na saúde pública veterinária”, realizada em Teramo, Itália, em 1999, 
como “a soma de todas as contribuições para o bem-estar físico, mental e social dos 
seres humanos através de uma compreensão e aplicação da ciência veterinária”.
A saúde humana está intrinsecamente ligada à saúde e à produção animal. Essa liga-
ção entre as populações humanas e animais e o ambiente circundante é particularmente 
9
UNIDADE Introdução à Zoonose e Saúde Pública 
estreita em regiões em desenvolvimento em que os animais estão extremamente envol-
vidos com transporte, energia, combustível e vestuário, bem como proteínas alimentares 
(carne, ovos e leite). Tanto nos países em desenvolvimento como nos industrializados, 
essa intrínseca relação pode levar a riscos graves para a saúde pública, com importantes 
consequências econômicas (OMS, 2012). 
Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, 2011), 60% dos patógenos 
humanos são zoonóticos, 75% das doenças humanas emergentes do último século são 
de origem animal e 80% dos patógenos possíveis de utilização em bioterrorismo são de 
origem animal.
Muitas doenças têm o potencial de se espalhar por longas distâncias e tornarem-se 
problemas globais. Doenças animais bem conhecidas, com a prevenção estabelecida e 
que podem ser transmitidas aos seres humanos, tais como raiva, leishmaniose, brucelo-
se e equinococose, continuam a ocorrer em muitos países, em especial nos países em 
desenvolvimento, onde afetam principalmente o segmento mais pobre da população 
humana, causando a morte de milhões de pessoas a cada ano.
Grande parte das zoonoses impede a produção eficiente de alimentos de origem animal, 
especialmente das proteínas, tão necessárias à alimentação humana, e criam obstáculos ao 
comércio internacional de animais e produtos de origem animal, interferindo drasticamen-
te na economia de países exportadores de alimentos. 
A Saúde Pública Veterinária tem como área de atuação: 
• Vigilância, diagnóstico, epidemiologia, controle, prevenção e eliminação de zoonoses; 
• Proteção de alimentos, gestão de aspectos de saúde de instalações para animais de 
laboratório e laboratórios de diagnóstico, pesquisa biomédica, educação em saúde 
e de extensão, produção e controle de produtos biológicos e dispositivos médicos; 
• Pode também incluir a gestão de populações de animais domésticos e selvagens, 
de proteção de água potável e do meio ambiente, e gestão de emergências de 
Saúde Pública.
A Saúde Pública Veterinária é parte essencial da Saúde Pública e inclui vários tipos 
de cooperação entre as disciplinas que ligam a tríade da saúde: pessoas, animais, meio 
ambiente e todas as suas interações.
Zoonoses
A palavra zoonoses (Zoon: animal + nosos: doença), em sua origem, significa “doen-
ça animal”, porém, o comitê da OMS traz uma definição muito mais abrangente: abran-
gente: “Doenças e infecções em que possa existir relação homem-animal e vice-versa, 
seja diretamente ou através do meio ambiente, incluindo portadores, reservatórios e 
vetores” (OMS, 1965). 
A expressão “naturalmente transmissíveis” exclui as possíveis patologias que poderão 
ser transmitidas apenas em condições experimentais, em indivíduos submetidos a condi-
ções artificiais, tais como imunossupressão ou diferentes formas de estresse.
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11
Classificação das zoonoses
Mais de 200 doenças transmissíveis enquadram-se na definição de zoonoses pro-
posta pela OMS e, para facilitar o estudo dessas doenças, algumas classificações foram 
propostas. Vejamos algumas delas.
Classificação segundo o sentido da transmissão
Essa classificação leva em consideração o sentido da transmissão, se animal para 
homem; homem para animal ou as duas vias.
Antropozoonose
Doenças em que o agente é perpetuado pela transmissãoentre animais, podendo 
acometer seres humanos. São exemplos de antropozoonose a raiva – doença que circu-
la entre os animais silvestres, incluindo o morcego, e, eventualmente, chega à espécie 
humana –, a leishmaniose e a leptospirose.
Zooantroponose
Doenças em que o agente é perpetuado pela transmissão entre os seres humanos, 
podendo acometer eventualmente animais. Um exemplo de zooantroponose é quando 
a tuberculose humana por Mycobacterium tuberculosis atinge os bovinos. É um fato 
relativamente raro que ocorre quando um tratador doente tem contato constante com 
os animais.
Anfixenose
São doenças em que o agente é mantido pela população humana e animal indistinta-
mente. Temos como exemplos algumas estafilococoses e estreptococoses, por meio das 
quais os agentes circulam entre humanos e animais.
Classificação segundo os ciclos de manutenção do agente etiológico
Essa classificação leva em conta o ciclo do agente, se faz ciclo em uma única espécie, 
se necessita de mais de uma espécie, se há necessidade de um invertebrado ou se faz 
parte do ciclo no solo.
Zoonoses diretas 
São classificadas como zoonoses diretas aquelas em que o agente pode persistir com 
passagens sucessivas em uma única espécie de animal vertebrado. O agente não se 
altera ao passar de um hospedeiro para outro. É a transmissão de um hospedeiro ver-
tebrado infectado a um hospedeiro vertebrado susceptível. Exemplos são leptospirose, 
raiva, brucelose e ebola. 
Ciclozoonoses 
Nas ciclozoonoses o agente necessita obrigatoriamente passar por duas espécies dis-
tintas de animais vertebrados para que o seu ciclo se complete, ou seja, participação de 
mais de uma espécie de hospedeiro vertebrado na cadeia de transmissão. 
11
Admin
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Admin
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Admin
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Admin
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Admin
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Admin
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Admin
Destacar
UNIDADE Introdução à Zoonose e Saúde Pública 
As ciclozoonoses são divididas em:
• Euzoonoses: ciclozoonose em que o homem é um dos hospedeiros obrigatórios do 
agente. Tem a participação de um vertebrado e o ser humano na cadeia de trans-
missão, como no complexo teníase-cisticercose;
• Parazoonoses: ciclozoonose em que o homem é um hospedeiro acidental. A au-
sência do ser humano não impede o fechamento do ciclo. Um exemplo é o com-
plexo equinococose-hidatidose. 
Metazoonoses
Nas metazoonoses o agente necessita passar por hospedeiro invertebrado para que 
o seu ciclo se complete. O hospedeiro invertebrado é essencial para o ciclo biológico 
do agente. São exemplos de metazoonoses a febre maculosa, que faz parte do ciclo no 
carrapato do gênero Amblyoma; a encefalite equina americana, que necessita de mos-
quitos; doença de Chagas, em que o Trypanosoma necessita do barbeiro; leishmaniose, 
em que o protozoário Leishmania necessita do mosquito palha (Lutzomyia sp).
Saprozoonose
Classifica-se como saprozoonose quando o agente necessita passar por transforma-
ções que ocorrem no ambiente externo em ausência de parasitismo. É necessário um 
hospedeiro vertebrado e um elemento não pertencente ao reino animal (solo, matéria 
orgânica, água), como na toxoplasmose, em que o protozoário matura seu oocisto, e a 
toxocaríase, em que o ovo do Toxocara se torna embrionado no solo.
Conceitos Fundamentais em Epidemiologia
Vamos discutir alguns conceitos importantes para garantir um bom entendimento das 
zoonoses estudadas neste curso. Como já vimos, segundo a OMS, saúde pode ser con-
ceituada como: “Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente 
a ausência de doença.”.
Esse conceito proposto pela OMS é absoluto, porém, Leser (1985) atribuiu graus de 
saúde em sua classificação:
• O indivíduo sente-se doente;
• Não sente doente, mas a doença pode ser detectada por métodos diagnósticos;
• A doença não pode ser detectada;
• Não há configuração de agravo à saúde.
Além de entender e classificar a saúde de um indivíduo, convém, em saúde pública, 
entender o conceito de Saúde Populacional, que pode ser definida como:
O valor médio da saúde resultante de um grupamento de indivíduos. 
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Admin
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Admin
Destacar
Admin
Destacar
Admin
Destacar
Admin
Destacar
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Vejam que, quando trabalhamos com população, é a saúde do grupo como um todo 
que importa, e não a saúde de cada indivíduo em particular. Vejam que, em um grupo 
muito grande, sempre haverá indivíduos com a saúde alterada, porém, se em termos 
médios a saúde for adequada, considera-se satisfatório.
Prevenção
Para que uma ação sanitária possa ser desenvolvida, todas as causas devem ser iden-
tificadas para ser antagonizadas. As ações que visam antagonizar as possíveis causas de 
doença constituem a prevenção.
Epidemiologia
Entendendo a etimologia da palavra, temos:
• Epi: sobre;
• Demos: população;
• Logos: estudo.
A epidemiologia estuda os efeitos da doença e considera sua distribuição no espaço, 
no tempo e na população, ao mesmo tempo que busca os principais eventos capazes de 
explicar ou influenciar sua ocorrência.
História natural da doença
A história natural das doenças (Figura 2) abrange o conhecimento da evolução da 
doença num indivíduo, na ausência de tratamento, num período suficiente para que se 
chegue a um desfecho (cura ou óbito). 
O tempo de evolução e as manifestações variam em cada indivíduo. As característi-
cas gerais são bem conhecidas e permitem a aplicação de medidas de intervenção (de 
prevenção ou terapêuticas) para alterar o curso pela cura, pela diminuição da incapaci-
dade ou pelo prolongamento da vida.
Ex
po
siç
ão
Ho
riz
on
te
 cl
ín
ico
Alterações
Patológicas
Fase susceptível Fase doença
Subclínica
Fase Doença com
Manifestações
Clínicas
Fase Recuperação 
Incapacidade ou 
Importe
Momento mais 
Frequente de 
Diagnóstico
Figura 2 – Esquematização da história natural da doença
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UNIDADE Introdução à Zoonose e Saúde Pública 
A fase susceptível é representada no momento em que o indivíduo se encontra hígido, 
porém, susceptível ao agente etiológico. Segue o momento da exposição, em que o 
agente etiológico entra em contato com o indivíduo, iniciando uma sequência de fatos que 
vai resultar na expulsão desse agente ou na sua instalação e posterior início da doença. 
O desenvolvimento do agente vai provocar alterações no organismo que futuramente 
vão justificar seus sintomas. Na fase inicial, ainda assintomática, alterações patológicas 
podem ser detectadas por técnicas diagnósticas, essa fase é denominada fase da doença 
subclínica. O aparecimento dos primeiros sintomas caracteriza a fase com manifestações 
clínicas, em que normalmente surgem as reclamações que levam o indivíduo a procurar 
auxílio e na qual normalmente ocorre o diagnóstico. O final do processo acontece com a 
recuperação espontânea, a incapacidade permanente do paciente ou seu óbito.
Chamamos de período de incubação o intervalo entre a exposição efetiva do hospe-
deiro suscetível a um agente biológico e o início dos sinais e sintomas clínicos da doença 
nesse hospedeiro e de horizonte clínico o período que se inicia com os sintomas. A tran-
sição entre a fase subclínica e clínica é quando ocorre o diagnóstico.
Cadeia epidemiológica
A cadeia epidemiológica (Figura 3) é constituída de todos os elementos envolvidos na 
transmissão do agente etiológico de um hospedeiro a outro. São os elos da cadeia epide-
miológica:
• FI: fonte de infecção;
• VE: vias de eliminação;
• VT: vias de transporte;
• PE: porta de entrada;
• S: susceptível. 
FI
VE
VT
PE
S
Figura 3 – Representação esquemática da cadeia epidemiológica
Fonte de infecção
Fonte de infecção é um hospedeiro vertebrado que alberga o agente causador da 
doença com potencial de o eliminar. A fonte de infecção pode ser classificada como:
• Doente: aquele que padece com o agente etiológico, apresentando sintomas da doença;
• Reservatório: hospedeiro responsável pela manutenção do agente etiológico em 
determinado ambiente; 
• Portador: hospedeiro que não está apresentando sintomas da doença, podendo ser 
convalescente,quando já esteve doente; em incubação, aquele que ainda não está 
doente; e o permanente, aquele que não apresentou nem vai apresentar a doença.
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Vias de eliminação 
Via de eliminação é o trajeto pelo qual o agente, a partir da fonte de infecção, atinge 
o meio ambiente. São exemplos de vias de eliminação:
• Trato respiratório: secreções;
• Trato digestório: fezes;
• Vias urinárias: urina;
• Sangue;
• Descamação da pele.
Vias de transmissão 
Via de transmissão é o método de transferência do agente etiológico de uma fonte 
de infecção para um novo hospedeiro suscetível. A transmissão pode ocorrer de forma 
direta ou indireta.
• Transmissão direta (contágio): transferência rápida do agente etiológico, sem a 
interferência de qualquer veículo. Normalmente, ocorre por contato ou proximida-
de entre os indivíduos;
• Transmissão indireta: transferência do agente etiológico por meio de veículos 
animados ou inanimados. Como veículos inanimados, temos vários utensílios utili-
zados no dia a dia, como instrumentos e aparatos utilizados nos sistemas de saúde. 
Enquanto veículos animados, temos os vetores, que são artrópodes que transpor-
tam o agente etiológico e muitas vezes são fundamentais no ciclo desses agentes.
Vias de penetração
Consideramos uma via de penetração o trajeto pelo qual o agente se introduz no 
novo hospedeiro. A via de penetração oferece acesso a tecidos nos quais o agente pode 
multiplicar-se ou ao local onde a toxina, por ele produzida, pode agir. Frequentemente, 
as vias de eliminação e de penetração são coincidentes.
As vias mais importantes de penetração são:
• Trato respiratório;
• Trato digestivo;
• Trato urinário;
• Pele e mucosas.
Medidas de ocorrência de uma doença na população
Para entender a dinâmica de uma determinada doença em uma população, é neces-
sário quantificar sua ocorrência, para que possamos entender, prever e tomar medidas 
que possam interferir nesse processo de disseminação. Seguem algumas das medidas 
mais utilizadas no estudo das doenças.
• Incidência: A incidência reflete o número de casos novos de uma doença, ou evento 
adverso à saúde, ocorridos durante um período especificado em uma população sob 
risco de desenvolver a doença ou evento de interesse; 
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UNIDADE Introdução à Zoonose e Saúde Pública 
• Prevalência: A prevalência é dada pelo número de indivíduos afetados por deter-
minada doença em uma população em determinado ponto no tempo, dividido pelo 
número de indivíduos dessa população no mesmo intervalo de tempo. Enquanto a 
incidência se refere a casos novos, a prevalência nos informa o total de casos;
• Taxa de mortalidade: Todo tipo de taxa nos revela uma ideia de velocidade e trata-
-se de medida utilizada para previsão. A taxa de mortalidade se refere ao número 
de óbitos em uma população definida, por todas as causas ou por uma determinada 
causa, dividido pelo tamanho da população em um tempo definido;
• Taxa de morbidade: A taxa de morbidade expressa a frequência da doença na 
população. Temos, então, a ideia do risco de ficar doente. É dada pelo número 
de doentes por uma causa em um determinado período dividido pelo tamanho da 
população em um tempo definido;
• Letalidade: A letalidade mede a probabilidade de um indivíduo, atingido por uma 
doença, morrer em razão dessa mesma doença; expressa o prognóstico e o grau de 
gravidade de determinada doença. É dada pelo total de óbitos por determinada cau-
sa pelo total de doentes por essa causa em dada população em um tempo definido.
Formas de ocorrência da doença na população
As doenças podem ocorrer nas populações seguindo padrões preestabelecidos. São estes:
• Ocorrência endêmica: as doenças têm presença constante na população, sendo 
que a incidência é conhecida e previsível;
• Epidemia: dizemos que a doença está em estado epidêmico quando a incidência 
está acima do nível endêmico, ou seja, foi superior àquilo que era esperado para 
aquela população naquele período;
• Pandemia: quando temos uma epidemia disseminada que compromete grande parte da 
população, em que muitos países podem ser afetados, caracterizando uma pandemia; 
• Ocorrência esporádica: são aquelas que ocorrem irregularmente e ao acaso, não 
existe nível de ocorrência esperado ou previsível. São necessárias circunstâncias 
locais para serem desencadeadas. 
Prevenção das doenças transmissíveis e ações profiláticas
As medidas preventivas são constituídas de um conjunto de procedimentos que visam 
proteger e melhorar a saúde de uma população e, portanto, sua qualidade de vida, seja 
impedindo a entrada da doença em áreas geográficas ainda livres, seja protegendo as 
populações de regiões onde a doença já ocorre.
Níveis de prevenção
A prevenção das doenças pode ocorrer em três níveis: primário, secundário e terciário.
O nível primário ocorre no período pré-patogênico e é caracterizado pela promoção 
da saúde. Visa impedir ou evitar a introdução do agente no ecossistema e a instalação 
no indivíduo do processo doença. As ações indicadas para o período pré-patogênico do 
processo doença estão relacionadas:
16
Admin
Máquina de escrever
pré ptogenico , patogenico, patogenico tardio
17
• À estrutura: caracterizada pela adequação do ambiente, da habitação, da alimentação, do 
lazer e de convívio social ou da densidade populacional;
• À educação: ações que levam à comunidade os conhecimentos essenciais relativos às 
ações de saúde;
• Ao saneamento: ações dirigidas diretamente aos componentes ambientais, eliminando 
riscos à saúde da população.
• À proteção específica: utilização de imunógenos com o objetivo de aumentar a proteção 
específica da população.
O nível secundário de prevenção ocorre no período patogênico, atuando no doente 
com o objetivo de impedir a progressão e a disseminação da doença. Suas ações estão 
relacionadas à identificação das fontes de infecção, por meio de diagnóstico adequado. 
Uma medida adequada nessa fase é o isolamento das fontes de infecção.
O nível terciário de prevenção atua no período patogênico tardio e sua função é a 
reabilitação do paciente.
Intensidade da ação preventiva
Dependendo da intensidade das ações implementadas, conseguimos atingir diferen-
tes objetivos. Podemos dizer que em um programa de prevenção de uma determinada 
doença é possível ter como objetivo controlar ou erradicar a doença.
• Controle: Conjunto de medidas ou ações empregadas com o objetivo de reduzir a 
frequência da ocorrência de uma doença já presente na população, até que ela se 
detenha em níveis compatíveis com a realidade existente;
• Erradicação: Conjunto de ações dirigidas com os fins específicos de eliminar uma 
doença de um determinado território. Trata-se de um procedimento radical e inten-
sivo, cujo sucesso depende de integração ampla envolvendo diferentes segmentos 
profissionais e múltiplas medidas sanitárias. A erradicação seria o nível mais eleva-
do das ações de prevenção aplicadas a uma doença.
Em Síntese
As zoonoses são doenças transmissíveis ao homem, com a participação dos animais em 
diversos níveis. O controle é uma tarefa multidisciplinar com a participação de vários 
profissionais da saúde, incluindo o Médico Veterinário. A saúde pública se preocupa com 
o controle das zoonoses, uma vez que acarretam epidemias, prejuízos econômicos deri-
vados do alto custo dos tratamentos e do impedimento da comercialização de animais 
e seus produtos. O entendimento das zoonoses é fundamental para todas as áreas de 
atuação do médico veterinário, como a clínica de animais de companhia e produção, a 
criação de animais de interesse econômico, a produção de alimentos de origem animal 
bem como a atuação em saúde pública juntamente com as autoridades governamentais.
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UNIDADE Introdução à Zoonose e Saúde Pública 
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Organização Pan-Americana de Saúde (OPOS)
Para informações atualizadas sobre zoonoses no Brasil e na América Latina, reco-
mendo o siteda Organização Pan-Americana de Saúde (OPOS).
https://bit.ly/3uFlV22
Centro de Controle de Zoonoses-SP
Para informações aplicadas sobre zoonoses na cidade de São Paulo, recomendo o 
site do Centro de Controle de Zoonoses-SP.
https://bit.ly/3fWhxYp
 Livros
Fundamentos de Epidemiologia
FRANCO, L. J.; PASSOS, A. D. C. Fundamentos de epidemiologia. 2. ed. 
 Barueri: Manole, 2001.
 Leitura
Vigilância em Saúde – Zoonoses
Para entender a abordagem de Saúde Pública em relação às zoonoses do Ministério 
da Saúde, segue caderno de atenção básica – zoonoses do Ministério da Saúde.
https://bit.ly/31WrDAy
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Referências
LESER, W. S.; BARBOSA, V.; BARUZZI, R. G.; RIBEIRO, M. D. B.; FRANCO, L. J. 
Elementos de epidemiologia geral. São Paulo: Atheneu, 1985. 
ROUQUAYROL, M. Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e saúde. 6. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
WALDMAN, E. A.; ROSA, T. E. C. Vigilância em saúde pública. São Paulo: Faculdade 
de Saúde Pública da USP, 1998. v. 3000. 225 p.
Site visitado
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Disponível em: <http://www.who.int/zoono-
ses/vph/en/>. Acesso em: 05/04/2021. 
19