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Prática 2 - Doença de crohn e colite ulcerativa (aspectos macro e micro)

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Carla Bertelli – 4° Período 
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Objetivo: compreender e identificar as alterações 
macroscópicas e microscópicas presentes na doença de 
Crohn 
A doença de Crohn pode ocorrer em qualquer área do 
trato GI, mas os locais mais envolvidos são o íleo 
terminam, a válvula ileocecal e o ceco. A presença de 
áreas múltiplas, separadas e nitidamente delineadas da 
doença, resultando em lesões salteadas, sendo sua 
característica mais marcante para diferenciar da Doença 
de Crohn. 
Alterações Macroscópicas – As lesões são tipicamente 
segmentares, bem demarcadas, com áreas lesadas 
intercaladas com segmentos normais (lesões salteadas). A 
inflamação crônica costuma ser transmural e leva a 
fibrose, que resulta em estenose e rigidez dos 
segmentos intestinais afetados. No início o segmento 
afetado é congesto e edemaciado. A parede intestinal se 
apresenta espessada e de aspecto borrachudo, como 
consequência do edema transmural, da inflação, da 
fibrose e da hipertrofia da muscular própria – o que 
contribui para a formação da estenose. A destruição 
epitelial resulta em erosões e úlceras profundas e 
estreitas que coalescem e formam fissuras lineares, 
tortuosas, dispostas ao longo do eixo do intestino, muitas 
vezes atingindo a serosa. Quando isso acontece pode ter 
a formação de aderências da serosa com outras alças 
intestinais ou com a parede abdominal, resultando em 
fístulas entre as alças intestinais, com o cólon ou vísceras. 
Alterações Macroscópicas – As características da doença 
ativa incluem neutrófilos abundantes que se infiltram e 
lesionam o epitélio da cripta. Os grupos de neutrófilos 
dentro da cripta são conhecidos como abcessos de cripta 
e estão associados à destruição delas. A ulceração é 
comum. Ciclos repetidos de destruição e regeneração 
das criptas levam a distorção da arquitetura da mucosa. 
As criptas normalmente retas e paralelas se tornam 
ramificadas, curta, irregular, atrófica e posicionam-se de 
maneira incomum. Observa-se também hiperplasia das 
células caliciformes e hiperprodução de muco. 
A lesão crônica pode levar a metaplasia pseudopilórica 
(toma forma das glândulas gástricas) e displasia, que é 
um marcador de risco para neoplasias. Essas alterações 
arquitetônicas e metaplásicas podem persistir mesmo 
que a inflamação esteja curada. A atrofia da mucosa, com 
perda das criptas pode ocorrer após anos da doença. Os 
granulomas não caseosos são um marco na doença de 
Crohn, podendo ocorrer em áreas da doença ativa ou 
em regiões não envolvidas de qualquer camada da 
parede. 
Na lâmina microscópica da doença de Crohn observamos 
uma organização desalinhada das vilosidades, resultante 
de lesões e regenerações repetidas. Além disso temos 
também infiltrado inflamatório em todas as camadas + a 
presença de folículos linfoides e granulomas. Lembrar dos 
anéis vermelhos ao redor dos folículos linfoides. 
 
 
 
Carla Bertelli – 4° Período 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carla Bertelli – 4° Período 
Objetivo: Conhecer e identificar as alterações 
macroscópicas e microscópicas presentes na colite 
ulcerativa. 
A distinção entre colite ulcerativa e doença de Crohn 
baseia-se em grande parte 
na distribuição do local afetado e na expressão 
morfológica da doença. A colite ulcerativa é limitada ao 
cólon e ao reto e estende-se apenas à mucosa e à 
submucosa. 
 
Alterações Macroscópicas – A colite ulcerativa sempre se 
desenvolve no reto e se estende proximamente e de 
modo contínuo para envolver parte ou todo o cólon, 
sendo o intestino delgado normal, embora possam 
ocorrer inflamações leves da mucosa no íleo distal. A 
mucosa é hiperêmica, granular, sangra com facilidade e 
contém menor quantidade de muco. As úlceras tem base 
ampla, ficam alinhadas em relação ao eixo longo do cólon 
e são originadas da coalescência de micros abcessos 
crípticos. Ilhas isoladas de mucosa regenerativa formam 
protuberâncias no lúmen e criam os peseudopólipos e as 
pontas desses pesudopólipos podem fundir-se para criar 
as pontes mucosa. A doença crônica pode levar à atrofia 
da mucosa, com uma superfície achatada e lisa. A 
superfície serosa é normal e as estenoses não ocorrem. 
Contudo, a inflamação e os mediadores inflamatórios 
podem danificar a muscular própria e perturbar a função 
neuromuscular, levando à dilatação colônica e ao 
megacólon tóxico, que carrega risco significativo de 
perfuração 
Alterações Macroscópicas – Observa-se inflamação difusa e 
geralmente limitada à mucosa e à submucosa, com 
formação de micro abscessos em cripta, que são 
formados pela infiltração de neutrófilos na luz das 
glândulas tubulares evoluindo para úlceras de tamanhos 
variados. Nos abcessos que se estendem ao submucosa 
pode haver a formação de necrose, que leva ao 
desprendimento parcial da camada submucosa, formando 
pseudopólipos que são observados macroscopicamente. 
Observa-se ainda a redução no número das células 
caliciformes, alterações na arquitetura das vilosidades, 
metaplasia pseudopilórica e displasia, que constitui 
marcador de risco para neoplasias. Nos períodos de 
remissão, ocorre regeneração da mucosa e fibrose da 
submucosa, geralmente menos intensa do que na 
doença de crohn e não acomete a serosa. Na fase 
quiscente a mucosa se torna atrófica, fina e lisa. Não há 
formação de granulomas. 
 
Pseudopólipos – São conjuntos de mucosa que restou. 
Ilhas isoladas de mucosa regenerativa que formam 
protuberâncias no lúmen 
Pontes Mucosa – São as pontas dos pseudopólipos que se 
fundem e formam pontes 
 
 
 
Imagem 2: Patologia macroscópica da colite ulcerativa. A: 
colectomia total mostrando a doença ativa, com uma mucosa 
avermelhada e granular no ceco (à esquerda) e uma mucosa 
lisa e atrófica (à direita). B: delineação nítida entre uma colite 
ulcerativa ativa (à direita) e a mucosa normal (à esquerda). C: alguns 
pólipos inflamatórios estão apontados pelas setas brancas. D: algumas 
pontes mucosas estão apontadas pelas setas brancas (KUMAR, 2016). 
 
 
 
 
Carla Bertelli – 4° Período 
 
Alterações histológicas da colite ulcerativa. As ulcerações localizadas 
e multifocais, se iniciam pelos chamados abscessos em cripta, que 
correspondem a infiltrações de neutrófilos na luz das glândulas 
tubulares simples. Os abscessos podem romper-se na luz e/ou 
estender-se à submucosa, escavando a mucosa, a qual se 
levanta parcialmente, ficando presa por pedúnculos. Esta é a 
origem dos pseudopólipos. Ocorre também depleção das células 
caliciformes, que podem desaparecer completamente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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