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Prévia do material em texto

Linguagem VisuaL e 
semiótica
Prof. Cilene Macedo
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Cilene Macedo
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M149l
 Macedo, Cilene
 Linguagem visual e semiótica. / Cilene Macedo. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
 165 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-097-7
1. Publicidade - Linguagem. – Brasil. 2. Propaganda – Linguagem. – 
Brasil. 3. Semiótica. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 659.1014
III
apresentação
Prezado estudante!
Seja muito bem-vindo a uma pequena viagem no tempo em que 
iremos fazer com este livro, necessária para que possamos entender alguns 
conceitos exemplos relacionados à linguagem visual e para isso precisamos 
visitar uma outra época, começando na pré-história até os dias mais atuais 
com o estudo e aplicação da semiótica. Para melhor entendimento do 
conteúdo proposto você terá aqui três unidades. Veremos a seguir o que cada 
uma delas trará para seus estudos.
Na Unidade 1 serão apresentadas as primeiras manifestações 
artísticas desde o início da civilização humana de acordo com os períodos: 
Pré-história; Paleolítico, Mesolítico; Idade dos Metais (cobre, bronze e 
ferro); Idade Antiga; Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. 
Entenderemos também porque a arte teve início no mundo com o propósito 
de se comunicar, seja esta comunicação uma expressão do ser humano como 
forma de ver o mundo ou ligadas às emoções. Ainda nesta unidade veremos 
os conceitos de estética dentro da Arte, como sofreram mudanças durante o 
tempo de acordo com época da história, com as adaptações da sociedade, ou 
com a cultura. De tais percepções humanas surgiram algumas teorias, uma 
delas é a Teoria da Gestalt, ou estudo da forma, que estuda como os seres 
humanos percebem as coisas. 
Já na Unidade 2 daremos continuidade aos estudos dos fatores 
comunicacionais dos seres humanos, mostrando como as tecnologias 
serviram de aparato para as representações visuais por meio da fotografia, 
da televisão, do cinema. Mostraremos também como as imagens podem, 
além de comunicar, serem signos que representam os objetos materiais. 
Veremos que não apenas a língua falada e os textos têm o poder de transmitir 
mensagens, e que as imagens possuem um grande poder de comunicar fatos, 
situações ou produtos. Diante deste contexto, quando vemos uma imagem, 
seja ela desenho, pintura, fotografia, ou vídeo, fazemos automaticamente 
diferentes interpretações do que vemos. Desta forma, tanto os textos verbais 
como os não verbais podem ser lidos e interpretados pelas pessoas. 
Na Unidade 3 iremos perceber que todo conteúdo anterior serviu 
de aparato para estudarmos este conteúdo que trata os principais conceitos 
de Semiótica, Semântica e Semiologia. Mostraremos a evolução dos estudos 
dos signos desde Charles Peirce que defendeu a Semiótica com os conceitos 
através da Lógica e criou a teoria geral de signos. E Ferdinand Saussure que 
apresentou uma expressiva contribuição nesta área com a Semiologia sendo 
a ciência que estuda os sistemas de Signos linguísticos, tendo como base geral 
seus estudos do Estruturalismo. A partir daí, estenderemos do que se trata a 
Semiótica, como fazer uma análise, e como ela pode ser aplicada em diversas 
atividades e profissões. Entenderemos que os diversos tipos de linguagens 
podem afetar a nossa vida, nosso cotidiano e a sociedade como um todo, 
desta forma este conhecimento se faz necessário para todos os profissionais.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer teu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em tuas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela terás 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar teu crescimento.
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nessa caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 - A ARTE E A ESTÉTICA ..................................................................................................1
TÓPICO 1 - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE ......................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS .......................................................................................................4
2.1 ARTE PALEOLÍTICA – HÁ CERCA DE 2.5 MILHÕES DE ANOS ATÉ 10.000 ANOS A.C. .....4
3 PERÍODOS DA HISTÓRIA DA ARTE ............................................................................................11
4 HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL ...................................................................................................19
5 ERA DIGITAL .......................................................................................................................................22
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................25
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................27
TÓPICO 2 - PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA ..........................................................................................31
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................31
2 A ESTÉTICA E A ARTE ......................................................................................................................32
3 NOÇÕES DO BELO .............................................................................................................................35RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................39
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................40
TÓPICO 3 - A TEORIA DA GESTALT ................................................................................................43
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................43
2 LEIS DA GESTALT ...............................................................................................................................43
2.1 UNIDADE ........................................................................................................................................44
2.2 SEGREGAÇÃO ...............................................................................................................................44
2.3 FECHAMENTO ..............................................................................................................................45
2.4 UNIFICAÇÃO ..................................................................................................................................45
2.5 CONTINUIDADE ............................................................................................................................46
2.6 PROXIMIDADE ...............................................................................................................................46
2.7 SEMELHANÇA................................................................................................................................46
2.8 PREGNÂNCIA DA FORMA .........................................................................................................47
3 QUAL A IMPORTÂNCIA DA GESTALT E PARA O QUE ELA SERVE ............................................49
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................54
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................55
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................56
UNIDADE 2 - LINGUAGEM VISUAL E VERBAL ...........................................................................59
TÓPICO 1 - LEITURA DE IMAGENS E TEXTOS VISUAIS ..........................................................61
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................61
2 O QUE É UMA IMAGEM? .................................................................................................................62
3 O QUE SÃO TEXTOS VISUAIS? ......................................................................................................68
4 LER E INTERPRETAR UMA IMAGEM ...........................................................................................69
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................72
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................74
sumário
VIII
TÓPICO 2 - TEORIA GERAL DOS SIGNOS ....................................................................................75
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................75
2 O QUE SÃO SIGNOS ..........................................................................................................................75
3 A DIFERENÇA ENTRE SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO .......................................................79
4 RELAÇÃO ENTRE SIGNO, ÍCONE, ÍNDICE E SÍMBOLO ........................................................80
4.1 EXEMPLOS DE ÍCONE ..................................................................................................................81
4.2 EXEMPLO DE ÍNDICE ..................................................................................................................83
4.3 EXEMPLO DE SÍMBOLO ...............................................................................................................84
5 CONCEITO DE SISTEMA DE LINGUAGEM ...............................................................................85
5.1 ORAL .................................................................................................................................................85
5.2 ALFABETO E MANUSCRITO .......................................................................................................85
5.3 TIPOGRAFIA ...................................................................................................................................86
5.4 ELETRÔNICA ..................................................................................................................................86
5.4.1 Função fática ............................................................................................................................87
5.4.2 Função poética.........................................................................................................................88
5.4.3 Função metalinguística ..........................................................................................................89
5.4.4 Função conativa ou apelativa ................................................................................................89
5.4.5 Função referencial ou denotativa .........................................................................................90
5.4.6 Função emotiva .......................................................................................................................91
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................93
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................94
TÓPICO 3 - ESTRUTURALISMO LINGUÍSTICO ...........................................................................95
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................95
2 ORIGEM DO ESTRUTURALISMO .................................................................................................95
2.1 DIACRONIA X SINCRONIA .........................................................................................................96
2.2 LÍNGUA X FALA .............................................................................................................................96
2.2.1 Significado x significante .......................................................................................................97
2.2.2 Paradigma x sintagma ............................................................................................................97
3 ESTRUTURALISMO, EMPIRISMO E RACIONALISMO ...........................................................98
4 MOVIMENTO ESTRUTURALISTA .................................................................................................99
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................101
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................103
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................104
UNIDADE 3 - SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM ....................................................105TÓPICO 1 - SEMIÓTICA E SOCIEDADE ........................................................................................107
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107
2 O QUE É SEMIÓTICA .......................................................................................................................107
3 O QUE É SEMIOLOGIA ...................................................................................................................112
4 ANÁLISE SEMIÓTICA .....................................................................................................................113
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................121
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................122
TÓPICO 2 - PROCESSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM SEMIÓTICA DA CULTURA ......125
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................125
2 SEMIÓTICA DA CULTURA ............................................................................................................125
3 LINGUAGEM E A CULTURA DE MASSA ...................................................................................127
4 LINGUAGEM E CONSUMO ...........................................................................................................129
4.1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ...............................................................................130
4.1.1 Idade .......................................................................................................................................130
4.1.2 Gênero ...................................................................................................................................131
4.1.3 Estrutura Familiar .................................................................................................................131
IX
4.1.4 Classe social ...........................................................................................................................131
4.1.5 Raça e etnia ............................................................................................................................131
4.1.6 Geografia ................................................................................................................................132
4.1.7 Estilo de vida .........................................................................................................................132
4.1.8 Hierarquia das necessidades de Maslow ..........................................................................133
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................134
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................135
TÓPICO 3 - POLÍTICA DA LINGUAGEM ......................................................................................137
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................137
2 SUBJETIVIDADE DA LINGUAGEM E PODER .........................................................................137
3 MÍDIA E PODER ................................................................................................................................140
4 A COMUNICAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE ................................................................142
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................145
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................146
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................148
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................151
X
1
UNIDADE 1
A ARTE E A ESTÉTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os principais períodos da história da arte;
• entender o que é estética dentro do campo da arte;
• analisar o processo de criação nas artes visuais;
• compreender o uso das imagens no mundo contemporâneo.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA
TÓPICO 3 – A TEORIA DA GESTALT
Preparado para ampliar teus conhecimentos? Respire e vamos em 
frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverás 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
1 INTRODUÇÃO
Desde que se tem informações do início das civilizações, também se tem 
conhecimento das manifestações artísticas feitas pelos seres humanos. Cada 
lugar, povo e cultura tem os seus próprios ritos e objetivos que lhes sugerem. Não 
temos como falar de todas as manifestações artísticas que se tem conhecimento 
na história, mas citaremos algumas com o intuito de compreendermos 
de onde vierem e perceber sua importância na sociedade antiga e atual. 
Para compreender as manifestações artísticas, devemos pensar que o ser 
humano, no seu dia a dia, se manifesta de diversas formas, como, por exemplo: a 
fala, os gestos, as expressões faciais e corporais, dentre outras. Esses recursos que 
temos por natureza são a base das manifestações e, com isso, também podemos 
nos expressar artisticamente. As formas mais conhecidas são as representações 
teatrais, a música e o desenho.
No entanto, antes mesmo do homem saber escrever ele já se manifestava. 
Registros indicam que, durante a pré-história, o ser humano se comunicava 
primitivamente por meio da arte. Claro que neste período da história o 
homem não se manifestava como ocorre hoje em dia, com as mesmas intenções 
artísticas. Eles se comunicavam por meio de desenhos ou pinturas, por exemplo, 
porque lhes faltava outro tipo de comunicação, como a verbal e a escrita. Essas 
expressões também podiam estar ligadas às questões religiosas e de adoração 
às representações das imagens que desenhavam em pedras, esculpiam em barro 
ou dentro das cavernas. Percebemos que existe uma variação de representações 
e elas estão ligadas diretamente com os fatores sociais e culturais de cada povo. 
Para compreendermos melhor, pensaremos nas inscrições rupestres, que 
são milenares. Hoje não temos como saber ao certo o que os povos que as faziam 
pretendiam exatamente comunicar com os desenhos, mas estudiosos pressupõem 
que estas estavam ligadas a crenças e rituais religiosos, como pedir chuva, sol 
ou comida. Com a evolução do ser humano e com a introdução da linguagem 
falada, passamos a entender melhor as artes. Veremos mais detalhadamente nos 
próximos subtópicos.
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
4
2 MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS
A seguir, veremos alguns exemplos de manifestações artísticas da 
antiguidade até os dias atuais. Dividiremos por períodos da história para 
organizar melhor o nosso estudo. 
 
2.1 ARTE PALEOLÍTICA – HÁ CERCA DE 2.5 MILHÕES DE 
ANOS ATÉ 10.000 ANOS A.C.
Neste período o homem ainda era um ser primitivo e não tinha recursos 
para desenvolver a arte como conhecemos atualmente. No entanto, ele a usava 
para se comunicar. Sem materiais específicos para isso, esses homens utilizavam 
os recursos que possuíam à mão, como as pedras, as cavernas, o barro, os galhos 
de árvores e as plantas em que extraíamas tinturas, para colorir as esculturas e as 
pinturas rupestres (FARTHING, 2010). 
Umas das esculturas mais conhecidas da arte paleolítica é a Vênus de 
Willendorf, representada por uma estátua de uma mulher esculpida em calcário 
medindo 10.5 centímetros de altura, e é datada de 20 mil anos (a.C.). Pesquisadores 
sugerem que não se trata da imagem de uma Deusa da época, mas sim representa 
a evocação da fertilidade, ressaltada pelos seios grandes e ventre protuberante. 
A escultura foi descoberta em um sítio arqueológico na Áustria, por volta de 
1900 e, atualmente, está exposta no Museu de História Natural de Viena, Áustria 
(BAUMGART, 1999).
FIGURA 1 – ESCULTURA DA VÊNUS DE WILLENDORF
FONTE: <https://cutt.ly/YuAjFUU>. Acesso em: 30 mar. 2020.
 
Ainda neste período podemos ver a arte rupestre intitulada Mãos em 
Negativo, encontrada na caverna de Gargas, na França. Pinturas como essa foram 
encontradas em diversas partes do mundo, e antecedem as pinturas rupestres de 
animais e pessoas ou objetos nas pedras. 
Para realizar este tipo de arte era necessário conhecer as técnicas da 
época, não eram todas as pessoas que sabiam fazer. Segundo Gordo (2019), essas 
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
5
pinturas foram encontradas na Europa, na África, na América e na Oceania, todas 
datados da pré-história, entre 40 a 9 mil anos a.C. 
Não se sabe bem ao certo o que os homens deste período pretendiam com 
as artes rupestres, no entanto, estudiosos defendem que tais imagens poderiam 
estar relacionadas com a religião, com rituais e com os costumes do dia a dia. 
 
FIGURA 2 – MÃOS DE NEGATIVO
FONTE: <https://cutt.ly/4uAlQ7D>. Acesso em: 30 abr. 2020.
No período Mesolítico (de 13 a 9 mil anos a.C.), que é a transição do 
Paleolítico para o Neolítico, o homem deixou de ser nômade e por isso encontramos 
mais registros dos locais em que habitava. No período Mesolítico já podemos ver a 
arte mais elaborada, representando costumes da vida cotidiana dos locais em que 
moravam, como a pintura rupestre que vemos ainda bem conservada. Importante 
salientar que o homem passou a residir de maneira fixa com a descoberta do fogo, 
pois, além de se aquecer, podia espantar animais perigosos e também cozinhar seus 
alimentos. Entre as artes que produziam, além das pinturas em pedras e cavernas, 
também faziam esculturas mais elaboradas e cerâmicas (GIORDANI, 1991).
FIGURA 3 – PINTURA RUPESTRE DE ALTAMIRA – ESPANHA
FONTE: Farthing (2010, p. 16)
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
6
FIGURA 4 – CERÂMICA PERÍODO MESOLÍTICO
FONTE: <https://cutt.ly/9uAzFUq>. Acesso em: 30 abr. 2020.
No período Neolítico (de 5 a 3 mil a.C.), o homem o já fazia suas próprias 
ferramentas para caçar, desenvolveram técnicas de tecelagem, de agricultura, criaram 
rituais, cultos, e também passaram a produzir instrumentos musicais como a flauta. 
FIGURA 5 – INSTRUMENTOS PERÍODO NEOLÍTICO
FONTE: <https://cutt.ly/7uAcI9R>. Acesso em: 30 abr. 2020.
Para Baumgart (1999), o homem pré-histórico que tinha 
habilidades artísticas era considerado alguém dotado de dons importantes. 
Neste período, os homens já possuíam uma espécie de oficinas, onde 
guardavam os materiais que utilizavam para a confecção das peças. 
Neste período também se pode observar mais representações de rituais com dança a 
música, que provavelmente eram evocações para fertilidade, para a chuva e colheita.
Se pararmos para pensar na atualidade, os artistas são venerados por seus dons 
e também possuem um atelier para produzir a arte e guardar os seus utensílios. Será que 
muitos dos nossos costumes de hoje já vieram desde a antiguidade?
ATENCAO
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
7
Ainda na pré-história, na chamada Idade dos Metais, no período que 
compreende de (3 a 1 mil a.C.), dividida em idade do cobre, do bronze e do ferro, o 
homem descobriu esses materiais e passou a utilizá-los no seu cotidiano. A descoberta 
do fogo e da roda proporcionaram tal evolução que permitiu que ele trabalhasse com 
estes materiais. Na Mesopotâmia e Egito surgiu a técnica da cera perdida chamada 
de cire perdue para se criar moldes e confeccionar utensílios de bronze. 
Neste período, o homem já vivia em grupo, havia desenvolvido a 
agricultura e o comércio com noções de economia, sociedade e também realizava 
manifestações culturais. Na Mesopotâmia, por volta de 4 a 2 mil a.C., foram 
criadas as primeiras cidades e também os códigos, as leis, e era governada por 
um rei (FARTHING, 2010).
FIGURA 6 – CARRUAGEM DO SOL – MUSEU DA DINAMARCA
FONTE: <https://cutt.ly/xuAmr4R>. Acesso em: 30 abr. 2020.
Na Figura 7 podemos ver um escudo de estilo La Tène, produzido durante 
a Idade do Ferro. Ele se encontra exposto no British Museum, em Londres. Como 
citamos anteriormente, neste período da descoberta dos metais, o homem passou 
a criar e confeccionar diversos utensílios com estes materiais. Muitos deles, como 
os escudos, são utilizados até os dias de hoje. 
 FIGURA 7 – ESCUDO MUSEU DE LONDRES
FONTE: <https://cutt.ly/DuAmlAb>. Acesso em: 30 abr. 2020.
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
8
Como pudemos perceber até o momento, com a evolução do homem, foi 
se transformando também o seu modo de vida e a sua maneira de se comunicar. 
Desde a pré-história até os dias de hoje. O homem desenvolveu diversas 
habilidades ao longo dos anos. Contudo, muito antes disso, ele já utilizava 
diversas formas de interagir. Desenvolveu linguagens que atendessem aos seus 
anseios e a arte é uma das ferramentas encontradas por ele para desempenhar 
este papel. No entanto, com o passar dos anos, a arte também foi adquirindo 
outros conceitos e funções, mas isso veremos mais adiante. 
Depois de viajar para a pré-história por meio da arte, conheceremos um 
pouco sobre a Idade Antiga ou Antiguidade que compreende de (1 mil a.C. a 
450 d.C.). Aprenderemos sobre a arte da Mesopotâmia, chamada de berço da 
civilização, no oriente médio, onde se encontra hoje o Iraque. 
 
Até aqui entendemos que a civilização passou a evoluir a partir do 
momento em que o homem se tornou sedentário, ou seja, deixou de ser nômade, 
e, com isso, fixou sua moradia em locais onde pudesse se desenvolver. A partir 
daí manifestaram diversas habilidades, dentre elas a arte. 
 
A arte produzida na Antiguidade era mais rica em detalhes e deu um 
salto vertiginoso no desenvolvimento das técnicas em relação à pré-história. 
Este período é marcado pela criação da escrita. Neste período podemos destacar 
a produção de cerâmicas, estatuetas, joias, construções de templos, palácios 
e pirâmides. Na Mesopotâmia, podemos destacar as artes Suméria, Assíria, 
Babilônica e Persa. Depois temos a arte Grega, Egeia, Celta, Fenícia e Grega 
(FARTHING, 2010).
 
 Veremos, a seguir, exemplos da arquitetura e escrita da Antiguidade:
 
A evolução da arquitetura foi um grande marco na Antiguidade. Entre o 
começo e o final desta era também podemos ver o aprimoramento das técnicas. 
Como o material sobre isso é muito vasto, não temos como explorar todos eles. 
Desta forma, veremos um exemplo de construção do início desta era e um mais 
ao final da idade Antiga. A seguir, na Figura 8, podemos ver uma das primeiras 
O que é arte?
Como percebemos a arte pode ser definida como um conjunto de habilidades de expressões 
humanas capaz de transmitir uma informação, uma ideia, uma representação, uma sensação. 
A arte tem a ver com a cultura de um povo, podendo variar de acordo com a época em que 
se vive. Por meio da arte os historiadores podem descobrir como era a vida e os costumes 
dos nossos antepassados, pois ela representa também os costumes da sociedade.
NOTA
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
9
construções que se tem registro e ainda bem preservada, localizada no Irã. Já na 
Figura 9, veremos como, no final da Antiguidade, as construções já eram mais 
aprimoradas, na Grécia. 
FIGURA 8 – UM DOS ZIGURATES MAIS PRESERVADOS DO MUNDO, NO IRÃ
FONTE: < https://cutt.ly/FuAWsR4>. Acesso em: 30 abr. 2020.
Os chamados Zigurates são construções da Antiguidade criadas pelos sumérios, 
babilônios e assírios, na Mesopotâmia. Historiadores revelam que essas edificações em 
forma de pirâmides eram templos religiosos.
NOTA
Até aqui entendemos que a civilização passou a evoluir a partir do 
momento em que o homem se tornou sedentário, ou seja, deixou de ser nômade, 
e, com isso, fixou sua moradia em locais onde pudesse se desenvolver. 
FIGURA 9 – PARTENON, TEMPLO DEDICADO À DEUSA ATENA, GRÉCIA
FONTE: <https://cutt.ly/TuANDbp>. Acesso em: 30 abr. 2020.
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
10
FIGURA 10 – REGISTRO DE ESCRITA CUNEIFORME EM PEDRA
FONTE: <https://cutt.ly/guA0b3w>. Acesso em: 30 abr. 2020.
O que é escrita cuneiforme? É um tipo de escrita feita com um objeto em 
formato de cunha, geralmente em barro, cerâmica ou pedra. Esse tipo de escrita foi criada 
pelos sumérios e a partir daí a escrita se expandiu em outras regiões da Mesopotâmia.
NOTA
O que é papiro? O papiro é considerado o precursor do papel, criado pelos 
egípcios. Esse povo desenvolveu uma técnica utilizando uma planta chamada Cyperus 
papyrus. A descoberta do papiro popularizou a escrita, a comunicação e o conhecimento 
(DICIONÁRIO MICHAELIS, 2019).
NOTA
FIGURA 11 – ESCRITA EGIPCIA EM PAPIRO
FONTE: <https://cutt.ly/duA39jV>. Acesso em: 30 abr. 2020.
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
11
A história dos primórdios da escrita é fascinante e repleta de curiosidades. 
Para saber mais sobre este assunto selecionamos um vídeo para você complementar seus 
estudos. Para acessar o vídeo História da Escrita – do papiro ao computador, acesse: https://
artigosecronicas.com.br/sem-categoria/historia-da-escrita-do-papiro-ao-computador-video/.
DICAS
3 PERÍODOS DA HISTÓRIA DA ARTE
A arte na Idade Média, que vai da Antiguidade até o Século XV, também 
é conhecida como Arte Medieval e tem no seu centro a religião. A arte deste 
período tinha a intenção de difundir a religião e aproximar os fiéis da igreja. Se 
destacam nesta época alguns estilos como a Arte Bizantina, Islâmica, Germânica, 
Românica, Gótica e a Renascentista. Nesta época, a música, a literatura, o teatro, a 
arquitetura e a dança também evoluíram muito e sofreram grandes modificações 
(FARTHING, 2010). 
FIGURA 12 – ARTE DO IMPÉRIO BIZANTINO REPRESENTANDO O CRISTIANISMO
FONTE: <https://cutt.ly/RuA7gQ1>. Acesso em: 30 abr. 2020.
Você sabia que existem muitos museus do mundo que possuem obras dos 
séculos passados e que realizam passeios virtuais? Neste link: https://canaldoensino.com.br/
blog/50-museus-virtuais-para-voce-visitar você pode conhecer 50 museus sem sair de casa.
DICAS
Um grande marco na Idade Média foi o desenvolvimento da literatura. 
Surgiram grandes escritores e diversos estilos. Os tipos de literatura sofreram 
um tipo de divisão. Entenderemos como funcionava: a “literatura empenhada” 
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
12
servia de instrumento de estudo como as obras religiosas, os hinos e os livros 
didáticos; a semi-empenhada, difundia a poesia alegórica e o teatro cômico; e a 
“literatura de ficção” eram os poemas épicos, sagas e os romances de aventura. 
Nesta época, as trovas, os jograis, os textos literários e a música andavam juntas, 
no entanto, com o tempo elas foram tomando caminhos diferentes. Os trovadores 
cederam lugar aos poetas. O trovador ou o troveiro “corresponde a forma literária 
de execução culta, palaciana, popular e burguesa” (SPINA, 1997, p. 27). 
A revolução poética operada por Guilhaume de Machaut consistiu 
no seguinte postulado: o ritmo poético deve sobrepor-se ao ritmo 
melódico. Baseado neste novo princípio, Guilhaume de Machaut 
renova visceralmente a métrica francesa enriquecendo-lhe as fontes 
expressivas e conduzindo-as para um acentuado virtuosismo técnico. 
Proclamada a superioridade e a anterioridade da letra em relação à 
melodia musical, surge então o Poeta e a fase do trocador e do troveiro 
entra em declínio. Há agora uma especialização de funções: o poeta 
compõe a letra, ficando a cargo do músico a melodia. A poesia deixa 
de ser cantada para se tornar cantável (SPINA, 1997, p. 29).
No período Renascentista houve grandes transformações na cultura, na 
sociedade, na economia, na política e na religião, e também teve um grande impacto na 
ciência, na arte e na filosofia. Pesquisadores acreditam que estamos vivendo um segundo 
período da Renascença, com o advento da internet (DELUMEAU, 1994).
NOTA
Ainda na Idade Média podemos observar o crescimento da Filosofia. 
Sócrates é considerado o pai da Filosofia e viveu na Grécia entre (469 a 399 
a.C.). A partir de então surgiram muitos filósofos e gêneros filosóficos como a 
epistemologia, a filosofia da ciência, a ética, lógica, metafísica e filosofia da arte 
ou da estética. No próximo tópico, nos aprofundaremos sobre a estética. 
 
Para avançarmos nos nossos estudos, entraremos na Idade Moderna que 
compreende o período entre o final do Século XV até o Século XVIII, também 
chamada de Era dos Descobrimentos. Período marcado pelas expedições marítimas, 
descobrimento do Brasil, Revolução Francesa, Reforma da Igreja Católica. 
 
Todas essas mudanças vividas na sociedade, que compreende desde o 
final da Idade Média e durante toda a Idade Moderna, fizeram com que o homem 
acreditasse que estava diante de novos tempos, e denominaram esse período de 
Renascimento. Dentro desse movimento que foi mais intenso no ramo artístico, 
cultural e científico, o homem foi considerado como centro do mundo. 
 
O conceito realista, que veio com o Renascimento, teve início na Itália e 
depois se expandiu por toda a Europa e outras regiões do mundo. A natureza 
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
13
como obra de Deus, também deveria ser estudada pela ciência. Existia um grande 
apelo e incentivo para que o homem se desapegasse da igreja e se voltasse a 
inteligência humana, aos estudos, às descobertas e à criação. Nas artes, na busca 
pelo realismo, houve o desenvolvimento de técnicas com a profundidade e a 
perspectiva, na tentativa de imitar a realidade por meio da descrição e detalhes 
dos objetos, pessoas, natureza, dentre outros (NONELL, 1980).
A seguir, na Figura 13, trouxemos a obra Colheita de Feno, do artista 
francês Jean François Millet, considerado um dos principais artistas do realismo 
europeu. Na obra, o artista retrata a vida dos trabalhadores do campo, onde 
explora os detalhes da cena fielmente. Neste exemplo, podemos observar como o 
pintor tenta mostrar o efeito visual da perspectiva e da profundidade na imagem.
FIGURA 13 – COLHEITA DE FENO – JEAN FRANÇOIS MILLETF
FONTE: Hodge (2009, p. 109)
Durante toda a Idade Moderna surgiram muitos estilos artísticos e muitos 
novos artistas, nos mais variados campos, não só na pintura, mas também na 
escultura, arquitetura, música e literatura. No entanto, não nos aprofundaremos 
neste assunto para este livro. Mostraremos, a seguir, algumas importantes obras 
de arte que ficaram marcadas na história das artes plásticas. 
Na Figura 14 temos o quadro da Mona lisa ou A Gioconda (1503 a 1506) 
pintado por Leonardo da Vinci, na Itália. A obra chama a atenção pela expressão 
enigmática, não se sabe ao certo se a pessoa retratada está rindo ou apenas 
introspectiva. A obra está exposta no Museu do Louvre, em Paris, França. Farthing 
(2010, p. 177) diz que a “apesar de ser a pintura mais famosa do mundo, muito 
pouco se sabe sobre esta mulher de sorriso enigmático [...]. A vasta paisagem 
atrás da modelo acrescenta uma profundidade enorme à pintura”. 
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
14
FIGURA 14 – MONA LISA OU A GIOCONDA (1503-1506)
FONTE - <https://cutt.ly/BuSrOfr>. Acesso em: 30 abr. 2020.
Na Figura 15 podemos ver a famosa escultura Pietà (1499), de Michelangelo. 
A obra representa Jesus morto nos braços de sua mãe e está exposta na Basílica 
de São Pedro, no Vaticano, na Itália. A obra impressiona pela riqueza de detalhes.
FIGURA 15 – PIETA, MICHELANDELOFONTE: <https://cutt.ly/8uSuiCp>. Acesso em: 30 abr. 2020.
Entre os Séculos XVII e XVIII podemos ver o crescimento da arte barroca. 
O movimento deu origem às obras que dessem mais vazão ao sentimento humano 
e menos ao lado racional. Neste estilo prevaleceu a luminosidade e os contrastes. 
Na Figura 16 temos a obra de estilo Barroco A Assunção da Virgem Maria, do romano 
Peter Paul Rubens. A obra pode ser vista na Catedral de Nossa Senhora, na Bélgica.
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
15
FIGURA 16 – OBRA DE PETER PAUL RUBENS
FONTE: <https://cutt.ly/MuSiAIW>. Acesso em: 30 abr. 2020.
Já no final da Idade Moderna, e no início do Século XX, surgiram muitas 
tendências artísticas como o Cubismo, o Futurismo, o Fauvismo, o Surrealismo, o 
Abstracionismo e o Dadaísmo. Na segunda metade do Século XX, temos o início 
da Arte Contemporânea, também chamada de Arte Pós-Moderna ou Pós-Guerra. 
De acordo com Barroso (2018), com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, 
as pessoas buscaram novos caminhos, inclusive na arte.
Nesse período, surgiram muitos movimentos artísticos com estilos 
diferenciados e técnicas inovadoras, apresentando uma maneira 
diferente de construir a arte, na qual os estilos se libertaram dos 
padrões políticos e religiosos, iniciando livres e espontâneas formas de 
expressão. Nascia, então, a Arte Contemporânea e o termo vanguarda, 
relacionado à nova arte [...]. A Vanguarda indica tudo que há de 
original, avançado e atual. Podemos dizer que a Arte Contemporânea 
é um conjunto de diferentes movimentos, estilos, vanguardas, técnicas 
e que faz uso de inúmeros tipos de materiais, criando obras de 
arte desde as mais simples, até as mais complexas. [...] temos como 
características da Arte Contemporânea: a originalidade nas criações; 
as criações de obras de arte sem interferências de religião ou entidades 
governamentais; a liberdade para inovar no momento da criação; o 
uso de novas técnicas para criar as obras; a utilização das cores com 
total liberdade; a utilização dos mais variados materiais para compor 
as obras de arte; a maior interação entre obra de arte e o público; 
a aproximação da arte com as classes sociais menos favorecidas; a 
mistura de diversos estilos artísticos na mesma obra; o uso de sistemas 
mecânicos e elétricos em algumas produções artísticas (BARROSO, 
2018, p, 195-196).
Ainda de acordo Barroso (2018), dentro da Arte Contemporânea surgiram 
diversos movimentos, como: 
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
16
• Arte conceitual: movimento artístico iniciado na Europa e nos Estados Unidos 
durante a década de 1970, que foi uma reação ao formalismo da arte.
• Arte cinética: corrente das artes plásticas que explora efeitos visuais por meio 
de movimentos físicos, ilusão de óptica ou truques de posicionamento de 
peças.
• Action painting (ou gestualismo): técnica de pintura surgida em Nova Iorque 
na década de 1940 que visava à observação do gesto pictórico na obra.
• Arte povera (ou arte pobre): movimento surgido na década de 1960 na Itália e 
que propunha a utilização de materiais inúteis, simples, como sucatas (metal, 
pedra, areia, madeira, trapos etc.).
• Expressionismo abstrato: movimento da pintura norte-americana 
desenvolvido a partir da década de 1940 que trazia uma nova tendência de 
caráter simbólico e expressivo.
• Body art (arte do corpo): manifestação das artes visuais em que até o corpo do 
próprio artista pode ser utilizado como suporte ou meio de expressão, surgiu 
no final da década de 1960.
• Hiper-realismo: gênero de pintura e escultura que tem um efeito semelhante 
ao da fotografia de alta resolução e surgiu nos Estados Unidos e na Europa no 
final da década de 1960.
• Minimalismo: corrente artística que só utiliza elementos mínimos e básicos.
• Neoconcretismo: movimento artístico surgido no Brasil no final da década de 
1950, que tem a preocupação de buscar novos caminhos, dizendo que a arte 
não é um mero objeto, pois tem sensibilidade, expressividade, subjetividade, 
indo muito além do mero geometrismo.
• Land art: corrente artística surgida no final da década de 1960, que se utilizava 
do meio ambiente, de espaços e recursos naturais para realizar suas obras.
• Street art (ou arte urbana): designa uma arte encontrada nos meios urbanos, 
seja por meio de intervenções, performances artísticas, grafite, dentre outras. 
• Pop art: movimento que tem como temática a sociedade de consumo e utiliza, 
além de símbolos e estereótipos da comunicação de massa, objetos dessa 
sociedade, muitas vezes fisicamente incorporados ao trabalho.
Vimos, então, que a Arte Contemporânea é marcada pelas expressões e 
técnicas inovadoras e, que de certa forma, faz uma ruptura com a Arte Moderna. 
Apresenta maior liberdade aos artistas tanto para produzir como na utilização 
de materiais diferentes. É um período que traz um novo contexto artístico, com 
novas ideias que, muitas vezes, são mais valorizadas do que a obra em si. E é neste 
contexto que surge a Arte Pós-Moderna, também chamada de Pós-Modernismo 
ou Pós-Modernidade. 
Na avaliação de Santos (1997, p. 42) podemos observar as principais 
diferenças entre a Arte Moderna e a Arte Pós-Moderna.
Arte Moderna
• Cultura elevada
• Estetização
• Interpretação
• Obra/originalidade
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
17
• Forma/abstração
• Hermetismo
• Conhecimento superior 
• Oposição ao público 
• Crítica cultural 
• Afirmação da arte
Arte Pós-Moderna
• Banalização do cotidiano 
• Antiarte 
• Desestetização
• Processo/pastiche 
• Conteúdo/configuração 
• Fácil compreensão
• Jogo com arte
• Participação do público
• Comentário cômico/social 
• Desvalorização obra/autor
Para exemplificar a arte do Pós-Modernismo podemos destacar um 
movimento artístico importante, que foi o Pop Art. De acordo com Farthing 
(2010), a palavra Pop foi utilizada no meio artístico pela primeira vez em 1956, 
em um quadro de Richard Hamilton, que estava em exposição em Londres, na 
Galeria Whitechapel. O conceito surgiu de um grupo de artistas chamado grupo 
independente. Os artistas se reuniam para debater assuntos voltados à arte, à 
cultura, ao capitalismo e à sociedade de consumo. Essa arte popular cresceu 
rapidamente no mundo artístico e passou também a fazer parte do mundo 
tecnológico e midiático. O estilo deixou um grande legado, sendo utilizado até os 
dias de hoje no Design e na Publicidade.
FIGURA 17 – POP ART, OBRA DE RICHARD HAMILTON
FONTE: Farthing (2010, p. 484)
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
18
De acordo do Farthing (2010, p. 485), o aparecimento da Pop Art como 
um fenômeno “artístico e midiático onipresente nos dos continentes do Atlântico, 
aconteceu no começo da década de 1960. Nos EUA, em 1962 foi o ano crucial com 
as primeiras exposições de futuros expoentes. [...] a lata de Sopa de Campbell foi 
recebida com incompreensão pelos críticos de arte”.
FIGURA 18 – LATAS DE SOPAS DE CAMPBELL, 1962
FONTE: Farthing (2010, p. 484)
Em 2008, a Fundação Joaquim Nabuco produziu um documentário 
intitulado Quem tem medo da arte contemporânea?, em que relata a visão de vários 
artistas sobre a arte, que pode ser assistido acessando o link: https://www.youtube.com/
watch?v=qpctlrIoenQ.
DICAS
Como observamos, a história da arte está organizada por períodos, não 
que tenhamos que ter em mente que um período se encerra para que outro 
comece. O homem desde a pré-história vem evoluindo, se transformando, e com 
isso a sociedade também vai criando novas formas de se manifestar. A arte é 
apenas uma das formas em que o homem utiliza para se expressar e, em cada 
um dos períodos, há necessidade de mudanças, alterando inclusive o próprio 
conceito de arte. 
 
Conhecer a história da arte é de suma importância para podermos 
entender o próprio homem e seu mundo. As manifestações artísticas produzidas 
pelo homem desde os tempos remotos até os dias de hoje sempre tiveram um 
significado e um sentido estético. A arte em todo o tempo teve a intenção de 
comunicar algo ou alguma coisaa alguém. 
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
19
4 HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL
A história da arte no Brasil iniciou-se como em qualquer parte do 
mundo, com os primeiros registros de manifestações artísticas, as inscrições 
rupestres. Existem inúmeros registros em praticamente todo território nacional. 
Depois temos a arte do período colonial com inspiração na Arte Barroca, em que 
podemos citar o artista Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Ele foi o mais 
importante escultor, entalhador, pintor e arquiteto do Brasil no período colonial. 
Na figura a seguir, podemos ver uma das suas obras, na Igreja Nossa Senhora da 
Conceição, em Ouro Preto, Minas Gerais.
FIGURA 19 – ARTE BARROCA, DE ALEIJADINHO
FONTE: <https://cutt.ly/guSg7SD> . Acesso em: 30 abr. 2020.
O Aleijadinho (1738-1814) foi escultor, entalhador e arquiteto, um dos mais 
importantes artistas do Século XIX, durante o Brasil colonial. Se tornou artista ainda criança 
observando seu pai, um escultor de imagens religiosas. Suas obras em estilo Barroco estão 
presentes em construções religiosas de várias cidades mineiras. Conheça sua história no 
site eBiografia, no link: www.ebiografia.com/aleijadinho.
DICAS
É importante destacar um momento que se tornou grande marco na 
história da arte no Brasil, a Semana de Arte Moderna, que ocorreu de 11 a 16 
de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, anunciando que o 
modernismo tinha chegado ao país. Os artistas queriam mostrar novas formas 
de expressão, mas havia uma mistura de opiniões entre quem defendia a arte 
e a estética conservadora e os que desejavam uma renovação. A Semana de 22, 
como também ficou conhecida, foi um ato cultural que eclodiu discussões sobre a 
necessidade de transformação no mundo artístico que já vinha ocorrendo desde 
1910 (ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL, 2019).
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
20
Durante toda a semana foram apresentados concertos, conferências, 
exposições de artistas plásticos, arquitetos, desenhistas, músicos e escritores. 
Muitos ainda queriam defender os antigos valores estéticos, conforme podemos ver 
na declaração do poeta brasileiro Mário de Andrade, na obra Paulicéia Desvairada: 
 
Belo da arte: arbitrário convencional, transitório – questão de moda. 
Belo da natureza: imutável, objetivo, natural – tem a eternidade que a 
natureza tiver. Arte não consegue reproduzir natureza, nem este é seu 
fim. Todos os grandes artistas, ora conscientes (Rafael das Madonas, 
Rodin de Balzac, Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do Braz 
Cubas) ora inconscientes (a grande maioria) foram deformadores da 
natureza. Donde infiro que o belo artístico será tanto mais artístico, 
tanto mais subjetivo quanto mais se afastar do belo natural. Outros 
infiram o que quiserem. Pouco me importa (ANDRADE, 1922, p. 64).
A profissionalização das artes no Brasil teve início em 1890, com a 
implantação da primeira escola a Academia Imperial de Belas Artes, fundada no 
Rio de Janeiro, e que foi incorporada pela Universidade do Brasil, atualmente 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1937, mudando o nome para Escola 
de Belas Artes. 
O Século XX no Brasil também foi marcado pelo surgimento de muitos 
artistas nas mais diversas áreas como a literatura, a arquitetura, o design, a 
pintura, a escultura, o teatro e a música. Iremos trazer aqui alguns exemplos, pois 
não temos como abordar todos neste livro. 
 
Tarsila do Amaral (1886-1973) foi uma das mais importantes artistas 
brasileiras, nascida em São Paulo, participou do movimento modernista de 1922. 
Assim como Tarsila, a grande maioria dos pintores deste século tentou romper 
as barreiras com o passado, criando estilos próprios e inéditos. Suas obras eram 
voltadas a retratar o Brasil e o homem rural. 
FIGURA 20 – IBAPORU. PINTURA ÓLEO SOBRE TELA (1923)
FONTE: <https://cutt.ly/buSjqh9>. Acesso em: 30 abr. 2020.
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
21
FIGURA 21 – CATEDRAL DE BRASÍLIA (1970)
FONTE: <https://cutt.ly/EuSj0v3>. Acesso em: 30 abr. 2020.
Na Figura 21, está a Catedral de Brasília, projetada pelo arquiteto Carioca 
Oscar Niemeyer (1907-2012). Niemeyer é considerado um dos mais importantes 
profissionais do desenvolvimento da arquitetura moderna no Brasil. Cursou a 
Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro, conquistando o diploma de engenheiro 
e arquiteto. Acima podemos ver um dos projetos arquitetônicos do artista, a 
Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, em Brasília, sendo considerado 
o primeiro monumento da cidade. 
Já no Século XXI, podemos citar o artista Vicente José de Oliveira Muniz, 
conhecido como Vik Muniz. Ele é conhecido pela sua personalidade inovadora 
no uso de materiais e mídias para expor a sua arte. Para realizar as suas obras, 
Vik já utilizou lixo, material de demolição, açúcar, chocolate, gel para cabelo, 
dentre outros materiais. Em 2010, lançou o documentário Lixo Extraordinário, com 
catadores de lixo de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
FIGURA 22 – OBRA DE VIK MUNIZ COM CATADORES DE LIXO
FONTE: <https://cutt.ly/ruSliax>. Acesso em: 10 out 2019
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
22
A partir do Século XX, o mundo pode ver grandes descobertas e avanços 
tecnológicos como a televisão, o computador, a energia nuclear, a exploração espacial, 
a fibra óptica, a internet e muitas outras. Saiba mais sobre este assunto na matéria da 
revista Super Interessante: Veja 20 grandes invenções e avanços tecnológicos do Século 
XX, no link: https://super.abril.com.br/galeria/veja-20-grandes-invencoes-e-avancos-
tecnologicos-do-seculo-xx/
DICAS
5 ERA DIGITAL
 
O homem sempre utilizou a técnica para realizar coisas do cotidiano. 
Desde a pré-história o ser humano aprendeu a criar diversas técnicas, a princípio 
para a sua própria subsistência como acender o fogo friccionando gravetos, 
esculpir ferramentas para caçar, técnicas de plantação, dentre outras. Este hábito 
nunca mudou, pois, o ser humano é inventivo e desbravador por natureza. Com 
técnicas cada vez mais avançadas criamos as máquinas e a tecnologia passou a 
fazer parte da vida das pessoas. 
No Século XIX, ocorreu a grande revolução industrial com a invenção 
da eletricidade. No Século XX, o grande acontecimento que mudou o cotidiano 
das pessoas foi o surgimento da televisão, da comunicação de massa, das 
propagandas, da novela e do cinema que podia ser assistido na telinha de casa. 
Mas, foi no Século XXI que vimos o grande boom acontecer com o surgimento 
das tecnologias do mundo digital. Ela passou a fazer parte da indústria, da escola, 
da vida de todos os seres humanos. As máquinas de escrever deram lugar aos 
computadores, que ganharam mais funções interativas. 
O mundo passou de off-line para on-line em poucos anos e a palavra 
virtual se tornou usual e a fazer parte do dia a dia das pessoas. No mundo on-line 
se ganhou velocidade e capacidade de armazenamento dos arquivos, primeiro em 
disquete, depois em CD, depois em pen drive, HD e, por último, surgiu a nuvem. 
Com isso, mudanças também ocorrem na área da comunicação, da fotografia, da 
publicidade e das artes, principalmente com a chegada de novos softwares que 
puderam proporcionar inovações tecnológicas nestas áreas. 
Neste contexto, as artes, de um modo geral, também ganharam novos 
formatos e novos artistas. A arte digital, conceito que surgiu a partir do uso 
ambiente virtual para realizá-la, está ganhando espaço. Ela é relativamente nova 
no mundo, e muitas outros artistas estão surgindo neste espaço. É considerada 
um segmento da arte contemporânea e que ganhou força a partir do movimento 
do Modernismo que iniciou um século antes. A seguir, podemos ver a bandeira 
do Brasil, em estilo surrealista, produzida em ilustração gráfica. A obra é de Jean 
Campos e Patrícia Palma. 
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE
23
FIGURA 23 – BANDEIRA DO BRASIL EM ILUSTRAÇÃO GRÁFICA
FONTE: <https://cutt.ly/KuSzLJx>. Acesso em: 30 abr. 2020.
A arte e a tecnologia criaram uma sinergia entre elas.E, a partir daí, surgiram 
muitos artistas contemporâneos que estão transformando o modo de expressar a arte. Você 
quer saber mais da Arte Digital? Conheça 15 artistas que usam a criatividade e a tecnologia 
para se expressar, no site Hypeness, no link: https://www.hypeness.com.br/2016/09/15-
artistas-que-usando-a-criatividade-e-a-tecnologia-provam-que-na-arte-nem-o-ceu-e-um-
limite/. Ainda sobre a Arte Digital indicamos o livro Art Pocket: Arte Digital, de Wolf Lieser.
DICAS
Importante frisar que toda arte reflete uma imagem. Para Santaella (2014), 
independente do nível de complexidade ou astúcia da imagem é a ela que se deve 
a sua existência como duplicadora e multiplicadora de mundos. Não se trata de 
réplica de coisas visíveis fora da imagem, mas de algo menos óbvio: 
Os modos pelos quais as imagens vão povoando o mundo de outros 
mundos, ou seja, aqueles que a imagem cria, recria, reproduz, 
emula, simula e multiplica. À realidade, as imagens aderem, criando 
e transmutando modos de ver. Longe de serem meros reflexos 
ou espelhos da realidade, as imagens são acréscimos, excedentes, 
adensando a complexidade do real. [...] há imagens que se pretendem 
completas, sonham com a completude. Antes do advento da fotografia, 
que colocou na face dos nossos olhos a incompletude de quaisquer 
representações, a maior parte das imagens pictóricas, com exceção dos 
artistas antecipadores, buscava dar expressão a uma cena no orgulho 
de sua inteireza. O mundo, vasto mundo atrás, dos lados e à frente de 
si, submergia nas sombras da insignificância, pois a imagem detinha o 
poder de conceder pleno significado à realidade. [...] por mais ficcional 
que a imagem possa ser, ela aninha, no seu seio, marcas do espaço e do 
tempo. Não há como ocultar ou disfarçar os traços de época dos motivos 
representados e dos contextos para os quais eles apontam. Isso fica mais 
explícito nas imagens figurativas, ou seja, aquelas que sugerem, indicam 
ou designam objetos ou situações existentes sempre marcadas por uma 
historicidade que lhes é própria (SANTAELLA, 2014, p. 16).
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
24
Agora que já estudamos os principais períodos da história da arte, 
entendemos que toda arte reflete uma imagem, e que essa imagem pode ter 
diversas interpretações, podemos avançar em nosso conhecimento e ir adiante. 
No próximo tópico, entenderemos qual é a relação da arte com a estética. Quem 
são os filósofos precursores deste estudo e porque a estética é tão debatida até 
hoje. Tentaremos entender também qual a sua relação com as artes visuais.
25
Neste tópico, você aprendeu que:
• O desejo de se comunicar, de registrar o seu dia a dia, a sua cultura, vem 
acompanhando o ser humano desde os tempos mais remotos. 
• Os historiadores dividiram as épocas em uma espécie de linha do tempo da 
humanidade. 
• As primeiras manifestações artísticas que se tem registro ocorreram na pré-
história que teve início há cerca de 2,5 milhões (a.C.), nos períodos Paleolítico, 
Mesolítico e o Neolítico. 
• Ainda na pré-história, na idade dos metais, o homem passou a utilizar o 
cobre, o bronze e o ferro para produzir utensílios de cozinha, objetos artísticos 
e joias.
• Na idade Antiga que compreende de (1 mil a.C. a 450 d.C.) o homem fixou 
morada e com isso passou a deixar mais registros da sua cultura, além da arte 
também passou a registrar as coisas de forma escrita. 
• Nesta época houve grande avanço na arquitetura com a construção de casas, 
castelos e templos religiosos.
• A arte na Idade Média, que vai até o Século XV, tem no seu centro a religião. 
Os variados estilos artísticos ressaltaram Jesus Cristo, os santos, os anjos, 
sempre enaltecendo a própria igreja e a fé.
• A arte na Idade Moderna foi revolucionária. O período entre o final do Século 
XV até o Século XVIII também foi chamado de Era dos Descobrimentos, foi 
marcado pelas expedições marítimas, descobrimento do Brasil, Revolução 
Francesa e reforma da Igreja Católica.
• Na Idade Moderna houve uma ruptura com as artes ligadas à religião e 
importantes movimentos foram criados como o Renascimento. Dentro deste 
movimento artístico, cultural científica, o homem foi considerado como centro 
do mundo.
• A arte na Idade Contemporânea, também chamada de Arte Pós-Moderna ou 
Pós-Guerra, buscou caminhos que quebrassem os vínculos com as artes dos 
séculos anteriores. Surgiram muitos movimentos artísticos que quebraram 
com antigos conceitos e regras. 
RESUMO DO TÓPICO 1
26
• Foi na Idade Contemporânea que aconteceu o início de uma nova era, em que 
surgiram técnicas inovadoras, artísticas e diferentes estilos, mais livres e com 
maior expressão particular do artista. Também foi uma época em que ocorreu 
maior popularização da arte, o que propiciou mais interação das pessoas 
como mundo artístico e, com isso, aproximou mais a arte com todas as classes 
sociais. 
• Alguns movimentos ficaram mais conhecidos com o Pop Art. No Brasil se 
destacou a arte Barroca. Já no Século XX houve grande avanço nas obras 
arquitetônicas. Aqui também devemos destacar a Arte Digital que vem 
mudando o campo na arte com a utilização da tecnologia. 
• Toda arte reflete uma imagem e toda a imagem pode ser a representação de 
algo, de alguém de um comportamento, ou seja, a imagem tenta reproduz o 
próprio mundo.
27
1 O campo da arte vem passando por transformações desde a sua descoberta 
até o mundo atual. Na Idade Contemporânea podemos perceber que a relação 
com o artista e com as pessoas também se transformou, tornando a arte mais 
livre de padrões e conceitos antigos. Baseado nisso, diga quais figuras a seguir 
pertencem à Contemporaneidade. 
1 2
FONTE: <https://cutt.ly/9uSUAAy>. 
Acesso em: 30 abr. 2020.
FONTE: <https://cutt.ly/xuAmr4R>. 
Acesso em: 30 abr. 2020.
3 4
FONTE: <https://cutt.ly/TuANDbp>. 
Acesso em: 30 abr. 2020.
FONTE: <https://cutt.ly/EuSj0v3>. 
Acesso em: 30 abr. 2020.
5 6
FONTE: <https://cutt.ly/ruSliax>. 
Acesso em: 30 abr. 2020.
FONTE: <https://cutt.ly/KuSzLJx>. 
Acesso em: 30 abr. 2020.
AUTOATIVIDADE
28
Assinale V (verdadeira) e F (falsa) nas seguintes sentenças:
( ) A exemplo das Figuras 1 e 2, na idade contemporânea a arte valoriza mais 
as mulheres e os animais e por isso ela está se expandindo no mundo.
( ) Nas Figuras 3 e 4 vemos duas obras arquitetônicas. É correto afirmar 
que independente do período da história a arquitetura é a base da arte 
contemporânea.
( ) Nas Figuras 4 e 5 vemos duas obras realizadas durante a Idade Moderna. 
Elas são verdadeiros marcos na história e são precursoras de um estilo de arte 
que rompe com os séculos anteriores.
( ) Nas Figuras 5 e 6 vemos duas obras que marcam a Idade Contemporânea. 
Uma do artista Vik Muniz que utiliza matérias recicláveis para fazer o quadro, 
enquanto a imagem da bandeira foi produzida em arte digital por Jean Campos 
e Patrícia Palma. As duas obras não poderiam ser imaginadas há séculos atrás.
( ) O Pop Art é movimento que tem como temática a sociedade de consumo 
e utiliza, além de símbolos e estereótipos da comunicação de massa, objetos 
dessa sociedade, muitas vezes fisicamente incorporados ao trabalho.
 
Agora, marque a sequência CORRETA:
a) ( ) V, V, F, V, F.
b) ( ) F, V, F, V, F.
c) ( ) F, F, F, V, V.
d) ( ) V, F, V, F, V. 
e) ( ) V, V, V, V, F.
2 As imagens a seguir são construções da Idade Antiga ou Antiguidade (1 
mil a.C. a 450 d.C.). As figuras a seguir são: um Zigurate, uma das primeiras 
construções que se tem registro e ainda bem preservada, localizada no Irã 
e o templo Partenon, na Grécia. Sobre este período da história e sobre estas 
imagens podemos afirmar que:
FIGURA – ZIGURATE DO INÍCIO DA INDADE 
ANTIGA, IRÃ
FONTE - https://cutt.ly/FuAWsR4. 
Acesso em 3 de abr. 2020
FIGURA – PARTENON, TEMPLO DEDICADO 
À DEUSA ATENA, GRÉCIA
FONTE - https://cutt.ly/FuAWsR4. 
Acesso em 3 de abr. 2020
29
Assinale V (verdadeira) e F (falsa) nas sentenças a seguir:
( ) Entre o começo e o final da Idade Antiga houve um grandeaprimoramento 
das técnicas de arquitetura. 
( ) A evolução dos métodos de construção foi um grande marco na Antiguidade 
e um grande salto para a história da arquitetura.
( ) A partir do momento que o homem deixou de ser nômade e fixou sua 
moradia em locais onde pudesse se desenvolver, houve necessidade de se 
construir espaços maiores para acolher as pessoas. 
( ) As construções modernas seguem os mesmos métodos da arquitetura da 
Idade Média.
( ) As construções da Antiguidade eram feitas de pedras, cimento, gesso e água. 
Marque a sequência correta:
a) ( ) F, V, V, V, F
b) ( ) V, V, V, F, F
c) ( ) V, V, F, F, V
d) ( ) V, V, F, V, V
3 Santaella (2014) afirma que independentemente do nível de complexidade 
ou astúcia da imagem é a ela que se deve a sua existência como duplicadora e 
multiplicadora de mundos. De sequência ao pensamento da autora e assinale a 
seguir somente as alternativas corretas.
I- Os modos pelos quais as imagens povoam o mundo de outros mundos são 
aquelas que criam, recriam, reproduzem, emulam, simulam e multiplicam.
II- As imagens criam e transmutam os modos de ver, são acréscimos, excedentes, 
adensando a complexidade do real. 
III- Antes do advento da fotografia, que colocou na face dos nossos olhos 
a incompletude de quaisquer representações, a maior parte das imagens 
pictóricas, com exceção dos artistas antecipadores, buscava dar expressão a 
uma cena. 
IV- Por mais ficcional que a imagem possa ser, ela aninha, no seu seio, marcas 
do espaço e do tempo. 
V- A imagem oculta e disfarçar os traços de época dos motivos representados. 
Ela esconde a realidade dos fatos. 
Escolha uma das sequências a seguir:
a) ( ) I, III, V.
b) ( ) I, II, IV, V.
c) ( ) II, III, V. 
d) ( ) I, II, III, IV.
c) ( ) I, IV, V.
30
31
TÓPICO 2
PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, entenderemos um pouco mais sobre a história da arte, 
no contexto da estética. Para iniciarmos, compreenderemos o que significa 
a etimologia desta palavra. Estética (aisthésis) vem do grego e quer dizer 
sensibilidade, sensível, aquilo que se percebe, que é perceptível. De acordo com 
o dicionário Michaelis (2019), estética é parte da filosofia que trata do belo, do 
sensível e do fenômeno artístico. 
Conforme Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762), filósofo 
alemão que cunhou o termo estética, trata-se da ciência das faculdades 
sensitivas que consiste na apreensão da beleza e das formas artísticas. 
Segundo o kantismo, é o estudo dos julgamentos estéticos por parte 
dos seres humanos ao afirmarem que determinado objeto, artístico ou 
natural, desperta um sentimento universal de beleza. Harmonia das 
formas, das cores, dos costumes etc. 
 
Como pudemos observar na descrição do dicionário, a estética é a ciência 
que estuda a beleza na arte, a ciência do conhecimento sensível. Por meio desta 
filosofia da arte, podemos perceber os valores estéticos que ela produz para cada 
indivíduo. Uma obra de arte tem em si o poder da criação, cada uma tem sua 
forma, suas cores, a intenção e a emoção do artista. Neste tópico, refletiremos as 
noções da estética, do belo, do feio, e que parâmetros sociais utilizamos para fazer 
estes julgamentos. 
Na antiguidade, a palavra estética estava ligada ao belo, ao bom, a verdade 
e a ética. Foi na modernidade que a estética passou a ser estudada como ciência 
no campo da filosofia e também foi vinculada ao conceito de belo e feio nas artes 
plásticas. Inúmeros filósofos tentaram criar uma Teoria Estética, no entanto, 
sempre houve divergências de conceitos entre os pensadores. 
 
É preciso distinguir aqui o conceito acadêmico e filosófico de estética, com 
o que se diz comumente sobre estética na atualidade. No Século XXI, a palavra 
estética está mais ligada à beleza, à harmonia do corpo, à moda e aos padrões. 
Nesta ótica, existem cursos de estética ligados a tratamentos de beleza, à saúde e 
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
32
ao rejuvenescimento. Também é comum vemos propagandas nos mais variados 
veículos de comunicação que falam de tratamentos estéticos, sempre ligando à 
beleza a um padrão cultural de imagem. Por vezes, a palavra estética está sendo 
usada neste contexto no nosso dia a dia. Por isso é importante termos clareza de 
que a estética tratada aqui tem um cunho filosófico ligado à arte. 
A seguir, conheceremos um pouco do pensamos de alguns dos principais 
filósofos da Modernidade, sobre estética na arte.
2 A ESTÉTICA E A ARTE 
 
A origem grega da palavra estética nos mostra de onde ela teve início. Seu 
surgimento foi dentro da filosofia com o estudo dos conceitos do bom e do belo. 
Os gregos acreditavam que a beleza estava ligada aos valores morais. De acordo 
com Lacoste (1986), a filosofia da arte teve início com debates de Platão e Sócrates. 
Na Idade Moderna foram muitos filósofos que se debruçaram no estudo 
da estética. Veremos resumidamente o que pensavam alguns dos principais 
filósofos. 
 
A palavra estética foi difundida pelo alemão Baumgarten em 1750, no livro 
Aestheticd. Ele acreditava que são objeto da arte as “representações confusas, 
mas claras, isto é, sensíveis, mas perfeitas, enquanto são objeto do conhecimento 
racional as representações distintas” (ABBAGNANO, 2007, p. 367). Para 
Baumgarten, a estética era uma “doutrina do conhecimento sensível”. Alguns 
autores defendem que ele foi o fundador da estética como disciplina escolar. Para 
ele, o estudo do belo é entendido como a perfeição do conhecimento sensível, mas 
um conhecimento apenas racional. 
 
Ainda no campo dos estudos filosóficos da estética temos o filósofo inglês 
Immanuel Kant, que se tornou uma referência no mundo acadêmico. Para Kant, 
são belos os pássaros, as flores e a natureza, já a arte provém de técnica e se 
denomina um artefato, ou seja, um produto criado a partir de uma intenção e não 
um objeto criado para ser belo. “A obra deve sua forma a um fim que é pensado 
antes que essa obra seja realizada” (LACOSTE, 1986, p. 24). O autor ainda nos 
mostra a solução que Kant apresentou para a questão do julgamento estético de 
uma obra de arte. 
A solução que Kant encontrará na crítica da faculdade de julgar 
reflexiva para o enigma que a beleza e a organização sistemática 
dos seres vivos representam terá duas fontes diferentes: a primeira 
é interna e provém do sistema kantiano; a outra é de ordem histórica 
e consubstancia-se na questão da estética no século XVIII. Vejamos, 
em primeiro lugar, a influência do sistema. Kant divide o espírito em 
três faculdades irredutíveis (1789, p. 76; 1790, p. 26): a) a faculdade 
de conhecer (como entendimento, a razão e a faculdade de julgar; b) 
uma “faculdade” menos espontânea, mais receptiva, o “sentimento” 
de prazer e de aflição, o qual corresponde a um recrudescimento 
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA
33
ou a uma redução das “forças vitais”. (Como “afeto”, a consciência 
descobre a união da alma e do corpo.) Enfim, c) a faculdade de desejar 
(denominada “vontade” quando pode ser determinada por conceitos) 
(LACOSTE, 1986, p. 24).
 
Além dos estudos de Kant no campo da estética, podemos citar Georg W. F. 
Hegel, o filósofo alemão de suma importância para a estética. Hegel concorda com 
as teorias de Kant, no entanto, discorda em alguns pontos. Para o filósofo, atingir o 
belo é um ideal (ele abordou este tema dentro da sua teoria do idealismo absoluto). 
Defende a ideia de que as coisas reais são determinadas por ideias universais 
anteriores e que elas podem ir mudando conforme a sociedade e o homem também 
mudam. No campo das artes, o filósofo acredita que as obras produzidas pelo 
homem revelavam uma grandeza espiritual. Em seu livro O belo na arte, Hegel diz: 
Vamos agora considerar as relações que existem entre o universo 
sensível e a obra de arte objetiva, por um lado, e, por outro lado, o 
sensível e a subjetividade do artista ou até do gênio. É uma questão 
essencial. Entretanto não podemos ainda falar do sensível tal como se 
extraido conceito da obra de arte, e não transporemos, provisoriamente, 
o domínio das reflexões exteriores. Convém desde já observar, quanto 
às relações entre o sensível e a obra de arte como tal, que se oferece 
a nossa intuição ou representação sensível, exterior ou interior, do 
mesmo modo que a natureza exterior ou a nossa própria natureza 
interior. Até o discurso se dirige à representação do sensível. Mas o 
sensível existe essencialmente para o espírito, que tem de encontrar 
na matéria sensível uma origem de satisfação (HEGEL, 1996, p. 160). 
Para o autor, o sensível está ligado à intuição do ser humano que, quanto 
mais sensibilidade tiver maior é a sua dimensão profunda que se relaciona ao 
espírito absoluto. “Só é espírito absoluto quando é reconhecido como tal. Como 
esse é o ponto de vista da arte, considerada na mais alta e verídica dignidade, logo 
aparece evidente que a arte se situa no mesmo plano da religião e da filosofia” 
(HEGEL, 1980, p. 161). 
 
Nas discussões acerca da arte durante a Modernidade, não podemos 
deixar de falar de Walter Benjamin. Assim como Hegel, ele também entendia 
que a arte era alvo de contemplação, ligado ao religioso, e ao espiritual. O 
filósofo tem uma importante contribuição com o livro Obra de Arte na Época de sua 
Reprodutibilidade Técnica, originalmente publicado em 1936. Benjamin defende 
que toda produção de arte é circundada por uma “aura”, e que essa aura mostra 
a sua singularidade, uma ideia de um objeto para ser cultuado, que deve ser 
autêntico, original. No entanto, defende que a partir do momento que uma obra 
de arte passa a ser reproduzida para que todos possam vê-la, ela perde a aura. 
 
Citamos também o filósofo Alemão Theodor Adorno como igualmente 
importante pensador do campo da estética. Uma das suas teses é que a arte não 
precisa de uma intenção. O sentido quem dá é o observador.
As obras de mais elevado nível formal, desprovidas de sentido ou a 
ele alheias, são, pois, mais que simplesmente absurdas, porque o seu 
sentido cresce na negação do sentido. A obra que nega rigorosamente 
o sentido está obrigada, por tal lógica à mesma coerência e unidade, 
UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA
34
que outrora devia presentificar o sentido. As obras de arte, mesmo 
contra a sua vontade, tornam-se contextos de sentido ao negarem o 
sentido (ADORNO, 1970, p. 176).
Trouxemos aqui quatro importantes pensadores do campo da estética, 
no entanto, foram muitos os estudiosos sobre o assunto. Mesmo sendo um tema 
muito debatido, há séculos, nunca existiu um conceito único de estética. O debate 
continua até os dias de hoje. A seguir, falaremos um pouco sobre a estética na arte.
Para quem deseja se aprofundar no estudo da Filosofia da Arte ou da Estética 
é importante conhecer também as ideias do pensador irlandês Edmond Burke, em seu livro 
Investigação filosófica sobre a origem de nossas ideias do Sublime e do Belo, e os artigos 
do francês Roger de Piles.
DICAS
Tentar entender o mundo mediante a arte ou tentar entender o homem 
por intermédio de suas obras é uma prática antiga. Como já vimos nos tópicos 
anteriores, o ser humano sempre tentou representar o meio em que vive através 
da arte. Mas foi a partir do Século XVIII que as dúvidas sobre o que significa a arte 
e as questões estéticas relacionadas a ela surgiram. Questões como quem pode 
determinar o valor estético de uma obra de arte ou em que as pessoas se baseiam 
para julgar um trabalho artístico, sempre ficaram sem respostas concretas, pois 
nunca se chegou a um consenso sobre o conceito de estética. 
“De todos os ramos da filosofia, a estética é a que parece possuir o menor 
grau de uniformidade entre os autores, oscilando entre a dignificação da beleza 
natural ou artística, entre o aspecto conceitual ou sensível [...]” (FREITAS, 2008, p. 9).
O caráter expressivo da arte também significa que as possibilidades 
de ver, contemplar e fruir que a arte realiza, as novas aberturas para o 
mundo que ela revela, quando expressas na obra, estão à disposição de 
qualquer um que tenha condições de entender a obra. A expressão é, 
por natureza, sua comunicação. A capacidade de julgar as obras de arte 
de certo estilo chama-se gosto, e o gosto tende a difundir-se e a tornar-
se uniforme em determinados períodos ou em determinados grupos 
de indivíduos. Mas, sem dúvida, as possibilidades comunicativas de 
uma obra de arte bem realizada são praticamente ilimitadas e também 
relativamente independentes do gosto dominante. Isso significa que 
nem todos verão a mesma coisa numa obra de arte, ou que nem todos 
vão fruí-la do mesmo modo. As respostas individuais diante dela 
podem ser inumeráveis e apresentar ou não uniformidade de gostos. 
Mas o importante não é essa uniformidade, mas a possibilidade que 
se abre a novas interpretações, a novos modos de fruir a obra. Aqueles 
que fruem uma mesma obra de arte (p. ex., os ouvintes de Beethoven) 
não são como os membros de uma seita ou os adeptos de uma mesma 
crença. Constituem, todavia, uma comunidade vinculada por um 
interesse comum e aberta no tempo e no espaço (FONTES, 2007, p. 374).
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA
35
3 NOÇÕES DO BELO
Durante a Idade Média, o belo estava ligado ao bom. No Renascimento, 
estava vinculado também à ética e à concepção subjetiva. Hobbes (2003) apud 
Abbagnano (2007, p. 108) diz: “o homem chama de bom o objeto de seu apetite ou 
de seu desejo, de mau o objeto de seu ódio ou de sua aversão, de vil o objeto de 
seu desprezo. As palavras ‘bom’, ‘mau’, ‘vil’ são sempre entendidas em relação a 
quem as emprega [...]” (ABBAGNANO, 2007, p. 108). 
Para Hegel (1996), existia uma diferença entre o belo natural e o belo 
artístico. É comum falarmos de um belo céu, de uma bela cor, mas não se sabe a 
razão de assim qualificar. A beleza realizada pela arte seria inferior à da natureza 
da maioria das opiniões, e o seu mérito estaria em se aproximar da beleza natural. 
Todavia, neste caso, onde ficaria a estética, a ciência do belo? No entanto, é por 
meio do espírito superior que se concebe a arte, e, por isso, o belo artístico seria 
superior ao belo natural. 
 
“Tudo que vem do espírito é superior ao que vem da natureza” (HEGEL, 
1996, p. 4). O autor ainda diz que a arte sempre foi instrumento de conscientização 
de ideias e, por meio dela, o homem pode entender a cultura dos povos desde a 
antiguidade. A arte sempre foi objeto de representação. O belo ideal seria então a 
perfeita harmonia entre a forma e o conteúdo. Para o filósofo, o belo é a aparição 
sensível da ideia, contudo, beleza e verdade são a mesma coisa, só que na verdade 
podemos ver manifestações universais e no belo temos manifestações sensíveis. 
 
Já para Kant, segundo Lacoste (1986), a obra de arte é um artefato, o produto 
de uma intenção e não o objeto criado para ser belo. Para o filósofo, o ato de julgar 
se algo é belo é uma faculdade particular e reflexiva. Essa faculdade de julgar 
reflexivamente distinta vem do simples “bom senso”. Já o gosto é o ato de julgar o 
belo. A qualidade do julgamento do gosto provém de, ao julgar algo belo, sentir uma 
satisfação desinteressada, porque se relaciona com algo que existe em nós, algum 
sentimento vital do prazer ou do sofrimento. Ou seja, o gosto é um julgamento 
estético e não lógico. No julgamento, o sujeito diz como foi afetado pelo objeto e 
percebe que existe um prazer, uma satisfação ligada à representação do objeto.
 
A partir do que lemos até o momento, percebemos que o julgamento do que 
pode ser considerado belo ou feio no mundo das artes, para os filósofos, pode variar 
de conceito. Entendemos o que motiva o julgamento de uma obra pode, também, 
variar de acordo com a cultura de um povo e com o período da história. Desta 
forma, é importante compreendermos que não existe um ou outro pensador correto 
nas suas elucidações, e sim com pontos de vista diferentes ou complementares. 
Acreditamos que tudo que foi dito até hoje sobre o belo serve como um conjunto de 
informações

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