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Laura da Cunha Casimiro – Odontologia FORP-USP Uso de Fluoretos em Odontopediatria Introdução Os fluoretos podem ser tóxicos em crianças, cronicamente ou agudamente, a depender da quantidade ingerida e a frequência · Prevenção e tratamento no estágio inicial da doença cárie · Remineralização · Só com a remoção mecânica do biofilme não resolve 100% do problema, porque a criança ainda não possui coordenação motora e manual no momento da escovação · Flúor está presente naturalmente como um não-metal, fora da tabela periódica ele vira fluoreto de alguma coisa · Quando se liga ao cálcio, forma-se fluoreto de cálcio, que torna o esmalte dental mais resistente, se deposita no dente e forma um reservatório, que deve ser reposto a cada escovação · Evitar que seja deglutido quando há aplicação tópica Declínio da doença cárie mundialmente · Incentivo de políticas públicas · Queda brusca a partir dos anos 70 quando houve fluoretação da água e inclusão de dentifrícios fluoretados Absorção, distribuição e excreção do fluoreto · Ingestão · Saliva (0,02 ppm) e biofilme dental (3-10 ppm) · Absorção gastro-intestinal · Plasma · Tecidos duros: dentes e ossos · Tecidos moles · Concentração máxima de 30 a 45 min – é nesse tempo que descobrimos se a ingestão foi muito grande · Excreção · Após 24h Mecanismo de ação · Sistêmico – fluorapatita · Tópico – fluoreto de cálcio · Mais importante o a teoria do uso tópico, porque um reservatório é formado e protege os dentes de uma perda mineral · Fluorapatita é formado quando o flúor junta-se com cálcio e fosfato · Solubilidade da hidroxiapatita x Solubilidade da fluorapatita · Sempre temos quedas de pH, é um equilíbrio · pH crítico: 4,5 · Por exemplo, quando ingerimos dieta cariogênica, o pH cai, assim causando desmineralização · Fluorapatita: 10 a 20% do esmalte. Concentração maior que hidroxiapatita · Forma apatita fluoretada, com a concentração quase igual a da hidroxiapatita · Suplementos pré-natais · Contraindicado · Só acontece após do nascimento · Perda mineral · Osmose · Gradiente vai do mais concentrado para o mais diluído · O dente perde mineral para equilibrar com a saliva · Hidroxiapatita é o principal mineral formado nos dentes. Supondo que o pH esteja em equilíbrio (7,0) e há biofilme biológico. Quando ingerimos um chiclete (sacarose), por exemplo, o pH cai (abaixo de 5,0), há desmineralização do dente para tentar equilibrar, tirando mineral da saliva, depois forma mancha branca (estágio inical reversível) ou até cavitação (irreversível) se o biofilme estiver cariogênico e acidogênico, com presença de S. Mutans e S. Sobrinus. Se aplicamos fluoreto de forma tópica, forma fluoreto de cálcio e glicoproteínas salivares na superfície do dente, protegendo o esmalte, liberando o cálcio de volta pra saliva. A cada vez que o pH cai, deve-se reaplicar o fluoreto novamente, ou seja, escovação com dentifrício fluoretado e ingestão de água fluoretada · Quando a saliva está supersaturada, há deposição de mineral e acaba formando cálculo · Conceito atual · Efeito pré-eruptivo e local · O efeito mais importante do fluoreto é local, reduzindo a desmineralização e favorecendo a remineralização Toxicologia Aguda · Grande quantidade em pouco tempo · Dose provavelmente tóxica: 5,0 mg F/Kg · Dose provavelmente letal: 32 a 64 mg F/Kg Crônica · Ingestão de pequenas quantidades ao longo do tempo · Fluorose dental · 0,05 a 0,07 mg F/Kg/dia · Período crítico: até 7 anos de idade Sinais e sintomas · Náusea, vômitos, diarreia, cólica · Hipotensão, palidez, batimento irregular e falha do coração · Depressão do SNC e coma · Hipocalcemia e hipomagnesemia Medidas após a intoxicação aguda · < 5 mg F/Kg · Cálcio via oral (leite) ou antiácido · Observação (30-45 min) · > 5 mg F/Kg · Indução de vômito · Hospitalização imediata Orientação para evitar · Indicação pasta de dente sem flúor: quando não há a supervisão de um adulto durante a escovação da criança (por exemplo na escola, etc) · Indicação com teor convencional, mas restringindo a quantidade · 0-3 anos: 0,1 mg · 3-6 anos: 0,25 mg “pea-size” · A partir dos 6 anos: 0,36 mg Cuidado Refeição Absorção (%) Jejum 100 Café da manhã 71 Almoço 30 Meios de utilização Meios individuais · Dentifrícios · Enxaguatórios (NaF 0,05% ou 0,2%) · Ingestão de água Meios profissionais · Planejamento individualizado Maturidade pós-eruptiva e molares recém-irrompidos · Maior suscetibilidade à doença cárie · Aplicação tópica de fluoretos Gel · Acidulado: FFA 1,23% - melhor para crianças · Neutro: NaF 2% - até um ano de idade · Profilaxia, criança deve estar sentada na posição vertical, pouco gel ou mousse, isolamento relativo e sugador, aplicação (4 min), fio dental, expectoração · Na verdade 1 min já é suficiente · Não transferir o produto para recipiente de vidro, porque o flúor é super eletronegativo e reage no vidro Verniz · NaF 5% · Doses unitárias · Menor risco de acidentes · Maior controle de infecção · Maior custo · Profilaxia, isolamento relativo, seca a superfície, aplica com microbrush, endurece na presença de água · Precisa ficar um dia sem escovar os dentes, deixar agindo até o dia seguinte Diaminofluoreto de prata · Cariestático · 38% de diaminofluoreto de prata · Aplicação semestral · Antimicrobiano, bacteriostático, dessensibilizante · Profilaxia, proteção dos tecidos com vaselina, isolamento relativo e sugador, aplicação Alternativas dos fluoretos · Caseína: Recaldent · Fosfopeptídeo de caseína · Custo elevado
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