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POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE Função: fornecer nutrientes e moléculas que são necessárias para o funcionamento do organismo através da alimentação e digestão ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DIGESTÓRIO: De acordo com Lima (2016), quanto às funções do sistema digestório, podemos mencionar a captação de nutrientes a partir da alimentação, pelas transformações química e mecânica dos alimentos ingeridos em moléculas adequadas e essenciais para o metabolismo. Além disso, o sistema digestório é responsável pelo transporte de compostos, água e sais para os demais sistemas, por meio de reabsorção no intestino para a corrente sanguínea. Por fim, também atua na eliminação de compostos não metabolizáveis. É dividido em trato gastrointestinal (TGI) e glândulas acessórias. TGI: O trato gastrointestinal é segmentado em trato digestório superior, que inclui a cavidade oral, a faringe, o esôfago e o estômago; e trato digestório inferior, com o intestino (delgado e grosso), o reto e o ânus (LIMA, 2016). GLÂNDULAS ACESSÓRIAS: Estruturas anexas, externas ao TGI com finalidade de produzir e excretar componentes e enzimas que possuem papel no processo digestório. Entre elas, estão: glândulas salivares, fígado, vesícula biliar e pâncreas. Com exceção da boca, faringe, terço superior do esôfago e parte externa do ânus, as paredes das estruturas do TGI são uniformes e apresentam uma camada quádrupla, chamadas de “túnicas” SISTEMA DIGESTÓRIO POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE Estrutura geral da parede gastrointestinal, são as camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa. CAMADA MUCOSA: “É a primeira e reveste a região interna. Ela é constituída por outras três camadas: • Membrana mucosa, com células epiteliais, chamadas de enterócitos. Estas são essenciais para a proteção do epitélio contra lesões e patógenos. Já os enterócitos endócrinos são produtores de hormônios; • Lâmina próxima, formada por tecido linfático. É altamente vascularizada, com vasos da corrente sanguínea e do sistema linfático. Nela, estão presentes os nódulos linfáticos e as placas de peyer, responsáveis pela defesa do organismo contra microrganismos; • Camada muscular mucosa, composta por fibras musculares longitudinais e circulares.” CAMADA SUBMUCOSA: Composta por tecido conjuntivo o que lhe proporciona característica elástica e distensora. Na parte externa dessa camada existe uma rede de células nervosas que criam os plexos do sistema nervoso entérico. Plexos de Auerbach (mioentérico) e Meissner (submucoso). O sistema nervoso entérico tem inicio na região do esôfago e segue até a região anal. CAMADA MUSCULAR: Apresenta dupla camada de musculatura lisa, interna e externa, sendo que na camada interna a musculatura é circular e na externa é longitudinal. Musculo circular: gera potenciais de onda lenta Musculo longitudinal: responde a estímulos neurais de contração. As células da musculatura lisa permitem que os sinais elétricos sejam propagados entre as fibras, através de junções comunicantes. Camada serosa: Dividida em interna e externa, sendo que a interna é responsável por estrutura e suporte sendo formada por tecido conjuntivo (fibroso) e a camada externa é responsável por secreção de líquidos sendo formada por tecido epitelial, criando o mesotélio. “O mesotélio é conectado ao mesentério e peritônio, que fazem parte, respectivamente, do sistema de membranas de conexão entre órgãos e membrana de revestimento abdominal.” POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE PROCESSO DIGESTÓRIO: Ao ingerir um alimento, ele é, inicialmente, mastigado. Com a mastigação e movimentação da língua, o bolo alimentar é diluído na saliva, tornando- se úmido e flexível. Assim, é propulsionado até a faringe, por ação da língua. A ação de deglutição é regulada pelo centro de deglutição, localizada na região bulbar encefálica, ativada pela sinalização de mecanorreceptores (STANFIELD, 2013). “O bolo alimentar, ao chegar na faringe, pressiona a epiglote e causa o relaxamento da válvula superior do esôfago (esfíncter). Desse modo, ocorre a passagem do bolo até o esôfago, com o fechamento do esfíncter. Ao entrar no esôfago, o bolo alimentar é percebido por receptores, os quais disparam o movimento peristáltico. O esfíncter inferior, então, abre-se para a passagem do bolo ao estômago. Lima (2016) e Silverthorn (2010) mencionam que, no estômago, o bolo alimentar é digerido por ação do suco gástrico, formado por água, ácido clorídrico e enzimas. Essa mistura proporciona um pH entre 1,5 e 2 para o estômago. O bolo alimentar é processado e digerido, formando o quimo. Este, portanto, é o produto de digestão estomacal, que será encaminhado aos intestinos delgado e grosso. No intestino, ocorre a absorção de macromoléculas, líquidos e nutrientes. O que não é absorvido, trata de ser conduzido para a formação do bolo fecal, que será removido do organismo pelo ânus (TORTORA, 2012). Nesse caminho, o bolo alimentar passa por diversos processamentos químicos. Estes visam à quebra de moléculas complexas para a liberação de compostos POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE metabolizáveis para o organismo. Tais quebras são realizadas por intermédio de secreções salivares, esofágicas e gastrointestinais, que permitem, progressivamente, a liberação de nutrientes durante a passagem do bolo alimentar, desde a boca até os intestinos delgado e grosso (LIMA, 2016).” SECREÇÕES SALIVARES, ESOFÁGICAS E GASTROINTESTINAIS: As secreções, no processo digestivo, desempenham funções secretora e protetora. As mais importantes do TGI são: salivar, gástrica, pancreática, hepática e intestinais. As glândulas salivares são formadas por ductos ramificados. Na extremidade das ramificações, há uma porção secretora terminal, composta por células agrupadas como cachos de uvas, denominadas de ácinos. É o local onde a saliva é produzida. Depois, a saliva é conduzida a partir dos ácinos para os ductos excretores (STANFIELD, 2013). Saliva: composta por produtos orgânicos e inorgânicos e tem origem em três pares de glândulas: parótidas, submandibulares e sublinguais. Cerda de 10% tem origem em glândulas menores e no suco gengival Tortora (2012) nos traz que as diferentes glândulas produzem distintas composições de saliva. De fato, os tipos celulares presentes nos ácinos podem ser dois: serosas ou mucosas. Assim, dependendo do tipo celular presente na glândula, a produção de saliva será distinta. Parótida – saliva serosa Submandibular – saliva mucosserosa Sublinguais – saliva mucosa Menores – saliva viscosa A excreção salivar é essencial para a saúde oral, protegendo a cavidade contra ressecamento e patógenos. De fato, ela possui papel multifuncional na proteção contra patógenos, fisiologia esofágica, digestão e proteção celular. Sua formação é cerca de 98% água e apenas 2% de compostos funcionais, como eletrólitos, lubrificantes (mucinas), compostos antibacterianos (imunoglobulinas), enzimas e fatores de crescimento (LIMA, 2016). As enzimas são os agentes principais do processo digestivo. Na saliva, estão contidas amilases, lipases e proteases, responsáveis pela quebra de amiláceos, gorduras e proteínas, respectivamente. Todavia, a ação majoritária é da amilase, sendo que gorduras e lipídios são digeridos ao longo do tubo digestório, dada sua maior complexidade estrutural, apenas iniciando na cavidade bucal (LIMA, 2016; SILVERTHORN, 2010). A salivação é ativada por meio do sistema nervoso autônomo, a partir de estímulos parassimpáticos ou simpáticos. Ao entrar na cavidade bucal, os alimentos estimulam a secreção salivar, em que água e enzimas são secretadas.A maior concentração enzimática é de amilases, que quebram ligações glicosídicas de POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE amiláceos, formando hexoses e estruturas mais simples (TORTORA, 2012; SILVERTHORN, 2010). Pós mastigação e inicio da digestão, o bolo alimentar segue para o esôfago que é um órgão segmentado em três regiões anatômicas: cervical, torácico e abdominal. Funcionalmente o esôfago pode ser segmentado em esfíncter esofágico superior, esôfago e esfíncter esofágico inferior. “As regiões anatômicas são chamadas de fundo (parte superior), corpo (parte central) e antro (parte inferior), ao passo que as funcionais são as mucosas glandulares oxíntica e pilórica.” Em relação as funções, elas estão associadas à deglutição, função motora, facilitação do transporte ao estômago por ligação ao SNC e outros órgãos. Regulação das glândulas esofágicas é responsabilidade do nervo vago e do sistema parassimpático. A secreção das glândulas esofágicas são mucosas, com ação direta na lubrificação do bolo alimentar para deglutição, proteção contra lesões na mucosa durante a passagem dos alimentos e proteção contra escoriações devido à acidez local (LIMA, 2016; TORTORA, 2012). Proteção necessária por conta da região esogastrica e do suco gástrico De modo geral, o estômago é revestido em toda a sua extensão por células secretoras de muco alcalino, chamadas de “células mucosas superficiais”. Estas formam uma barreira de proteção gelatinosa, aderida à mucosa estomacal, com função de proteção da mucosa contra lesões devido ao ambiente ácido estomacal e alimentos sólidos (SILVERTHORN, 2010). A secreção ácida é função das glândulas oxínticas. Elas secretam, além de ácido clorídrico, fatores intrínsecos, pepsinogênio e muco. A ação do ácido clorídrico é facilitar a digestão proteica, visto que transforma o pepsinogênio (enzima proteolítica) em ativo, na forma de pepsina. Adicionalmente, atua na proteção contra microrganismos nocivos e absorção de nutrientes, como ferro, cálcio e vitaminas (TORTORA, 2012; STANFIELD, 2013). As glândulas pilóricas, por sua vez, secretam muco e uma pequena proporção de pepsinogênio. Uma característica específica dessas glândulas é a presença de células da gastrina ou células G. A gastrina é um hormônio com funcionalidade de regulação das secreções gástricas, ativadas pela presença de compostos proteicos (STANFIELD, 2013). Já no intestino, de modo geral, suas secreções são dependentes da criação de um potencial de ação devido a um fluxo de eletrólitos nas criptas, assim como da ação de mediadores de secreção, como adenosina monofosfato cíclico e calmodulina, que induzem respostas secretoras. As secreções produzidas atuam no quimo, na finalização da digestão e na disponibilização de nutrientes e compostos para absorção pelo organismo (LIMA, 2016; TORTORA, 2012). A mucina, glicoproteína que confere viscosidade ao muco, reveste os intestinos delgado e grosso. Tortora (2012) nos explica que o intestino é um órgão longo, com epitélio repleto de vilosidades e criptas. Nessas estruturas, encontram-se células calciformes, que secretam muco; e enterócitos. Estes, na região das criptas, secretam água e eletrólitos; ao passo que, na região das vilosidades, absorvem água, eletrólitos e compostos processados ao término da digestão. Adicionalmente, há glândulas que secretam enzimas digestivas, como sacarase, maltase, isomaltase, lactase, peptidases e lipase. Quando o quimo chega ao intestino delgado ele é digerido enzimaticamente. Lá as glândulas de Brunner (secretoras) secretam uma secreção alcalina contenco mucina para balancear o ácido proveniente da região estomacal. “No intestino grosso não há vilosidades, mas há muitas criptas, chamadas de Criptas de Lieberkuhn, onde se encontram células calciformes produtoras de muco. Além delas, há células enteroendócrinas, que POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE secretam proteínas; peptídeos, que atuam na regulação da digestão; e colonócitos, que realizam absorção de água e atuam diretamente na proteção contra patógenos.” Desse modo, a principal função do intestino grosso é a finalização da digestão e reabsorção de água e nutrientes. Após esse processamento, o bolo fecal é finalizado e encaminhado à região anal para excreção (TORTORA, 2012).
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