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FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE UNAÍ - FACISA CURSO DE NOME DO CURSO DISCIPLINA: PATOLOGIA CLÍNICA CIRÚRGICA RELATO DE CASO LUANA TELES COUTINHO ORQUIECTOMIA EM CÃO UNAÍ – MG 2021 2 LUANA TELES COUTINHO ORQUIECTOMIA EM CÃO Relato de caso apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências da Saúde de Unaí. Orientador: Prof. Me. Júlio Cesar da Cunha Unaí, Minas Gerais, 24 DE NOVEMBRO DE 2021. 3 ORQUIECTOMIA EM CÃO . COUTINHO, Luana Teles CUNHA, Júlio Cesar RESUMO: A orquiectomia ou castração em cães machos é uma técnica cirúrgica comumente utilizada na Medicina Veterinária. Ela é feita tanto para fins eletivos, quanto para fins terapêuticos. Esse relato de caso tem como objetivo descrever uma orquiectomia eletiva que foi realizada em um cão. O animal foi atendido na Clínica Veterinária da FACISA no município de Unaí-MG. O animal foi submetido a exames clínicos e laboratoriais, e após os Médicos Veterinários Caroline Gonçalves Rocha e Fernando Costa Rodrigues analisarem os resultados e ver que o cão não apresentava nenhuma anormalidade, este foi encaminhado para a sala cirúrgica, onde fizeram os devidos procedimentos anestésicos e cirúrgicos. No pós-operatório foi receitado medicamentos, utilização do colar elizabetano e roupa cirúrgica, e o animal teve uma boa recuperação. Ele retornou à Clínica depois de 14 dias para remoção dos pontos. Palavras chave: Castração. Anestesia. Macho. Medicamentos. RELATO DE CASO: ORQUIECTOMIA ELETIVA EM CÃO MACHO Introdução: A orquiectomia consiste na remoção cirúrgica dos dois testículos, epidídimos e parte dos cordões espermáticos. Essa técnica é uma das mais utilizadas para a esterilização dos cães, apresentando vantagens de forma eletiva, como o controle populacional, evitar comportamentos indesejáveis pelos tutores (se houver a castração até os 6 meses de idade), e formas terapêuticas, como prevenção ou tratamento de anomalias na região dos testículos (SAMPAIO et al., 2014). Além disso, ainda apresenta outras vantagens por ser de baixo custo, pouco invasivo e de rápida recuperação. As desvantagens da orquiectomia estão relacionads às possíveis complicações nos procedimentos anestésicos e cirúrgicos, e também no pós-operátorio não feito corretamente pelo tutor (HOWE, 2006 apud TAVARES et al., 2018). Esse procedimento tem duas formas de incisionar, sendo a escrotal e pré-escrotal, podendo ainda ser pela técnica aberta, onde incisiona a túnica vaginal visceral e técnica fechada, que não incisiona a túnica vaginal visceral. Em comparação às técnicas, nos cães se utiliza a pré-escrotal, por não expor a bolsa escrotal e causar possíveis infecções, seguindo da técnica fechada, para evitar que o parênquima seja exposto causando possíveis hemorragias (GALERA 2005). Relato de caso: Na tarde do dia 20 de outubro de 2021, foi atendido na Clínica Veterinária da FACISA em Unaí-MG, um cão macho de 1 ano de idade, com 4 comportamento agressivo, da raça Pit Bull, pesando 36kg. O tutor alegava querer realizar uma castração no animal, com intuito de diminuir o comportamento agressivo e para controle populacional. Foi realizado uma punção venosa para coleta de sangue e realizar os exames pré-operatórios. Após os Médicos Veterinários Caroline Gonçalves Rocha e Fernando Costa Rodrigues analisarem os exames, eles autorizaram a realização da orquiectomia. No dia 25 de outubro de 2021, o animal retornou à Clinica em jejum alimentar de 12 horas e hídrico de 8 horas para dar início ao procedimento cirúrgico. Primeiramente, aferiu a temperatura, frequência cardíaca e respiratória, analisaram a mucosa, TPC e auscutação. A anestesista Carol Gonçalves Rocha fez a MPA utilizando acepromazina 0,03mg/kg IM e metadona 0,3mg/kg IM e encaminharam o animal para a sala de tricotomia, onde fizeram na região ingual e a assepsia com clorexidina. Após, levaram o cão para a sala cirúrgica e colocou ele em posição decúbito dorsal, onde foi feito entubação com sonda endotraqueal tamanho 8, um acesso venoso com cateter número 20 e infusão com Ringer com Lactato. A indução foi feita com propofol 4mg/kg IV, cetamina 2mg/kg IV, midazolan 0,2mg/kg IV. O cirurgião Fernando Rodrigues Costa fez a assepsia com clorexidina e álcool, iniciou o procedimento às 14:34 e terminou 15:22. A incisão utilizada foi a pré-escrotal com a técnica fechada, inicindo com uma incisão cranialmente à bolsa escrotal na linha média. Em seguida, o testículo foi deslocado sob pressão através do subcutâneo por meio dos dedos do cirurgião. Após a exposição, incisionou a túnica dartus e fáscia espermática, expondo o testículo envolto pela túnica vaginal parietal. Fez a localização, pinçou e ligou com fio 2-0 o cordão espermático e o epidídimo. Em seguida, utilizou a técnica das três pinças e fez o corte entre a primeira e a segunda pinça, depois disso removeu o testículo, epidídimo e parte do cordão espermático. O processo foi repetido no outro testículo. Verificou se não houve hemorragia, envolvei para dentro da cavidade e fez aplicação de lidocaína 1mg/kg no local, a abolição do espaço morto foi feito com fio nylon 3-0 e a sutura de pele foi simples separado com fio nylon 2-0. Ao término da cirúrgia, passou pomada ganadol no local da sutura e fez o curativo. Foi ministrado também tramadol 2,4mg/kg, pentabiótico 0,1ml/kg e maxicam 0,2mg/kg. Para o pós-operatório foi receitado meloxicam 6mg, omeprazol 10 mg e amoxilina 500mg + clavulanato de potássio 57mg/5ml, passar pomada ganadol no local, utilizar colar elizabetano e roupa cirúrgica. Os pontos foram retirados após 14 dias. FIGURA 1- Ligadura do cordão espermático 5 FIGURA 2- Técnica das três pinças. FIGURA 3- Corte entre as pinças. FIGURA 4- Remoção do testículo, epidídimo e parte do cordão espermático. Discussão: A orquiectomia em cães é uma técnica que favorece tanto o animal, como o tutor, pois diminui micções indesejáveis, retira a capacidade de reproduzir, previne doenças escrotais e testículares (SOARES; ALVES, 2012). Utilizou a incisão pré-escrotal, pois segundo Tavares et al. (2018), apresenta a vantagem de não expor a bolsa escrotal e contaminá-la. E por ser uma técnica de fácil e rápida execução, o procedimento e recupeação do animal foi de grande sucesso. 6 Conclusão: A castração ou orquiectomia eletiva em cães é uma cirúrgia simples e comumente encontrada na rotina de clínicas veterinárias. Por isso o prognóstico foi favorável, tendo em vista que atendeu as exigências do tutor, visando melhor qualidade de vida do anima. REFERÊNCIAS SAMPAIO, G. R.; SILVA, F. R. C.; SALAN, M. O. Controle Populacional de Caninos e Felinos por meio da Esterilização Cirúrgica. IX Congresso de Extensão da UFLA, realizado entre 27 e 31 de outubro de 2014; TAVARES, Denise Cláudia et al. COMPARAÇÃO ENTRE ORQUIECTOMIA PRÉ- ESCROTAL E ESCROTAL, CORRELACIONADAS COM O TEMPO CIRÚRGICO EM CÃES. Revista de Ciência Veterinária de Saúde Pública - v.6, n. 1, p. 107- 125. Campus de Bauru-SP, 2018. SOARES, Letícia Ferraz; ALVES, Guilherme Guerra. TÉCNICA CIRÚRGICA DE ORQUIECTOMIA PRÉ-ESCROTAL EM CÃO. Centro Universitário UNA – Bom Despacho-MG, 2012. GALERA, Paula Diniz. APOSTILA DE TÉCNICA CIRÚRGICA. Universidade de Brasília UnB – Brasília-DF, 2005.
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