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CENTRO UNIVERSITÁRIO- UNIPLAN LAGARTO LUCIANE LOPES DE SOUZA FATORES RELACIONADOS À ÁGUA, À ENERGIA E AO AR QUE INTERFEREM NO MEIO AMBIENTE E NA SAÚDE HUMANA Resumo do livro saúde ambiental e vigilância sanitária, capítulo 5 LAGARTO - SE 2021 LUCIANE LOPES DE SOUZA FATORES RELACIONADOS À ÁGUA, À ENERGIA E AO AR QUE INTERFEREM NO MEIO AMBIENTE E NA SAÚDE HUMANA Resumo do livro saúde ambiental e vigilância sanitária, capítulo 5 Resumo apresentado do livro Saúde Ambiental e Vigilância Sanitária, da Unidade II, das págs. 33 a 61, da disciplina Saúde Ambiental e Vigilância Sanitária, do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Uniplan - Lagarto. Prof.ª Cátia Santos. LAGARTO – SE 2021 RESUMO Compreender que o território vai além das propriedades geofísicas e que diversos motivos, como mudanças climáticas, uso abusivo de recursos naturais, forma de organização das grandes cidades, produção e consumo de energia, descarte de resíduos de forma inadequada, má utilização do solo, uso de agrotóxicos, falta de planejamento dos grandes centros das cidades, poluição visual, sonora e do ar, falta de processos de reciclagem dos resíduos e tantos outros, contribuem para o desencadeamento da doença, podemos começar a construir alternativas para todos esses fatores a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Para isso, é extremamente importante os setores: a Vigilância Sanitária, a Vigilância Epidemiológica e a Saúde do Trabalhador. O uso da ideia do Canadá, na década de 80, em criar um termo da “Cidade Saudável” é interessante, já que, até hoje ainda é utilizado. Considerando que precisaremos ser uma comunidade forte, solidária e constituída de bases de justiça social, tendo grande participação da população nas ações e decisões no âmbito da saúde para qualidade da água e do ar, no consumo, nas fontes de energia e no estilo de vida. Haja vista que a água, a energia e o ar são fatores determinantes para a sobrevivência, a manutenção adequada desses elementos é essencial para a qualidade de vida do indivíduo e da comunidade. Falaremos da água, segundo pesquisa do IBGE (2018), a qual apontou que cerca de 99,4% dos 5.531 municípios brasileiros apresentam abastecimento de água por rede geral, sendo que o Sudeste, desde o ano 2000, é a única região do País que possui, em todos os seus municípios, rede de abastecimento de água. A água para o abastecimento público é uma crescente preocupação para a humanidade, tanto em qualidade como em quantidade. Podemos dizer que a disponibilidade do nosso mais valioso recurso hídrico se encaixa em um estado de alerta máximo, uma vez que, o abastecimento de água para a crescente taxa populacional e o desenvolvimento de atividades econômicas somente são possíveis pela coleta de recursos hídricos de mananciais, que são reservas hídricas, fontes de água doce para o abastecimento público, doméstico, industrial e comercial que podem ser encontrados na superfície (córregos, rios, lagoas, ribeirões, reservatórios e represas) ou em camadas subterrâneas (lençóis freáticos, poços rasos ou profundos, galerias e aproveitamento de nascentes). A porcentagem de água no organismo humano é de aproximadamente 70% em um indivíduo adulto pesando 70 kg. Em alguns seres marinhos, como as medusas, essa porcentagem é de aproximadamente 95%, o que indica a importância dessa substância para todos os seres vivos. A água possui diversas propriedades e características que são: térmica (calor específico); densidade; viscosidade e tensão superficial; dissolução. A avaliação da qualidade de um copo de água destinado à captação (utilização dessa água pelo ser humano) deve ser realizada de forma integrada, considerando o conjunto de informações de caráter físico, químico e biológico. Vale ressaltar que a água deve ser incolor, insípida e inodora. Para facilitar a compreensão dos aspectos relacionados com água, meio ambiente e saúde humana veremos os movimentos contínuos da água que são: • os raios solares aquecem os oceanos e os continentes; • o vapor de água se condensa, formando as nuvens; • nas nuvens carregadas de vapor de água, ocorre precipitação, constitutivo que cai em forma de chuva, granizo ou neve e atinge o solo, os rios, os mares e o oceano; • parte da água da chuva se infiltra no solo, formando os aquíferos subterrâneos, outra parte escoa pela superfície e chega aos rios, lagos e oceanos, finalizando o ciclo. Considerando todos esses aspectos, é natural que exista uma preocupação por parte das autoridades com a qualidade dessa fonte de vida das pessoas. Diversas conferências internacionais realizadas em prol do meio ambiente e da saúde humana abordaram a questão da água e de sua qualidade como um parâmetro para a qualidade de vida dos seres humanos. Em setembro de 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas definiu novos objetivos e novas metas para serem seguidas até 2030. A implementação do objetivo 6, que fala sobre assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos procura assegurar o acesso igualitário, condições dignas de abastecimento de água potável e a oportunidade de ter esgotamento sanitário, melhorando o patamar de saúde pública da população. (ONUBR, 2016). No conjunto de metas do objetivo 6, podemos destacar: • o acesso universal e equitativo à água potável e segura para todos, bem como acesso a saneamento e higiene; • a redução pela metade da proporção de águas residuais não tratadas, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos; • a proteção e restauração de ecossistemas relacionados com a água doce, incluindo montanhas, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos. Apesar de toda abundância desse recurso no planeta, existem muitos locais com escassez hídrica que exerce um grande impacto social e econômico e afeta diretamente a saúde e sobrevivência humana. A seca causada por efeito climático ou ação humana de impacto ambiental, como a desertificação de áreas degradadas e a estiagem, que é um período de baixa pluviosidade, são fatores envolvidos direta e indiretamente com a precariedade das condições de saúde, deixando a população vulnerável e carente, contribuindo para a desnutrição, pobreza e ocorrência de surtos de doenças infectocontagiosas. Para a saúde, os efeitos podem exercer um resultado direto através das doenças gastrintestinais ou um efeito indireto, em longo prazo, por meio da desnutrição. O ar seco favorece a ocorrência de queimadas naturais e de doenças respiratórias devido à quantidade de poeira no ar. Além disso, conforme a Resolução nº 357 do Conama (2005), as águas doces, salinas e salobras dentro do território nacional devem ser classificadas segundo o padrão de qualidade da água. As águas doces são divididas em 5 classes (especial, 1, 2, 3 e 4), determinadas pelo grau de tratamento necessário para seu uso de forma prioritária ao abastecimento humano. Considerando as águas destinadas ao abastecimento e ao consumo humano, teremos as seguintes divisões: • classe especial: águas que necessitam apenas de tratamento de desinfecção; • classe 1: águas que necessitam de um tratamento simplificado; • classe 2: águas que necessitam de um tratamento convencional; • classe 3: águas que necessitam de tratamento convencional ou avançado para consumo humano, mas que sem ele também podem ser destinadas à recreação de contato secundário; • classe 4: águas que não serviriam para consumo, mas que podem ser destinadas à navegação. Embora exista a tecnologia para o tratamento da água destinada ao consumo humano, ela se torna mais dispendiosa à medida que a população cresce sem planejamento e infraestruturaurbana, pois, na maioria dos casos, a taxa de implantação de rede de coleta e tratamento de esgotos não acompanha a taxa de crescimento urbano. Assim, quando ela chegar nas casas será utilizada para consumo e outras atividades, como banhos, limpeza, lavagem de carros e calçadas, piscinas e caixas d’água, entre outras. As águas coletadas contendo esgotos, lixo, substâncias poluentes ou contaminantes são destinadas a uma nova e diferenciada estação de tratamento, denominada estação de tratamento de esgoto (ETE). Considerando todos esses aspectos, as doenças de veiculação hídrica são extremamente preocupantes e consideradas problemas de saúde pública. Elas têm a água como a principal fonte de agentes infecciosos, sendo que alguns patógenos têm seu ciclo de vida total na água. Existem ainda aqueles que desenvolvem seu ciclo em um hospedeiro (um inseto) e esse necessita de água em seu ciclo biológico. É importante ainda ressaltar que algumas doenças podem ter origem hídrica, mas sendo derivadas da alta concentração de algum componente químico. Um exemplo é o saturnismo, provocado pelo excesso de chumbo na água (KOBIYAMA; MOTA; CORSEUIL, 2008). As estações de tratamento de esgoto reúnem uma grande concentração de contaminantes, mas nem todas elas são conhecidas ou monitoradas pela legislação vigente. Entre essas substâncias, estão alguns compostos químicos capazes de alterar o sistema hormonal de animais e de seres humanos. Eles são designados como desreguladores endócrinos e não são totalmente removidos pelos tratamentos convencionais de água ou esgoto. Entre os desreguladores endócrinos já identificados, podemos citar o BPA, uma substância da classe dos bisfenóis, que imita a ação de estrógenos. Esse composto é largamente utilizado na fabricação de plásticos e produtos dentários e se acumula no tecido adiposo, o que pode levar o organismo à obesidade. Uma outra substância já identificada são os ftalatos utilizados na produção de plásticos, brinquedos e cosméticos que podem afetar o sistema reprodutivo (PONTELLI; NUNES; OLIVEIRA, 2016). Contudo, muitas doenças não estão associadas somente à ingestão de água contaminada propriamente dita, pois são determinadas por um tempo de incubação da doença que acontece por dias ou semanas. O primeiro grupo tem as doenças transmitidas pela ingestão de água contaminada. Seguem as principais doenças: • cólera (agente etiológico: bactéria Vibrio cholerae; • febre tifoide (agente etiológico: bactéria Salmonella typhi; • hepatite A (agente etiológico: vírus da hepatite); • amebíase (agente etiológico: protozoário Entamoeba histolytica) pode levar ao óbito. O segundo grupo de doenças apresenta aquelas transmitidas pela falta de limpeza e higienização, associadas ao abastecimento insuficiente de água. Dentre elas, estão as doenças infecciosas na pele e nos olhos (tracoma) e as verminoses, causadas por parasitas intestinais. Seguem alguns tipos de doenças parasitárias: • ascaridíase (agente etiológico: Ascaris lumbricoides); • ancilostomíase (agente etiológico: Ancylostoma duodenale); • conjuntivite bacteriana (agente etiológico: Haemophilus aegyptius); • tracoma (agente etiológico: Chlamydia trachomatis); • pediculose (agente etiológico: Pediculus humanus): conhecido como piolho; • escabiose (agente etiológico: Sarcoptes scabiei): conhecida como sarna. No terceiro grupo, destacamos as doenças associadas à água: • malária (agentes etiológicos: Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum); • dengue, zika e chikungunya (agentes etiológicos: Aedes aegypti e Aedes albopictus); • febre amarela (agentes etiológicos: Aedes aegypti e Haemagogus janthinomys); • filariose (agente etiológico: Wuchereria bancrofti): conhecida como elefantíase. O quarto grupo é formado por doenças associadas à água, as quais são transmitidas por insetos (vetores) que se relacionam com ela. São exemplos: • esquistossomose (agente etiológico: Schistosoma mansoni); • leptospirose (agente etiológico: Leptospira interrogans). Algumas espécies de algas produzem substâncias tóxicas, enquanto outras podem alterar o odor e o sabor da água. Outro fator que contribui para a degradação do meio ambiente é a forma e o tipo de energia que utilizamos, padrões de consumo de energia da população são baseados na utilização de fontes de energia não renováveis, como as fósseis (petróleo, carvão e gás) e as nucleares (radiação), que possuem efeitos sobre a camada de ozônio e causam impacto direto na vida das pessoas. No Brasil, a história da energia nuclear se iniciou em 1930 com o intuito único e exclusivo de pesquisar a respeito do tema. A primeira vez que a energia nuclear foi utilizada no Brasil foi para o uso biomédico, por meio da criação e utilização de radioisótopos para exames clínicos, em 1950. Em 1959 foram produzidos os radiofármacos. Contudo, ainda nos dias atuais, existe resistência por parte da população na criação de usinas radioativas, como uma possível fonte de energia. REFERÊNCIAS SILVA, Olívia, & FIGUEIREDO, Cláudia. Fatores relacionados à água, à energia e ao ar que interferem no meio ambiente e na saúde humana. In: SILVA, Olívia, & FIGUEIREDO, Cláudia. Saúde Ambiental e Vigilância Sanitária. São Paulo: [s.n.], 2016. p. 33-61. Disponível em: <http://www.unipvirtual.com.br/avauniplan/course/view.php?id=1607>. Acesso em 24 maio. 2021.
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