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Homem, 30 anos Quadro Clínico Exame Físico Uropatia Obstrutiva Um homem branco de 30 anos chega ao serviço de emergência queixando-se de aparecimento súbito de distensão abdominal por presença de gases e lombalgia esquerda. Ele relata que estava dormindo confortavelmente, mas foi acordado pelo aparecimento repentino de uma dor forte e constante, que irradiava do dorso para o abdome e descia em direção ao escroto. Agora, ele não consegue encontrar uma posição confortável e se sente melhor quando caminha. O paciente admite ter hematúria ocasional e afirma que nunca sentiu uma dor como essa. Ele não apresenta outros problemas médicos significativos. Ao exame físico, o paciente está diaforético e apresenta sofrimento moderado. Sua pressão arterial está em 128/76 mmHg, a frequência cardíaca é de 90 bpm, a temperatura é 37,4°C e sua frequência respiratória é de 28 rpm. O exame cardiovascular revelou uma taquicardia sem murmúrios. O exame pulmonar resultou limpo à ausculta. O exame abdominal demonstrou ruídos hidroaéreos normais, bem como ausência de distensão abdominal e de sensibilidade junto ao ângulo costovertebral esquerdo. Uma amostra de jato intermediário de urina apresentou hematúria macroscópica e uma radiografia mostra presença de cálculos no ureter esquerdo. Aparecimento súbito de distensão abdominal por presença de gases e lombalgia esquerda relata que estava dormindo confortavelmente, mas foi acordado pelo aparecimento repentino de uma dor forte e constante, que irradiava do dorso para o abdome e descia em direção ao escroto. Agora, ele não consegue encontrar uma posição confortável e se sente melhor quando caminha. O paciente admite ter hematúria ocasional e afirma que nunca sentiu uma dor como essa. Ele não apresenta outros problemas médicos significativos. Diaforético e apresenta sofrimento moderado PA: 128/76 mmHg FC: 90 bpm Temperatura: 37,4°C FR: 28 irpm O exame cardiovascular revelou uma taquicardia sem murmúrios. O exame pulmonar resultou limpo à ausculta. O exame abdominal demonstrou ruídos hidroaéreos normais, bem como ausência de distensão abdominal e de sensibilidade junto ao ângulo costovertebral esquerdo. Uma amostra de jato intermediário de urina apresentou hematúria macroscópica e uma radiografia mostra presença de cálculos no ureter esquerdo. Definição: Bloqueio do fluxo urinário, que pode afetar um ou ambos os rins, dependendo do nível da obstrução. Caso apenas um rim seja afetado, o débito urinário pode estar inalterado e a creatinina sérica pode ser normal. Quando a função renal é afetada, a doença é denominada nefropatia obstrutiva. Epidemiologia: Os homens têm uma probabilidade 2 vezes maior de serem afetados do que as mulheres, e há uma prevalência maior nas populações brancas em comparação com as populações hispânicas, asiáticas e afro-americanas.A idade de pico de incidência é observada em adultos de 40 a 50 anos. Os cálculos são mais comuns em climas quentes e secos. Em grupos de idade avançada, a obstrução urinária é comum em homens devido a hiperplasia prostática benigna ou neoplasia maligna. Etiologia : Todas elas envolvem a interrupção do fluxo urinário pelo bloqueio ou estreitamento de alguma parte do trato urinário. Mais comum: nefrolitíase, hiperplasia prostática benigna, câncer de próstata e tumores vesicais. Menos comum: obstrução da junção ureteropélvica, cistocele, hérnia vesical para o interior do canal inguinal, lesão iatrogênica durante cirurgia ginecológica e malignidade pélvica. Fisiopatologia: Uropatia obstrutiva, independentemente da causa específica, pode acarretar pressão retrógrada renal ao impedir o fluxo urinário. Isso pode resultar na diminuição do fluxo sanguíneo renal, taxa de filtração glomerular reduzida e up- regulation do sistema renina-angiotensina. Por sua vez, isso pode causar atrofia e apoptose dos túbulos renais e fibrose intersticial com infiltração dos espaços intersticiais por macrófagos. Essas alterações podem causar a diminuição da reabsorção de solutos e água, incapacidade de concentração da urina e excreção deficiente de hidrogênio e potássio. Classificações: Uropatia obstrutiva pode ser classificada no início como aguda ou crônica, afetando um ou ambos os lados: • Unilateral aguda • Bilateral aguda • Unilateral crônica • Bilateral crônica. Essa classificação ajuda a delinear a causa da obstrução. Casos unilaterais são mais comumente causados por distúrbios renais, ureterais, retroperitoneais ou de porções da bexiga. Casos bilaterais geralmente são decorrentes de distúrbios vesicais, da próstata e da uretra ou de malignidades pélvicas. Menos comumente, casos bilaterais decorrentes de ocorrência simultânea de causas unilaterais de obstrução nos dois lados Tembém podemos classificá-las como extrínseca ou intrínseca ao trato urinário. Causas extrínsecas incluem massas retroperitoneais e câncer oriundo de órgãos adjacentes. Causas intrínsecas incluem cálculos renais, tumores e hiperplasia prostática benigna. Diagnóstico: baseia-se no reconhecimento de diferentes tipos de apresentação. Apresentações agudas são frequentemente dolorosas (por exemplo, retenção urinária ou urolitíase). As apresentações crônicas podem ser mais insidiosas e, se forem unilaterais, o paciente poderá apresentar creatinina e produção de urina normais. A abordagem diagnóstica baseia-se no reconhecimento da possibilidade de obstrução dentro do sistema urinário, na confirmação desta e na identificação do nível de obstrução e, por fim, da causa subjacente. No exame físico : - Sinais de disfunção orgânica precoce (taquipneia, taquicardia, hipotensão, estado mental alterado) em um paciente com suspeita de sepse. - Dor no flanco - Febre - Sintomas do trato urinário inferior - Abdome distendido/bexiga palpável - Incapacidade de urinar - Próstata aumentada ou nodular com consistência dura no exame retal - Sensibilidade no ângulo costovertebral - Hematúria - Estreitamento meatal Fatores de Risco: - Hiperplasia Prostática Benigna - Constipação - medicamentos (agentes anticolinérgicos, analgésicos narcóticos, agonistas alfa- receptores - Urolitíase - Lesão da medula espinhal, doença de Parkinson ou esclerose múltipla - Neoplasia maligna - Valvas Uretrais Posteriores - Estenose Meatal Exames: - Tira reagente para exame de urina - Ultrassonografia renal - Ureia e creatinina - Hemograma Completo - Pielograma por tomografia computadorizada (TC) - Pielograma intravenoso (urografia excretora) Exames que podem ser considerados: - Urocultura - Hemocultura - Tomografia computadorizada (TC) de abdome e pelve - Urografia por ressonância magnética - Renografia nuclear (cintilografia renal tripla/MAG3) - Cistouretrografia miccional - Ultrassonografia da bexiga - Antígeno prostático específico - marcadores tumorais (por exemplo, antígeno carcinoembriogênico [CEA] sérico, CA125) Diagnóstico Diferencial: - Cisto parapélvico - Hidronefrose da gestação - Hidronefrose da gestação - Apendicite - Distúrbios ginecológicos (por exemplo, torção ovariana, cisto) - Gravidez ectópica - Insuficiência renal - Obstrução intestinal Tratamento: Complicações: - Trauma uretral - Deslocamento ou oclusão de endoprótese ureteral - Diurese pós-obstrutiva - Sepse e choque séptico graves - Doença renal crônica Cefotaxima: 2 g por via intravenosa a cada 8 horas ou ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 24 horas Cetorolaco: 30 mg por via intramuscular em dose única ou sulfato de morfina: 2-4 mg por via intramuscular/intravenosa a cada 3-4 horas quando necessário Nefrostomia ou endoprótese ureteral associado a antibióticos. (Para obstrução unilateral ou bilateral com sinais de infecção) - Tentativa da expulsão com analgesia e reidratação (Para obstrução uni ou bilateral decorrente de cálculos sem sinais de infecção) - Associado a alfabloqueadores - Remoção ativa do cálculo Tansulosina: 0.4 mg por via oral uma vez ao dia ou alfuzosina: 10 mg por via oral uma vez ao dia Cálculo <10mm Cálculo > 10mm - Analgesia e reidratação - Associado a nefrostomia ouendoprótese ureteral ou remoção ativa do cálculo - stent ureteral ou nefrostomia - Tratamento específico de causa subjacente Cetorolaco: 30 mg por via intramuscular em dose única ou cetorolaco: 30 mg por via intramuscular em dose única
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