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Aula 1 | 2015

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História do Direito Brasileiro
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A ORIGEM DO BRASIL PORTUGUÊS E O DIREITO NA COLÔNIA
FORMAÇÃO DO REINO PORTUGUÊS, EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA, E CONSTRUÇÃO DA ORDEM JURÍDICO-POLÍTICA NO BRASIL DOS SÉCULOS XVI, XVII E XVIII
Detalhe do mapa Terra Brasilis (1519), fruto da expansão marítima portuguesa
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A FORMAÇÃO DO REINO PORTUGUÊS: DA INDEPENDÊNCIA (SÉCULO XII) À REVOLUÇÃO DE AVIS (FINAL DO SÉCULO XIV)
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A luta contra os mouros que deve ser considerada dentro de um movimento maior – a RECONQUISTA, levada a cabo pelos cristãos contra os muçulmanos que haviam invadido a Península Ibérica por volta de 711, na vaga expansionista do islamismo, então em plena expansão.
A luta contra os castelhanos e leoneses, de cujo reino (o reino de Leão), o Condado Portucalense (posteriormente, Reino de Portugal) se separou em 1139.
O Tratado de Zamora, em 1143 entre o duque de Portugal (D. Afonso Henriques de Borgonha ) e D. Afonso VII, imperador de Leão, determinou a independência do antigo condado, agora, Reino de Portugal sob o comando da Dinastia de Borgonha.
COMO SE FORMOU O REINO PORTUGUÊS?
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Os tratados sobre os descobrimentos
Até 1486, Portugal conseguiu bulas papais bastante favoráveis a sua política de expansão marítima .
Mas, a partir de 1492, com a ascensão do papa Alexandre VI (que era aragonês), todas as decisões sobre a delimitação das áreas portuguesas e espanholas passaram a ser claramente favoráveis aos reis espanhóis, especialmente após a chegada de Cristóvão Colombo à América (tendo chegado às Antilhas, tomou tais ilhas como parte do continente asiático).
Com isso, os reis católicos espanhóis obtiveram do papa a Bula Inter Coetera (03/05/1493) que confirmava as conquistas de Colombo em favor da Espanha, ao mesmo tempo em que dava aos reis espanhóis autoridade sobre qualquer território situado a mais de cem léguas a oeste e ao sul das ilhas portuguesas de Açores e Cabo Verde.
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Tratado de Tordesillas
O rei João II não aceita essa bula e diante da reação diplomática portuguesa em Roma e da ameaça de intervenção militar por parte de Portugal, os reis católicos concordaram em revisar os dispositivos da bula Inter Coetera e em 1494 foi firmado o Tratado de Tordesilhas (ato inaugural da diplomacia moderna, já que foi o primeiro acordo entre Estados, sem a interferência do Papa) – por este tratado, a linha de demarcação entre as áreas portuguesas e espanholas passaria a 370 léguas a oeste dos arquipélagos de Açores e Cabo Verde.
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ALGUMAS CARACTERÍSTICAS JURÍDICO-INSTITUCIONAIS DO REINO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XV E INÍCIO DO SÉCULO XVI.
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No processo histórico de formação e de individualização do direito português, o período que se inicia por volta de meados do século XV foi marcado pela produção de COMPILAÇÕES de um imenso conjunto de tipos normativos que se encontravam em vigência em Portugal desde sua formação como uma monarquia independente em meados do século XII.
Estas compilações ficaram conhecidas como as ORDENAÇÕES DO REINO:
ORDENAÇÕES AFONSINAS (1446/1447);
ORDENAÇÕES MANUELINAS (1521);
ORDENAÇÕES FILIPINAS (1603) e confirmadas por D. João IV (1643).
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O sistema jurídico português está filiado ao sistema da CIVIL LAW ou romano-germânico, segundo o qual um sistema de direito tem que se basear na vontade de quem faz a lei (legisladores) prevendo situações futuras, sendo que ao juiz cabe tão somente aplicar as regras produzidas por este. Aqui a fonte mais importante do direito é a LEI.
Há um outro sistema denominado COMMON LAW , cuja fonte mais importante do direito são os COSTUMES.
O DIREITO PORTUGUÊS
 NA CIVIL LAW
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Com as ORDENAÇÕES AFONSINAS buscou-se, essencialmente, sistematizar e atualizar o direito vigente à época, em Portugal, tendo sido utilizadas em sua elaboração várias espécies de fontes anteriores, tais como: leis gerais, resoluções régias, concórdias, concordatas, bulas, inquirições, costumes gerais e locais, estilos da Corte e dos tribunais superiores (ou seja, jurisprudência), preceitos de direito romano e de direito canônico.
Por possível influência das Decretais do Papa Gregório IX (coletânea de normas canônicas promulgada em 1234), as Ordenações Afonsinas foram divididas em cinco livros, cada um deles compreendendo um certo número de títulos, com rubricas indicativas de seu objeto e freqüentemente subdivididos em parágrafos;
Ordenações Afonsinas
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ESTRUTURA DAS ORDENAÇÕES AFONSINAS
O Livro I - regimentos dos diversos cargos públicos (tanto régios como municipais), compreendendo o governo, a justiça, a fazenda e o exército – este livro apresenta um conteúdo de natureza jurídico-administrativa;
O Livro II - trata dos bens e privilégios da Igreja, os direitos do rei, a jurisdição dos donatários, as prerrogativas da nobreza, o estatuto dos Judeus e dos Mouros, consagrando assim providências de natureza política ou constitucional;
O Livro III - trata do processo civil, havendo alusões ao processo criminal;
O Livro IV- direito civil (das obrigações, de direito das coisas, de direito da família e de direito das sucessões), sem grande ordem sistemática; 
O Livro V - direito criminal e processual criminal – alguns atos processuais criminais encontram-se também no Livro III.
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As ORDENAÇÕES MANUELINAS (que tiveram edição definitiva em 1521) mantiveram a estrutura básica de cinco livros, integrados por títulos e parágrafos e conservou-se a distribuição das matérias conforme o disposto nas ORDENAÇÕES AFONSINAS, ainda que nas Ordenações Manuelinas sejam verificadas algumas notáveis diferenças de conteúdo.
Ordenações Manuelinas
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Os Regimentos: destinavam-se a instruir os funcionários em suas áreas de atuação, estabelecendo suas atribuições, obrigações e a jurisdição dos diversos órgãos incumbidos de gerir a administração colonial;
Os Alvarás: com duração formal de um ano (podendo, muitas vezes, ter o prazo de validade dilatado) se constituíam em importantes atos jurídicos da administração colonial;
As Cartas (régias, de sesmarias, forais, patentes): destinavam-se a variadas finalidades e determinações especiais voltadas para a regulação do campo administrativo.
Este conjunto de atos legais quase nunca seguia critérios regulares, nem quanto à forma e nem quanto à periodicidade.
Documentos legais
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Com relação aos FORAIS, estes se constituíam como uma das formas jurídicas mais antigas do direito português, tendo se constituído como fontes do direito desde as origens da monarquia portuguesa no século XII – em termos gerais, o Foral, carta foral ou carta de foro era um documento jurídico, outorgado por autoridade legítima, que se destinava a regular a vida coletiva de povoação, nova ou já existente, formada por homens livres ou por homens que ele revestia dessa condição.
Cartas Forais
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A elaboração das ORDENAÇÕES FILIPINAS deve ser entendida no contexto de um conjunto de reformas nas estruturas judiciais e administrativas portuguesas (reformas estas que se produziram entre 1581 e 1590) promovidas no início da UNIÃO IBÉRICA por Felipe II e Felipe III de Espanha (Felipe I e Felipe II de Portugal) e que geraram efeitos duradouros tanto em Portugal como em suas colônias (mais particularmente no Brasil).
Ordenações Filipinas
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ESTRUTURA DAS ORDENAÇÕES FILIPINAS
LIVRO I: matérias acerca de Direito Administrativo e Organização Judiciária;
LIVRO II: disposições a respeito dos direitos dos eclesiásticos, dos fidalgos, dos privilégios do Rei, envolvendo ainda fontes de direito, jurisdição e poderes;
LIVRO III: essencialmente de caráter processual civil, contendo ainda regras gerais sobre fontes, vigência das leis que auxiliavam os juízes na tomada de decisões;
LIVRO IV: matérias de direito civil e comercial: regras de contratos (compra e venda, sociedade, aluguéis e rendas da terra), relações entre servos e amos, aforamentos, censos, sesmarias, parceria
entre marido e mulher, empréstimos, mútuos, depósitos, fianças, doações)
LIVRO V: trata de crimes e do processo penal.
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Paramos por aqui. Até a próxima!

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