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Semiologia em Psiquiatria Aula 01 Semiologia aplicada à clínica: ● Síndromes Psicóticas ● Síndromes Depressivas ● Síndromes Maníacas ● Síndromes Neuróticas ● Transtorno de Personalidade ● Emergências Psiquiátricas ● Reforma Psiquiátrica ● Psiquiatria Forense História da psiquiatria: ● Antiguidade – loucura, rituais religiosos, magia (sacerdotes, médicos, feiticeiros, alquimistas, monges) ● Grécia Antiga – Hipócrates (384-322 a.C) – doenças naturais Útero / esperma (histeria) ● Idade Média (400 a 1400) – guerras, perseguições, bruxaria, exorcismo, perseguição ● Séc XVIII (França) – Philippe Pinel – Psiquiatria separada das religiões. Internações para tratamento. ● Séc XIX (Alemanha) – Emil Kraepelin – doenças mentais como desordens genéticas e biológicas. ● 1936 – Lobotomia ● 1950 - Clorpromazina No Brasil: ● 1852 – 1º Hospício no Brasil – RJ ● Manicômio de Barbacena (déc 60-80) – Mais de 60 mil mortos ● Endividados, garotas de programa, mendigos, homossexuais, opositores políticos ● 70% sem transtorno mental ● 1992 - CAPS ● 2001 – Lei Antimanicomial Entrevista psiquiátrica: ● Paciente como outro qualquer (mitos, preconceitos) ● Transferência – como o paciente vê o médico ● Contra-transferência – como o médico vê o paciente ● Perguntas abertas/fechadas ● Hospital, ambulatório ● Expectativa do paciente x psiquiatra ● Comunicação não verbal ● Sintomas x diagnósticos (nem sempre quem ouve vozes é ● esquizofrênico) Aula 02 Avaliação psiquiátrica Entrevista psiquiátrica propriamente dita: Estrutura, semi estrutura , desestrutura. Considerando a maneira como você vai conduzir a entrevista, que chamarei aqui de "estrada", a entrevista pode ser inteiramente estruturada ou padronizada, semi-estruturada, ou minimamente estruturada ( desestruturada ) — isso é com você. Anamnese psiquiátrica: subjetiva ( relatada pelo paciente ), objetiva ( relatada por terceiros ). Entrevista psiquiátrica O profissional no início da entrevista: 1. Deve se apresentar, dizer a razão da entrevista, etc. 2. Orientar que a entrevista e tratamento ocorrerão com sigilo e discrição 3. Deve demonstrar: atenção, tranquilidade, intervenções que facilita a continuidade da fala do paciente, como por exemplo “ como foi isso ? ”, “conte um pouco mais sobre isso “, técnica ( a técnica é fundamental, aprendida teoricamente, mas a intuição é muito importante ), habilidade, empatia, respeito, muita paciência. Atenção, tudo é observado pelo paciente ( tom de voz, vestimenta, olhar, cumprimento, gestos, comunicação não verbal ). Os 3 primeiros minutos são cruciais no diagnóstico e tratamento do paciente, devendo promover confiança e esperança em relação ao alívio do sofrimento. A atenção deve ser total ao paciente, desde o momento em que o paciente entrou no consultório. O que devemos evitar: ● Postura inalterada/rígida. ● Reação exageradamente fria, neutra ou emotiva. ● Responder com hostilidade. ● Entrevista prolixa/saber a hora de interromper e organizar o paciente. ● Julgar o paciente ● Fazer muitas anotações. ( Prolixa: é aquela pessoa que se prende a um longo discurso, com explicações supérfluas e se estende demoradamente, tornando o discurso enfadonho e entediante. ) Anamnese Psiquiátrica Anamnese é a coleta das queixas, sinais e sintomas. É comum o paciente trazer informações, história de vida de forma anacrônica. O médico é quem não pode desorganizar e tem que ir estruturando a entrevista. No primeiro atendimento é muita informação, mas de extrema importância para formar, mesmo que sindromicamente, qual o quadro prevalente. É essencial para estruturar o raciocínio diagnóstico e ver o nível de organização do paciente. 1. Identificação ( muito importante para situar o paciente ). ● Nome ● Sexo ● Estado civil ● Procedência ● Religião ● Profissão 2. Queixa principal ( Origem e motivo do encaminhamento, há quanto tempo surgiu, sinais/sintomas, fatores estressores/desencadeantes. ) Breve descrição sobre o problema atual o qual está procurando ajuda ou para o qual foi trazido por outros para tratamento. ( Utilizando terminologia do paciente ) 3. História da moléstia atual: ● Como a doença começou ● Fatores precipitantes ● Evolução ● Gravidade ● Impacto da doença sobre a vida da pessoa 4. Antecedentes - História médica e psiquiátrica ( história patológica pregressa ). 1. Doenças, cirurgias, internações. 2. Medicações em uso ( dosagem e quem prescreveu ). 3. Antecedentes psiquiátricos ( tratamentos prévios, há quanto tempo dura os mesmos. ) Atenção ao significado e sentimento do paciente a sua história 5. Antecedentes: História pessoal: anamnese objetiva - colhida por familiares, terceiros onde mostrará traços do indivíduo desde a infância. ● Nascimento ● Infância ● Adolescência ● Idade adulta ( trabalho, família, sexualidade, situação socioeconômica ) 6. Personalidade pré-mórbida ● Ordem ● Limpeza ● Humor habitual ● Capacidade de expressar seus sentimentos ● Nível de desconfiança ● Capacidade de executar planos e projetos ● Reação quando se sente pressionado Conjunto de atitudes e padrões habituais de comportamento do indivíduo 7. Exame físico Verificar se os sinais e sintomas estão associados a condições orgânicas ou psiquiátricas. Várias doenças orgânicas causam sintomas psiquiátricos como por exemplo: Anemia falciforme, distúrbios eletrolíticos, infecções, diabetes descompensada, hipotireoidismo, etc. 8. Exame Psíquico Específico da área de saúde mental, é o estado mental que o indivíduo se encontra naquele momento, muito importante para tangenciar os sintomas prevalentes = Diagnóstico Sindrômico. Torna-se objetivo o que se observa naquele momento, sendo importante para acompanhar a evolução do quadro. Exame do estado mental. Súmula ● Consciência ● Apresentação ● Atitude ● Atenção ● Orientação ● Humor ● Afeto ● Pensamento ● Senso percepção ● Psicomotricidade ● Memória ● Volição ● Pragmatismo ● Crítica e noção de doença Avaliação psiquiátrica ( entrevista psiquiátrica + anamnese subjetiva e objetiva + exame físico + exame psíquico ) → Hipótese diagnóstica ( sindrômica ) → Planos de cuidados e tratamento → Verificação da necessidade ou não de exames complementares para excluir causas orgânicas. Aula 03 Exame Psíquico 1 ( 11/08/2022 ) Súmula: ● Consciência ● Apresentação ● Atitude ● Atenção ● Orientação ● Humor ● Afeto ● Pensamento ● Senso percepção ● Psicomotricidade ● Memória ● Volição ● Pragmatismo ● Crítica e noção de doença Consciência É o estado de lucidez e da capacidade de experimentar a vida. Eixo vertical: É o estado de lucidez ( alterações quantitativas ) Eixo Horizontal: É o estado vivencial ( alterações qualitativas ) Eixo Vertical: Observar as reações do paciente frente aos estímulos, se sua reação é rápida ou lenta, se se mostra sonolento ou não, no caso da lucidez, percebe-se através da própria conversa com o paciente, porém, se houver alguma alteração devem-se utilizar estímulos verbais e/ou táteis. Obnubilação/sonolência: Alteração na capacidade de pensar claramente, para perceber, responder e recordar os estímulos comuns, com a rapidez habitual. Estupor: Ausência ou profunda diminuição de movimentos, mutismo. O paciente somente responde a estímulos vigorosos, após os quais retorna ao estupor. Coma: Abolição completa da consciência, o paciente não responde mesmo aos estímulos externos ( dolorosos ), ou internos ( frio, fome, necessidades fisiológicas e outros ). Confusão: ( turvação da consciência - delirium ) Embotamento do sensório, dificuldade de compreensão, atordoamento, perplexidade, juntamente com desorientação, distúrbios das funções associativas e pobreza ideativa. O paciente demora a responder aos estímulos e tem diminuição do interesse no ambiente. A face apresenta uma expressão ansiosa, enigmática , de surpresa algumas vezes. Eixo Horizontal: Campo vivencial ( ex. Paciente deprimido tem diminuição do seu campo vivencial, e paciente em mania tem aumento do seu campo vivencial ). aumento ou diminuição Apresentação Refere-se à impressão geralque o paciente causa no entrevistador. O entrevistador é livre para descrever suas impressões. Exemplos clínicos: ● Depressivos - prejuízo no autocuidado. ● Psicóticos - apresentação desorganizada. ● Mania - exuberante e inadequado. Atitude Modo como o paciente se porta na entrevista. ( O examinador também é bastante livre para descrever suas impressões. Exemplos: Cooperativo, Superior, Indiferente, Hostil, Bem humorado, Arrogante, Desconfiado, Apático, Irritado, Submisso. Exemplos clínicos: ● Depressivo: Colaborativo, mas demora para responder às perguntas. ( paciente colaborativo, mantém-se cabisbaixo, atitude depressiva ) ● Psicoticos: cooperativo, mas irrita-se ao falar da sua medicação...”você faz parte do complô que quer me matar” ( paciente colaborativo, mas com atitude desconfiada) ● Maniacos: altivo, arrogante ( “ você sabe quem eu sou ?” ). Atenção Designa a capacidade para manter o foco em uma atividade. Capacidade de filtrar os estímulos internos e externos. Temos dois tipos de atenção, voluntária ou tenacidade e espontânea. Atenção voluntária ou tenacidade: Capacidade de manutenção da atenção. Deve-se observar a capacidade de prestar a atenção às perguntas durante a entrevista, sem estar constantemente distraído. Vigilância ( espontânea ): Capacidade de voltar o foco da atenção para estímulos externos. Pode estar aumentada ( hipervigil ) ou diminuída ( hipovigil ). Exemplos clínicos: ● Depressivos: paciente não presta atenção nem nas perguntas, nem no meio ao seu redor. (hipotenaz e hipovigil) ● MANÍACOS: paciente disperso, distrai-se com o meio e não foca na entrevista(aumento da atenção espontânea em detrimento da voluntária: hipotenaz e hipervigil). Orientação Orientação dividida em dois pontos: ● Autopsíquica: orientação do paciente consigo mesmo ( nome, idade, dados pessoais ). ● Alopsíquica: orientação do paciente com relação ao ambiente ( tempo, espaço ). Autopsíquica: orientação do paciente consigo mesmo ( nome, idade, dados pessoais) Os aspectos auto psíquicos se caracterizam pelo reconhecimento de si envolvendo: a) saber o próprio nome; b) reconhecer as pessoas do seu meio imediato, através de seu nome ou de seu papel social e c) saber quem é o entrevistador. Alopsíquica: Orientação do paciente com relação ao ambiente. Com relação aos aspectos alo psíquicos são avaliados: a) a orientação no tempo, englobando saber informar o ano, o mês, o dia da semana, o período do dia, ou ainda a estação do ano, ou marcos temporais como Natal/ Carnaval/Páscoa; b) a orientação no espaço envolve saber informar onde se encontra no momento, nomeando o lugar, a cidade e o estado. Observação importante: Paciente do DELIRIUM ( causas orgânicas ), tendem a perder primeiramente à orientação ao tempo, depois espaço e por último em relação a si próprio. Humor Tonalidade de sentimento propriamente dita, e mais constante, que pode influenciar a percepção de si mesmo, e do mundo ao redor. EMOÇÃO PREDOMINANTE, MAIS CONSTANTE DURANTE A ENTREVISTA. AFETO É a manifestação da resposta emocional de alguém a eventos internos e externos, pensamentos, ideias, memórias e reflexões. Vincular emoções ao que é falado. ● Congruência: Emoção expressada é adequada ao conteúdo do que se diz ( congruente ou incongruente ). ● Modulação: Se há variação de acordo com o que se diz ( expressa tristeza ao contar algo triste e alegria ao contar algo alegre ). ● Ressonância: Capacidade de sintonizar com o ambiente, reagindo adequadamente à situação em que se encontra. PENSAMENTO É O CONJUNTO DE FUNÇÕES INTEGRATIVAS CAPAZES DE ASSOCIAR CONHECIMENTOS NOVOS E ANTIGOS, INTEGRAR ESTÍMULOS EXTERNOS E INTERNOS, ANALISAR, ABSTRAIR, JULGAR, CONCLUIR, SINTETIZAR E CRIAR. É a maneira que nós temos de mostrar para o mundo toda nossa bagagem e adquirir estímulos novos. Analisamos três pontos em relação ao pensamento: ● Curso: velocidade com que o pensamento é expresso ( acelerado, lentificado, normal ). ● Forma: maneira como o conteúdo do pensamento é expresso ARBORIZAÇÃO: ideias que se encadeiam, porem tendem a se distanciar uma da outra ( EX: comum em quadros de manias - muda de assunto rapidamente e tem certa lógica entre eles ). FUGA DE IDEIAS: Mudança rápida e sem nexo dos assuntos. DESAGREGAÇÃO DO PENSAMENTO: As ideias não se ligam uma com a outra, não tem começo, meio e fim da frase ( frequente nos transtornos psicóticos ) - frouxidão associativa. PERSEVERAÇÃO: Dificuldade em abandonar um tema. PROLIXIDADE: Não consegue distinguir o que é importante ou não ( sugestivo transtornos orgânicos como a epilepsia ). ● Conteúdo: São as ideias propriamente ditas. IDEIAS PREVALENTE: Conteúdos que em função da carga afetiva, ocupam a maior parte do pensamento ( só fala daquele tema - ex: médico que só fala em medicina ). IDEIAS DELIRANTES: ideia irreal, ilógica e irremovível ( ex: psicóticos, persecutoriedade/alienígenas ). Tem certeza que aquilo está acontecendo. IDEIAS OBSESSIVAS: Conteúdo de difícil controle ( TOC ). Delírios mais comuns: Referência, perseguição, ciúmes, culpa, ruína e pobreza, hipocondríacos, grandeza, outros delírios ( eróticos, influência, místicos e religiosos etc. ) Correlação clínica: ● Paciente psicótico: Alteração na forma e conteúdo. ● Paciente depressivo: Alteração no curso e conteúdo. Sensopercepção São as sensações resultantes dos efeitos produzidos por estímulos externos sobre os órgãos e sentidos. Tipos de alteração da sensopercepção: ● Ilusões: Distorção de um objeto externo presente. ● Alucinações: Percepção distorcida sem objeto. Psicomotricidade Quantitativo: Lentificada — catatonia. Normal. Acelerada — inquietação, agitação — frangofilia. Qualitativo: ● Tiques: Alteração de baixa complexidade, sem finalidade e podem ser suprimidos pela vontade ( Tourette ). ● Estereotipias: Alteração de média complexidade, sem finalidade, só que mais contínuo ( ex: catatonia/psicose ). ● Maneirismos: Alteração de alta complexidade, com uma finalidade desenvolvida de maneira bizarra ( ex: relógio ). Memória É a função psíquica responsável pela fixação, armazenamento e evocação dos estímulos e vivências. Temos 3 tipos: ● Imediata: Após alguns segundos ( 3 palavras e repetir em seguida ). ● Recente: Repetir as palavras depois de alguns minutos ( evocação ) ● Remota: Memória de fatos do passado. Volição Volição está relacionada aos atos voluntários. É uma disposição interna ( energia ), que tem por princípio alcançar um objetivo consciente e determinado. “Projeto de vida” Abúlica ← Normobúlica → Hiper Búlica Correlação clínica: ● Paciente maníacos: tendem a apresentar diferentes projetos de futuro e aumento da energia a estes projetos ( HIPERBÚLICO ) ● Pacientes deprimidos: Podem chegar a não apresentar qualquer plano de futuro, estado grave de negativismo ( HIPOBÚLICOS ). Pragmatismo Analisa se o paciente exerce atividades práticas como comer, cuidar da aparência, dormir, ter autopreservação, trabalhar, conseguir realizar o que se propõe e adequar-se à vida. “ Operacionalizar os projetos ” Crítica Analisa-se o grau de insight do paciente, o quanto de compreensão o mesmo apresenta em relação a seu próprio estado mental. Crítica diz respeito à percepção da inadequação ou da gravidade de duas vivências ou de seu comportamento. Noção de doença Refere-se a quanto o paciente admite que tais vivências ou comportamentos anormais são decorrentes de doença mental. Aula 04 RESUMO EXAME PSÍQUICO + CASOS CLÍNICOS 18/08/2022 CASO CLÍNICO 1 UM HOMEM DE 29 ANOS É LEVADO AO SETOR DE EMERGÊNCIA PELOS AMIGOS E PELO COLEGA DE QUARTO. ELES RELATAM QUE O PACIENTE NÃO TEM DORMIDO NAS ULTIMAS 3 A 4 SEMANAS, PERCEBENDO QUE ELE FICA LIMPANDO O APARTAMENTO DURANTE A NOITE. ADQUIRIU UM NOVO APARELHO DE COMPUTADOR E CELULAR, EMBORA O COLEGA AFIRME QUE ELE NÃO TEM DINHEIRO PARA COMPRAR ESSE TIPO DE COISAS. O PACIENTE TAMBÉM TEM SE VANGLORIADO PARA OS AMIGOS EM RELAÇÃO “NAMOROS” COM 3 MULHERES E TEM ESTADO MUITO IRRITADO E EXPLOSIVO. TEM FEITO USO DE BEBIDA ALCOÓLICA NAS ULTIMASSEMANAS, COMPORTAMENTO INCOMUM NELE. NEGAM USO DE DROGAS E TAMBÉM ACREDITAM QUE NÃO TENHA NENHUM PROBLEMA CLINICO E NEM PSIQUIÁTRICO ANTERIOR. EXAME PSÍQUICO – PACIENTE MOSTRA ALTERNADAMENTE IRRITÁVEL E EXALTADO, ESTÁ VESTIDO DE FORMA “EXAGERADA” (CALÇA LARANJA, BLUSA VERMELHA, MEIAS NÃO FORMA PAR, ETC.),FICA CAMINHANDO PELA SALA, NÃO ACEITA SENTAR. SUA FALA É RÁPIDA E ALTA, DIFÍCIL INTERROMPÊ-LO, DIZ QUE SEU HUMOR ESTÁ “ÓTIMO” E ESTÁ CHATEADO COM OS COLEGA QUE O LEVARAM A EMERGÊNCIA, FALA QUE “PROVAVELMENTE ESTÃO COM CIÚMES DELE EM RELAÇÃO SEU SUCESSO COM MULHERES” E AFIRMA QUE ESTÁ DESTINADO A ALGO GRANDIOSO. NEGA QUALQUER IDEAÇÃO SUICIDA OU HOMICIDA. Resposta: Quadro característico de euforia, mania. CASO CLÍNICO 2: Um homem de 21 anos é levado ao setor de emergência pela polícia depois de ter sido encontrado sentado no meio de uma rua de grande movimento. A explicação, o paciente fala: “foram vozes que mandaram”. Relata que, no último ano, sentiu que as “pessoas não são quem elas dizem ser”. Começou a isolar-se em seu quarto e largou os estudos. Afirma que ouve vozes lhe dizendo para fazer “coisas erradas”. Em geral existem 2 ou 3 vozes falando, e muitas vezes comentam entre si o seu comportamento. Nega estar usando drogas ou álcool, embora refere ter fumado maconha ocasionalmente no passado. Diz que interrompeu o hábito nos últimos seis meses porque não tem mais dinheiro e que a maconha contribuía com as vozes. Nega qualquer problema clínico e não está tomando nenhuma medicação. EXAME PSÍQUICO - Foi observado que o paciente está sujo e desalinhado, com má higiene. Parece um pouco nervoso no ambiente e caminha em torno da sala de exame, sempre com as costas voltadas para a parede. Afirma que seu humor está “OK”. Seu afeto é congruente, apesar de embotado. Sua fala tem velocidade, ritmo e tom normais,seu conteúdo de pensamento é positivo para delírios e apresenta alucinações auditivas. Resposta: Delírio CASO CLÍNICO 3: Uma mulher de 55 anos se apresenta a um psiquiatra com queixa de ter o humor deprimido nos últimos três meses. Refere que seu humor tem sido sistematicamente baixo e descreve seu estado recente como“eu não sou assim”. Também percebeu uma redução de energia e um ganho de peso de uns 3 Kg no mesmo período de tempo, embora seu apetite não tenha aumentado. Nunca consultou um psiquiatra antes e lembra-se de jamais ter se sentido assim deprimida por tanto tempo. Nega problemas clínicos e afirma que não está sob uso de medicação. Sua história familiar é positiva para um caso de esquizofrenia em uma tia do lado materno. EXAME PSÍQUICO – Paciente parece deprimida e cansada, embora tenha uma variação normal de afeto. Sua fala é um pouco lenta, mas fora isso não chama atenção. Seus processos de pensamento são lineares e lógicos. Não apresenta risco de suicídio ou de homicídio e não relata alucinações nem delírios. Sua cognição está inteiramente preservada. Seu discernimento e seu controle de impulsos não estão prejudicados. O exame físico apresenta PA=110/70 mmHg e temp=36,7. Sua glândula tireoide está difusamente aumentada, mas não dolorosa. Apresenta cabelos áspero e quebradiço, Cardio – frequência e ritmo regulares. Resposta: Aula 04 TRANSTORNOS DEPRESSIVOS 19/08/2022 Objetivos: Bases para o diagnóstico das síndrome depressivas. Classificação: ● Transtorno Depressivo Maior ( episódio único ou recorrente ) Leve, moderado, grave, com característica psicóticas. ● Transtorno Depressivo Persistente ( Distimia ) ● Transtorno Disfórico Pré-Menstrual ● Transtorno Depressivo Devido a outra condição médica. Epidemiologia da Depressão Maior: 5 a 17% ao longo da vida. 2 mulheres para 1 homem. Idade média de início: 40 anos Mais comum em divorciados, viúvos e solteiros Incidência parecida entre classes sociais. Mais comum em áreas rurais Comorbidades comuns: álcool, fobia social, TOC, pânico e transtornos alimentares. Hereditariedade 10 a 25% se um dos pais com transtorno de humor ( TAB ou DM ). Possíveis causas Desregulação dos neurotransmissores Hipotireoidismo - 5 a 10% Sequelas neurológicas Bipolaridade Abuso de álcool Síndromes demenciais Hereditariedade Violência, maus tratos Estresse – hipercortisolemia reduz BDNF Obesidade – reduz BDNF Personalidade Alterações cerebrais Redução do fluxo cerebral Redução mais evidente em: córtex pré-frontal, hipocampo e amígdala Córtex pré-frontal: pensamento, raciocínio, tomada de decisões rápidas Hipocampo: aprendizagem, memória e regulação do medo Amígdala (sistema límbico): processamento de emoções. Hiper-reativa a tristeza e hiporreativa a felicidade O papel do BDNF na depressão ● BDNF: fator neurotrófico cerebral (ajuda nas sinapses e neurogênese) ● O estresse crônico e a obesidade podem reduzir a expressão o gente do BDNF ● A redução do BDNF pode aumentar apoptose neuronal e reduzir as monoaminas (serotonina, noradrenalina e dopamina) ● Pessoas com histórico de estresse crônico na infância (ex: abuso sexual) tornam-se mais vulneráveis a depressão na vida adulta Queixas comuns ● Tristeza Choro fácil ● Sensação de inutilidade ● Angústia ● Maior dificuldade em fazer atividades ● Esquecimento ● Cansaço frequente ● Tendência à procrastinação ● Dificuldade em se sentir grato Critérios diagnósticos da depressão maior Tempo: 2 semanas ou mais, sem outras causas. 5 ou mais critérios: ● HUMOR DEPRIMIDO ou ● PERDA DE INTERESSE OU PRAZER ● Alteração de peso ou apetite ( geralmente redução ) ● Insônia ( em geral terminal ) ou hipersonia ● Agitação ou retardo psicomotor ● Fadiga ● Inutilidade/culpa ● Dificuldade de pensar / concentrar ● Pensamentos de morte ( Em vermelho: pelo menos um critério obrigatório ) !!!!!!!!!!!!!! Gravidade ● Leve: poucos sintomas, manejáveis, pouco prejuízo social ou profissional ● Moderado: ● Grave: muitos sintomas, grave sofrimento, prejuízos importantes ● Com características psicóticas Com características psicóticas ● Em geral com delírios de culpa, doença, morte ou ruína ou alucinações depreciativas ● “Eu mereço ser punido porque faço mal para as pessoas.” ● Vozes do tipo: “Você não presta pra nada”, “você devia morrer”. ● Possuem um pior prognóstico ● Geralmente é necessário associar um antidepressivo a um antipsicótico Outros tipos de depressão ● Transtorno depressivo (distimia) ● Transtorno Disfórico Pré-Menstrual ● Transtorno Depressivo Devido a Outra Condição Médica ● Com características melancólicas ● Com padrão sazonal Nas crianças e adolescentes Pode ocorrer alteração comportamental que apresentava (pode ficar mais agitado ou mais isolado, mais agressivo, com queda do desempenho escolar, uso de substâncias). Muitas vezes não aparentam estar deprimidos. DISTIMIA ● Transtorno depressivo persistente por pelo menos 2 anos, mais leve que a depressão (1 ano para crianças e adolescentes) ● “Mau humorado” ● Início geralmente na infância ou adolescência ● 5 a 6% da população geral ● Menor resposta terapêutica TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL ● 1,8 a 5,8% das mulheres que menstruam ● Na maioria dos ciclos menstruais, pelo menos 5 sintomas, início na semana anterior a menstruação e poucos ou nenhum sintoma após. ● 1 ou mais obrigatórios: ○ Labilidade afetiva acentuada ○ Irritabilidade ou raiva acentuadas ○ Humor deprimido acentuado, desesperança ○ Ansiedade acentuada ● 1 ou mais para completar os 5 sintomas: ○ Interesse diminuído ○ Dificuldade de concentração ○ Letargia ou fadiga ○ Aumento acentuado do apetite ○ Hipersonia ou insônia ○ Sensação de sobrecarga ou fora do controle ○ Inchaço, dor ou sensação de ganho de peso TRANSTORNO DEPRESSIVO DEVIDO A OUTRA CONDIÇÃO MÉDICA ➔ AVC ➔ Parkinson ➔ TCE ➔ Hipotireoidismo ➔ Esclerose múltipla ➔ Doenças oncológicas ➔ Doenças reumatológicas Aula 05 Síndromes Psicóticas 25/08/2022 O que são psicoses ? As psicoses são transtornos mentais que afetam a capacidade da pessoa de discernir entre o que é e o que não é real. Seus sintomas mais comuns são: ● Delírios. ● Alucinações ● Desorganização do pensamento e da comunicação ● Isolamento social.A dimensão central da psicose é a perda de contato com a realidade e nessa perspectiva, passaria a viver fora da realidade, sem ser regido pelo princípio de realidade. A principal forma de psicose, por sua frequência e sua importância clínica, é certamente a ESQUIZOFRENIA. Diagnóstico em psiquiatria O diagnóstico geralmente é baseado em dados clínicos: exame psíquico e história. O diagnóstico psiquiátrico, em muitos casos, só é possível com a evolução do curso da doença e inclui aspectos biopsicossociais. CONSIDERAÇÕES SOBRE PESSOAS COM TRANSTORNOS PSICÓTICOS ● As pessoas com transtornos mentais como a esquizofrenia geralmente não são violentas ou perigosas. ● Os transtornos mentais podem afetar a capacidade de desempenhar tarefas e atividades, tomar decisões e assumir compromissos ou responsabilidades, mas não tornam as pessoas “ preguiçosas “ ou irresponsáveis. ● A doença mental não é o resultado de uma fraqueza de caráter ou da falta de força de vontade. ● Pessoas com transtornos mentais podem tomar decisões sobre suas próprias vidas, como onde morar, com quem se relacionar ou manejar suas economias. ● As doenças mentais NÃO são causadas por problemas familiares, maus tratos ou má educação. ● Psicose NÃO é psicopatia. ● Existe tratamento para os transtornos mentais, e as pessoas com transtornos mentais se recuperam ! Questões importantes na anamnese ● Você tem sentido como se as pessoas ou as coisas ao seu redor lhe parecessem estranhas, ou que tivessem intenções hostis ou ameaçadoras em relação a você? ● Você tem percebido (escutado, visto, sentido) coisas que as outras pessoas parecem não perceber? ● Você tem sentido como se não controlasse seus pensamentos, como se eles fossem ditos em voz alta e outras pessoas pudessem escutá-los ou interferir sobre eles? ● Você se sente desconfiado, achando que as pessoas na rua o observam, o perseguem ou fazem gozação de você? ● Escuta vozes que comentam o que você está fazendo ou que falam sobre você? ● Será que você não está enganado quanto a essas coisas e sensações? ● Seria possível que você estivesse imaginando isso? ● Você se sente desconfiado, achando que as pessoas na rua o observam, o perseguem ou fazem gozação de você? ● Escuta vozes que comentam o que você está fazendo ou que falam sobre você? ● Será que você não está enganado quanto a essas coisas e sensações? ● Seria possível que você estivesse imaginando isso? Causas da Psicose Transtornos mentais Abstinências Causas orgânicas Tipos de transtornos psicóticos 1. Transtorno Esquizofrênico 2. Transtorno Esquizofreniforme 3. Transtorno Esquizoafetivo 4. Transtorno Delirante Persistente 5. Transtorno Psicótico Breve 6. Transtorno Psicótico Compartilhado 7. Transtorno Psicótico Devido a uma Condição Médica Geral 8. Transtorno Psicótico Induzido por Substância Transtorno esquizofrênico 1% população geral Genética importante Fatores Biopsicossociais (desencadeantes e agravantes) Geralmente iniciada antes dos 25 anos e sem predileção por qualquer camada sociocultural. Disfunção social/ocupacional. Duração de 6 meses com 1 mês ativo. Diagnóstico diferencial de outros Transtornos. Diagnóstico diferencial de substância e condição médica. O que é Esquizofrenia? O termo "esquizofrenia" foi criado em 1911 pelo psiquiatra suíço Eugem Bleuler com o significado de mente dividida. Ao propor esse termo, Bleuler quis ressaltar a dissociação que às vezes o paciente percebia entre si mesmo e a pessoa que ocupa seu corpo. Culturalmente o esquizofrênico representa o estereotipo do "louco", um indivíduo que produz grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a realidade reconhecida. Agindo como alguém que rompeu as amarras da concordância cultural, o esquizofrênico menospreza a razão e perde a liberdade de escapar às suas fantasias. Sintomas esquizofrenia ● Positivos: ○ Alucinações ○ Delírios ○ Mania de perseguição ○ Perturbação de pensamento ● Negativos: ○ Falta de motivação ○ Isolamento social ○ Dificuldade de expressar emoções ○ Apatia Positivos: Os sintomas ditos positivos são manifestações novas, floridas e produtivas do processo esquizofrênico. Os principais sintomas positivos são: 1. Alucinações 2. Ideias delirantes 3. Comportamento bizarro, atos impulsivos 4. Agitação psicomotora 5. Ideias bizarras, não necessariamente delirantes 6. Produções linguísticas novas como neologismos Negativos Os sintomas negativos são caracterizados: ● Pela perda de certas funções psíquicas (na esfera da vontade, do pensamento, da linguagem, etc.) ● Pelo empobrecimento global da vida afetiva, cognitiva e social do indivíduo. Os principais sintomas ditos negativos: 1. Distanciamento afetivo, em graus variáveis até o completo embotamento afetivo; perda da capacidade de sintonizar afetivamente com as pessoas, de demonstrar ressonância afetiva no contato interpessoal 2. Retração social: o paciente vai se isolando progressivamente do convívio social 3. Empobrecimento da linguagem e do pensamento 4. Diminuição da fluência verbal 5. Diminuição da vontade (avolição) e hipopragmatismo, ou seja, dificuldade ou incapacidade de realizar ações, tarefas, trabalhos, minimamente organizados, que exijam o mínimo de iniciativa, organização e monitorização comportamental e persistência 6. Negligência quanto a si mesmo, que se revela pelo descuido consigo mesmo, pela falta de higiene, por desinteresse em relação à própria aparência, própria saúde e vestimentas, etc. 7. Lentificação e empobrecimento psicomotor. Sintomas negativos ● Avolição ( perda do querer ) ● Alogia ( perda da lógica ) ● Embotamento afetivo Sintomas característicos: Dois ( ou mais ) por 1 mês ( ou menos, se tratados com sucesso ). 1. Delírios 2. Alucinações 3. Discurso desorganizado 4. Comportamento desorganizado ou catatônico 5. Sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo. Apenas um sintoma é necessário se os delírios são bizarros ou as alucinações consistem de vozes que comentam o comportamento ou os pensamentos da pessoa, ou duas ou mais vozes conversando entre si. Delírio A palavra delírio vem do latim e significa "sair do trilho". Delírio é uma ideia ou um pensamento que não corresponde à realidade. A pessoa por exemplo começa a acreditar que está sendo perseguida ou vigiada, ou que existem câmeras que espionam seus atos. Tipos de delírio Bizarro Ciúme delirante De referência De ser controlado Grandioso Inserção de pensamentos Irradiação do pensamento ALUCINAÇÃO Basicamente as alucinações são vivências bastante reais para a pessoa que está alucinando, mas o objeto ou acontecimento vivenciado é inexistente. Ou seja, a pessoa acredita e tem a experiência real de estar vendo, ouvindo ou sentindo algo que na realidade não está lá ou nem existe. Os tipos de alucinações incluem: auditiva, gustativa, olfativa, somática, tátil visual. DISCURSO DESORGANIZADO ● Descarrilamento, ● Associações Frouxas, ● Incoerência, ● “ Salada de Palavras” *Observar fatores culturais. Estados de agitação podem confundir o diagnóstico de discurso desorganizado. COMPORTAMENTO DESORGANIZADO Pode manifestar-se de variadas maneiras, indo desde o comportamento tolo e pueril até a agitação imprevisível. Prejuízo grave na organização pessoal e atividades da vida diária. Principais tipos de esquizofrenia ● Paranoide ● Catatônica ● Residual ● Hebefrênica Paranóide: É um aspecto que identifica-se facilmente com a doença, predominando os sintomas positivos. O quadro clínico é dominado por um delírio paranóide relativamente bem organizado. Por sua vez, os doentes com esquizofrenia paranóide são desconfiados, reservados, podendo ter comportamentos agressivos. Hebefrênica: Apresenta características no decorrer da adolescência ( precoce )até a fase adulta, com o pior dos prognósticos em relação às demais variações da doença, e com grandes probabilidades de prejuízos cognitivos e sóciocomportamentais. Os sintomas afetivos e as alterações de pensamento são predominantes. As ideias delirantes, embora presentes, não são organizadas. Emalguns doentes podem ocorrer uma irritabilidade marcada associada a comportamentos agressivos. Existe um contato muito pobre com a realidade. Catatônica: É caracterizada pelo predomínio de sintomas motores e por alterações das atividades, que podem ir desde um estado de cansaço e acinético até à excitação. *automatismo Residual: Nesta característica existe um predomínio de sintomas negativos, os doentes apresentam um isolamento social marcado por um embotamento afetivo e uma pobreza ao nível de conteúdo de pensamento. Exame Psíquico Passo 1 - O paciente está psicótico ? Passo 2 - Afastar delirium Passo 3 - Humor Teoria Neuroquímica Esquizofrenia → Dopamina Disfunção dopaminérgica Antipsicóticos - bloqueiam dopamina no cérebro. Vias dopaminérgicas no cérebro ● Via mesolímbica - hiperativa ( sintomas psicóticos positivos ) ● Via mesocortical - hipoativa ( sintomas negativos ) ● Via túbero infundibular - aumento da prolactina ● Via nigro estriatal - via inibitória dos movimentos ( sintomas extrapiramidais ) Via mesolímbica - hiperativa ( sintomas psicóticos positivos ):Relacionada a comportamentos e emoções. Sua hiperatividade está relacionada ao sintomas positivo. A AÇÃO CLÍNICA DOS NEUROLÉPTICOS/ANTIPSICÓTICOS SOBRE OS SINTOMAS “POSITIVOS” SITUA-SE NA VIA MESOLÍMBICA. Via mesocortical - hipoativa ( sintomas negativos ): O papel na mediação dos sintomas psicóticos ainda é controverso, mas parece que seu bloqueio associa-se a piora dos sintomas negativos. A AÇÃO CLINICA DOS NEUROLÉPTICOS/ANTIPSICÓTICOS SOBRE OS SINTOMAS “NEGATIVOS” SITUA-SE NA VIA MESOCORTICAL. Via túbero infundibular - aumento da prolactina: Relacionada a inibição da secreção de prolactina. Seu bloqueio associa-se a aumento dos níveis desse hormônio. AUMENTO DE PROLACTINA Via nigro estriatal - via inibitória dos movimentos ( sintomas extrapiramidais ): Sintomas extrapiramidais Coordenação de movimentos voluntários. Seu bloqueio está associado a distúrbios motores com acatisia, distonia, tremores, rigidez e acinesia/bradicinesia e em longo prazo pode levar a discinesia tardia. Tratamento psicofarmacológico Antipsicóticos: Agem basicamente bloqueando a transmissão da dopamina no cérebro, com efeitos motores ( uma espécie de “ contenção química” ), hormonais ( aumento da prolactina ) e sobre o pensamento ( melhora de sintomas psicóticos ou pensamento mais lento ou embotado ). Não são uma “cura” para a doenças, mas controlam os sintomas melhorando em muito a qualidade de vida e o prognóstico da doença. No tratamento da Esquizofrenia é frequente a utilização de outros fármacos para potenciar o efeito da terapêutica. A descoberta destes medicamentos foi um “Revolução” na Psiquiatria, pois permitiu o tratamento de uma doença que até então não era possível controlar. Os doentes eram internados em hospitais psiquiátricos onde permaneciam a maior parte da vida. A utilização dos antipsicóticos na Esquizofrenia permitiu a desinstitucionalização de grande parte dos doentes, que agora vivem na comunidade. Ao controlar a doença e seus sintomas, torna-se possível a reabilitação do doente, criando assim a possibilidade de construir uma vida mais independente. Que tipos de antipsicóticos existem ? Existem dois tipos principais de Antipsicóticos 1. Antipsicóticos Típicos: Exercem a sua ação no neurotransmissor Dopamina, bloqueando a sua ação, controlando os sintomas positivos psicóticos. 2. Antipsicóticos Atípicos: Além de bloquearem a Dopamina, bloqueiam ainda outro neurotransmissor, a Serotonina. Desta forma se explica a ação nos sintomas psicóticos negativos também. Como tranquilizador rápido nas situações graves: Os neurolépticos são muito efetivos e seguros no manejo das situações de agitação grave. O haloperidol associado à prometazina pode produzir sedação e contenção em cerca de 20 minutos. Aula 06 Síndromes psicóticas 2 + casos clínicos 01/09/2022 Psicose quebra do contato com a realidade, apresentando sintomas como delírios, alucinações e comportamento desorganizado. Pode estar presente em várias condições ou patologias como esquizofrenia, transtornos humor ( depressão ou mania ), intoxicação e abstinência de substâncias químicas, uso de medicamentos e delirium. Trata-se com antipsicóticos. TIPOS DE TRANSTORNOS PSICÓTICOS 1. Transtorno Esquizofrênico 2. Transtorno Esquizofreniforme 3. Transtorno Esquizoafetivo 4. Transtorno Delirante Persistente 5. Transtorno Psicótico Breve 6. Transtorno Psicótico Compartilhado 7. Transtorno Psicótico Devido a uma Condição Médica Geral 8. Transtorno Psicótico Induzido por Substância Transtorno Esquizofrênico ● Prevalência ○ 1% população ○ Geralmente inicia antes 25 anos ○ Sem predileção de camada sociocultural ○ Diagnóstico exclusivamente clínico ● CURSO ○ Inicio pode ser abrupto ou insidioso ○ Idade de início tem importância tanto fisiológica quanto prognóstica ● PADRÃO GENÉTICO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM-5 Dois (ou mais) por 1 mês (ou menos, se tratados com sucesso): 1) delírios 2) alucinações 3) discurso desorganizado 4) Comportamento desorganizado ou catatônico 5) sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo. - TIPOS: Positivos ● Alucinações ● Delírios ● Mania de Perseguição ● Perturbação de Pensamento Negativos ● Falta de Motivação ● Isolamento Social ● Dificuldade de Expressar Emoções ● Apatia PRINCIPAIS TIPOS DE ESQUIZOFRENIA: PARANÓIDE ● Maior preservação cognitiva ● Subtipo mais comum ● Delírio primário, de cunho persecutório e autorreferente ● Pobreza de alterações sensoperceptivas. HEBEFRÊNICA ● Presença marcante de desorganização do pensamento, com grande prejuízo cognitivo ● Puerilidade, prognóstico ruim ● Alucinações e delírios desestruturados CATATÔNICA ● Privilégio de sintomas motores ● Flexibilidade cérea ● Boa resposta eletroconvulsoterapia RESIDUAL ● Ausência de sintomas produtivos ● Marcante prejuízo cognitivo ● Sintomas negativos EXAME PSÍQUICO PASSO 1 – O PACIENTE ESTÁ PSICÓTICO?? PASSO 2 – AFASTAR DELIRIUM PASSO 3 - HUMOR Teoria Neuroquímica Caso 1 1 ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE 2 EXCLUIR ABUSO DE SUBSTÂNCIAS E CONDIÇÕES CLINICAS GERAIS 3 SIM – RISCO PARA SI ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE CASO 2 ESQUIZOFRENIA CATATÔNICA CASO 03 CASO 04 CASO 05 CASO 06 “A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente.” Simão Bacamarte, personagem de Machado de Assis no conto O Alienista.
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