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Traumatismo dental em dentes permanentes

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TRAUMATISMO DENTAL EM DENTES 
PERMANENTES 
• Prognóstico: grau de envolvimento, estágio de 
desenvolvimento dentário e tempo transcorrido 
entre o acidente e o atendimento 
• Orientações: evitar participação em esportes de 
contato, realizar higiene bucal com escova macia, 
efetuar bochecho com agente bacteriano gluconato 
de clorexidina 0,2% por 2 semanas, dieta com 
alimentos pastosos por 2 semanas 
• Proservação: teste de sensibilidade 15 e 30 dias após 
o trauma 
• Sequelas do trauma: obliteração (calcificação) do 
canal pulpar e reabsorções radiculares 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRAUMAS DENTAIS 
• Considerações biológicas da fratura de coroa sem 
exposição pulpar: os túbulos dentinários ficam 
expostos, fazendo com que haja invasão de bactérias. 
Monitoramento do dente durante 2 meses 
• Protocolo para colagem de fragmento dental sem 
exposição pulpar: anamnese (RX periapical para ver 
extensão da fratura e adaptação do fragmento) e 
manter o fragmento hidratado (facilita a cor e o 
procedimento adesivo) 
• Preparo do fragmento dental: condicionamento com 
ácido fosfórico a 37% (primeiro se preocupa com o 
fragmento), lavar e secar 
• Preparo do dente: profilaxia com pedra pomes e 
água, seleção da cor da resina e isolamento, 
condicionamento seletivo do ESMALTE com ácido 
fosfórico 37% por 30 segundos, lavar e secar, 
aplicação do adesivo no dente e nos fragmentos 
• Colagem propriamente dita: adesivo ou adesivo + 
resina flow no fragmento imobilizado, pré-
polimerização, remoção dos excessos e 
polimerização por 40 segundos 
• Sempre realizar ajuste oclusal com broca esférica ou 
em formato de pêra. Remover o contato maior para 
deixar menor, parecendo com o dente adjacente 
• Adesivo universal: é utilizado quando há condição 
restrita de esmalte 
• Vantagens da colagem em relação a restauração: 
melhor estética e função, técnica simples e rápida 
FRATURA COM EXPOSIÇÃO PULPAR 
• Vermelho viva: polpa normal 
• Polpa cianótica: necrose (intermediária de uma fase 
e outra) 
• Polpa isquêmica: tratamento endodôntico 
• Proteção pulpar depende: estado patológico da 
polpa, grau de rizogênese (quanto mais aberto 
estiver o ápice, maior chance de sucesso da proteção 
direta) e contaminação bacteriana 
• Pulpectomia: pacientes adultos (faz-se quando há 
fechamento do ápice) 
• Protocolo proteção dentina polpa (capeamento 
pulpar): tempo de exposição de 1 a 2h com exposição 
pulpar mínima. Anestesia, isolamento e desinfecção 
(com clorexidina 2%) com pasta de hidróxido de 
cálcio P.A (pró-análise. É puro. É misturada com soro 
fisiológico ou água até ficar dura, como massa de 
vidraceiro) e ionômero de vidro, colagem ou 
restauração com RC e proservação de 2 meses 
• O hidróxido de cálcio dilui em contato com a resina. 
Pode limpar as paredes com álcool caso haja excesso. 
Ele forma uma necrose de superfície, por isso que 
alivia a dor 
• Pulpotomia: preserva a vitalidade (induzir 
apicogênese), possui ausência de infecção e tempo 
decorrido entre o momento do acidente e o 
atendimento. Remove a polpa com baixa rotação. 
Irrigação com soro. Acompanhamento de 1 a 5 anos 
• Retorno de paciente de trauma: teste de vitalidade e 
radiografia. Coloração clinicamente 
• Fratura recorrente no terço médio/cervical da coroa 
do dente 11 envolvendo esmalte e dentina, com 
exposição pulpar, alteração de cor de coroa e 
rizogênese incompleta: tratamento endodôntico por 
causa da alteração de cor (necrose). Saturar hidróxido 
de cálcio para permitir o fechamento do ápice, isso se 
faz com repetições de hidróxido de cálcio. Quando 
começar a fechar, obtura 
• Proteção pulpar direta: pequena exposição pulpar 
menor que 1 mm em um tempo menor que 24h 
• Pulpotomia: exposição da polpa maior que 1 mm em 
um tempo maior que 24h 
• Pulpectomia: formação radicular completa 
FRATURA CORONARADICULAR 
• Fratura que envolve coroa, esmalte, dentina e 
cemento, podendo ou não expor a polpa. Tirar 
fragmento e colar de volta quando não expor a polpa 
• Consulta de urgência: remoção do fragmento e 
imobilização. Eliminar a dor 
• Formas de trabalho: 
1) Remoção do fragmento e resinserção na gengiva 
através da colocação de curativo provisório (CIV) 
e/ou provisório a pino. Remove toda a polpa 
coronária ou total 
2) Remoção do fragmento e extrusão ortodôntica: 
imobilização, endodontia e reposicionamento (4 a 6 
semanas). Geralmente precisa de plastia de gengiva 
porque ela desce junto 
3) Aumento de coroa clínica. Sempre é necessário um 
provisório 
FRATURA RADICULAR 
• É difícil verificar em imagem radiográfica. Quanto 
mais paralelo o cone de raio x, melhor é para verificar 
a linha de fratura 
• Na região apical não tem mobilidade e 
provavelmente não tem infecção 
• Em fratura de terço médio, utilizar contenção 
• Protocolo: reposicionamento, imobilização 
(contenção rígida quando há grande mobilidade). 
Monitoramento de 4 a 6 meses. Não é necessário 
realização de tratamento endodôntico em todos os 
casos 
• Reparo: pode acontecer por tecido mineralizado, 
interposição de tecido conjuntivo ou de granulação 
• As bordas nunca se unem, mas formam um calo ou 
um espaço com tecido conjuntivo ou tecido de 
granulação (não é favorável porque expande as 
áreas). O reparo depende do tempo para 
atendimento, deslocamento do fragmento e tipo de 
tecido. O melhor tecido para se formar é o 
mineralizado (calo) 
• Indícios de cicatrização: mobilidade dental e 
vitalidade normal e linha de fratura (fica quase 
imperceptível na radiografia). Sabe se a fratura é 
antiga por causa do teste de vitalidade pulpar 
• No tecido conjuntivo, não há boa adaptação das 
margens (células do ligamento periodontal que 
invade a área fraturada). Pode ter mobilidade, mas 
tem vitalidade pulpar ainda. Na porção coronária 
pode ter calcificação. A linha de fratura fica bem 
visível e há arredondamento das bordas da fratura 
• Reparo por interposição de tecido de granulação: 
polpa apical normal e polpa necrosada com invasão 
do ligamento periodontal. Indícios desta 
interposição: mobilidade excessiva (extrusão), 
sensibilidade pulpar negativa, alargamento da linha 
de fratura e reabsorção óssea no nível da fratura 
• O canal nunca vai unir, somente os bordos 
• Polpa rompida: tecido de granulação entre os 
fragmentos. Porção coronária infectada. Fazer 
controle de calcificação do canal 
• Polpa intacta: forma um calo de dentina e cemento 
entre os 2 fragmentos após algumas semanas. Porção 
periférica da fratura é cicatrizada por deposição de 
cemento 
• Prognostico da cicatrização pulpar após fratura 
depende de: estágio do desenvolvimento radicular 
no momento do trauma, deslocamento do fragmento 
coronário, reabsorção radicular interna (60%) e 
imediata colocação de contenção 
FRATURA DO PROCESSO ALVEOLAR 
• Envolve fratura óssea e do alvéolo com rompimento 
do feixe vascular (causa de necrose e reabsorção 
radicular). Características: deslocamento de 1 ou 
mais dentes, som abafado e mobilidade em bloco 
• A reabsorção radicular esta ligada com o ligamento 
periodontal 
• Tratamento: reposicionar com força o fragmento 
ósseo e dentes. Contenção rígida por 3 semanas 
TRAUMAS NOS TECIDOS PERIODONTAIS 
• Quando atinge o ligamento, o paciente não consegue 
tocar no dente porque sente muita dor. Faz 
acompanhamento e medica 
• Sempre fazer teste de vitalidade 
• Concussão: características clínicas: teste de 
vitalidade normal, dor à percussão e mastigação e 
radiograficamente não há sinal de patologia, sendo 
que o dente está em sua posição normal no alvéolo. 
A reabsorção radicular é muito rara e quando ocorre, 
consiste exclusivamente em reabsorções superficiais. 
Tratamento: alívio oclusal, dieta pastosa por 2 
semanas e medicação analgésica. Não necessita de 
contenção. Proservação de 6 semanas a 1 ano. 
Pequeno risco de necrose (8%) e prognóstico bom 
• Subluxação: Apresentamobilidade, mas sem 
deslocamento do dente. Hemorragia do sulco 
gengival. Acompanhamento por 1 ano. Polpa normal. 
Tratamento: contenção semirrígida (15 a 21 dias), 
alívio oclusal, dieta pastosa e analgésico e anti-
inflamatório por 3 dias 
CONCUSSÃO SUBLUXAÇÃO 
Não há sangramento Pode haver 
sangramento no sulco 
gengival 
Dente firme no alvéolo Não há deslocamento, 
mas aumento da 
mobilidade (necessita 
contenção) 
Prognóstico bom (dente 
vital) 
Prognóstico duvidoso 
(necrose da polpa ou 
calcificação) 
 
• Luxação extrusiva: clinicamente, há deslocamento 
parcial do dente para fora do alvéolo e com 
mobilidade. Geralmente, é deslocado para palatal e 
há sangramento do sulco gengival. 
Radiograficamente, há dente deslocado e área apical 
do alvéolo vazia. É o trauma que mais leva a perda do 
dente. Resultados esperados: na polpa, dentes com 
ápice aberto geralmente concluem a apicogênese e 
os dentes com ápice formado vão a necrose. No 
ligamento periodontal, reabsorções radiculares são 
raras. Tratamento: reposicionamento com pressão 
apical lenta e firme e contenção semirrígida por 2 
semanas, ajuste da oclusão e bochecho com 
clorexidina 0,12%. Proservação em 15, 30, 60 e 120 
dias. Sequelas: alterações de cor da coroa e necrose 
pulpar (consequentemente, endodontia) 
• Luxação lateral: deslocamento lateral do dente em 
uma direção que não seja axial, normalmente 
acompanhado de fratura alveolar. Aspecto clínico: 
som alto de percussão, deslocamento palatal e 
descontinuidade na tábua óssea quando se faz 
palpação apical. Tratamento: reposicionamento do 
dente com delicada pressão apical, contenção 
semirrígida por 21 dias e verificar oclusão. Resultados 
esperados: na polpa, dentes com rizogênese 
incompleta concluem apicogênese e os dentes com 
ápice formado geralmente ocorrem necrose. No 
ligamento periodontal, pode ocorrer reabsorções 
radiculares (inflamatória e por substituição), assim 
como a anquilose 
EXTRUSÃO LUXAÇÃO LATERAL 
Forças oblíquas 
deslocam o dente para 
fora do alvéolo 
Forças horizontais 
deslocam a coroa para 
lateral e o ápice para 
vestibular 
Ruptura do ligamento 
periodontal e da polpa, 
apresentando 
mobilidade 
Rompe o ligamento 
periodontal, polpa e 
tábua óssea 
 
• Luxação intrusiva: deslocamento do dente para 
dentro do osso alveolar, sendo acompanhado 
normalmente de fratura alveolar. Aspecto clínico e 
radiográfico: coroa encurtada, sangramento gengival, 
som alto e metálico (anquilose), deslocamento para 
apical e desaparecimento parcial do ligamento 
periodontal. Considerações biológicas: lesão 
complexa, rompimento gengival, contusão óssea, 
rompimento de fibras do ligamento periodontal, 
cemento e feixe neurovascular. É o dano máximo a 
polpa e ligamento periodontal. Tratamento em 
rizogênese incompleta: aguardar erupção 
espontânea de 2 a 4 meses e monitorar a vitalidade 
pulpar. Tratamento em rizogênese completa: extruir 
ortodonticamente (pois há difícil reerupção), 
endodontia com trocas de hidróxido de cálcio, 
podendo haver sequelas (reabsorção externa ou 
anquilose) 
• Avulsão: deslocamento completo do dente para fora 
do alvéolo (ocorre entre 0,5 e 16%). O tratamento 
depende do estágio de desenvolvimento, meio de 
armazenamento e tempo. Meio de armazenamento: 
leite, saliva e soro. Se o período extra alveolar for 
maior que 1h, há necrose total do ligamento 
periodontal . Se for menor que 1h, fazer reimplante 
imediato (lavar em água corrente por 10 segundos e 
colocar no alvéolo do próprio paciente, fazendo a 
continuidade do tratamento em consultório 
odontológico). No consultório, lavar o dente com 
soro fisiológico para remover contaminações, 
remover o coágulo do alvéolo com soro e reimplante 
com suave pressão. Realizar contenção semirrígida 
(14 dias) e acesso ao canal em 7 dias. A cobertura 
antibiótica (auxilia no reparo periodontal e pulpar, 
aumento a revascularização) é obrigatória e a vacina 
antitétano é opcional. Reimplante de dentes com 
ápice fechado com tempo maior que 60 minutos: 
prognóstico desfavorável. Tratamento da superfície 
radicular com solução de fluoreto de sódio 2% por 20 
minutos para retardar a reabsorção radicular por 
substituição (pH ácido), fazer contenção semirrígida e 
tratamento endodôntico antes ou após o reimplante. 
Instruções ao paciente: evitar a participação em 
esportes de contato físico, dieta macia por até 2 
semanas, escovar os dentes com uma escova macia e 
usar bochecho de clorexidina 0,12% duas vezes ao dia 
por 1 semana. Reimplantes em dentes com ápice 
aberto: a revascularização pulpar é possível. A 
necrose, quando ocorre, aparece após 2 a 4 semanas, 
com presença de rarefação periapical e reabsorção 
radicular inflamatória. O tratamento endodôntico 
não deve ser iniciado a menor que haja sinais 
definitivos de necrose pulpar e infecção do sistema 
de canais radiculares nas consultas de 
acompanhamento. O tratamento é realizado com 
trocas de hidróxido de cálcio até a formação de uma 
barreira apical. Acompanhamento clínico e 
radiográfico: 1, 3 e 6 meses, 1 ano até 5 anos. Melhor 
prognóstico: período mínimo de até 60 minutos fora 
do alvéolo, armazenagem em leite, saliva e soro, 
terapia antibiótica e analgésico e vacina antitetânica 
(3 doses / 2 meses) 
• Reabsorção em dentes reimplantados: externa 
inflamatória(além de destruir a raiz, destrói também 
o osso) e por substituição (destrói a raiz e substitui 
por osso, sendo melhor para implante). O resultado 
esperado no reimplante tardio é a reabsorção 
radicular por substituição relacionada á anquilose 
(som metálico à percussão) 
• Influência do reposicionamento do trauma – 
avulsão: em relação ao ligamento periodontal, a 
contenção rígida não oferece condições para 
cicatrização e prolongadamente provoca locais de 
anquilose formados ao longo da raiz. Em relação a 
polpa, a contenção rígida torna a revascularização 
mais lenta. Assim, sendo utilizada em fratura óssea 
alveolar (por 3 semanas)

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