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Linguagem VisuaL e semiótica Prof. Cilene Macedo Indaial – 2020 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof. Cilene Macedo Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: M149l Macedo, Cilene Linguagem visual e semiótica. / Cilene Macedo. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 165 p.; il. ISBN 978-65-5663-097-7 1. Publicidade - Linguagem. – Brasil. 2. Propaganda – Linguagem. – Brasil. 3. Semiótica. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 659.1014 III apresentação Prezado estudante! Seja muito bem-vindo a uma pequena viagem no tempo em que iremos fazer com este livro, necessária para que possamos entender alguns conceitos exemplos relacionados à linguagem visual e para isso precisamos visitar uma outra época, começando na pré-história até os dias mais atuais com o estudo e aplicação da semiótica. Para melhor entendimento do conteúdo proposto você terá aqui três unidades. Veremos a seguir o que cada uma delas trará para seus estudos. Na Unidade 1 serão apresentadas as primeiras manifestações artísticas desde o início da civilização humana de acordo com os períodos: Pré-história; Paleolítico, Mesolítico; Idade dos Metais (cobre, bronze e ferro); Idade Antiga; Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Entenderemos também porque a arte teve início no mundo com o propósito de se comunicar, seja esta comunicação uma expressão do ser humano como forma de ver o mundo ou ligadas às emoções. Ainda nesta unidade veremos os conceitos de estética dentro da Arte, como sofreram mudanças durante o tempo de acordo com época da história, com as adaptações da sociedade, ou com a cultura. De tais percepções humanas surgiram algumas teorias, uma delas é a Teoria da Gestalt, ou estudo da forma, que estuda como os seres humanos percebem as coisas. Já na Unidade 2 daremos continuidade aos estudos dos fatores comunicacionais dos seres humanos, mostrando como as tecnologias serviram de aparato para as representações visuais por meio da fotografia, da televisão, do cinema. Mostraremos também como as imagens podem, além de comunicar, serem signos que representam os objetos materiais. Veremos que não apenas a língua falada e os textos têm o poder de transmitir mensagens, e que as imagens possuem um grande poder de comunicar fatos, situações ou produtos. Diante deste contexto, quando vemos uma imagem, seja ela desenho, pintura, fotografia, ou vídeo, fazemos automaticamente diferentes interpretações do que vemos. Desta forma, tanto os textos verbais como os não verbais podem ser lidos e interpretados pelas pessoas. Na Unidade 3 iremos perceber que todo conteúdo anterior serviu de aparato para estudarmos este conteúdo que trata os principais conceitos de Semiótica, Semântica e Semiologia. Mostraremos a evolução dos estudos dos signos desde Charles Peirce que defendeu a Semiótica com os conceitos através da Lógica e criou a teoria geral de signos. E Ferdinand Saussure que apresentou uma expressiva contribuição nesta área com a Semiologia sendo a ciência que estuda os sistemas de Signos linguísticos, tendo como base geral seus estudos do Estruturalismo. A partir daí, estenderemos do que se trata a Semiótica, como fazer uma análise, e como ela pode ser aplicada em diversas atividades e profissões. Entenderemos que os diversos tipos de linguagens podem afetar a nossa vida, nosso cotidiano e a sociedade como um todo, desta forma este conhecimento se faz necessário para todos os profissionais. IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI V VI Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer teu conhecimento, construímos, além do livro que está em tuas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela terás contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar teu crescimento. Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nessa caminhada! LEMBRETE VII UNIDADE 1 - A ARTE E A ESTÉTICA ..................................................................................................1 TÓPICO 1 - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE ......................................................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3 2 MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS .......................................................................................................4 2.1 ARTE PALEOLÍTICA – HÁ CERCA DE 2.5 MILHÕES DE ANOS ATÉ 10.000 ANOS A.C. .....4 3 PERÍODOS DA HISTÓRIA DA ARTE ............................................................................................11 4 HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL ...................................................................................................19 5 ERA DIGITAL .......................................................................................................................................22 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................25 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................27 TÓPICO 2 - PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA ..........................................................................................31 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................31 2 A ESTÉTICA E A ARTE ......................................................................................................................32 3 NOÇÕES DO BELO .............................................................................................................................35RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................39 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................40 TÓPICO 3 - A TEORIA DA GESTALT ................................................................................................43 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................43 2 LEIS DA GESTALT ...............................................................................................................................43 2.1 UNIDADE ........................................................................................................................................44 2.2 SEGREGAÇÃO ...............................................................................................................................44 2.3 FECHAMENTO ..............................................................................................................................45 2.4 UNIFICAÇÃO ..................................................................................................................................45 2.5 CONTINUIDADE ............................................................................................................................46 2.6 PROXIMIDADE ...............................................................................................................................46 2.7 SEMELHANÇA................................................................................................................................46 2.8 PREGNÂNCIA DA FORMA .........................................................................................................47 3 QUAL A IMPORTÂNCIA DA GESTALT E PARA O QUE ELA SERVE ............................................49 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................54 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................55 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................56 UNIDADE 2 - LINGUAGEM VISUAL E VERBAL ...........................................................................59 TÓPICO 1 - LEITURA DE IMAGENS E TEXTOS VISUAIS ..........................................................61 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................61 2 O QUE É UMA IMAGEM? .................................................................................................................62 3 O QUE SÃO TEXTOS VISUAIS? ......................................................................................................68 4 LER E INTERPRETAR UMA IMAGEM ...........................................................................................69 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................72 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................74 sumário VIII TÓPICO 2 - TEORIA GERAL DOS SIGNOS ....................................................................................75 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................75 2 O QUE SÃO SIGNOS ..........................................................................................................................75 3 A DIFERENÇA ENTRE SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO .......................................................79 4 RELAÇÃO ENTRE SIGNO, ÍCONE, ÍNDICE E SÍMBOLO ........................................................80 4.1 EXEMPLOS DE ÍCONE ..................................................................................................................81 4.2 EXEMPLO DE ÍNDICE ..................................................................................................................83 4.3 EXEMPLO DE SÍMBOLO ...............................................................................................................84 5 CONCEITO DE SISTEMA DE LINGUAGEM ...............................................................................85 5.1 ORAL .................................................................................................................................................85 5.2 ALFABETO E MANUSCRITO .......................................................................................................85 5.3 TIPOGRAFIA ...................................................................................................................................86 5.4 ELETRÔNICA ..................................................................................................................................86 5.4.1 Função fática ............................................................................................................................87 5.4.2 Função poética.........................................................................................................................88 5.4.3 Função metalinguística ..........................................................................................................89 5.4.4 Função conativa ou apelativa ................................................................................................89 5.4.5 Função referencial ou denotativa .........................................................................................90 5.4.6 Função emotiva .......................................................................................................................91 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................93 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................94 TÓPICO 3 - ESTRUTURALISMO LINGUÍSTICO ...........................................................................95 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................95 2 ORIGEM DO ESTRUTURALISMO .................................................................................................95 2.1 DIACRONIA X SINCRONIA .........................................................................................................96 2.2 LÍNGUA X FALA .............................................................................................................................96 2.2.1 Significado x significante .......................................................................................................97 2.2.2 Paradigma x sintagma ............................................................................................................97 3 ESTRUTURALISMO, EMPIRISMO E RACIONALISMO ...........................................................98 4 MOVIMENTO ESTRUTURALISTA .................................................................................................99 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................101 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................103 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................104 UNIDADE 3 - SEMIÓTICA, SEMIOLOGIA E LINGUAGEM ....................................................105TÓPICO 1 - SEMIÓTICA E SOCIEDADE ........................................................................................107 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107 2 O QUE É SEMIÓTICA .......................................................................................................................107 3 O QUE É SEMIOLOGIA ...................................................................................................................112 4 ANÁLISE SEMIÓTICA .....................................................................................................................113 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................121 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................122 TÓPICO 2 - PROCESSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM SEMIÓTICA DA CULTURA ......125 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................125 2 SEMIÓTICA DA CULTURA ............................................................................................................125 3 LINGUAGEM E A CULTURA DE MASSA ...................................................................................127 4 LINGUAGEM E CONSUMO ...........................................................................................................129 4.1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ...............................................................................130 4.1.1 Idade .......................................................................................................................................130 4.1.2 Gênero ...................................................................................................................................131 4.1.3 Estrutura Familiar .................................................................................................................131 IX 4.1.4 Classe social ...........................................................................................................................131 4.1.5 Raça e etnia ............................................................................................................................131 4.1.6 Geografia ................................................................................................................................132 4.1.7 Estilo de vida .........................................................................................................................132 4.1.8 Hierarquia das necessidades de Maslow ..........................................................................133 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................134 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................135 TÓPICO 3 - POLÍTICA DA LINGUAGEM ......................................................................................137 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................137 2 SUBJETIVIDADE DA LINGUAGEM E PODER .........................................................................137 3 MÍDIA E PODER ................................................................................................................................140 4 A COMUNICAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE ................................................................142 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................145 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................146 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................148 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................151 X 1 UNIDADE 1 A ARTE E A ESTÉTICA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer os principais períodos da história da arte; • entender o que é estética dentro do campo da arte; • analisar o processo de criação nas artes visuais; • compreender o uso das imagens no mundo contemporâneo. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA TÓPICO 3 – A TEORIA DA GESTALT Preparado para ampliar teus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverás melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE 1 INTRODUÇÃO Desde que se tem informações do início das civilizações, também se tem conhecimento das manifestações artísticas feitas pelos seres humanos. Cada lugar, povo e cultura tem os seus próprios ritos e objetivos que lhes sugerem. Não temos como falar de todas as manifestações artísticas que se tem conhecimento na história, mas citaremos algumas com o intuito de compreendermos de onde vierem e perceber sua importância na sociedade antiga e atual. Para compreender as manifestações artísticas, devemos pensar que o ser humano, no seu dia a dia, se manifesta de diversas formas, como, por exemplo: a fala, os gestos, as expressões faciais e corporais, dentre outras. Esses recursos que temos por natureza são a base das manifestações e, com isso, também podemos nos expressar artisticamente. As formas mais conhecidas são as representações teatrais, a música e o desenho. No entanto, antes mesmo do homem saber escrever ele já se manifestava. Registros indicam que, durante a pré-história, o ser humano se comunicava primitivamente por meio da arte. Claro que neste período da história o homem não se manifestava como ocorre hoje em dia, com as mesmas intenções artísticas. Eles se comunicavam por meio de desenhos ou pinturas, por exemplo, porque lhes faltava outro tipo de comunicação, como a verbal e a escrita. Essas expressões também podiam estar ligadas às questões religiosas e de adoração às representações das imagens que desenhavam em pedras, esculpiam em barro ou dentro das cavernas. Percebemos que existe uma variação de representações e elas estão ligadas diretamente com os fatores sociais e culturais de cada povo. Para compreendermos melhor, pensaremos nas inscrições rupestres, que são milenares. Hoje não temos como saber ao certo o que os povos que as faziam pretendiam exatamente comunicar com os desenhos, mas estudiosos pressupõem que estas estavam ligadas a crenças e rituais religiosos, como pedir chuva, sol ou comida. Com a evolução do ser humano e com a introdução da linguagem falada, passamos a entender melhor as artes. Veremos mais detalhadamente nos próximos subtópicos. UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 4 2 MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS A seguir, veremos alguns exemplos de manifestações artísticas da antiguidade até os dias atuais. Dividiremos por períodos da história para organizar melhor o nosso estudo. 2.1 ARTE PALEOLÍTICA – HÁ CERCA DE 2.5 MILHÕES DE ANOS ATÉ 10.000 ANOS A.C. Neste período o homem ainda era um ser primitivo e não tinha recursos para desenvolver a arte como conhecemos atualmente. No entanto, ele a usava para se comunicar. Sem materiais específicos para isso, esses homens utilizavam os recursos que possuíam à mão, como as pedras, as cavernas, o barro, os galhos de árvores e as plantas em que extraíamas tinturas, para colorir as esculturas e as pinturas rupestres (FARTHING, 2010). Umas das esculturas mais conhecidas da arte paleolítica é a Vênus de Willendorf, representada por uma estátua de uma mulher esculpida em calcário medindo 10.5 centímetros de altura, e é datada de 20 mil anos (a.C.). Pesquisadores sugerem que não se trata da imagem de uma Deusa da época, mas sim representa a evocação da fertilidade, ressaltada pelos seios grandes e ventre protuberante. A escultura foi descoberta em um sítio arqueológico na Áustria, por volta de 1900 e, atualmente, está exposta no Museu de História Natural de Viena, Áustria (BAUMGART, 1999). FIGURA 1 – ESCULTURA DA VÊNUS DE WILLENDORF FONTE: <https://cutt.ly/YuAjFUU>. Acesso em: 30 mar. 2020. Ainda neste período podemos ver a arte rupestre intitulada Mãos em Negativo, encontrada na caverna de Gargas, na França. Pinturas como essa foram encontradas em diversas partes do mundo, e antecedem as pinturas rupestres de animais e pessoas ou objetos nas pedras. Para realizar este tipo de arte era necessário conhecer as técnicas da época, não eram todas as pessoas que sabiam fazer. Segundo Gordo (2019), essas TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE 5 pinturas foram encontradas na Europa, na África, na América e na Oceania, todas datados da pré-história, entre 40 a 9 mil anos a.C. Não se sabe bem ao certo o que os homens deste período pretendiam com as artes rupestres, no entanto, estudiosos defendem que tais imagens poderiam estar relacionadas com a religião, com rituais e com os costumes do dia a dia. FIGURA 2 – MÃOS DE NEGATIVO FONTE: <https://cutt.ly/4uAlQ7D>. Acesso em: 30 abr. 2020. No período Mesolítico (de 13 a 9 mil anos a.C.), que é a transição do Paleolítico para o Neolítico, o homem deixou de ser nômade e por isso encontramos mais registros dos locais em que habitava. No período Mesolítico já podemos ver a arte mais elaborada, representando costumes da vida cotidiana dos locais em que moravam, como a pintura rupestre que vemos ainda bem conservada. Importante salientar que o homem passou a residir de maneira fixa com a descoberta do fogo, pois, além de se aquecer, podia espantar animais perigosos e também cozinhar seus alimentos. Entre as artes que produziam, além das pinturas em pedras e cavernas, também faziam esculturas mais elaboradas e cerâmicas (GIORDANI, 1991). FIGURA 3 – PINTURA RUPESTRE DE ALTAMIRA – ESPANHA FONTE: Farthing (2010, p. 16) UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 6 FIGURA 4 – CERÂMICA PERÍODO MESOLÍTICO FONTE: <https://cutt.ly/9uAzFUq>. Acesso em: 30 abr. 2020. No período Neolítico (de 5 a 3 mil a.C.), o homem o já fazia suas próprias ferramentas para caçar, desenvolveram técnicas de tecelagem, de agricultura, criaram rituais, cultos, e também passaram a produzir instrumentos musicais como a flauta. FIGURA 5 – INSTRUMENTOS PERÍODO NEOLÍTICO FONTE: <https://cutt.ly/7uAcI9R>. Acesso em: 30 abr. 2020. Para Baumgart (1999), o homem pré-histórico que tinha habilidades artísticas era considerado alguém dotado de dons importantes. Neste período, os homens já possuíam uma espécie de oficinas, onde guardavam os materiais que utilizavam para a confecção das peças. Neste período também se pode observar mais representações de rituais com dança a música, que provavelmente eram evocações para fertilidade, para a chuva e colheita. Se pararmos para pensar na atualidade, os artistas são venerados por seus dons e também possuem um atelier para produzir a arte e guardar os seus utensílios. Será que muitos dos nossos costumes de hoje já vieram desde a antiguidade? ATENCAO TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE 7 Ainda na pré-história, na chamada Idade dos Metais, no período que compreende de (3 a 1 mil a.C.), dividida em idade do cobre, do bronze e do ferro, o homem descobriu esses materiais e passou a utilizá-los no seu cotidiano. A descoberta do fogo e da roda proporcionaram tal evolução que permitiu que ele trabalhasse com estes materiais. Na Mesopotâmia e Egito surgiu a técnica da cera perdida chamada de cire perdue para se criar moldes e confeccionar utensílios de bronze. Neste período, o homem já vivia em grupo, havia desenvolvido a agricultura e o comércio com noções de economia, sociedade e também realizava manifestações culturais. Na Mesopotâmia, por volta de 4 a 2 mil a.C., foram criadas as primeiras cidades e também os códigos, as leis, e era governada por um rei (FARTHING, 2010). FIGURA 6 – CARRUAGEM DO SOL – MUSEU DA DINAMARCA FONTE: <https://cutt.ly/xuAmr4R>. Acesso em: 30 abr. 2020. Na Figura 7 podemos ver um escudo de estilo La Tène, produzido durante a Idade do Ferro. Ele se encontra exposto no British Museum, em Londres. Como citamos anteriormente, neste período da descoberta dos metais, o homem passou a criar e confeccionar diversos utensílios com estes materiais. Muitos deles, como os escudos, são utilizados até os dias de hoje. FIGURA 7 – ESCUDO MUSEU DE LONDRES FONTE: <https://cutt.ly/DuAmlAb>. Acesso em: 30 abr. 2020. UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 8 Como pudemos perceber até o momento, com a evolução do homem, foi se transformando também o seu modo de vida e a sua maneira de se comunicar. Desde a pré-história até os dias de hoje. O homem desenvolveu diversas habilidades ao longo dos anos. Contudo, muito antes disso, ele já utilizava diversas formas de interagir. Desenvolveu linguagens que atendessem aos seus anseios e a arte é uma das ferramentas encontradas por ele para desempenhar este papel. No entanto, com o passar dos anos, a arte também foi adquirindo outros conceitos e funções, mas isso veremos mais adiante. Depois de viajar para a pré-história por meio da arte, conheceremos um pouco sobre a Idade Antiga ou Antiguidade que compreende de (1 mil a.C. a 450 d.C.). Aprenderemos sobre a arte da Mesopotâmia, chamada de berço da civilização, no oriente médio, onde se encontra hoje o Iraque. Até aqui entendemos que a civilização passou a evoluir a partir do momento em que o homem se tornou sedentário, ou seja, deixou de ser nômade, e, com isso, fixou sua moradia em locais onde pudesse se desenvolver. A partir daí manifestaram diversas habilidades, dentre elas a arte. A arte produzida na Antiguidade era mais rica em detalhes e deu um salto vertiginoso no desenvolvimento das técnicas em relação à pré-história. Este período é marcado pela criação da escrita. Neste período podemos destacar a produção de cerâmicas, estatuetas, joias, construções de templos, palácios e pirâmides. Na Mesopotâmia, podemos destacar as artes Suméria, Assíria, Babilônica e Persa. Depois temos a arte Grega, Egeia, Celta, Fenícia e Grega (FARTHING, 2010). Veremos, a seguir, exemplos da arquitetura e escrita da Antiguidade: A evolução da arquitetura foi um grande marco na Antiguidade. Entre o começo e o final desta era também podemos ver o aprimoramento das técnicas. Como o material sobre isso é muito vasto, não temos como explorar todos eles. Desta forma, veremos um exemplo de construção do início desta era e um mais ao final da idade Antiga. A seguir, na Figura 8, podemos ver uma das primeiras O que é arte? Como percebemos a arte pode ser definida como um conjunto de habilidades de expressões humanas capaz de transmitir uma informação, uma ideia, uma representação, uma sensação. A arte tem a ver com a cultura de um povo, podendo variar de acordo com a época em que se vive. Por meio da arte os historiadores podem descobrir como era a vida e os costumes dos nossos antepassados, pois ela representa também os costumes da sociedade. NOTA TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE 9 construções que se tem registro e ainda bem preservada, localizada no Irã. Já na Figura 9, veremos como, no final da Antiguidade, as construções já eram mais aprimoradas, na Grécia. FIGURA 8 – UM DOS ZIGURATES MAIS PRESERVADOS DO MUNDO, NO IRÃ FONTE: < https://cutt.ly/FuAWsR4>. Acesso em: 30 abr. 2020. Os chamados Zigurates são construções da Antiguidade criadas pelos sumérios, babilônios e assírios, na Mesopotâmia. Historiadores revelam que essas edificações em forma de pirâmides eram templos religiosos. NOTA Até aqui entendemos que a civilização passou a evoluir a partir do momento em que o homem se tornou sedentário, ou seja, deixou de ser nômade, e, com isso, fixou sua moradia em locais onde pudesse se desenvolver. FIGURA 9 – PARTENON, TEMPLO DEDICADO À DEUSA ATENA, GRÉCIA FONTE: <https://cutt.ly/TuANDbp>. Acesso em: 30 abr. 2020. UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 10 FIGURA 10 – REGISTRO DE ESCRITA CUNEIFORME EM PEDRA FONTE: <https://cutt.ly/guA0b3w>. Acesso em: 30 abr. 2020. O que é escrita cuneiforme? É um tipo de escrita feita com um objeto em formato de cunha, geralmente em barro, cerâmica ou pedra. Esse tipo de escrita foi criada pelos sumérios e a partir daí a escrita se expandiu em outras regiões da Mesopotâmia. NOTA O que é papiro? O papiro é considerado o precursor do papel, criado pelos egípcios. Esse povo desenvolveu uma técnica utilizando uma planta chamada Cyperus papyrus. A descoberta do papiro popularizou a escrita, a comunicação e o conhecimento (DICIONÁRIO MICHAELIS, 2019). NOTA FIGURA 11 – ESCRITA EGIPCIA EM PAPIRO FONTE: <https://cutt.ly/duA39jV>. Acesso em: 30 abr. 2020. TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE 11 A história dos primórdios da escrita é fascinante e repleta de curiosidades. Para saber mais sobre este assunto selecionamos um vídeo para você complementar seus estudos. Para acessar o vídeo História da Escrita – do papiro ao computador, acesse: https:// artigosecronicas.com.br/sem-categoria/historia-da-escrita-do-papiro-ao-computador-video/. DICAS 3 PERÍODOS DA HISTÓRIA DA ARTE A arte na Idade Média, que vai da Antiguidade até o Século XV, também é conhecida como Arte Medieval e tem no seu centro a religião. A arte deste período tinha a intenção de difundir a religião e aproximar os fiéis da igreja. Se destacam nesta época alguns estilos como a Arte Bizantina, Islâmica, Germânica, Românica, Gótica e a Renascentista. Nesta época, a música, a literatura, o teatro, a arquitetura e a dança também evoluíram muito e sofreram grandes modificações (FARTHING, 2010). FIGURA 12 – ARTE DO IMPÉRIO BIZANTINO REPRESENTANDO O CRISTIANISMO FONTE: <https://cutt.ly/RuA7gQ1>. Acesso em: 30 abr. 2020. Você sabia que existem muitos museus do mundo que possuem obras dos séculos passados e que realizam passeios virtuais? Neste link: https://canaldoensino.com.br/ blog/50-museus-virtuais-para-voce-visitar você pode conhecer 50 museus sem sair de casa. DICAS Um grande marco na Idade Média foi o desenvolvimento da literatura. Surgiram grandes escritores e diversos estilos. Os tipos de literatura sofreram um tipo de divisão. Entenderemos como funcionava: a “literatura empenhada” UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 12 servia de instrumento de estudo como as obras religiosas, os hinos e os livros didáticos; a semi-empenhada, difundia a poesia alegórica e o teatro cômico; e a “literatura de ficção” eram os poemas épicos, sagas e os romances de aventura. Nesta época, as trovas, os jograis, os textos literários e a música andavam juntas, no entanto, com o tempo elas foram tomando caminhos diferentes. Os trovadores cederam lugar aos poetas. O trovador ou o troveiro “corresponde a forma literária de execução culta, palaciana, popular e burguesa” (SPINA, 1997, p. 27). A revolução poética operada por Guilhaume de Machaut consistiu no seguinte postulado: o ritmo poético deve sobrepor-se ao ritmo melódico. Baseado neste novo princípio, Guilhaume de Machaut renova visceralmente a métrica francesa enriquecendo-lhe as fontes expressivas e conduzindo-as para um acentuado virtuosismo técnico. Proclamada a superioridade e a anterioridade da letra em relação à melodia musical, surge então o Poeta e a fase do trocador e do troveiro entra em declínio. Há agora uma especialização de funções: o poeta compõe a letra, ficando a cargo do músico a melodia. A poesia deixa de ser cantada para se tornar cantável (SPINA, 1997, p. 29). No período Renascentista houve grandes transformações na cultura, na sociedade, na economia, na política e na religião, e também teve um grande impacto na ciência, na arte e na filosofia. Pesquisadores acreditam que estamos vivendo um segundo período da Renascença, com o advento da internet (DELUMEAU, 1994). NOTA Ainda na Idade Média podemos observar o crescimento da Filosofia. Sócrates é considerado o pai da Filosofia e viveu na Grécia entre (469 a 399 a.C.). A partir de então surgiram muitos filósofos e gêneros filosóficos como a epistemologia, a filosofia da ciência, a ética, lógica, metafísica e filosofia da arte ou da estética. No próximo tópico, nos aprofundaremos sobre a estética. Para avançarmos nos nossos estudos, entraremos na Idade Moderna que compreende o período entre o final do Século XV até o Século XVIII, também chamada de Era dos Descobrimentos. Período marcado pelas expedições marítimas, descobrimento do Brasil, Revolução Francesa, Reforma da Igreja Católica. Todas essas mudanças vividas na sociedade, que compreende desde o final da Idade Média e durante toda a Idade Moderna, fizeram com que o homem acreditasse que estava diante de novos tempos, e denominaram esse período de Renascimento. Dentro desse movimento que foi mais intenso no ramo artístico, cultural e científico, o homem foi considerado como centro do mundo. O conceito realista, que veio com o Renascimento, teve início na Itália e depois se expandiu por toda a Europa e outras regiões do mundo. A natureza TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE 13 como obra de Deus, também deveria ser estudada pela ciência. Existia um grande apelo e incentivo para que o homem se desapegasse da igreja e se voltasse a inteligência humana, aos estudos, às descobertas e à criação. Nas artes, na busca pelo realismo, houve o desenvolvimento de técnicas com a profundidade e a perspectiva, na tentativa de imitar a realidade por meio da descrição e detalhes dos objetos, pessoas, natureza, dentre outros (NONELL, 1980). A seguir, na Figura 13, trouxemos a obra Colheita de Feno, do artista francês Jean François Millet, considerado um dos principais artistas do realismo europeu. Na obra, o artista retrata a vida dos trabalhadores do campo, onde explora os detalhes da cena fielmente. Neste exemplo, podemos observar como o pintor tenta mostrar o efeito visual da perspectiva e da profundidade na imagem. FIGURA 13 – COLHEITA DE FENO – JEAN FRANÇOIS MILLETF FONTE: Hodge (2009, p. 109) Durante toda a Idade Moderna surgiram muitos estilos artísticos e muitos novos artistas, nos mais variados campos, não só na pintura, mas também na escultura, arquitetura, música e literatura. No entanto, não nos aprofundaremos neste assunto para este livro. Mostraremos, a seguir, algumas importantes obras de arte que ficaram marcadas na história das artes plásticas. Na Figura 14 temos o quadro da Mona lisa ou A Gioconda (1503 a 1506) pintado por Leonardo da Vinci, na Itália. A obra chama a atenção pela expressão enigmática, não se sabe ao certo se a pessoa retratada está rindo ou apenas introspectiva. A obra está exposta no Museu do Louvre, em Paris, França. Farthing (2010, p. 177) diz que a “apesar de ser a pintura mais famosa do mundo, muito pouco se sabe sobre esta mulher de sorriso enigmático [...]. A vasta paisagem atrás da modelo acrescenta uma profundidade enorme à pintura”. UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 14 FIGURA 14 – MONA LISA OU A GIOCONDA (1503-1506) FONTE - <https://cutt.ly/BuSrOfr>. Acesso em: 30 abr. 2020. Na Figura 15 podemos ver a famosa escultura Pietà (1499), de Michelangelo. A obra representa Jesus morto nos braços de sua mãe e está exposta na Basílica de São Pedro, no Vaticano, na Itália. A obra impressiona pela riqueza de detalhes. FIGURA 15 – PIETA, MICHELANDELOFONTE: <https://cutt.ly/8uSuiCp>. Acesso em: 30 abr. 2020. Entre os Séculos XVII e XVIII podemos ver o crescimento da arte barroca. O movimento deu origem às obras que dessem mais vazão ao sentimento humano e menos ao lado racional. Neste estilo prevaleceu a luminosidade e os contrastes. Na Figura 16 temos a obra de estilo Barroco A Assunção da Virgem Maria, do romano Peter Paul Rubens. A obra pode ser vista na Catedral de Nossa Senhora, na Bélgica. TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE 15 FIGURA 16 – OBRA DE PETER PAUL RUBENS FONTE: <https://cutt.ly/MuSiAIW>. Acesso em: 30 abr. 2020. Já no final da Idade Moderna, e no início do Século XX, surgiram muitas tendências artísticas como o Cubismo, o Futurismo, o Fauvismo, o Surrealismo, o Abstracionismo e o Dadaísmo. Na segunda metade do Século XX, temos o início da Arte Contemporânea, também chamada de Arte Pós-Moderna ou Pós-Guerra. De acordo com Barroso (2018), com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, as pessoas buscaram novos caminhos, inclusive na arte. Nesse período, surgiram muitos movimentos artísticos com estilos diferenciados e técnicas inovadoras, apresentando uma maneira diferente de construir a arte, na qual os estilos se libertaram dos padrões políticos e religiosos, iniciando livres e espontâneas formas de expressão. Nascia, então, a Arte Contemporânea e o termo vanguarda, relacionado à nova arte [...]. A Vanguarda indica tudo que há de original, avançado e atual. Podemos dizer que a Arte Contemporânea é um conjunto de diferentes movimentos, estilos, vanguardas, técnicas e que faz uso de inúmeros tipos de materiais, criando obras de arte desde as mais simples, até as mais complexas. [...] temos como características da Arte Contemporânea: a originalidade nas criações; as criações de obras de arte sem interferências de religião ou entidades governamentais; a liberdade para inovar no momento da criação; o uso de novas técnicas para criar as obras; a utilização das cores com total liberdade; a utilização dos mais variados materiais para compor as obras de arte; a maior interação entre obra de arte e o público; a aproximação da arte com as classes sociais menos favorecidas; a mistura de diversos estilos artísticos na mesma obra; o uso de sistemas mecânicos e elétricos em algumas produções artísticas (BARROSO, 2018, p, 195-196). Ainda de acordo Barroso (2018), dentro da Arte Contemporânea surgiram diversos movimentos, como: UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 16 • Arte conceitual: movimento artístico iniciado na Europa e nos Estados Unidos durante a década de 1970, que foi uma reação ao formalismo da arte. • Arte cinética: corrente das artes plásticas que explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos, ilusão de óptica ou truques de posicionamento de peças. • Action painting (ou gestualismo): técnica de pintura surgida em Nova Iorque na década de 1940 que visava à observação do gesto pictórico na obra. • Arte povera (ou arte pobre): movimento surgido na década de 1960 na Itália e que propunha a utilização de materiais inúteis, simples, como sucatas (metal, pedra, areia, madeira, trapos etc.). • Expressionismo abstrato: movimento da pintura norte-americana desenvolvido a partir da década de 1940 que trazia uma nova tendência de caráter simbólico e expressivo. • Body art (arte do corpo): manifestação das artes visuais em que até o corpo do próprio artista pode ser utilizado como suporte ou meio de expressão, surgiu no final da década de 1960. • Hiper-realismo: gênero de pintura e escultura que tem um efeito semelhante ao da fotografia de alta resolução e surgiu nos Estados Unidos e na Europa no final da década de 1960. • Minimalismo: corrente artística que só utiliza elementos mínimos e básicos. • Neoconcretismo: movimento artístico surgido no Brasil no final da década de 1950, que tem a preocupação de buscar novos caminhos, dizendo que a arte não é um mero objeto, pois tem sensibilidade, expressividade, subjetividade, indo muito além do mero geometrismo. • Land art: corrente artística surgida no final da década de 1960, que se utilizava do meio ambiente, de espaços e recursos naturais para realizar suas obras. • Street art (ou arte urbana): designa uma arte encontrada nos meios urbanos, seja por meio de intervenções, performances artísticas, grafite, dentre outras. • Pop art: movimento que tem como temática a sociedade de consumo e utiliza, além de símbolos e estereótipos da comunicação de massa, objetos dessa sociedade, muitas vezes fisicamente incorporados ao trabalho. Vimos, então, que a Arte Contemporânea é marcada pelas expressões e técnicas inovadoras e, que de certa forma, faz uma ruptura com a Arte Moderna. Apresenta maior liberdade aos artistas tanto para produzir como na utilização de materiais diferentes. É um período que traz um novo contexto artístico, com novas ideias que, muitas vezes, são mais valorizadas do que a obra em si. E é neste contexto que surge a Arte Pós-Moderna, também chamada de Pós-Modernismo ou Pós-Modernidade. Na avaliação de Santos (1997, p. 42) podemos observar as principais diferenças entre a Arte Moderna e a Arte Pós-Moderna. Arte Moderna • Cultura elevada • Estetização • Interpretação • Obra/originalidade TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE 17 • Forma/abstração • Hermetismo • Conhecimento superior • Oposição ao público • Crítica cultural • Afirmação da arte Arte Pós-Moderna • Banalização do cotidiano • Antiarte • Desestetização • Processo/pastiche • Conteúdo/configuração • Fácil compreensão • Jogo com arte • Participação do público • Comentário cômico/social • Desvalorização obra/autor Para exemplificar a arte do Pós-Modernismo podemos destacar um movimento artístico importante, que foi o Pop Art. De acordo com Farthing (2010), a palavra Pop foi utilizada no meio artístico pela primeira vez em 1956, em um quadro de Richard Hamilton, que estava em exposição em Londres, na Galeria Whitechapel. O conceito surgiu de um grupo de artistas chamado grupo independente. Os artistas se reuniam para debater assuntos voltados à arte, à cultura, ao capitalismo e à sociedade de consumo. Essa arte popular cresceu rapidamente no mundo artístico e passou também a fazer parte do mundo tecnológico e midiático. O estilo deixou um grande legado, sendo utilizado até os dias de hoje no Design e na Publicidade. FIGURA 17 – POP ART, OBRA DE RICHARD HAMILTON FONTE: Farthing (2010, p. 484) UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 18 De acordo do Farthing (2010, p. 485), o aparecimento da Pop Art como um fenômeno “artístico e midiático onipresente nos dos continentes do Atlântico, aconteceu no começo da década de 1960. Nos EUA, em 1962 foi o ano crucial com as primeiras exposições de futuros expoentes. [...] a lata de Sopa de Campbell foi recebida com incompreensão pelos críticos de arte”. FIGURA 18 – LATAS DE SOPAS DE CAMPBELL, 1962 FONTE: Farthing (2010, p. 484) Em 2008, a Fundação Joaquim Nabuco produziu um documentário intitulado Quem tem medo da arte contemporânea?, em que relata a visão de vários artistas sobre a arte, que pode ser assistido acessando o link: https://www.youtube.com/ watch?v=qpctlrIoenQ. DICAS Como observamos, a história da arte está organizada por períodos, não que tenhamos que ter em mente que um período se encerra para que outro comece. O homem desde a pré-história vem evoluindo, se transformando, e com isso a sociedade também vai criando novas formas de se manifestar. A arte é apenas uma das formas em que o homem utiliza para se expressar e, em cada um dos períodos, há necessidade de mudanças, alterando inclusive o próprio conceito de arte. Conhecer a história da arte é de suma importância para podermos entender o próprio homem e seu mundo. As manifestações artísticas produzidas pelo homem desde os tempos remotos até os dias de hoje sempre tiveram um significado e um sentido estético. A arte em todo o tempo teve a intenção de comunicar algo ou alguma coisaa alguém. TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE 19 4 HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL A história da arte no Brasil iniciou-se como em qualquer parte do mundo, com os primeiros registros de manifestações artísticas, as inscrições rupestres. Existem inúmeros registros em praticamente todo território nacional. Depois temos a arte do período colonial com inspiração na Arte Barroca, em que podemos citar o artista Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Ele foi o mais importante escultor, entalhador, pintor e arquiteto do Brasil no período colonial. Na figura a seguir, podemos ver uma das suas obras, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto, Minas Gerais. FIGURA 19 – ARTE BARROCA, DE ALEIJADINHO FONTE: <https://cutt.ly/guSg7SD> . Acesso em: 30 abr. 2020. O Aleijadinho (1738-1814) foi escultor, entalhador e arquiteto, um dos mais importantes artistas do Século XIX, durante o Brasil colonial. Se tornou artista ainda criança observando seu pai, um escultor de imagens religiosas. Suas obras em estilo Barroco estão presentes em construções religiosas de várias cidades mineiras. Conheça sua história no site eBiografia, no link: www.ebiografia.com/aleijadinho. DICAS É importante destacar um momento que se tornou grande marco na história da arte no Brasil, a Semana de Arte Moderna, que ocorreu de 11 a 16 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, anunciando que o modernismo tinha chegado ao país. Os artistas queriam mostrar novas formas de expressão, mas havia uma mistura de opiniões entre quem defendia a arte e a estética conservadora e os que desejavam uma renovação. A Semana de 22, como também ficou conhecida, foi um ato cultural que eclodiu discussões sobre a necessidade de transformação no mundo artístico que já vinha ocorrendo desde 1910 (ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL, 2019). UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 20 Durante toda a semana foram apresentados concertos, conferências, exposições de artistas plásticos, arquitetos, desenhistas, músicos e escritores. Muitos ainda queriam defender os antigos valores estéticos, conforme podemos ver na declaração do poeta brasileiro Mário de Andrade, na obra Paulicéia Desvairada: Belo da arte: arbitrário convencional, transitório – questão de moda. Belo da natureza: imutável, objetivo, natural – tem a eternidade que a natureza tiver. Arte não consegue reproduzir natureza, nem este é seu fim. Todos os grandes artistas, ora conscientes (Rafael das Madonas, Rodin de Balzac, Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do Braz Cubas) ora inconscientes (a grande maioria) foram deformadores da natureza. Donde infiro que o belo artístico será tanto mais artístico, tanto mais subjetivo quanto mais se afastar do belo natural. Outros infiram o que quiserem. Pouco me importa (ANDRADE, 1922, p. 64). A profissionalização das artes no Brasil teve início em 1890, com a implantação da primeira escola a Academia Imperial de Belas Artes, fundada no Rio de Janeiro, e que foi incorporada pela Universidade do Brasil, atualmente Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1937, mudando o nome para Escola de Belas Artes. O Século XX no Brasil também foi marcado pelo surgimento de muitos artistas nas mais diversas áreas como a literatura, a arquitetura, o design, a pintura, a escultura, o teatro e a música. Iremos trazer aqui alguns exemplos, pois não temos como abordar todos neste livro. Tarsila do Amaral (1886-1973) foi uma das mais importantes artistas brasileiras, nascida em São Paulo, participou do movimento modernista de 1922. Assim como Tarsila, a grande maioria dos pintores deste século tentou romper as barreiras com o passado, criando estilos próprios e inéditos. Suas obras eram voltadas a retratar o Brasil e o homem rural. FIGURA 20 – IBAPORU. PINTURA ÓLEO SOBRE TELA (1923) FONTE: <https://cutt.ly/buSjqh9>. Acesso em: 30 abr. 2020. TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE 21 FIGURA 21 – CATEDRAL DE BRASÍLIA (1970) FONTE: <https://cutt.ly/EuSj0v3>. Acesso em: 30 abr. 2020. Na Figura 21, está a Catedral de Brasília, projetada pelo arquiteto Carioca Oscar Niemeyer (1907-2012). Niemeyer é considerado um dos mais importantes profissionais do desenvolvimento da arquitetura moderna no Brasil. Cursou a Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro, conquistando o diploma de engenheiro e arquiteto. Acima podemos ver um dos projetos arquitetônicos do artista, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, em Brasília, sendo considerado o primeiro monumento da cidade. Já no Século XXI, podemos citar o artista Vicente José de Oliveira Muniz, conhecido como Vik Muniz. Ele é conhecido pela sua personalidade inovadora no uso de materiais e mídias para expor a sua arte. Para realizar as suas obras, Vik já utilizou lixo, material de demolição, açúcar, chocolate, gel para cabelo, dentre outros materiais. Em 2010, lançou o documentário Lixo Extraordinário, com catadores de lixo de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. FIGURA 22 – OBRA DE VIK MUNIZ COM CATADORES DE LIXO FONTE: <https://cutt.ly/ruSliax>. Acesso em: 10 out 2019 UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 22 A partir do Século XX, o mundo pode ver grandes descobertas e avanços tecnológicos como a televisão, o computador, a energia nuclear, a exploração espacial, a fibra óptica, a internet e muitas outras. Saiba mais sobre este assunto na matéria da revista Super Interessante: Veja 20 grandes invenções e avanços tecnológicos do Século XX, no link: https://super.abril.com.br/galeria/veja-20-grandes-invencoes-e-avancos- tecnologicos-do-seculo-xx/ DICAS 5 ERA DIGITAL O homem sempre utilizou a técnica para realizar coisas do cotidiano. Desde a pré-história o ser humano aprendeu a criar diversas técnicas, a princípio para a sua própria subsistência como acender o fogo friccionando gravetos, esculpir ferramentas para caçar, técnicas de plantação, dentre outras. Este hábito nunca mudou, pois, o ser humano é inventivo e desbravador por natureza. Com técnicas cada vez mais avançadas criamos as máquinas e a tecnologia passou a fazer parte da vida das pessoas. No Século XIX, ocorreu a grande revolução industrial com a invenção da eletricidade. No Século XX, o grande acontecimento que mudou o cotidiano das pessoas foi o surgimento da televisão, da comunicação de massa, das propagandas, da novela e do cinema que podia ser assistido na telinha de casa. Mas, foi no Século XXI que vimos o grande boom acontecer com o surgimento das tecnologias do mundo digital. Ela passou a fazer parte da indústria, da escola, da vida de todos os seres humanos. As máquinas de escrever deram lugar aos computadores, que ganharam mais funções interativas. O mundo passou de off-line para on-line em poucos anos e a palavra virtual se tornou usual e a fazer parte do dia a dia das pessoas. No mundo on-line se ganhou velocidade e capacidade de armazenamento dos arquivos, primeiro em disquete, depois em CD, depois em pen drive, HD e, por último, surgiu a nuvem. Com isso, mudanças também ocorrem na área da comunicação, da fotografia, da publicidade e das artes, principalmente com a chegada de novos softwares que puderam proporcionar inovações tecnológicas nestas áreas. Neste contexto, as artes, de um modo geral, também ganharam novos formatos e novos artistas. A arte digital, conceito que surgiu a partir do uso ambiente virtual para realizá-la, está ganhando espaço. Ela é relativamente nova no mundo, e muitas outros artistas estão surgindo neste espaço. É considerada um segmento da arte contemporânea e que ganhou força a partir do movimento do Modernismo que iniciou um século antes. A seguir, podemos ver a bandeira do Brasil, em estilo surrealista, produzida em ilustração gráfica. A obra é de Jean Campos e Patrícia Palma. TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE 23 FIGURA 23 – BANDEIRA DO BRASIL EM ILUSTRAÇÃO GRÁFICA FONTE: <https://cutt.ly/KuSzLJx>. Acesso em: 30 abr. 2020. A arte e a tecnologia criaram uma sinergia entre elas.E, a partir daí, surgiram muitos artistas contemporâneos que estão transformando o modo de expressar a arte. Você quer saber mais da Arte Digital? Conheça 15 artistas que usam a criatividade e a tecnologia para se expressar, no site Hypeness, no link: https://www.hypeness.com.br/2016/09/15- artistas-que-usando-a-criatividade-e-a-tecnologia-provam-que-na-arte-nem-o-ceu-e-um- limite/. Ainda sobre a Arte Digital indicamos o livro Art Pocket: Arte Digital, de Wolf Lieser. DICAS Importante frisar que toda arte reflete uma imagem. Para Santaella (2014), independente do nível de complexidade ou astúcia da imagem é a ela que se deve a sua existência como duplicadora e multiplicadora de mundos. Não se trata de réplica de coisas visíveis fora da imagem, mas de algo menos óbvio: Os modos pelos quais as imagens vão povoando o mundo de outros mundos, ou seja, aqueles que a imagem cria, recria, reproduz, emula, simula e multiplica. À realidade, as imagens aderem, criando e transmutando modos de ver. Longe de serem meros reflexos ou espelhos da realidade, as imagens são acréscimos, excedentes, adensando a complexidade do real. [...] há imagens que se pretendem completas, sonham com a completude. Antes do advento da fotografia, que colocou na face dos nossos olhos a incompletude de quaisquer representações, a maior parte das imagens pictóricas, com exceção dos artistas antecipadores, buscava dar expressão a uma cena no orgulho de sua inteireza. O mundo, vasto mundo atrás, dos lados e à frente de si, submergia nas sombras da insignificância, pois a imagem detinha o poder de conceder pleno significado à realidade. [...] por mais ficcional que a imagem possa ser, ela aninha, no seu seio, marcas do espaço e do tempo. Não há como ocultar ou disfarçar os traços de época dos motivos representados e dos contextos para os quais eles apontam. Isso fica mais explícito nas imagens figurativas, ou seja, aquelas que sugerem, indicam ou designam objetos ou situações existentes sempre marcadas por uma historicidade que lhes é própria (SANTAELLA, 2014, p. 16). UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 24 Agora que já estudamos os principais períodos da história da arte, entendemos que toda arte reflete uma imagem, e que essa imagem pode ter diversas interpretações, podemos avançar em nosso conhecimento e ir adiante. No próximo tópico, entenderemos qual é a relação da arte com a estética. Quem são os filósofos precursores deste estudo e porque a estética é tão debatida até hoje. Tentaremos entender também qual a sua relação com as artes visuais. 25 Neste tópico, você aprendeu que: • O desejo de se comunicar, de registrar o seu dia a dia, a sua cultura, vem acompanhando o ser humano desde os tempos mais remotos. • Os historiadores dividiram as épocas em uma espécie de linha do tempo da humanidade. • As primeiras manifestações artísticas que se tem registro ocorreram na pré- história que teve início há cerca de 2,5 milhões (a.C.), nos períodos Paleolítico, Mesolítico e o Neolítico. • Ainda na pré-história, na idade dos metais, o homem passou a utilizar o cobre, o bronze e o ferro para produzir utensílios de cozinha, objetos artísticos e joias. • Na idade Antiga que compreende de (1 mil a.C. a 450 d.C.) o homem fixou morada e com isso passou a deixar mais registros da sua cultura, além da arte também passou a registrar as coisas de forma escrita. • Nesta época houve grande avanço na arquitetura com a construção de casas, castelos e templos religiosos. • A arte na Idade Média, que vai até o Século XV, tem no seu centro a religião. Os variados estilos artísticos ressaltaram Jesus Cristo, os santos, os anjos, sempre enaltecendo a própria igreja e a fé. • A arte na Idade Moderna foi revolucionária. O período entre o final do Século XV até o Século XVIII também foi chamado de Era dos Descobrimentos, foi marcado pelas expedições marítimas, descobrimento do Brasil, Revolução Francesa e reforma da Igreja Católica. • Na Idade Moderna houve uma ruptura com as artes ligadas à religião e importantes movimentos foram criados como o Renascimento. Dentro deste movimento artístico, cultural científica, o homem foi considerado como centro do mundo. • A arte na Idade Contemporânea, também chamada de Arte Pós-Moderna ou Pós-Guerra, buscou caminhos que quebrassem os vínculos com as artes dos séculos anteriores. Surgiram muitos movimentos artísticos que quebraram com antigos conceitos e regras. RESUMO DO TÓPICO 1 26 • Foi na Idade Contemporânea que aconteceu o início de uma nova era, em que surgiram técnicas inovadoras, artísticas e diferentes estilos, mais livres e com maior expressão particular do artista. Também foi uma época em que ocorreu maior popularização da arte, o que propiciou mais interação das pessoas como mundo artístico e, com isso, aproximou mais a arte com todas as classes sociais. • Alguns movimentos ficaram mais conhecidos com o Pop Art. No Brasil se destacou a arte Barroca. Já no Século XX houve grande avanço nas obras arquitetônicas. Aqui também devemos destacar a Arte Digital que vem mudando o campo na arte com a utilização da tecnologia. • Toda arte reflete uma imagem e toda a imagem pode ser a representação de algo, de alguém de um comportamento, ou seja, a imagem tenta reproduz o próprio mundo. 27 1 O campo da arte vem passando por transformações desde a sua descoberta até o mundo atual. Na Idade Contemporânea podemos perceber que a relação com o artista e com as pessoas também se transformou, tornando a arte mais livre de padrões e conceitos antigos. Baseado nisso, diga quais figuras a seguir pertencem à Contemporaneidade. 1 2 FONTE: <https://cutt.ly/9uSUAAy>. Acesso em: 30 abr. 2020. FONTE: <https://cutt.ly/xuAmr4R>. Acesso em: 30 abr. 2020. 3 4 FONTE: <https://cutt.ly/TuANDbp>. Acesso em: 30 abr. 2020. FONTE: <https://cutt.ly/EuSj0v3>. Acesso em: 30 abr. 2020. 5 6 FONTE: <https://cutt.ly/ruSliax>. Acesso em: 30 abr. 2020. FONTE: <https://cutt.ly/KuSzLJx>. Acesso em: 30 abr. 2020. AUTOATIVIDADE 28 Assinale V (verdadeira) e F (falsa) nas seguintes sentenças: ( ) A exemplo das Figuras 1 e 2, na idade contemporânea a arte valoriza mais as mulheres e os animais e por isso ela está se expandindo no mundo. ( ) Nas Figuras 3 e 4 vemos duas obras arquitetônicas. É correto afirmar que independente do período da história a arquitetura é a base da arte contemporânea. ( ) Nas Figuras 4 e 5 vemos duas obras realizadas durante a Idade Moderna. Elas são verdadeiros marcos na história e são precursoras de um estilo de arte que rompe com os séculos anteriores. ( ) Nas Figuras 5 e 6 vemos duas obras que marcam a Idade Contemporânea. Uma do artista Vik Muniz que utiliza matérias recicláveis para fazer o quadro, enquanto a imagem da bandeira foi produzida em arte digital por Jean Campos e Patrícia Palma. As duas obras não poderiam ser imaginadas há séculos atrás. ( ) O Pop Art é movimento que tem como temática a sociedade de consumo e utiliza, além de símbolos e estereótipos da comunicação de massa, objetos dessa sociedade, muitas vezes fisicamente incorporados ao trabalho. Agora, marque a sequência CORRETA: a) ( ) V, V, F, V, F. b) ( ) F, V, F, V, F. c) ( ) F, F, F, V, V. d) ( ) V, F, V, F, V. e) ( ) V, V, V, V, F. 2 As imagens a seguir são construções da Idade Antiga ou Antiguidade (1 mil a.C. a 450 d.C.). As figuras a seguir são: um Zigurate, uma das primeiras construções que se tem registro e ainda bem preservada, localizada no Irã e o templo Partenon, na Grécia. Sobre este período da história e sobre estas imagens podemos afirmar que: FIGURA – ZIGURATE DO INÍCIO DA INDADE ANTIGA, IRÃ FONTE - https://cutt.ly/FuAWsR4. Acesso em 3 de abr. 2020 FIGURA – PARTENON, TEMPLO DEDICADO À DEUSA ATENA, GRÉCIA FONTE - https://cutt.ly/FuAWsR4. Acesso em 3 de abr. 2020 29 Assinale V (verdadeira) e F (falsa) nas sentenças a seguir: ( ) Entre o começo e o final da Idade Antiga houve um grandeaprimoramento das técnicas de arquitetura. ( ) A evolução dos métodos de construção foi um grande marco na Antiguidade e um grande salto para a história da arquitetura. ( ) A partir do momento que o homem deixou de ser nômade e fixou sua moradia em locais onde pudesse se desenvolver, houve necessidade de se construir espaços maiores para acolher as pessoas. ( ) As construções modernas seguem os mesmos métodos da arquitetura da Idade Média. ( ) As construções da Antiguidade eram feitas de pedras, cimento, gesso e água. Marque a sequência correta: a) ( ) F, V, V, V, F b) ( ) V, V, V, F, F c) ( ) V, V, F, F, V d) ( ) V, V, F, V, V 3 Santaella (2014) afirma que independentemente do nível de complexidade ou astúcia da imagem é a ela que se deve a sua existência como duplicadora e multiplicadora de mundos. De sequência ao pensamento da autora e assinale a seguir somente as alternativas corretas. I- Os modos pelos quais as imagens povoam o mundo de outros mundos são aquelas que criam, recriam, reproduzem, emulam, simulam e multiplicam. II- As imagens criam e transmutam os modos de ver, são acréscimos, excedentes, adensando a complexidade do real. III- Antes do advento da fotografia, que colocou na face dos nossos olhos a incompletude de quaisquer representações, a maior parte das imagens pictóricas, com exceção dos artistas antecipadores, buscava dar expressão a uma cena. IV- Por mais ficcional que a imagem possa ser, ela aninha, no seu seio, marcas do espaço e do tempo. V- A imagem oculta e disfarçar os traços de época dos motivos representados. Ela esconde a realidade dos fatos. Escolha uma das sequências a seguir: a) ( ) I, III, V. b) ( ) I, II, IV, V. c) ( ) II, III, V. d) ( ) I, II, III, IV. c) ( ) I, IV, V. 30 31 TÓPICO 2 PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, entenderemos um pouco mais sobre a história da arte, no contexto da estética. Para iniciarmos, compreenderemos o que significa a etimologia desta palavra. Estética (aisthésis) vem do grego e quer dizer sensibilidade, sensível, aquilo que se percebe, que é perceptível. De acordo com o dicionário Michaelis (2019), estética é parte da filosofia que trata do belo, do sensível e do fenômeno artístico. Conforme Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762), filósofo alemão que cunhou o termo estética, trata-se da ciência das faculdades sensitivas que consiste na apreensão da beleza e das formas artísticas. Segundo o kantismo, é o estudo dos julgamentos estéticos por parte dos seres humanos ao afirmarem que determinado objeto, artístico ou natural, desperta um sentimento universal de beleza. Harmonia das formas, das cores, dos costumes etc. Como pudemos observar na descrição do dicionário, a estética é a ciência que estuda a beleza na arte, a ciência do conhecimento sensível. Por meio desta filosofia da arte, podemos perceber os valores estéticos que ela produz para cada indivíduo. Uma obra de arte tem em si o poder da criação, cada uma tem sua forma, suas cores, a intenção e a emoção do artista. Neste tópico, refletiremos as noções da estética, do belo, do feio, e que parâmetros sociais utilizamos para fazer estes julgamentos. Na antiguidade, a palavra estética estava ligada ao belo, ao bom, a verdade e a ética. Foi na modernidade que a estética passou a ser estudada como ciência no campo da filosofia e também foi vinculada ao conceito de belo e feio nas artes plásticas. Inúmeros filósofos tentaram criar uma Teoria Estética, no entanto, sempre houve divergências de conceitos entre os pensadores. É preciso distinguir aqui o conceito acadêmico e filosófico de estética, com o que se diz comumente sobre estética na atualidade. No Século XXI, a palavra estética está mais ligada à beleza, à harmonia do corpo, à moda e aos padrões. Nesta ótica, existem cursos de estética ligados a tratamentos de beleza, à saúde e UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 32 ao rejuvenescimento. Também é comum vemos propagandas nos mais variados veículos de comunicação que falam de tratamentos estéticos, sempre ligando à beleza a um padrão cultural de imagem. Por vezes, a palavra estética está sendo usada neste contexto no nosso dia a dia. Por isso é importante termos clareza de que a estética tratada aqui tem um cunho filosófico ligado à arte. A seguir, conheceremos um pouco do pensamos de alguns dos principais filósofos da Modernidade, sobre estética na arte. 2 A ESTÉTICA E A ARTE A origem grega da palavra estética nos mostra de onde ela teve início. Seu surgimento foi dentro da filosofia com o estudo dos conceitos do bom e do belo. Os gregos acreditavam que a beleza estava ligada aos valores morais. De acordo com Lacoste (1986), a filosofia da arte teve início com debates de Platão e Sócrates. Na Idade Moderna foram muitos filósofos que se debruçaram no estudo da estética. Veremos resumidamente o que pensavam alguns dos principais filósofos. A palavra estética foi difundida pelo alemão Baumgarten em 1750, no livro Aestheticd. Ele acreditava que são objeto da arte as “representações confusas, mas claras, isto é, sensíveis, mas perfeitas, enquanto são objeto do conhecimento racional as representações distintas” (ABBAGNANO, 2007, p. 367). Para Baumgarten, a estética era uma “doutrina do conhecimento sensível”. Alguns autores defendem que ele foi o fundador da estética como disciplina escolar. Para ele, o estudo do belo é entendido como a perfeição do conhecimento sensível, mas um conhecimento apenas racional. Ainda no campo dos estudos filosóficos da estética temos o filósofo inglês Immanuel Kant, que se tornou uma referência no mundo acadêmico. Para Kant, são belos os pássaros, as flores e a natureza, já a arte provém de técnica e se denomina um artefato, ou seja, um produto criado a partir de uma intenção e não um objeto criado para ser belo. “A obra deve sua forma a um fim que é pensado antes que essa obra seja realizada” (LACOSTE, 1986, p. 24). O autor ainda nos mostra a solução que Kant apresentou para a questão do julgamento estético de uma obra de arte. A solução que Kant encontrará na crítica da faculdade de julgar reflexiva para o enigma que a beleza e a organização sistemática dos seres vivos representam terá duas fontes diferentes: a primeira é interna e provém do sistema kantiano; a outra é de ordem histórica e consubstancia-se na questão da estética no século XVIII. Vejamos, em primeiro lugar, a influência do sistema. Kant divide o espírito em três faculdades irredutíveis (1789, p. 76; 1790, p. 26): a) a faculdade de conhecer (como entendimento, a razão e a faculdade de julgar; b) uma “faculdade” menos espontânea, mais receptiva, o “sentimento” de prazer e de aflição, o qual corresponde a um recrudescimento TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA 33 ou a uma redução das “forças vitais”. (Como “afeto”, a consciência descobre a união da alma e do corpo.) Enfim, c) a faculdade de desejar (denominada “vontade” quando pode ser determinada por conceitos) (LACOSTE, 1986, p. 24). Além dos estudos de Kant no campo da estética, podemos citar Georg W. F. Hegel, o filósofo alemão de suma importância para a estética. Hegel concorda com as teorias de Kant, no entanto, discorda em alguns pontos. Para o filósofo, atingir o belo é um ideal (ele abordou este tema dentro da sua teoria do idealismo absoluto). Defende a ideia de que as coisas reais são determinadas por ideias universais anteriores e que elas podem ir mudando conforme a sociedade e o homem também mudam. No campo das artes, o filósofo acredita que as obras produzidas pelo homem revelavam uma grandeza espiritual. Em seu livro O belo na arte, Hegel diz: Vamos agora considerar as relações que existem entre o universo sensível e a obra de arte objetiva, por um lado, e, por outro lado, o sensível e a subjetividade do artista ou até do gênio. É uma questão essencial. Entretanto não podemos ainda falar do sensível tal como se extraido conceito da obra de arte, e não transporemos, provisoriamente, o domínio das reflexões exteriores. Convém desde já observar, quanto às relações entre o sensível e a obra de arte como tal, que se oferece a nossa intuição ou representação sensível, exterior ou interior, do mesmo modo que a natureza exterior ou a nossa própria natureza interior. Até o discurso se dirige à representação do sensível. Mas o sensível existe essencialmente para o espírito, que tem de encontrar na matéria sensível uma origem de satisfação (HEGEL, 1996, p. 160). Para o autor, o sensível está ligado à intuição do ser humano que, quanto mais sensibilidade tiver maior é a sua dimensão profunda que se relaciona ao espírito absoluto. “Só é espírito absoluto quando é reconhecido como tal. Como esse é o ponto de vista da arte, considerada na mais alta e verídica dignidade, logo aparece evidente que a arte se situa no mesmo plano da religião e da filosofia” (HEGEL, 1980, p. 161). Nas discussões acerca da arte durante a Modernidade, não podemos deixar de falar de Walter Benjamin. Assim como Hegel, ele também entendia que a arte era alvo de contemplação, ligado ao religioso, e ao espiritual. O filósofo tem uma importante contribuição com o livro Obra de Arte na Época de sua Reprodutibilidade Técnica, originalmente publicado em 1936. Benjamin defende que toda produção de arte é circundada por uma “aura”, e que essa aura mostra a sua singularidade, uma ideia de um objeto para ser cultuado, que deve ser autêntico, original. No entanto, defende que a partir do momento que uma obra de arte passa a ser reproduzida para que todos possam vê-la, ela perde a aura. Citamos também o filósofo Alemão Theodor Adorno como igualmente importante pensador do campo da estética. Uma das suas teses é que a arte não precisa de uma intenção. O sentido quem dá é o observador. As obras de mais elevado nível formal, desprovidas de sentido ou a ele alheias, são, pois, mais que simplesmente absurdas, porque o seu sentido cresce na negação do sentido. A obra que nega rigorosamente o sentido está obrigada, por tal lógica à mesma coerência e unidade, UNIDADE 1 | A ARTE E A ESTÉTICA 34 que outrora devia presentificar o sentido. As obras de arte, mesmo contra a sua vontade, tornam-se contextos de sentido ao negarem o sentido (ADORNO, 1970, p. 176). Trouxemos aqui quatro importantes pensadores do campo da estética, no entanto, foram muitos os estudiosos sobre o assunto. Mesmo sendo um tema muito debatido, há séculos, nunca existiu um conceito único de estética. O debate continua até os dias de hoje. A seguir, falaremos um pouco sobre a estética na arte. Para quem deseja se aprofundar no estudo da Filosofia da Arte ou da Estética é importante conhecer também as ideias do pensador irlandês Edmond Burke, em seu livro Investigação filosófica sobre a origem de nossas ideias do Sublime e do Belo, e os artigos do francês Roger de Piles. DICAS Tentar entender o mundo mediante a arte ou tentar entender o homem por intermédio de suas obras é uma prática antiga. Como já vimos nos tópicos anteriores, o ser humano sempre tentou representar o meio em que vive através da arte. Mas foi a partir do Século XVIII que as dúvidas sobre o que significa a arte e as questões estéticas relacionadas a ela surgiram. Questões como quem pode determinar o valor estético de uma obra de arte ou em que as pessoas se baseiam para julgar um trabalho artístico, sempre ficaram sem respostas concretas, pois nunca se chegou a um consenso sobre o conceito de estética. “De todos os ramos da filosofia, a estética é a que parece possuir o menor grau de uniformidade entre os autores, oscilando entre a dignificação da beleza natural ou artística, entre o aspecto conceitual ou sensível [...]” (FREITAS, 2008, p. 9). O caráter expressivo da arte também significa que as possibilidades de ver, contemplar e fruir que a arte realiza, as novas aberturas para o mundo que ela revela, quando expressas na obra, estão à disposição de qualquer um que tenha condições de entender a obra. A expressão é, por natureza, sua comunicação. A capacidade de julgar as obras de arte de certo estilo chama-se gosto, e o gosto tende a difundir-se e a tornar- se uniforme em determinados períodos ou em determinados grupos de indivíduos. Mas, sem dúvida, as possibilidades comunicativas de uma obra de arte bem realizada são praticamente ilimitadas e também relativamente independentes do gosto dominante. Isso significa que nem todos verão a mesma coisa numa obra de arte, ou que nem todos vão fruí-la do mesmo modo. As respostas individuais diante dela podem ser inumeráveis e apresentar ou não uniformidade de gostos. Mas o importante não é essa uniformidade, mas a possibilidade que se abre a novas interpretações, a novos modos de fruir a obra. Aqueles que fruem uma mesma obra de arte (p. ex., os ouvintes de Beethoven) não são como os membros de uma seita ou os adeptos de uma mesma crença. Constituem, todavia, uma comunidade vinculada por um interesse comum e aberta no tempo e no espaço (FONTES, 2007, p. 374). TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ESTÉTICA 35 3 NOÇÕES DO BELO Durante a Idade Média, o belo estava ligado ao bom. No Renascimento, estava vinculado também à ética e à concepção subjetiva. Hobbes (2003) apud Abbagnano (2007, p. 108) diz: “o homem chama de bom o objeto de seu apetite ou de seu desejo, de mau o objeto de seu ódio ou de sua aversão, de vil o objeto de seu desprezo. As palavras ‘bom’, ‘mau’, ‘vil’ são sempre entendidas em relação a quem as emprega [...]” (ABBAGNANO, 2007, p. 108). Para Hegel (1996), existia uma diferença entre o belo natural e o belo artístico. É comum falarmos de um belo céu, de uma bela cor, mas não se sabe a razão de assim qualificar. A beleza realizada pela arte seria inferior à da natureza da maioria das opiniões, e o seu mérito estaria em se aproximar da beleza natural. Todavia, neste caso, onde ficaria a estética, a ciência do belo? No entanto, é por meio do espírito superior que se concebe a arte, e, por isso, o belo artístico seria superior ao belo natural. “Tudo que vem do espírito é superior ao que vem da natureza” (HEGEL, 1996, p. 4). O autor ainda diz que a arte sempre foi instrumento de conscientização de ideias e, por meio dela, o homem pode entender a cultura dos povos desde a antiguidade. A arte sempre foi objeto de representação. O belo ideal seria então a perfeita harmonia entre a forma e o conteúdo. Para o filósofo, o belo é a aparição sensível da ideia, contudo, beleza e verdade são a mesma coisa, só que na verdade podemos ver manifestações universais e no belo temos manifestações sensíveis. Já para Kant, segundo Lacoste (1986), a obra de arte é um artefato, o produto de uma intenção e não o objeto criado para ser belo. Para o filósofo, o ato de julgar se algo é belo é uma faculdade particular e reflexiva. Essa faculdade de julgar reflexivamente distinta vem do simples “bom senso”. Já o gosto é o ato de julgar o belo. A qualidade do julgamento do gosto provém de, ao julgar algo belo, sentir uma satisfação desinteressada, porque se relaciona com algo que existe em nós, algum sentimento vital do prazer ou do sofrimento. Ou seja, o gosto é um julgamento estético e não lógico. No julgamento, o sujeito diz como foi afetado pelo objeto e percebe que existe um prazer, uma satisfação ligada à representação do objeto. A partir do que lemos até o momento, percebemos que o julgamento do que pode ser considerado belo ou feio no mundo das artes, para os filósofos, pode variar de conceito. Entendemos o que motiva o julgamento de uma obra pode, também, variar de acordo com a cultura de um povo e com o período da história. Desta forma, é importante compreendermos que não existe um ou outro pensador correto nas suas elucidações, e sim com pontos de vista diferentes ou complementares. Acreditamos que tudo que foi dito até hoje sobre o belo serve como um conjunto de informações
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