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Carla Bertelli – 4° Período REFERÊNCIAS • Primeira Diretriz Brasileira de IC na criança – Sociedade Brasileira de Cardiologia • Up to Date – IC em Crianças, etiologia, manifestações clínicas e diagnóstico. A Insuficiência Cardíaca resulta de distúrbios cardíacos que prejudicam a capacidade dos ventrículos se encher e/ou ejetar sangue Na pediatria seus achados não são tão clássicos como são no adulto Epidemiologia - Nos Estados Unidos, estima-se que a IC afete 12.000 a 35.000 crianças com idade inferior a 19 anos nos Estados Unidos a cada ano. As hospitalizações relacionadas à IC são responsáveis por aproximadamente 11.000 a 14.000 hospitalizações em crianças por ano nos Estados Unidos É dividida em: crianças nascidas com o coração normal e crianças que já tem uma alteração cardíaca presente As causas da IC pediátrica podem ser divididas em categorias fisiopatológicas. Essa categorização auxilia na compreensão da fisiologia subjacente e das manifestações clínicas das diferentes causas de IC pediátrica e orienta a abordagem do manejo. É importante reconhecer, no entanto, que essas categorias podem se sobrepor em alguns pacientes (por exemplo, sobrecarga de volume e sobrecarga de pressão podem estar associadas à disfunção ventricular). ç çã – É responsável pela maior parte das ICC de coração normal. A principal causa é por citomegalovírus, podendo ser também por Chagas – Inflamação da miocardite. O vírus sincicial é o principal causador. A miocardite frequentemente resulta em disfunção ventricular e IC. A miocardite aguda pode ser seguida por uma recuperação completa da função do VE ou por uma cardiomiopatia dilatada secundária com IC crônica. A miocardite é discutida em maiores detalhes separadamente. á – Normalmente acontece porque o bebê nasce com uma artéria coronária anômala, que se fecha e ela tem sinais clínicos e eletrocardiográficos. Placa de ateroma também pode ocorrer quando existe uma história familiar muito significativa. Porém, essas duas causas são bem raras. í – Pode ocorrer devido ao bloqueio de ramo (bloqueio cardíaco completo) e sobrecarga do VE - Pacientes com câncer pediátrico que foram tratados com agentes quimioterápicos, especialmente antraciclinas, apresentam risco vitalício de desenvolver disfunção ventricular e IC ç ç ê Disfunção ventricular — As causas cardíacas de disfunção ventricular podem ser separadas em crianças com coração estruturalmente normal e aquelas nascidas com cardiopatia congênita (DCC). CIA, CIV, PCA (mais comum, responsável por manter bebês vivos em outros casos de anomalias congênitas, prostaglandinas mantém esse canal aberto), coarctação de aorta, estenose aórtica e pulmonar, além doenças do próprio septo. São cardiopatias congênitas que podem levar a IC. çã – alteração dos pulsos (assimetria de amplitude dos pulsos dos MMII e MMSS) çã – teste realizado no hospital antes da alta do bebê. Não exclui a palpação de pulsos. Os sintomas variam com a idade do paciente. Saber as principais hipóteses e quando pedir exames complementares – Os sintomas mais comuns são taquipneia (para compensar o DC) e sudorese durante as mamadas, fadiga fácil, irritabilidade, tosse, cianose, retrações intercostais, batimento de asa de nariz, diminuição do volume de mamadas e baixo ganho de peso. A desnutrição pode resultar em marcos motores atrasados. É bem difícil diagnosticar uma IC em um lactente. Carla Bertelli – 4° Período Quando um bebê está ganhando pouco peso é indicado pedir ecografia para excluir ou diagnosticar alguma alteração cardíaca. No exame físico observamos tiragens subcostais – é uma propedêutica de Insuficiência Respiratória, isso piora e acaba se tornando intercostais, piora mais ainda e vai para tiragem de fúrcula (sinal grave de Insuficiência Respiratória, provavelmente uma parada), batimento de asa de nariz (esforço tão grande) e por último o balanço da cabeça (é um estado bem grave) Hipóxia é a principal causa de Parada Cardíaca em Crianças ç – Em crianças pequenas, os sintomas podem incluir sintomas gastrointestinais (dor abdominal, náusea, vômito e falta de apetite), baixo ganho de peso, fadiga fácil e tosse recorrente ou crônica com sibilos. Esses sintomas podem ser confundidos com doenças comuns da infância, como gastroenterite, refluxo, asma ou até mesmo problemas comportamentais. ç – As crianças mais velhas podem apresentar intolerância ao exercício, anorexia, dor abdominal, sibilos, dispneia, edema, palpitações, dor torácica ou síncope – se assemelha aos sintomas do adulto (dispneia, edema...) 1 – Coletar uma Boa História: Histórico familiar Uma história familiar de doença cardíaca congênita (DAC) ou cardiomiopatia em um irmão ou pai pode sugerir um diagnóstico semelhante na criança que está sendo avaliada. 2 – Exame Físico: Os achados físicos variam de acordo com o débito cardíaco, grau de sobrecarga de volume e congestão pulmonar e/ou congestão venosa sistêmica. É importante aproveitar o momento. – A taquicardia é uma resposta à diminuição do débito cardíaco em pacientes com contratilidade miocárdica deprimida. A taquicardia é definida como a presença de um valor de frequência cardíaca maior que o esperado para a idade á ã – Não há troca suficiente nas extremidades. A má perfusão como resultado do débito cardíaco diminuído é manifestada por extremidades frias e mosqueadas, enchimento capilar diminuído, pulsos periféricos diminuídos e pressão arterial sistêmica diminuída. Sinal clássico de choque – Um galope da terceira bulha cardíaca (S3) pode estar presente em crianças com débito cardíaco diminuído ou sobrecarga de volume – sinal bem clássico de ICC. – A congestão pulmonar se manifesta principalmente com alterações no estado respiratório: Taquipneia (achado mais comum de congestão pulmonar), uso de musculatura acessória, grunhidos com asa nasal, achados auscultatórios (sibilos e estertores). ã ê – A congestão sistêmica pode se manifestar pelos seguintes achados: Hepatomegalia, edema, ascite, esplenomegalia e distensão venosa jugular. – Outros achados podem sugerir uma etiologia subjacente para IC, conforme demonstrado pelos seguintes exemplos: PA elevada e pulsos fracos (coarctação de aorta), presença de sopro. História + Exame Físico + Exame de Imagens (ECO, eletro e radio X) + achados laboratoriais (hemograma, BNP) O diagnóstico de IC em crianças é baseado na combinação de achados clínicos, ecocardiográficos e laboratoriais. Sinais característicos e achados físicos de débito cardíaco prejudicado incluem intolerância ao exercício e/ou alimentação, taquicardia, desconforto respiratório (por exemplo, taquipneia e dispnéia), má perfusão e crescimento deficiente Carla Bertelli – 4° Período Estudos de imagem não invasivos e exames laboratoriais são inicialmente obtidos para confirmar o diagnóstico, determinar a gravidade da IC e determinar a causa subjacente se não estiver clara na história. A avaliação só deve prosseguir se o paciente estiver clinicamente estável. çã – A radiografia de tórax é útil para avaliar cardiomegalia e congestão pulmonar e para monitorar a eficácia do tratamento da IC. Edema intersticial pulmonar e derrame pleural são achados comuns na IC recém- diagnosticada • Cardiomegalia (deve ter um cuidado em relação se o bebê está deitado ou de pé, visto que deitado ocorre alteração) • Congestão Pulmonar – O ECG é uma importante ferramenta diagnóstica na avaliação de uma criança com IC. A taquicardia sinusal é o achado eletrocardiográfico mais comum e é inespecífico. Representa uma compensação fisiológica para o volume sistólico reduzido. O achado mais comum é encontrar uma taquicardia sinusal, é o mais inespecífico possível (pode ser tudo ou nada)• Voltagem aumentada do QRS – Hipertrofia de VE • Anormalidades do segmento ST e da onda T • A diminuição da voltagem do QRS pode sugerir edema miocárdico ou derrame pericárdico e pode estar presente em crianças com miocardite - A ecocardiografia é a principal modalidade de imagem para avaliar o tamanho e a função ventricular em crianças com sinais e sintomas de IC. Também estabelece se a criança tem um coração estruturalmente normal ou doença cardíaca congênita estrutural subjacente (DAC). PRINCIPAL EXAME COMPLEMENTAR PARA DIAGNÓSTICO. Aspectos importantes da avaliação do ECO incluem: • Anatomia Cardíaco • Conexões Arteriais e Venosas • Origem das artérias coronárias • Presente e quantidade de manobras Para a maioria das crianças que apresentam novos sintomas de IC, os exames laboratoriais iniciais incluem o seguinte: – As medidas de BNP são usadas para avaliar a gravidade da IC e monitorar a resposta à terapia. Serve para segmento do tratamento (não faz diagnóstico, é importante para prognóstico) Os níveis de BNP e do fragmento N-terminal inativo (NT- proBNP) têm sido amplamente estudados em adultos e são usados para auxiliar no diagnóstico e monitoramento da IC e como marcadores prognósticos. BNP e NT-proBNP parecem ser marcadores eficazes de cardiopatia estrutural e funcional em crianças e são úteis na avaliação integrada de crianças com IC – A troponina I e a troponina T cardíacas são biomarcadores sensíveis para lesão de miócitos. Os níveis de troponina estão elevados na miocardite e na isquemia miocárdica. Entre as crianças que apresentam disfunção do VE, um nível elevado de troponina pode sugerir miocardite aguda em vez de cardiomiopatia dilatada – A anemia pode contribuir para a IC em um paciente predisposto (por exemplo, um com defeito do septo ventricular moderado a grave) ou exacerbar a gravidade dos sintomas de IC em um paciente com IC preexistente. Em um único estudo institucional de crianças hospitalizadas por IC aguda, a prevalência de anemia no momento da admissão foi de 18% e quase 40% dos pacientes desenvolveram anemia em algum momento da hospitalização. Em crianças com IC e anemia, o mecanismo da anemia deve ser investigado. í é – Isso inclui eletrólitos, nitrogênio ureico no sangue, creatinina e testes de função hepática. çõ â é – Faz quando as informações ecocardiograma forem insuficientes Ritmo de Galope (B3), taquicardia desproporcional a outros sintomas, hepatomegalia (sem nenhum achado de infecção), perfusão sistêmica inadequada. Exames complementares: raio x, eletro e eco
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