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Disc.: INVESTIGAÇÃO - INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E CRIMES DE COLARINHO BRANCO Aluno(a): Acertos: 10,0 de 10,0 31/08/2022 1a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 A interceptação telefônica é um importante meio de obtenção de prova, sendo frequentemente utilizada na investigação criminal ou na instrução processual penal. Sobre a interceptação telefônica, marque a alternativa correta. A quebra do sigilo telefônico pode ter como base, unicamente, denúncia anônima. É ilícita decisão judicial que autoriza a interceptação telefônica durante investigação iniciada para elucidar a prática dessa infração penal. É preciso que se ofereça ao investigado a oportunidade de se defender da alegada necessidade de se instaurar interceptação telefônica em seu desfavor. A interceptação apenas poderá ser determinada pelo juiz a requerimento do representante do Ministério Público. Uma de suas características é não ser a primeira opção a ser levada a cabo como meio de obtenção de prova no curso da investigação. Respondido em 03/09/2022 14:11:02 Explicação: O art. 2º, inciso II, da Lei nº 9.296/96 é claro ao determinar que a interceptação de comunicações telefônicas não é admitida quando a prova puder ser feita por outros meios disponíveis, do que se extrai o caráter subsidiário do aludido meio de obtenção de prova. Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. A jurisprudência do STF e do STJ é pacífica no sentido da ilegalidade da interceptação feita com base apenas numa "denúncia anônima" ou "delação apócrifa". A consulta ao investigado sobre a necessidade de realização da interceptação telefônica escapa da finalidade desse meio de obtenção de prova. 2a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 A interceptação telefônica e o direito ao sigilo das comunicações, ao longo dos anos, foi objeto de tratamento legal por diferentes diplomas legais. Sobre o tema, assinale a alternativa correta. A Lei nº 9.296/96 aplica-se tanto à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática quanto em telemática. A inviolabilidade do sigilo da correspondência somente teve assento constitucional a partir de 1988. De acordo com o Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei nº 4.117/62), o conhecimento dado ao juiz competente, mediante requisição ou intimação, constitui violação de telecomunicação. Nenhuma lei posterior à de nº 9.296/96 buscou regulamentar a temática da interceptação no âmbito da rede mundial de computadores. Antes de 1996, não era possível determinar uma interceptação telefônica, pois não existia lei específica que a regulamentasse. Respondido em 31/08/2022 14:44:08 Explicação: Trata-se de reprodução literal do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.296/96, que regulamentou a interceptação telefônica nos termos da Constituição Federal de 1988, e assegurou a aplicação da interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de telemática e de informática. A inviolabilidade do sigilo da correspondência já era prevista na Constituição de 1967. Para parte da literatura jurídica, apesar do silêncio constitucional, o art. 57, II, e do Código Brasileiro de Telecomunicações tornava admissível a realização da interceptação telefônica no país desde que esta fosse autorizada judicialmente. O Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14) ratifica o direito ao sigilo ao fluxo de comunicações e inova estabelecendo inviolabilidade e o sigilo dos dados armazenados. 3a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 A dignidade da pessoa humana, segundo a Constituição, corresponde à base do ordenamento jurídico brasileiro. Nesse sentido, pode-se afirmar que ela: Norteia a definição da competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. É um dos fundamentos da República. Se relaciona com os direitos fundamentais, mas não com o Direito Internacional dos Direitos Humanos. Constitui um dos objetivos fundamentais da República. É traduzida na noção de que todo o poder emana do povo. Respondido em 03/09/2022 14:07:43 Explicação: Segundo o art. 1º, inciso III, da Constituição Federal, a dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. A dignidade humana corresponde um valor intrínseco presente em cada ser humano que deve ser defendido e preservado pelo Estado, seja por meio do respeito à esfera de liberdade que cada indivíduo tem, seja a partir da promoção de condições de vida dignas. Direitos fundamentais representam um conjunto de direitos humanos, são ideias intrinsecamente ligadas. Os objetivos fundamentais da República estão previstos no art. 3o da Constituição Federal. 4a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 Banca: IDECAN. Órgão: Perícia Forense do Estado do Ceará (PEFOCE). Prova: Auxiliar de Perícia. Ano: 2021.A autoridade policial, em inquérito que investiga delito de tráfico de drogas, requer ao juiz competente a interceptação das comunicações telefônicas de Joel, o indiciado. Nessa hipótese, considerando que o fato investigado é punido com pena de reclusão e em atenção aos demais requisitos legais sobre o tema, assinale a alternativa correta. Havendo indícios razoáveis de autoria ou participação de Joel no delito investigado, e não sendo possível produzir a prova objetiva por outros meios senão o da interceptação telefônica, o juiz poderá decretar a medida. Havendo indícios razoáveis de autoria ou participação de Joel no delito investigado e restando configurada a imprescindibilidade da prova, o juiz poderá decretar a interceptação das comunicações telefônicas de Joel, estendendo-se tal medida a todas as pessoas mencionadas na investigação, pelo prazo de trinta dias, sem possibilidade de renovação. Para que o juiz decrete a interceptação das comunicações telefônicas de Joel, ele precisa ter certeza acerca da autoria ou da participação deste no delito investigado. O juiz poderá decretar a interceptação das comunicações telefônicas de Joel apenas fazendo menção aos motivos expostos pela autoridade policial em seu pedido, sem que seja necessário fundamentar sua decisão. O juiz poderá decretar a interceptação das comunicações telefônicas do indiciado se houver indícios razoáveis de autoria ou participação de Joel no delito investigado, mesmo que a prova que se pretende alcançar possa ser obtida de outra forma. Respondido em 03/09/2022 14:08:07 Explicação: Para se admitir a interceptação telefônica, nos moldes do que exige a Lei nº 9.296/96, não é necessário que fique demonstrada a certeza sobre autoria ou participação em infração penal, mas indícios razoáveis (inciso I, art. 2º), devendo estar clara a impossibilidade de a prova puder ser feita por outros meios disponíveis (inciso II, art. 2º), dado o caráter de ultima ratio da interceptação telefônica. A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. As demais alternativas, portanto, não estão corretas. 5a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 O direito ao sigilo das comunicações, expresso no inciso XII do art. 5º da Constituição da República, traz como regra que os indivíduos possuem a garantia de confidencialidade do conteúdo de suas comunicações, não devendo o Estado ou terceiros invadirem essa esfera de liberdade, que advém do direito fundamental à privacidade. A interceptação telefônica, portanto, é uma exceção e deve ser utilizada segundo as determinações legais. Analise os itens abaixo e, em seguida, assinale a alternativaque apresenta corretamente condições prejudiciais à possibilidade de instauração da interceptação telefônica. I. O fato investigado constituir infração punida com reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. II. Quando, embora a autoridade policial tenha sugerido a deflagração da interceptação telefônica, seria cabível a busca e apreensão. III. Quando, durante a investigação criminal, não ficou claro se o investigado participou da infração penal. IV. Processado por constrangimento ilegal, crime com pena de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa, o delegado de polícia competente requer o deferimento da interceptação telefônica. Apenas os itens III e IV estão corretos. Apenas os itens II, III e IV estão corretos. Apenas os itens I e III estão corretos. Apenas os itens II e IV estão corretos. Apenas os itens I e II estão corretos. Respondido em 03/09/2022 14:08:32 Explicação: Durante a investigação criminal ou em instrução processual penal em que se busque prova da autoria e materialidade de infração penal cuja pena é a de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, não há óbice para que o juiz, de ofício ou mediante provocação, admita a interceptação telefônica, na forma da lei. Isso porque a vedação constante no art. 2º, inciso III, da Lei nº 9.296/96 recai apenas para infrações penais punidas, no máximo, com pena de detenção, o que não é o caso trazido pela questão. Os itens II, III e IV trazem situações em que a interceptação telefônica não é autorizada. 6a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 Banca: FGV - PC AM - Investigador de Polícia Civil ¿ 2022. No curso de inquérito que apurava a prática do crime de corrupção passiva, previsto no Art. 317 do Código Penal, a autoridade policial representou pela interceptação das comunicações telefônicas do ramal de um indiciado. Demonstrada a imprescindibilidade da medida e indícios de autoria, houve autorização do juiz competente para a interceptação pelo prazo de 15 dias. Após a implementação, não houve pedido ou decisão sobre a renovação da escuta. Ocorre que a interceptação não foi interrompida no prazo e, no 16º dia, um diálogo revelou uma informação até então desconhecida da autoridade. Munido dessa informação, o delegado de polícia representou pela realização de buscas em um endereço onde, em cumprimento a mandado judicial, foram apreendidos documentos importantes à apuração do fato. Posteriormente, tais documentos instruíram denúncia ofertada pelo Ministério Público. Considerando os dados fornecidos pelo enunciado, indique a afirmativa correta. Os documentos não podem ser admitidos no processo, pois sua apreensão se deu de forma ilícita, já que apenas o Ministério Público poderia pleitear a busca. Os documentos devem ser admitidos no processo, pois derivaram de escuta lícita, decretada por juiz competente. Os documentos podem ser admitidos no processo, pois sua obtenção decorreu de descoberta inevitável. Os documentos devem ser admitidos no processo pois obtidos por fonte absolutamente independente. Os documentos não podem ser admitidos no processo, pois, de acordo com a teoria dos frutos da árvore envenenada, derivam de prova obtida por meios ilícitos. Respondido em 31/08/2022 10:27:58 Explicação: Aplicação da teoria dos frutos da árvore envenenada. A resposta para esta questão advém da teoria "fruits of the poisonous tree", ou, em português, a teoria dos frutos da árvore envenenada. Segundo esta teoria - absorvida no direito brasileiro, mas criada no direito norte americano - as provas derivadas das provas ilícitas devem ser compreendidas como sendo também sendo ilícitas. Isto porque, tal como uma árvore envenenada terá seus frutos contaminados com veneno, uma prova obtida de forma derivada de uma prova ilícita também se reveste de ilicitude. 7a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 A lei 12.850/13 prevê algumas hipóteses de majorantes e, de acordo com o art. 2o, parágrafo 4o, a pena será aumentada de 1/6 a 2/3. Analise os itens a seguir e assinale a alternativa que prevê corretamente hipóteses em que a pena será aumentada de 1/6 a 2/3: I - Se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal. II - Se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao território nacional. III - Se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes. IV - Se houver participação de criança (menor de 12 anos) ou adolescente (até 18 anos), afastando-se aqui a incidência do art. 244-B da Lei 8.069/90. V - Se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização. Apenas os itens II, IV e V estão certos. Apenas os itens I e III estão certos. Apenas os itens I, II e III estão certos. Apenas os itens I, II, III e IV estão certos. Apenas os itens I, III, IV e V estão certos. Respondido em 03/09/2022 14:16:42 Explicação: O item II não está correto pois, nos termos da lei, a causa de aumento ocorrerá se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior - e não ao território nacional. As demais alternativas correspondem a causas de aumento de pena previstas no referido dispositivo da Lei 12.850/13. 8a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 (CESPE - CGE/CE - Auditor de Controle Interno - 2019) A organização criminosa é um delito previsto na Lei 12.850/13. Sobre o crime, julgue os itens a seguir e assinale a alternativa correta. I Considera-se organização criminosa a associação composta por, pelo menos, três participantes que tenham por objetivo obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais. II Uma organização criminosa tem como característica elementar a estrutura ordenada e a divisão de tarefas. III A associação de pessoas com o fim de cometer infrações penais cujas penas cominadas forem inferiores a quatro anos será reconhecida como organização criminosa somente se pelo menos um de seus membros for servidor público. IV Para a consumação do crime de organização criminosa, é prescindível a prática de outros atos criminosos pela organização. Assinale a opção correta. Apenas os itens III e IV estão certos. Apenas o item I está certo. Apenas os itens I e III estão certos. Apenas o item II está certo. Apenas os itens II e IV estão certos. Respondido em 03/09/2022 14:21:18 Explicação: O art. 1º, parágrafo 1º, da Lei 12.850/13 prevê os requisitos legais para a configuração de uma organização criminosa, sendo certo que se pune a mera união estável e permanente para a prática dos delitos, independentemente de que estes venham realmente a serem praticados. A organização criminosa se configura pela associação de 4 ou mais pessoas, sendo certo que a lei não exige que pelo menos um de seus membros seja servidor público. 9a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 (2018 - Câmara de Salvador - BA - Analista Legislativo Municipal - ADAPTADA) Caio, funcionário da ouvidoria de determinado órgão público, no exercício de suas funções, é surpreendido por João, totalmente insatisfeito com a demora em seu atendimento. Quando chega a sua vez de ser atendido, João passa a afirmar, na frente de diversas pessoas, que Caio é um "incompetente", que "certamente teria retardo mental" e que explicaria suas necessidades "com bastante calma para que até uma pessoa como Caio pudesse entender". Caio, então, sentindo-se humilhado, informa o fato a Policiais Militares que faziam a segurança em frente ao órgão em que exercia suas funções. Considerando apenas as informações narradas, a conduta de João, de acordo com as previsões do Código Penal, configura: desacato. atipicidade. resistência. desobediência. corrupção ativa.Respondido em 03/09/2022 14:22:41 Explicação: No caso, as falas do autor visaram a humilhar, literalmente desacatar um funcionário público, em virtude do exercício desta função. Vale lembrar que o dispositivo do art. 331 do CP visa resguardar o respeito (e prestígio) da função pública, assegurando, o regular andamento das atividades administrativas, exatamente o que parece estar sendo violado no caso narrado. As demais alternativas não se aplicam. 10a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 (2019 - TJ-AL - Notário e Registrador - Remoção) A inserção de declaração falsa em documento público ou particular com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade de fato juridicamente relevante configura: crime de sonegação de documento. crime de falsidade Ideológica. Nenhuma das opções. crime de favorecimento pessoal. crime de falsidade material. Respondido em 03/09/2022 14:24:29 Explicação: Na falsidade ideológica, documento é materialmente verdadeiro, sendo falso apenas o conteúdo; conquanto na falsidade material há vício no próprio documento. Este é o motivo de o crime do enunciado não poder configurar a falsidade material. As demais alternativas não se aplicam.
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