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Disturbios do sono

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SONO NORMAL 
O sono é um dos mais importantes comportamentos 
humanos, sendo necessário para garantir o funcionamento 
adequado de cérebro, ocupando aproximadamente um 
terço da vida. 
O sono pode parecer um processo passivo, porém, costuma 
estar associado a um alto grau de ativação cerebral. 
ELETROFISIOLOGIA DO SONO 
O sono é composto por dois estados fisiológicos: 
1. Sono não REM 
Essa fase é considerada um estado hipoativo em relação a 
vigília, ou seja, as funções físicas são nitidamente menores 
do que na vigília → frequência cardíaca costuma baixar 5-10 
batidas por minuto, a respiração é afetada da mesma forma 
e a pressão arterial também tende a abaixar. Além disso, 
movimentos corporais episódicos e involuntários também 
estão presentes, raramente há ereções penianas nos 
homens e o fluxo sanguíneo para a maioria dos tecidos 
(incluindo o cerebral) é reduzido. 
Os sonhos nessa fase, em geral, são lúcidos e propositados 
É subdividido em estágios de 1-4 → Quando as pessoas são 
acordadas de 30 minutos a 1 hora após o início do sono, elas 
estão desorientadas, e seu pensamento é desorganizado. 
Essa desorganização durante o despertar dos estágios 3 ou 4 
pode resultar em problemas específicos, incluindo enurese, 
sonambulismo e pesadelos ou terrores noturnos do estágio 
4. 
2. Sono REM/paradoxal 
Cerca de 90 minutos após o início do sono, o não REM passa 
ao primeiro episódio REM da noite que é caracterizado por 
ser um tipo de sono que possui altos níveis de atividade 
cerebral e fisiológicas semelhantes aos da vigília → Pulso, 
respiração e PA elevados, fornecimento de oxigênio para o 
cérebro aumenta e a termorregulação fica alterada (uma 
condição pecilotérmica – estado em que a temperatura do 
animal varia com as alterações na temperatura do ambiente 
– é ativada), ou seja, o individuo possui uma incapacidade de 
responder a alterações na temperatura ambiente com 
tremores ou suores. 
Além disso, no estado REM é encontrado uma quase total 
paralisia dos músculos esqueléticos (posturais) – movimento 
corporal ausente. Nos homens, quase todo o período REM é 
acompanhado por ereções penianas parcial ou completa. 
Em relação a sonhos, nessa fase costumam ser abstratos e 
surreais 
O sono possui uma natureza cíclica: um periodo REM 
começa aproximadamente depois de 90-100 minutos 
durante a noite. O primeiro periodo REM costuma ser mais 
curto, durando 10 minutos; períodos REM posteriores 
costumam durar 15-40 minutos. 
Esses periodos de sono mudam ao longo da vida 
REGULAÇÃO DO SONO 
Acredita-se que não exista apenas um centro simples de 
controle do sono, mas um pequeno número de sistemas que 
se localizam no tronco encefálico e que se ativem e se 
inibem mutuamente. 
Merece destaque também o papel da serotonina na 
regulação do sono → A inibição da síntese de serotonina ou 
a destruição do núcleo de rafe dorsal do tronco cerebral, que 
contém quase todos os corpos serotonérgicos do cérebro, 
reduzem o sono por um período considerável. 
L-triptofano é um aminoácido precursores da serotonina → 
A ingestão de grandes quantidades dessa (1 a 15 g) reduz a 
latência do sono e o despertar noturno. No entanto, a 
deficiência dessa substância é associada com menos tempo 
de sono REM. 
A acetilcolina no cérebro está envolvida na produção do 
sono REM → Comparados com pessoas saudáveis, os 
pacientes que estão deprimidos apresentam latência 
encurtada de REM (60 minutos ou menos), uma 
porcentagem maior de sono REM e uma mudança na 
distribuição de REM da última metade à primeira metade da 
noite. 
A secreção de melatonina (hormônio regulador do ciclo 
circadiano) da glândula pineal é inibida por luz clara, então 
as concentrações séricas mais baixas de melatonina ocorrem 
durante o dia. Evidências mostram que a dopamina tem um 
efeito de alerta. Drogas que aumentam concentrações de 
dopamina no cérebro tendem a produzir excitação e vigília. 
Para aplicações clinicas, o sono é classificado em períodos 
de 30 segundos, com estágios definidos por três 
parâmetros: 
1. Eletrencefalograma (EEG) → Consiste em 
atividade rápida, aleatória e de baixa voltagem, 
com ondas de serrote 
2. Eletro-oculograma (EOG) → Registra os 
movimentos rápidos conjugados dos olhos que 
são a característica identificadora do estado do 
sono 
3. Eletromiograma (EM) → São registrados abaixo 
do queixo e registra uma redução marcante do 
tônus muscular 
FUNÇÕES DO SONO 
A maioria dos pesquisadores concorda que o sono exerce 
uma função homeostática restaurativa e parece ser 
essencial ao funcionamento normal da termorregulação e da 
conservação de energia. 
Como o sono não REM aumenta após o exercício e fome, 
esse estágio pode estar associado a satisfação de 
necessidades metabólicas. 
PRIVAÇÃO DE SONO 
A privação prolongada de sono pode levar o indivíduo a 
prejuízos físicos e cognitivos graves (desorganização do ego, 
alucinações e delírios), até mesmo a morte. 
Privar as pessoas do sono REM (acordando-as no inicio desse 
ciclo) aumenta o número de períodos REM e a quantidade 
de sono REM quando a pessoa pode dormir sem interrupção. 
Pacientes privados de REM podem exibir irritabilidade e 
letargia. 
NECESSIDADE DE SONO 
Algumas pessoas tem sono naturalmente curto, 
necessitando de menos de 6 horas de sono por noite para 
funcionar → Costumam ser eficientes, ambiciosas, 
socialmente adaptadas e satisfeitas. 
Pessoas com sono longo precisam de mais de 9 horas para 
dormir para funcionamento adequado → Apresentam mais 
períodos REM e mais movimentos rápidos dos olhos em cada 
período (densidade REM), tendendo a ser mais socialmente 
retraídas, deprimidas e ansiosas. 
A necessidade de sono aumenta com o trabalho físico, 
exercício, doença, gravidez, estresse mental geral e 
atividade mental aumentada. 
Sem pistas externas, o relógio natural do corpo segue um 
ciclo de 25 horas. A influência de fatores externos (como o 
ciclo dia-noite, rotinas diárias, períodos de refeição e outros 
sincronizadores externos) habitua a pessoa ao relógio de 24 
horas → Os adultos dormem uma ou duas vezes. Esse ritmo 
não está presente ao nascimento, desenvolvendo-se ao 
longo dos primeiros 2 anos de vida. Algumas mulheres 
exibem alterações no padrão de sono durante fases do ciclo 
menstrual. Sonecas em diferentes períodos do dia diferem 
bastante em suas proporções de sono REM e não REM. Em 
alguém que dorme normalmente à noite, uma soneca na 
manhã ou ao meio dia inclui bastante sono REM, enquanto 
uma soneca no meio da tarde ou no início da noite tem 
muito menos sono REM. 
TRANSTORNOS DO SONO-VIGILIA 
TRANSTORNO DE INSÔNIA 
É definida como uma dificuldade de iniciar ou manter o sono, 
sendo uma das reclamações mais comuns relacionadas ao 
sono, podendo ser transitória ou persistente e que atinge 
30-45% dos adultos. 
CRITÉRIOS DIAGNOSTICOS 
A. Queixas de insatisfação predominantes com a 
quantidade ou a qualidade do sono associadas a um 
(ou mais) dos seguintes sintomas: 
a. Dificuldade para iniciar o sono (em 
crianças, pode se manifestar como 
dificuldade para iniciar o sono sem 
intervenção de cuidadores). → Insônia da 
fase inicial do sono 
b. Dificuldade para manter o sono, que se 
caracteriza por despertares frequentes ou 
por problemas para retornar ao sono 
depois de cada despertar (em crianças, 
pode se manifestar como dificuldade para 
retornar ao sono sem intervenção de 
cuidadores) → Insônia de manutenção do 
sono 
c. Despertar antes do horário habitual com 
incapacidade de retornar ao sono → 
Insônia terminal 
B. A perturbação do sono causa sofrimento 
clinicamente significativo e prejuízo no 
funcionamento social, profissional, educacional, 
acadêmico, comportamental ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. 
C. As dificuldades relacionadas ao sono ocorrem pelo 
menos três noites por semana. 
D. As dificuldades relacionadasao sono permanecem 
durante pelo menos três meses. 
E. As dificuldades relacionadas ao sono ocorrem a 
despeito de oportunidades adequadas para dormir. 
F. A insônia não é mais bem explicada ou não ocorre 
exclusivamente durante o curso de outro 
transtorno do sono-vigília 
G. A insônia não é atribuída aos efeitos fisiológicos de 
alguma substância 
H. A coexistência de transtornos mentais e de 
condições médicas não explica adequadamente a 
queixa predominante de insônia. 
Episódica: dura mais de 1 mês e menos de 3 meses 
Persistente: dura mais de 3 meses 
Recorrente: ocorrem dois ou mais episódios dentro de 1 ano 
INSÔNIA IDIOPÁTICA: costuma começar nos estágios 
iniciais da vida, às vezes, no nascimento, e continua ao 
longo dela. Sua causa é desconhecida, mas suspeita-se de 
desequilíbrios neuroquímicos na formação reticular do 
tronco cerebral, regulação prejudicada nos geradores de 
sono do tronco cerebral ou disfunção do presencéfalo 
basal. O tratamento é difícil 
TRATAMENTO FARMACOLOGICO 
A insônia primária (que não está associada a qualquer 
condição física ou mental) pode ser tratada por hipnóticos 
(zolpidem, eszopiclona, zaleplon) ou benzodiazepínicos 
Lembrar que não se deve utilizar por mais de duas semanas, 
devido a tolerância e abstinência que esses medicamentos 
podem causar. 
Medicamentos para dormir de longa ação (p. ex., 
flurazepam, quazepam): são melhores para insônia no meio 
da noite; 
Fármacos de curta ação (p. ex., zolpidem, triazolam): são 
úteis para pessoas que têm dificuldade para pegar no sono. 
Além disso, agonista do receptor da melatonina ramelteon e 
antidepressivos sedativos (trazodona) também são 
prescritos para auxiliar o sono. 
TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL (TCC) 
Usa uma combinação de técnicas cognitivas e 
comportamentais para superar comportamentos 
disfuncionais, percepções errôneas e ideais distorcidas sobre 
o sono. As técnicas utilizadas pela TCC incluem: 
HIGIENE UNIVERSAL DO SONO → O foco são os 
componentes ambientais e de estilo de vida modificáveis 
que podem interferir no sono, assim como comportamentos 
que podem melhorá-lo. O tratamento deve focalizar 1 a 3 
áreas problemáticas por vez. 
 
TERAPIA DE CONTROLE DO ESTIMULO: o objetivo é 
associar a cama com início rápido do sono. A primeira regra 
é ir para a cama quando estiver com sono. Segundo: use a 
cama apenas para dormir. Terceiro: não deite na cama e 
fique frustrado caso não consiga dormir. Após alguns 
minutos (não olhe para o relógio), levante-se, vá para outra 
sala e faça algo não estimulante até que a sonolência 
retorne, devendo ser repetida tanto quanto necessário. A 
quarta é reforçar os mecanismos básicos dos ciclos 
circadianos de sono-vigília; ou seja, despertar no mesmo 
horário todas as manhãs (independentemente do tempo 
deitado, do período de sono ou do dia da semana) e evitar 
por completo os cochilos. 
TERAPIA DE RESTRIÇÃO DO SONO: é uma estratégia 
criada para aumentar a eficiência do sono reduzindo-se a 
quantidade de tempo gasta acordado enquanto se está na 
cama 
TERAPIA DE RELAXAMENTO E BIOFEEDBACK : 
relaxamento progressivo, imagem guiada e exercícios de 
respiração profunda são todos efetivos se produzirem 
relaxamento. O objetivo é encontrar a melhor técnica para 
cada paciente 
TREINAMENTO COGNITIVO: O aspecto cognitivo do 
tratamento da insônia visa à resposta emocional negativa a 
uma avaliação da situação do sono. Acredita-se que a 
resposta emocional negativa produza excitação emocional, 
o que, por sua vez, contribui para perpetuar a insônia. 
INTENÇÃO PARADOXAL: Essa é uma técnica cognitiva que 
funciona para um número limitado de pacientes. A teoria é 
a de que a ansiedade com o desempenho interfere no início 
do sono. Assim, quando o paciente tenta ficar acordado o 
máximo possível, em vez de tentar cair no sono, a ansiedade 
de desempenho é reduzida e a latência do sono aumenta. 
Os benefícios da TCC a curto prazo são semelhantes a 
farmacoterapia, porém, seus benefícios perduram por até 
36 meses após o tratamento. 
TRANSTORNO DE HIPERSONOLÊNCIA 
Hipersonolência se refere a sonolência excessiva (propensão 
a pegar no sono e, quando extrema, incapacidade de se 
manter acordado), sendo uma condição grave, debilitante, 
potencialmente fatal e não transmissível. 
A sonolência pode ser consequência de: 
1. Sono insuficiente 
2. Disfunção neurológica básica nos sistemas 
cerebrais reguladores do sono 
3. Sono perturbado 
4. Fase do ritmo circadiano de um individuo 
Dívida do sono: é produzida quando o sono é insuficiente, 
sendo cumulativa. Se uma pessoa reduz a duração do sono 
em 1 a 2 horas por noite e continuar com esse regime por 
uma semana, a sonolência irá alcançar níveis patológicos. 
Quando a dívida de sono é adicionada à perturbação do sono 
ou a uma disfunção neurológica básica nos mecanismos do 
sono, há um risco aumentado de que o indivíduo pegue no 
sono inesperadamente e sem aviso. 
A sonolência afeta adversamente a atenção, a concentração, 
a memória e os processos cognitivos mais elevados. 
Resultados graves da sonolência incluem fracasso escolar, 
perda de emprego, acidentes com veículos automotores e 
desastres industriais. 
A hipersonia primária é diagnosticada quando não se pode 
encontrar outra causa para sonolência excessiva que ocorre 
por pelo menos um mês. 
TIPOS DE HIPERSONIA 
SÍNDROME DE KLEINE-LEVIN: relativamente rara que 
consiste em períodos de sono prolongado (do qual os 
pacientes conseguem ser acordados) com períodos 
intercalados de sono normal e vigília alerta (períodos 
despertos costumam estar marcados por retração do 
contato social e retorno à cama na primeira oportunidade) 
Ela afeta sobretudo homens, no começo da adolescência 
(10-21 anos). Em sua forma clássica, os episódios 
recorrentes estão associados a sonolência excessiva, 
alimentação voraz, hipersexualidade e desinibição. 
HIPERSONIA RELACIONADA À MENSTRUAÇÃO: 
mulheres que apresentam episódios intermitentes de 
hipersonia marcante no início (ou pouco tempo antes) da 
menstruação. Os sintomas costumam durar por uma 
semana, resolvendo-se com a menstruação. O tratamento 
com contraceptivos orais é efetivo, então se acredita que o 
transtorno seja secundário a um desequilíbrio hormonal. 
HIPERSONIA IDIOPÁTICA: A idade de início costuma ser 
dos 15 aos 30 anos, e a hipersonia torna-se um problema 
vitalício. Além do sono noturno prolongado, não perturbado 
e não revigorante, a HI está associada com longos cochilos 
não revigorantes, dificuldade para despertar, embriaguez de 
sono e comportamentos automáticos com amnésia. 
Outros sintomas que sugerem disfunção do sistema nervoso 
autônomo são típicos, incluindo enxaquecas, desmaios, 
síncope, hipotensão ortostática e fenômenos do tipo 
Raynaud com mãos e pés gelados. 
Como o nome indica, a etiologia é desconhecida; no entanto, 
presume-se uma causa no sistema nervoso central → teorias 
sugerem três categorias gerais: 
Subgrupo 1 → indivíduos que são positivos para HLA-Cw2, 
têm disfunções no sistema nervoso autônomo e outros 
familiares afetados. 
Subgrupo 2 → pacientes com infecção pós-viral (p. ex., 
síndrome de Guillain-Barré [polineuropatia ascendente], 
mononucleose e pneumonia viral atípica). 
Subgrupo 3 -- não são familiares nem são pós-virais (i.e., 
verdadeiramente idiopáticos). 
TRATAMENTO 
A hipersonia causada por sono insuficiente é tratada 
estendendo-se e regularizando-se o período de sono. 
Porém, se a origem for outra, a sonolência costuma ser 
manejada farmacologicamente. Não há cura para essas 
condições, mas os sintomas são tratados com: 
▪ Modafinil - substância promotora de vigília 
▪ Psicoestimulantes tradicionais, como anfetaminas 
e seus derivados (se modafinil falhar). 
Apesar de as farmacoterapias serem os tratamentos de 
primeira escolha, a abordagem de tratamento geral deve 
incluir cochilosprogramados, ajuste de estilo de vida, 
aconselhamento psicológico, intervalos dos fármacos para 
reduzir a tolerância (se forem usados estimulantes) e 
monitoramento cuidadoso de uso de medicamentos além do 
prescrito, da saúde geral e do estado cardíaco. 
NARCOLEPSIA 
É resultado de uma anormalidade dos mecanismos do sono 
(mecanismos de inibição do REM) caracterizada pela 
sonolência excessiva durante o dia e sintomas que indicam 
a intrusão de aspectos do sono REM no estado de vigília 
(alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas, cataplexia e 
paralisia do sono) 
▪ Cataplexia: perda repentina de tônus muscular, 
como abertura de mandíbula, queda da cabeça, 
fraqueza dos joelhos ou paralisia de todos os 
músculos esqueléticos com queda. Emoções fortes 
costumam ser “ativadores” da cataplexia (risadas e 
raiva) 
▪ Alucinações hipnagógicas ou hipnopômpicas: 
experiências perceptivas vívidas, auditivas ou 
visuais, ocorrendo no início do sono ou ao 
despertar. As pessoas costumam ficar 
momentaneamente assustadas, mas em 1 a 2 
minutos voltam a seu estado mental normal e se 
conscientizam de que não havia nada ali. 
▪ Paralisia do sono: durante os episódios, as pessoas 
parecem estar acordadas e conscientes, mas são 
incapazes de mover um músculo. 
▪ Indivíduos com narcolepsia relatam adormecer 
rapidamente à noite, mas costumam ter sono 
fragmentado. 
Pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas geralmente 
ocorre antes dos 30 anos de idade. 
CRITERIOS DIAGNOSTICOS 
A. Períodos recorrentes de necessidade irresistível de 
dormir, cair no sono ou cochilar em um mesmo dia. Esses 
períodos devem estar ocorrendo pelo menos três vezes por 
semana nos últimos três meses. 
B. Presença de pelo menos um entre os seguintes sintomas: 
1. Episódio de cataplexia, definido como (a) ou (b), 
que ocorre pelo menos algumas vezes por mês: 
a. a. Em indivíduos com doença de longa 
duração, episódios breves (variando de 
segundos a minutos) de perda bilateral de 
tônus muscular, com manutenção da 
consciência, precipitados por risadas ou 
brincadeiras. 
b. Em crianças ou em indivíduos dentro de 
seis meses a partir do início, episódios 
espontâneos de caretas ou abertura da 
mandíbula com projeção da língua ou 
hipotonia global, sem nenhum 
desencadeante emocional óbvio. 
2. Deficiência de hipocretina, medida usando os 
valores de imunorreatividade da hipocretina-1 no 
líquido cerebrospinal (LCS) (inferior ou igual a um 
terço dos valores obtidos em testes feitos em 
indivíduos saudáveis usando o mesmo teste ou 
inferior ou igual a 110 pg/ mL). Níveis baixos de 
hipocretina-1 no LCS não devem ser observados no 
contexto de inflamação, infecção ou lesão cerebral 
aguda. 
3. Polissonografia do sono noturno demonstrando 
latência do sono REM inferior ou igual a 15 minutos 
ou teste de latência múltipla do sono 
demonstrando média de latência do sono inferior 
ou igual a 8 minutos e dois ou mais períodos de REM 
no início do sono 
TRATAMENTO 
Não existe cura, mas é possível administrar os sintomas. Em 
casos mais leves, cochilos forçados em horas especificas do 
dia podem ajudar pacientes com essa condição + ajustes no 
estilo de vida 
Casos mais graves, se beneficiam com medicamentos 
estimulantes → modafinil ou psicoestimulantes tradicionais 
Em pacientes com cataplexia, pode-se usar ainda 
antidepressivos tricíclicos ou ISRS (esses fármacos possuem 
a capacidade de suprimir o sono REM) → Fluoxetina, 
modafinil e imipramina 
TRANSTORNOS DO SONO RELACIONADO À 
RESPIRAÇÃO 
APNEIA E HIPOPNEIA OBSTRUTIVAS DO SONO (AOS) 
São caracterizadas por obstrução repetitiva ou parcial da via 
aérea superior durante o sono, resultando na redução de 
saturação arterial de oxigênio e despertar transitório, após o 
que a respiração recomeça normalmente. 
Para ser definido como apneia precisa ter uma pausa de 
respiração por 10 segundos ou mais. Já uma redução de 
respiração por menos de 10 segundos é considerado como 
hipopneia. 
FATORES DE RISCO PARA O AOS SÃO: sexo masculino, 
ter alcançado a meia idade, ser obeso ou ter micrognatia, 
retrognatia, anormalidades nasofaríngeas, hipotireoidismo e 
acromegalia. 
DIAGNOSTICO: características clinicas associadas a AOS 
são; 
▪ Sonolência excessiva 
▪ Ronco 
▪ Obesidade 
▪ Sono inquieto 
▪ Despertar noturno engasgado ou em busca de ar 
▪ Boca seca e dores de cabeça pela manhã 
▪ Suor noturno pesado 
Polissonograma: fluxo aéreo oral cessa completa (uma 
apneia) ou parcialmente (uma hipopneia) →expansão 
abdominal e torácica, indicando esforços contínuos do 
diafragma e dos músculos acessórios da respiração para que 
o ar passe pela obstrução → A saturação de oxigênio arterial 
diminui, e com frequência se observa bradicardia, que pode 
ser acompanhada de outras arritmias, como contrações 
ventriculares prematuras → Ao final, ocorre um reflexo de 
despertar, visto como um sinal de vigília e possivelmente 
como um artefato motor dos canais de EEG. Nesse 
momento, o paciente pode ser visto realizando nítidos 
movimentos breves de agitação na cama. 
TRATAMENTO: 
▪ Perda de peso 
▪ Intervenção cirúrgica com o objetivo de criar uma 
via aérea desobstruída 
o No início, eram realizadas traqueostomias 
o Atualmente, tenta-se a modificação do 
palato mole ou cirurgia maxilomandibular 
▪ Pressão positiva das vias aéreas (PAP) 
o Fluxo de ar na máscara faz pressão positiva 
que compensa o colapso orofaríngeo 
produzido pela pressão torácica 
inspiratória negativa. 
▪ Aparelhos orais 
o A abordagem geral é manipular a posição 
da mandíbula, levantar o palato ou reter a 
língua 
o É benéfico em casos leves e moderados de 
AOS 
 
APNEIA CENTRAL DO SONO (ACS) 
É definida como ausência de respiração devido à falta do 
esforço respiratório, tende a ocorrer nos idosos e são 
resultados da falha periódica dos mecanismos do SNC que 
estimulam a respiração. 
ACS IDIOPÁTICA: Os pacientes em geral têm pressão 
parcial de CO2 arterial (PaCO2) normal baixa enquanto 
acordados e apresentam uma resposta ventilatória elevada 
ao CO2. Eles apresentam sonolência durante o dia, insônia 
ou acordam com falta de ar. A polissonografia revela cinco 
ou mais apneias centrais por hora de sono. 
RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES: é um padrão 
respiratório único que consiste em hiperpneias prolongadas 
que se alternam com episódios de apneia e hipopneia que 
estão associados com esforço ventilatório reduzido. Esse 
padrão é mais comum em homens mais velhos com 
insuficiência cardíaca congestiva ou AVC. Assim como na ACS 
primária, o paciente apresenta sonolência diurna, insônia e 
despertar com falta de ar. A polissonografia revela 10 ou 
mais episódios de apneia e hipopneia centrais por hora de 
sono. 
ACS DEVIDA A CONDIÇÃO CLÍNICA NÃO SENDO 
CHEYNE—STOKES: Essa forma de ACS costuma ser causada 
por lesão no tronco cerebral associada com uma ampla gama 
de etiologias variáveis. Os critérios diagnósticos requerem 
frequência polissonograficamente verificada de 10 ou mais 
apneias e hipopneias centrais por hora de sono com um 
padrão respiratório de crescendo-decrescendo 
acompanhado de despertares e sono fragmentado. 
ACS COMÓRBIDA COM USO DE OPIOIDES : existe uma 
associação com uso crônico de medicamentos opioides de 
longa ação e comprometimento do controle neuromuscular 
respiratório levando a ACS. 
ACS DEVIDA A USO DE DROGA OU DE SUBSTÂNCIA: 
Episódios de apneia central podem ser provocados por 
diversas drogas ou combinações de drogas que alterem o 
controle muscular levando a ACS. Os critérios diagnósticos 
são o índice de apneia central (número de episódios por 
hora) de cinco ou mais, e o paciente deve estar tomando 
medicamento(s) há pelo menos dois meses. 
ACS DEVIDA A ALTA ALTITUDE: A apneia central no início 
do sono é universal em elevações acima de 7.600 m, mas 
pode ocorrer a 5.000 m (especialmente com rápida 
elevação).APNEIA DO SONO PRIMÁRIA DA INFÂNCIA: Essa forma 
de ACS envolve apneias ou hipopneias prolongadas com 
hipoxemia concomitante, bradicardia ou ambas. Essa 
condição aflige recém-nascidos prematuros, 
presumivelmente porque seu tronco cerebral ainda não 
está completamente desenvolvido e exacerbada por outros 
problemas médicos, que comprometem ainda mais o estado 
fisiológico e de desenvolvimento do bebê. 
HIPOVENTILAÇÃO RELACIONADA A SONO 
HIPOVENTILAÇÃO IDIOPÁTICA: Afeta pacientes que não 
apresentam doenças pulmonares, obesidade, cifoescoliose 
ou outras condições estruturais que possam causar 
hipoventilação. Além disso, essas pacientes possuem 
pulmões normais e uma redução na ventilação alveolar, 
resultando em dessaturação de oxigênio arterial relacionada 
ao sono, provavelmente devido ao enfraquecimento da 
quimiorresponsividade. 
A polissonografia revela episódios de respiração superficial 
com duração maior do que 10 segundos associados com 
dessaturação de oxigênio arterial e despertar frequente do 
sono relacionado com as perturbações respiratórias ou 
variações na frequência cardíaca. Os pacientes com 
frequência reclamam de sonolência diurna excessiva, 
despertar frequente do sono ou insônia. 
SÍNDROME DA HIPOVENTILAÇÃO ALVEOLAR CENTRAL 
CONGÊNITA (MALDIÇÃO DE ONDINE): A hipoventilação 
resulta da falha em controlar de maneira automática a 
respiração. Apesar de estar presente no nascimento, a 
síndrome de hipoventilação central congênita pode não ser 
inicialmente reconhecida. Em formas graves, o tratamento 
exige suporte ventilatório contínuo. 
HIPOVENTILAÇÃO COMÓRBIDA RELACIONADA AO 
SONO: Ocorre quando a hipoventilação é uma 
consequência de uma condição clínica, como, por exemplo, 
patologia vascular ou do parênquima pulmonar, obstrução 
das vias aéreas inferiores ou distúrbios neuromusculares ou 
torácicos. 
HIPOVENTILAÇÃO RELACIONADA AO SONO DEVIDA A 
PATOLOGIA VASCULAR OU DO PARÊNQUIMA 
PULMONAR: Doença pulmonar parenquimal (doenças 
pulmonares intersticiais) ou doença vascular (anemia 
falciforme) são a causa primária da hipoxemia. 
A hipoxemia noturna pode levar a hipertensão pulmonar 
arterial, cor pulmonale e disfunção neurocognitiva. 
HIPOVENTILAÇÃO RELACIONADA AO SONO DEVIDA A 
OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS INFERIORES : É 
diagnosticada por uma relação volume expirado no primeiro 
segundo (VEF1)/ capacidade vital forçada (CVF) menor que 
70% do valor previsto nos testes de função pulmonar (TFPs). 
A hipoxemia noturna pode levar a hipertensão pulmonar 
arterial e cor pulmonale. A hipoxemia prolongada também 
pode causar dano ao cérebro. Estudos do sono revelam que 
saturação prolongada da oxi-hemoglobina durante o sono 
ocorre na ausência de episódios detectáveis de apneia ou 
hipopneia. 
HIPOVENTILAÇÃO RELACIONADA AO SONO DEVIDA A 
DISTÚRBIOS NEUROMUSCULARES E TORÁCICOS : 
Miastenia grave e esclerose lateral amiotrófica (ELA) 
ocorrendo junto com AOS podem exacerbar a hipoxemia 
produzida pelos distúrbios neuromusculares e torácicos. 
TRANSTORNO DO SONO DO RITMO CIRCADIANO 
São condições que envolvem um desequilíbrio entre o 
período de sono desejado e o real → Dessincronia entre o 
relógio biológico circadiano interno do indivíduo e o ciclo 
de sono-vigília desejado/convencional 
Em circunstâncias normais, o marca-passo circadiano 
interno é reiniciado todos os dias pela luz brilhante, 
convenções sociais, estimulantes e atividade. Em casos nos 
quais esses fatores não conseguem reentrar no ritmo 
circadiano, ocorrem os transtornos do sono do ritmo 
circadiano 
TIPO FASE DO SONO ATRASADA 
Ocorre quando o relógio biológico é mais lento do que as 24 
horas ou se inicia mais tarde do que o horário desejado → 
Indivíduos com fase do sono atrasada são mais alertas no fim 
da tarde e no início da noite, ficam acordados até tarde e se 
sentem mais cansados de manhã. Essas pessoas costumam 
ser chamadas de notívagas. 
TIPO FASE DO SONO AVANÇADA 
Ocorre quando o ritmo circadiano se inicia mais cedo → 
Indivíduos com fase do sono avançada ficam sonolentos no 
fim da tarde e querem ir deitar mais cedo e acordar mais 
cedo e se sentem mais alertas cedo de manhã. 
TIPO SONO-VIGÍLIA IRREGULAR 
Ocorre quando o ritmo circadiano de sono-vigília está 
ausente ou é reduzido de forma patológica, geralmente 
associado a transtornos neurodegenerativos (doença de 
Alzheimer e transtornos de neurodesenvolvimento em 
crianças) → Indivíduos com essa condição têm uma 
quantidade normal de sono durante um período de 24 
horas; no entanto, ele é fragmentado em três ou mais 
episódios que estão presentes de maneira irregular. 
Há sintomas de insônia à noite e sonolência excessiva 
durante o dia. Cochilos longos durante o dia e vigília 
inadequada à noite estão presentes. 
TIPO SONO-VIGÍLIA NÃO DE 24 HORAS (CORRIDA 
LIVRE) 
Transtorno típico de pessoas cegas ou com problemas de 
visão que ocorre quando o marca-passo circadiano de sono-
vigília tem um ciclo maior ou menor do que 24 horas e não 
reinicia a cada manhã. 
Em circunstâncias normais, a ressincronização desse ritmo 
ocorre diariamente em resposta ao ciclo dia-noite → Se o 
relógio circadiano tiver um ciclo maior do que 24 horas e não 
reiniciar todos os dias, o indivíduo passará por insônia da 
fase inicial do sono e sonolência diurna. Os problemas de 
sono atingem o ápice quando os relógios circadiano e 
ambiental estão a 12 horas um do outro e então começam a 
se aproximar, simulando uma resolução progressiva e uma 
fase avançada do sono. Em algum momento, os relógios 
entram em consonância, e o ciclo de sono-vigília fica normal 
por alguns dias, após os quais os ciclos de insônia e 
hipersonia recomeçam. 
TIPO TRABALHO EM TURNOS 
Muitos serviços exigem operação 24 horas (p. ex., 
transporte, serviços de saúde). Esses trabalhadores sofrem 
de insônia, sonolência excessiva ou ambas 
TIPO JET LAG 
Removido do DSM-5, o jet lag ainda é reconhecido como um 
transtorno do ritmo circadiano do sono pelo ICSD-2. Com o 
advento das viagens aéreas em alta velocidade, uma 
dessincronização induzida entre os relógios circadiano e 
ambiental tornou-se possível → Quando um indivíduo viaja 
rapidamente entre muitos fusos horários, ou a fase 
circadiana avança, ou um atraso de fase é induzido, 
dependendo da direção da viagem. Em geral, o 
deslocamento em um ou dois fusos não produz um 
problema prolongado; contudo, viagens entre continentes 
podem ser marcadas por grandes dificuldades de ajuste da 
rotina de sono-vigília. 
DEVIDO A UMA CONDIÇÃO CLÍNICA 
Típicos de pessoas que costumar dormir à vontade → 
doenças que os mantêm de cama, durante hospitalizações 
(perturbação por barulho, luz e pelos procedimentos 
terapêuticos e de monitoramento realizados), durante o uso 
de medicamentos com propriedades sedativas e em algumas 
formas de demência, resultando em padrões caóticos de 
sono-vigília que afetam adversamente o ritmo circadiano. 
TRATAMENTO 
CRONOTERAPIA: técnica usada para reiniciar o relógio 
biológico → envolve retardar progressivamente a fase da 
pessoa até que o oscilador circadiano esteja sincronizado 
com os horários de sono-vigília pretendidos 
FOTOTERAPIA: expor um indivíduo a luzes brilhantes (parte 
azul do espectro de luz - acima de 10 mil lux) pode alterar o 
ritmo biológico endógeno, modificando o ponto de ativação 
do relógio biológico → Terapia de luzes brilhantes no início 
da manhã para avançar de fase em indivíduos com síndrome 
da fase do sono atrasada. De modo semelhante, a exposição 
a luzes brilhantes de noite pode ajudar os pacientes com 
síndrome da fase do sono avançada. 
MELATONINA: O uso experimental para tratar o transtorno 
do ritmo circadiano em cegos, por exemplo, tipo sono-vigília 
não de 24 horas, obteve sucesso, mas ainda está sendo 
usada off label → Em circunstâncias normais, os níveis de 
melatonina começam a subir ao anoitecer e permanecemelevados até o amanhecer (A luz brilhante suprime a 
liberação dessa substância, de certa forma, ela é o sinal de 
escuro no cérebro). 
De interesse, o único medicamento aprovado para 
transtorno do sono tipo trabalho em turnos é o composto de 
promoção da vigília, modafinil. Esse fármaco é aprovado 
para o tratamento de sonolência que ocorre durante 
trabalhos no turno da noite. 
PARASSONIAIS/TRANSTORNOS DO DESPERTAR 
PARCIAL 
SONAMBULISMO 
É um tipo de transtorno do despertar do sono não REM, 
caracterizados por episódios repetidos de levantar-se da 
cama durante o sono e deambular. Durante o 
sonambulismo, o indivíduo se apresenta com o olhar fixo e o 
rosto vazio, praticamente não responde aos esforços de 
comunicação por parte de outras pessoas e pode ser 
acordado apenas com muita dificuldade (Quando acorda, 
costuma parecer confuso. É melhor tentar levar os 
sonâmbulos de volta para a cama gentilmente, em vez de 
tentar acordá-los agarrando, sacudindo ou gritando. Em seu 
estado de confusão, eles podem pensar que estão sendo 
atacados e podem agir com violência para se defender) 
A caminhada sonambula costuma ter seu inicio perto do fim 
do primeiro ou segundo episódio de sono de ondas lentas. 
O sonâmbulo frequentemente consegue interagir com o 
ambiente (p. ex., evita tropeçar em objetos). Contudo, pode 
interagir com o ambiente de maneira inadequada, o que às 
vezes resulta em ferimentos (p. ex., sair por uma janela ou 
andar pela estrada). Há casos em que os sonâmbulos 
cometeram atos de violência. 
Sonambulismo em adultos é raro, ocorrendo principalmente 
em crianças, entre 4 e 8 anos, desaparecendo 
espontaneamente após a adolescência. 
TERROR NOTURNO 
É um outro tipo de transtorno do despertar do sono não 
REM, sendo caracterizado por um despertar repentino no 
primeiro terço da noite com medo intenso, normalmente 
começando com um grito ou choro agudo e é acompanhado 
de manifestações comportamentais de intensa ansiedade 
beirando o pânico. Os terrores noturnos podem ser 
desprovidos de imagens ou conter apenas fragmentos de 
imagens muito breves, mas assustadoramente vívidos, 
embora às vezes sejam estáticos. 
Um indivíduo que sofre de terror do sono em geral se senta 
na cama, não responde a estímulos e, se acordado, fica 
confuso ou desorientado. Vocalizações podem ocorrer, mas 
elas costumam ser incoerentes. 
Independentemente da intensidade desses eventos, 
costuma existir amnésia para os episódios e podem ser 
exacerbados por febre e abstinência de depressores do SNC, 
além da privação de sono. 
PESADELOS/ATAQUES DE ANSIEDADE DOS SONHOS 
É um tipo de transtorno do despertar do sono REM, comum 
em crianças (3-6 anos) sendo definidos como sonhos 
assustadores ou aterrorizantes, que produzem ativação 
simpática que acaba por despertar o indivíduo. 
Quando desperta, a pessoa costuma se lembrar do sonho 
(diferentemente dos terrores do sono) → Alguns pesadelos 
são recorrentes, e existem relatos de que, quando ocorrem 
em associação com transtorno de estresse pós-traumático, 
podem ser lembranças do próprio evento, podendo persistir 
por muitos anos. 
TRATAMENTO: técnicas comportamentais podem ser úteis 
tais como higiene universal do sono, terapia de controle de 
estímulo, terapia de sonhos lúcidos e terapia cognitiva 
também podem melhorar o sono e reduzir pesadelos. 
Em pacientes com transtorno de estresse pós-traumático 
relacionado a pesadelos, a nefazodona (antidepressivo 
atípico) também aumenta os benefícios terapêuticos. Os 
benzodiazepínicos também podem ser úteis; entretanto, 
ainda são necessários mais ensaios controlados.

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