Buscar

Semiologia em Psiquiatria

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Semiologia em Psiquiatria
Aula 01
Semiologia aplicada à clínica:
● Síndromes Psicóticas
● Síndromes Depressivas
● Síndromes Maníacas
● Síndromes Neuróticas
● Transtorno de Personalidade
● Emergências Psiquiátricas
● Reforma Psiquiátrica
● Psiquiatria Forense
História da psiquiatria:
● Antiguidade – loucura, rituais religiosos, magia (sacerdotes, médicos, feiticeiros,
alquimistas, monges)
● Grécia Antiga – Hipócrates (384-322 a.C) – doenças naturais
Útero / esperma (histeria)
● Idade Média (400 a 1400) – guerras, perseguições, bruxaria, exorcismo, perseguição
● Séc XVIII (França) – Philippe Pinel – Psiquiatria separada das religiões. Internações
para tratamento.
● Séc XIX (Alemanha) – Emil Kraepelin – doenças mentais como desordens genéticas
e biológicas.
● 1936 – Lobotomia
● 1950 - Clorpromazina
No Brasil:
● 1852 – 1º Hospício no Brasil – RJ
● Manicômio de Barbacena (déc 60-80) – Mais de 60 mil mortos
● Endividados, garotas de programa, mendigos, homossexuais, opositores
políticos
● 70% sem transtorno mental
● 1992 - CAPS
● 2001 – Lei Antimanicomial
Entrevista psiquiátrica:
● Paciente como outro qualquer (mitos, preconceitos)
● Transferência – como o paciente vê o médico
● Contra-transferência – como o médico vê o paciente
● Perguntas abertas/fechadas
● Hospital, ambulatório
● Expectativa do paciente x psiquiatra
● Comunicação não verbal
● Sintomas x diagnósticos (nem sempre quem ouve vozes é
● esquizofrênico)
Aula 02
Avaliação psiquiátrica
Entrevista psiquiátrica propriamente dita: Estrutura, semi estrutura , desestrutura.
Considerando a maneira como você vai conduzir a entrevista, que chamarei aqui de
"estrada", a entrevista pode ser inteiramente estruturada ou padronizada, semi-estruturada,
ou minimamente estruturada ( desestruturada ) — isso é com você.
Anamnese psiquiátrica: subjetiva ( relatada pelo paciente ), objetiva ( relatada por
terceiros ).
Entrevista psiquiátrica
O profissional no início da entrevista:
1. Deve se apresentar, dizer a razão da entrevista, etc.
2. Orientar que a entrevista e tratamento ocorrerão com sigilo e discrição
3. Deve demonstrar: atenção, tranquilidade, intervenções que facilita a continuidade da
fala do paciente, como por exemplo “ como foi isso ? ”, “conte um pouco mais sobre
isso “, técnica ( a técnica é fundamental, aprendida teoricamente, mas a intuição é
muito importante ), habilidade, empatia, respeito, muita paciência.
Atenção, tudo é observado pelo paciente ( tom de voz, vestimenta, olhar, cumprimento,
gestos, comunicação não verbal ).
Os 3 primeiros minutos são cruciais no diagnóstico e tratamento do paciente, devendo
promover confiança e esperança em relação ao alívio do sofrimento.
A atenção deve ser total ao paciente, desde o momento em que o paciente entrou no
consultório.
O que devemos evitar:
● Postura inalterada/rígida.
● Reação exageradamente fria, neutra ou emotiva.
● Responder com hostilidade.
● Entrevista prolixa/saber a hora de interromper e organizar o paciente.
● Julgar o paciente
● Fazer muitas anotações.
( Prolixa: é aquela pessoa que se prende a um longo discurso, com explicações
supérfluas e se estende demoradamente, tornando o discurso enfadonho e
entediante. )
Anamnese Psiquiátrica
Anamnese é a coleta das queixas, sinais e sintomas.
É comum o paciente trazer informações, história de vida de forma anacrônica. O
médico é quem não pode desorganizar e tem que ir estruturando a entrevista.
No primeiro atendimento é muita informação, mas de extrema importância para
formar, mesmo que sindromicamente, qual o quadro prevalente.
É essencial para estruturar o raciocínio diagnóstico e ver o nível de organização do
paciente.
1. Identificação ( muito importante para situar o paciente ).
● Nome
● Sexo
● Estado civil
● Procedência
● Religião
● Profissão
2. Queixa principal ( Origem e motivo do encaminhamento, há quanto tempo
surgiu, sinais/sintomas, fatores estressores/desencadeantes. )
Breve descrição sobre o problema atual o qual está procurando ajuda ou para o
qual foi trazido por outros para tratamento. ( Utilizando terminologia do paciente )
3. História da moléstia atual:
● Como a doença começou
● Fatores precipitantes
● Evolução
● Gravidade
● Impacto da doença sobre a vida da pessoa
4. Antecedentes - História médica e psiquiátrica ( história patológica
pregressa ).
1. Doenças, cirurgias, internações.
2. Medicações em uso ( dosagem e quem prescreveu ).
3. Antecedentes psiquiátricos ( tratamentos prévios, há quanto tempo dura os
mesmos. )
Atenção ao significado e sentimento do paciente a sua história
5. Antecedentes:
História pessoal: anamnese objetiva - colhida por familiares, terceiros onde
mostrará traços do indivíduo desde a infância.
● Nascimento
● Infância
● Adolescência
● Idade adulta ( trabalho, família, sexualidade, situação socioeconômica
)
6. Personalidade pré-mórbida
● Ordem
● Limpeza
● Humor habitual
● Capacidade de expressar seus sentimentos
● Nível de desconfiança
● Capacidade de executar planos e projetos
● Reação quando se sente pressionado
Conjunto de atitudes e padrões habituais de comportamento do
indivíduo
7. Exame físico
Verificar se os sinais e sintomas estão associados a condições orgânicas ou
psiquiátricas.
Várias doenças orgânicas causam sintomas psiquiátricos
como por exemplo: Anemia falciforme, distúrbios eletrolíticos,
infecções, diabetes descompensada, hipotireoidismo, etc.
8. Exame Psíquico
Específico da área de saúde mental, é o estado mental que o indivíduo se encontra
naquele momento, muito importante para tangenciar os sintomas prevalentes =
Diagnóstico Sindrômico.
Torna-se objetivo o que se observa naquele momento, sendo importante para
acompanhar a evolução do quadro.
Exame do estado mental.
Súmula
● Consciência
● Apresentação
● Atitude
● Atenção
● Orientação
● Humor
● Afeto
● Pensamento
● Senso percepção
● Psicomotricidade
● Memória
● Volição
● Pragmatismo
● Crítica e noção de doença
Avaliação psiquiátrica ( entrevista psiquiátrica + anamnese subjetiva e objetiva +
exame físico + exame psíquico ) → Hipótese diagnóstica ( sindrômica ) → Planos de
cuidados e tratamento → Verificação da necessidade ou não de exames
complementares para excluir causas orgânicas.
Aula 03 Exame Psíquico 1 ( 11/08/2022 )
Súmula:
● Consciência
● Apresentação
● Atitude
● Atenção
● Orientação
● Humor
● Afeto
● Pensamento
● Senso percepção
● Psicomotricidade
● Memória
● Volição
● Pragmatismo
● Crítica e noção de doença
Consciência
É o estado de lucidez e da capacidade de experimentar a vida.
Eixo vertical: É o estado de lucidez ( alterações quantitativas )
Eixo Horizontal: É o estado vivencial ( alterações qualitativas )
Eixo Vertical: Observar as reações do paciente frente aos estímulos, se sua reação
é rápida ou lenta, se se mostra sonolento ou não, no caso da lucidez, percebe-se
através da própria conversa com o paciente, porém, se houver alguma alteração
devem-se utilizar estímulos verbais e/ou táteis.
Obnubilação/sonolência: Alteração na capacidade de pensar claramente, para
perceber, responder e recordar os estímulos comuns, com a rapidez habitual.
Estupor: Ausência ou profunda diminuição de movimentos, mutismo.
O paciente somente responde a estímulos vigorosos, após os quais retorna ao
estupor.
Coma: Abolição completa da consciência, o paciente não responde mesmo aos
estímulos externos ( dolorosos ), ou internos ( frio, fome, necessidades fisiológicas e
outros ).
Confusão: ( turvação da consciência - delirium ) Embotamento do sensório,
dificuldade de compreensão, atordoamento, perplexidade, juntamente com
desorientação, distúrbios das funções associativas e pobreza ideativa.
O paciente demora a responder aos estímulos e tem diminuição do interesse no
ambiente.
A face apresenta uma expressão ansiosa, enigmática , de surpresa algumas vezes.
Eixo Horizontal: Campo vivencial ( ex. Paciente deprimido tem diminuição do seu
campo vivencial, e paciente em mania tem aumento do seu campo vivencial ).
aumento ou diminuição
Apresentação
Refere-se à impressão geralque o paciente causa no entrevistador.
O entrevistador é livre para descrever suas impressões.
Exemplos clínicos:
● Depressivos - prejuízo no autocuidado.
● Psicóticos - apresentação desorganizada.
● Mania - exuberante e inadequado.
Atitude
Modo como o paciente se porta na entrevista. ( O examinador também é bastante
livre para descrever suas impressões.
Exemplos: Cooperativo, Superior, Indiferente, Hostil, Bem humorado, Arrogante,
Desconfiado, Apático, Irritado, Submisso.
Exemplos clínicos:
● Depressivo: Colaborativo, mas demora para responder às perguntas. (
paciente colaborativo, mantém-se cabisbaixo, atitude depressiva )
● Psicoticos: cooperativo, mas irrita-se ao falar da sua medicação...”você faz
parte do complô que quer me matar” ( paciente colaborativo, mas com atitude
desconfiada)
● Maniacos: altivo, arrogante ( “ você sabe quem eu sou ?” ).
Atenção
Designa a capacidade para manter o foco em uma atividade.
Capacidade de filtrar os estímulos internos e externos.
Temos dois tipos de atenção, voluntária ou tenacidade e espontânea.
Atenção voluntária ou tenacidade: Capacidade de manutenção da atenção.
Deve-se observar a capacidade de prestar a atenção às perguntas durante a
entrevista, sem estar constantemente distraído.
Vigilância ( espontânea ): Capacidade de voltar o foco da atenção para estímulos
externos. Pode estar aumentada ( hipervigil ) ou diminuída ( hipovigil ).
Exemplos clínicos:
● Depressivos: paciente não presta atenção nem nas perguntas, nem no meio
ao seu redor. (hipotenaz e hipovigil)
● MANÍACOS: paciente disperso, distrai-se com o meio e não foca na
entrevista(aumento da atenção espontânea em detrimento da
voluntária: hipotenaz e hipervigil).
Orientação
Orientação dividida em dois pontos:
● Autopsíquica: orientação do paciente consigo mesmo ( nome, idade,
dados pessoais ).
● Alopsíquica: orientação do paciente com relação ao ambiente (
tempo, espaço ).
Autopsíquica: orientação do paciente consigo mesmo ( nome, idade, dados
pessoais)
Os aspectos auto psíquicos se caracterizam pelo reconhecimento de si envolvendo:
a) saber o próprio nome;
b) reconhecer as pessoas do seu meio imediato, através de seu nome ou de seu
papel social e
c) saber quem é o entrevistador.
Alopsíquica: Orientação do paciente com relação ao ambiente.
Com relação aos aspectos alo psíquicos são avaliados:
a) a orientação no tempo, englobando saber informar o ano, o mês, o dia da
semana, o período do dia, ou ainda a estação do ano, ou marcos temporais como
Natal/ Carnaval/Páscoa;
b) a orientação no espaço envolve saber informar onde se encontra no momento,
nomeando o lugar, a cidade e o estado.
Observação importante: Paciente do DELIRIUM ( causas orgânicas ), tendem a
perder primeiramente à orientação ao tempo, depois espaço e por último em
relação a si próprio.
Humor
Tonalidade de sentimento propriamente dita, e mais constante, que pode influenciar
a percepção de si mesmo, e do mundo ao redor.
EMOÇÃO PREDOMINANTE, MAIS CONSTANTE DURANTE A ENTREVISTA.
AFETO
É a manifestação da resposta emocional de alguém a eventos internos e externos,
pensamentos, ideias, memórias e reflexões.
Vincular emoções ao que é falado.
● Congruência: Emoção expressada é adequada ao conteúdo do que se diz (
congruente ou incongruente ).
● Modulação: Se há variação de acordo com o que se diz ( expressa tristeza
ao contar algo triste e alegria ao contar algo alegre ).
● Ressonância: Capacidade de sintonizar com o ambiente, reagindo
adequadamente à situação em que se encontra.
PENSAMENTO
É O CONJUNTO DE FUNÇÕES INTEGRATIVAS CAPAZES DE ASSOCIAR
CONHECIMENTOS NOVOS E ANTIGOS, INTEGRAR ESTÍMULOS EXTERNOS E
INTERNOS, ANALISAR, ABSTRAIR, JULGAR, CONCLUIR, SINTETIZAR E CRIAR.
É a maneira que nós temos de mostrar para o mundo toda nossa bagagem e
adquirir estímulos novos.
Analisamos três pontos em relação ao pensamento:
● Curso: velocidade com que o pensamento é expresso ( acelerado,
lentificado, normal ).
● Forma: maneira como o conteúdo do pensamento é expresso
ARBORIZAÇÃO: ideias que se encadeiam, porem tendem a se distanciar
uma da outra ( EX: comum em quadros de manias - muda de assunto
rapidamente e tem certa lógica entre eles ).
FUGA DE IDEIAS: Mudança rápida e sem nexo dos assuntos.
DESAGREGAÇÃO DO PENSAMENTO: As ideias não se ligam uma com a
outra, não tem começo, meio e fim da frase ( frequente nos transtornos
psicóticos ) - frouxidão associativa.
PERSEVERAÇÃO: Dificuldade em abandonar um tema.
PROLIXIDADE: Não consegue distinguir o que é importante ou não (
sugestivo transtornos orgânicos como a epilepsia ).
● Conteúdo: São as ideias propriamente ditas.
IDEIAS PREVALENTE: Conteúdos que em função da carga afetiva, ocupam
a maior parte do pensamento ( só fala daquele tema - ex: médico que só fala
em medicina ).
IDEIAS DELIRANTES: ideia irreal, ilógica e irremovível ( ex: psicóticos,
persecutoriedade/alienígenas ). Tem certeza que aquilo está acontecendo.
IDEIAS OBSESSIVAS: Conteúdo de difícil controle ( TOC ).
Delírios mais comuns: Referência, perseguição, ciúmes, culpa, ruína e pobreza,
hipocondríacos, grandeza, outros delírios ( eróticos, influência, místicos e religiosos
etc. )
Correlação clínica:
● Paciente psicótico: Alteração na forma e conteúdo.
● Paciente depressivo: Alteração no curso e conteúdo.
Sensopercepção
São as sensações resultantes dos efeitos produzidos por estímulos externos
sobre os órgãos e sentidos.
Tipos de alteração da sensopercepção:
● Ilusões: Distorção de um objeto externo presente.
● Alucinações: Percepção distorcida sem objeto.
Psicomotricidade
Quantitativo: Lentificada — catatonia.
Normal.
Acelerada — inquietação, agitação — frangofilia.
Qualitativo:
● Tiques: Alteração de baixa complexidade, sem finalidade e podem ser
suprimidos pela vontade ( Tourette ).
● Estereotipias: Alteração de média complexidade, sem finalidade, só que
mais contínuo ( ex: catatonia/psicose ).
● Maneirismos: Alteração de alta complexidade, com uma finalidade
desenvolvida de maneira bizarra ( ex: relógio ).
Memória
É a função psíquica responsável pela fixação, armazenamento e evocação dos
estímulos e vivências.
Temos 3 tipos:
● Imediata: Após alguns segundos ( 3 palavras e repetir em seguida ).
● Recente: Repetir as palavras depois de alguns minutos ( evocação )
● Remota: Memória de fatos do passado.
Volição
Volição está relacionada aos atos voluntários. É uma disposição interna ( energia ),
que tem por princípio alcançar um objetivo consciente e determinado.
“Projeto de vida”
Abúlica ← Normobúlica → Hiper Búlica
Correlação clínica:
● Paciente maníacos: tendem a apresentar diferentes projetos de futuro e
aumento da energia a estes projetos ( HIPERBÚLICO )
● Pacientes deprimidos: Podem chegar a não apresentar qualquer plano de
futuro, estado grave de negativismo ( HIPOBÚLICOS ).
Pragmatismo
Analisa se o paciente exerce atividades práticas como comer, cuidar da aparência,
dormir, ter autopreservação, trabalhar, conseguir realizar o que se propõe e
adequar-se à vida.
“ Operacionalizar os projetos ”
Crítica
Analisa-se o grau de insight do paciente, o quanto de compreensão o mesmo
apresenta em relação a seu próprio estado mental.
Crítica diz respeito à percepção da inadequação ou da gravidade de duas vivências
ou de seu comportamento.
Noção de doença
Refere-se a quanto o paciente admite que tais vivências ou comportamentos
anormais são decorrentes de doença mental.
Aula 04 RESUMO EXAME PSÍQUICO + CASOS CLÍNICOS 18/08/2022
CASO CLÍNICO 1
UM HOMEM DE 29 ANOS É LEVADO AO SETOR DE EMERGÊNCIA PELOS
AMIGOS E PELO COLEGA DE QUARTO.
ELES RELATAM QUE O PACIENTE NÃO TEM DORMIDO NAS ULTIMAS 3 A 4
SEMANAS, PERCEBENDO QUE ELE FICA LIMPANDO O APARTAMENTO
DURANTE A NOITE.
ADQUIRIU UM NOVO APARELHO DE COMPUTADOR E CELULAR, EMBORA O
COLEGA AFIRME QUE ELE NÃO TEM DINHEIRO PARA COMPRAR ESSE TIPO
DE COISAS. O PACIENTE TAMBÉM TEM SE VANGLORIADO PARA OS AMIGOS
EM RELAÇÃO “NAMOROS” COM 3 MULHERES E TEM ESTADO MUITO
IRRITADO E EXPLOSIVO.
TEM FEITO USO DE BEBIDA ALCOÓLICA NAS ULTIMASSEMANAS,
COMPORTAMENTO INCOMUM NELE.
NEGAM USO DE DROGAS E TAMBÉM ACREDITAM QUE NÃO TENHA
NENHUM PROBLEMA CLINICO E NEM PSIQUIÁTRICO ANTERIOR.
EXAME PSÍQUICO – PACIENTE MOSTRA ALTERNADAMENTE IRRITÁVEL E
EXALTADO, ESTÁ VESTIDO DE FORMA “EXAGERADA” (CALÇA LARANJA,
BLUSA VERMELHA, MEIAS NÃO FORMA PAR, ETC.),FICA CAMINHANDO PELA
SALA, NÃO ACEITA SENTAR. SUA FALA É RÁPIDA E ALTA, DIFÍCIL
INTERROMPÊ-LO, DIZ QUE SEU HUMOR ESTÁ “ÓTIMO” E ESTÁ CHATEADO
COM OS COLEGA QUE O LEVARAM A EMERGÊNCIA, FALA QUE
“PROVAVELMENTE ESTÃO COM CIÚMES DELE EM RELAÇÃO SEU SUCESSO
COM MULHERES” E AFIRMA QUE ESTÁ DESTINADO A ALGO GRANDIOSO.
NEGA QUALQUER IDEAÇÃO SUICIDA OU HOMICIDA.
Resposta: Quadro característico de euforia, mania.
CASO CLÍNICO 2: Um homem de 21 anos é levado ao setor de emergência pela
polícia depois de ter sido encontrado sentado no meio de uma rua de grande
movimento.
A explicação, o paciente fala: “foram vozes que mandaram”.
Relata que, no último ano, sentiu que as “pessoas não são quem elas dizem
ser”. Começou a isolar-se em seu quarto e largou os estudos.
Afirma que ouve vozes lhe dizendo para fazer “coisas erradas”. Em geral
existem 2 ou 3 vozes falando, e muitas vezes comentam entre si o seu
comportamento.
Nega estar usando drogas ou álcool, embora refere ter fumado maconha
ocasionalmente no passado.
Diz que interrompeu o hábito nos últimos seis meses porque não tem mais dinheiro
e que a maconha contribuía com as vozes.
Nega qualquer problema clínico e não está tomando nenhuma medicação.
EXAME PSÍQUICO - Foi observado que o paciente está sujo e desalinhado, com
má higiene.
Parece um pouco nervoso no ambiente e caminha em torno da sala de exame,
sempre com as costas voltadas para a parede. Afirma que seu humor está “OK”.
Seu afeto é congruente, apesar de embotado. Sua fala tem velocidade, ritmo e tom
normais,seu conteúdo de pensamento é positivo para delírios e apresenta
alucinações auditivas.
Resposta: Delírio
CASO CLÍNICO 3:
Uma mulher de 55 anos se apresenta a um psiquiatra com queixa de ter o humor
deprimido nos últimos três meses.
Refere que seu humor tem sido sistematicamente baixo e descreve seu
estado recente como“eu não sou assim”.
Também percebeu uma redução de energia e um ganho de peso de uns 3 Kg no
mesmo período de tempo, embora seu apetite não tenha aumentado.
Nunca consultou um psiquiatra antes e lembra-se de jamais ter se sentido
assim deprimida por tanto tempo.
Nega problemas clínicos e afirma que não está sob uso de medicação.
Sua história familiar é positiva para um caso de esquizofrenia em uma tia
do lado materno.
EXAME PSÍQUICO – Paciente parece deprimida e cansada, embora tenha uma
variação normal de afeto.
Sua fala é um pouco lenta, mas fora isso não chama atenção.
Seus processos de pensamento são lineares e lógicos.
Não apresenta risco de suicídio ou de homicídio e não relata alucinações nem
delírios.
Sua cognição está inteiramente preservada.
Seu discernimento e seu controle de impulsos não estão prejudicados.
O exame físico apresenta PA=110/70 mmHg e temp=36,7.
Sua glândula tireoide está difusamente aumentada, mas não dolorosa.
Apresenta cabelos áspero e quebradiço,
Cardio – frequência e ritmo regulares.
Resposta:
Aula 04 TRANSTORNOS DEPRESSIVOS 19/08/2022
Objetivos: Bases para o diagnóstico das síndrome depressivas.
Classificação:
● Transtorno Depressivo Maior ( episódio único ou recorrente )
Leve, moderado, grave, com característica psicóticas.
● Transtorno Depressivo Persistente ( Distimia )
● Transtorno Disfórico Pré-Menstrual
● Transtorno Depressivo Devido a outra condição médica.
Epidemiologia da Depressão Maior:
5 a 17% ao longo da vida.
2 mulheres para 1 homem.
Idade média de início: 40 anos
Mais comum em divorciados, viúvos e solteiros
Incidência parecida entre classes sociais.
Mais comum em áreas rurais
Comorbidades comuns: álcool, fobia social, TOC, pânico e transtornos alimentares.
Hereditariedade 10 a 25% se um dos pais com transtorno de humor ( TAB ou DM ).
Possíveis causas
Desregulação dos neurotransmissores
Hipotireoidismo - 5 a 10%
Sequelas neurológicas
Bipolaridade
Abuso de álcool
Síndromes demenciais
Hereditariedade
Violência, maus tratos
Estresse – hipercortisolemia reduz BDNF
Obesidade – reduz BDNF
Personalidade
Alterações cerebrais
Redução do fluxo cerebral
Redução mais evidente em: córtex pré-frontal, hipocampo e amígdala
Córtex pré-frontal: pensamento, raciocínio, tomada de decisões rápidas
Hipocampo: aprendizagem, memória e regulação do medo
Amígdala (sistema límbico): processamento de emoções.
Hiper-reativa a tristeza e hiporreativa a felicidade
O papel do BDNF na depressão
● BDNF: fator neurotrófico cerebral (ajuda nas sinapses e neurogênese)
● O estresse crônico e a obesidade podem reduzir a expressão o gente do
BDNF
● A redução do BDNF pode aumentar apoptose neuronal e reduzir as
monoaminas (serotonina, noradrenalina e dopamina)
● Pessoas com histórico de estresse crônico na infância (ex: abuso sexual)
tornam-se mais vulneráveis a depressão na vida adulta
Queixas comuns
● Tristeza Choro fácil
● Sensação de inutilidade
● Angústia
● Maior dificuldade em fazer atividades
● Esquecimento
● Cansaço frequente
● Tendência à procrastinação
● Dificuldade em se sentir grato
Critérios diagnósticos da depressão maior
Tempo: 2 semanas ou mais, sem outras causas.
5 ou mais critérios:
● HUMOR DEPRIMIDO ou
● PERDA DE INTERESSE OU PRAZER
● Alteração de peso ou apetite ( geralmente redução )
● Insônia ( em geral terminal ) ou hipersonia
● Agitação ou retardo psicomotor
● Fadiga
● Inutilidade/culpa
● Dificuldade de pensar / concentrar
● Pensamentos de morte
( Em vermelho: pelo menos um critério obrigatório ) !!!!!!!!!!!!!!
Gravidade
● Leve: poucos sintomas, manejáveis, pouco prejuízo social ou profissional
● Moderado:
● Grave: muitos sintomas, grave sofrimento, prejuízos importantes
● Com características psicóticas
Com características psicóticas
● Em geral com delírios de culpa, doença, morte ou ruína ou alucinações
depreciativas
● “Eu mereço ser punido porque faço mal para as pessoas.”
● Vozes do tipo: “Você não presta pra nada”, “você devia morrer”.
● Possuem um pior prognóstico
● Geralmente é necessário associar um antidepressivo a um antipsicótico
Outros tipos de depressão
● Transtorno depressivo (distimia)
● Transtorno Disfórico Pré-Menstrual
● Transtorno Depressivo Devido a Outra Condição Médica
● Com características melancólicas
● Com padrão sazonal
Nas crianças e adolescentes
Pode ocorrer alteração comportamental que apresentava (pode ficar mais agitado
ou mais isolado, mais agressivo, com queda do desempenho escolar, uso de
substâncias).
Muitas vezes não aparentam estar deprimidos.
DISTIMIA
● Transtorno depressivo persistente por pelo menos 2 anos, mais leve que a
depressão (1 ano para crianças e adolescentes)
● “Mau humorado”
● Início geralmente na infância ou adolescência
● 5 a 6% da população geral
● Menor resposta terapêutica
TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL
● 1,8 a 5,8% das mulheres que menstruam
● Na maioria dos ciclos menstruais, pelo menos 5 sintomas, início na semana
anterior a menstruação e poucos ou nenhum sintoma após.
● 1 ou mais obrigatórios:
○ Labilidade afetiva acentuada
○ Irritabilidade ou raiva acentuadas
○ Humor deprimido acentuado, desesperança
○ Ansiedade acentuada
● 1 ou mais para completar os 5 sintomas:
○ Interesse diminuído
○ Dificuldade de concentração
○ Letargia ou fadiga
○ Aumento acentuado do apetite
○ Hipersonia ou insônia
○ Sensação de sobrecarga ou fora do controle
○ Inchaço, dor ou sensação de ganho de peso
TRANSTORNO DEPRESSIVO DEVIDO A OUTRA CONDIÇÃO MÉDICA
➔ AVC
➔ Parkinson
➔ TCE
➔ Hipotireoidismo
➔ Esclerose múltipla
➔ Doenças oncológicas
➔ Doenças reumatológicas
Aula 05 Síndromes Psicóticas 25/08/2022
O que são psicoses ? As psicoses são transtornos mentais que afetam a
capacidade da pessoa de discernir entre o que é e o que não é real.
Seus sintomas mais comuns são:
● Delírios.
● Alucinações
● Desorganização do pensamento e da comunicação
● Isolamento social.A dimensão central da psicose é a perda de contato com a realidade e nessa
perspectiva, passaria a viver fora da realidade, sem ser regido pelo princípio de
realidade.
A principal forma de psicose, por sua frequência e sua importância clínica, é
certamente a ESQUIZOFRENIA.
Diagnóstico em psiquiatria
O diagnóstico geralmente é baseado em dados clínicos: exame psíquico e
história.
O diagnóstico psiquiátrico, em muitos casos, só é possível com a evolução do curso
da doença e inclui aspectos biopsicossociais.
CONSIDERAÇÕES SOBRE PESSOAS COM TRANSTORNOS PSICÓTICOS
● As pessoas com transtornos mentais como a esquizofrenia geralmente não
são violentas ou perigosas.
● Os transtornos mentais podem afetar a capacidade de desempenhar tarefas
e atividades, tomar decisões e assumir compromissos ou responsabilidades,
mas não tornam as pessoas “ preguiçosas “ ou irresponsáveis.
● A doença mental não é o resultado de uma fraqueza de caráter ou da falta de
força de vontade.
● Pessoas com transtornos mentais podem tomar decisões sobre suas próprias
vidas, como onde morar, com quem se relacionar ou manejar suas
economias.
● As doenças mentais NÃO são causadas por problemas familiares, maus
tratos ou má educação.
● Psicose NÃO é psicopatia.
● Existe tratamento para os transtornos mentais, e as pessoas com transtornos
mentais se recuperam !
Questões importantes na anamnese
● Você tem sentido como se as pessoas ou as coisas ao seu redor lhe
parecessem estranhas, ou que tivessem intenções hostis ou ameaçadoras
em relação a você?
● Você tem percebido (escutado, visto, sentido) coisas que as outras pessoas
parecem não perceber?
● Você tem sentido como se não controlasse seus pensamentos, como se eles
fossem ditos em voz alta e outras pessoas pudessem escutá-los ou interferir
sobre eles?
● Você se sente desconfiado, achando que as pessoas na rua o observam, o
perseguem ou fazem gozação de você?
● Escuta vozes que comentam o que você está fazendo ou que falam sobre
você?
● Será que você não está enganado quanto a essas coisas e sensações?
● Seria possível que você estivesse imaginando isso?
● Você se sente desconfiado, achando que as pessoas na rua o observam, o
perseguem ou fazem gozação de você?
● Escuta vozes que comentam o que você está fazendo ou que falam sobre
você?
● Será que você não está enganado quanto a essas coisas e sensações?
● Seria possível que você estivesse imaginando isso?
Causas da Psicose
Transtornos mentais
Abstinências
Causas orgânicas
Tipos de transtornos psicóticos
1. Transtorno Esquizofrênico
2. Transtorno Esquizofreniforme
3. Transtorno Esquizoafetivo
4. Transtorno Delirante Persistente
5. Transtorno Psicótico Breve
6. Transtorno Psicótico Compartilhado
7. Transtorno Psicótico Devido a uma Condição Médica Geral
8. Transtorno Psicótico Induzido por Substância
Transtorno esquizofrênico
1% população geral
Genética importante
Fatores Biopsicossociais (desencadeantes e agravantes)
Geralmente iniciada antes dos 25 anos e sem predileção por qualquer camada
sociocultural.
Disfunção social/ocupacional.
Duração de 6 meses com 1 mês ativo.
Diagnóstico diferencial de outros Transtornos.
Diagnóstico diferencial de substância e condição médica.
O que é Esquizofrenia?
O termo "esquizofrenia" foi criado em 1911 pelo psiquiatra suíço Eugem Bleuler com
o significado de mente dividida. Ao propor esse termo, Bleuler quis ressaltar a
dissociação que às vezes o paciente percebia entre si mesmo e a pessoa que
ocupa seu corpo.
Culturalmente o esquizofrênico representa o estereotipo do "louco", um indivíduo
que produz grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a realidade
reconhecida.
Agindo como alguém que rompeu as amarras da concordância cultural, o
esquizofrênico menospreza a razão e perde a liberdade de escapar às suas
fantasias.
Sintomas esquizofrenia
● Positivos:
○ Alucinações
○ Delírios
○ Mania de perseguição
○ Perturbação de pensamento
● Negativos:
○ Falta de motivação
○ Isolamento social
○ Dificuldade de expressar emoções
○ Apatia
Positivos: Os sintomas ditos positivos são manifestações novas, floridas e
produtivas do processo esquizofrênico.
Os principais sintomas positivos são:
1. Alucinações
2. Ideias delirantes
3. Comportamento bizarro, atos impulsivos
4. Agitação psicomotora
5. Ideias bizarras, não necessariamente delirantes
6. Produções linguísticas novas como neologismos
Negativos
Os sintomas negativos são caracterizados:
● Pela perda de certas funções psíquicas (na esfera da vontade, do
pensamento, da linguagem, etc.)
● Pelo empobrecimento global da vida afetiva, cognitiva e social do indivíduo.
Os principais sintomas ditos negativos:
1. Distanciamento afetivo, em graus variáveis até o completo embotamento afetivo;
perda da capacidade de sintonizar afetivamente com as pessoas, de demonstrar
ressonância afetiva no contato interpessoal
2. Retração social: o paciente vai se isolando progressivamente do convívio social
3. Empobrecimento da linguagem e do pensamento
4. Diminuição da fluência verbal
5. Diminuição da vontade (avolição) e hipopragmatismo, ou seja, dificuldade ou
incapacidade de realizar ações, tarefas, trabalhos, minimamente organizados, que
exijam o mínimo de iniciativa, organização e monitorização comportamental e
persistência
6. Negligência quanto a si mesmo, que se revela pelo descuido consigo mesmo,
pela falta de higiene, por desinteresse em relação à própria aparência, própria
saúde e vestimentas, etc.
7. Lentificação e empobrecimento psicomotor.
Sintomas negativos
● Avolição ( perda do querer )
● Alogia ( perda da lógica )
● Embotamento afetivo
Sintomas característicos:
Dois ( ou mais ) por 1 mês ( ou menos, se tratados com sucesso ).
1. Delírios
2. Alucinações
3. Discurso desorganizado
4. Comportamento desorganizado ou catatônico
5. Sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo.
Apenas um sintoma é necessário se os delírios são bizarros ou as alucinações
consistem de vozes que comentam o comportamento ou os pensamentos da
pessoa, ou duas ou mais vozes conversando entre si.
Delírio
A palavra delírio vem do latim e significa "sair do trilho".
Delírio é uma ideia ou um pensamento que não corresponde à realidade. A pessoa
por exemplo começa a acreditar que está sendo perseguida ou vigiada, ou que
existem câmeras que espionam seus atos.
Tipos de delírio Bizarro
Ciúme delirante
De referência
De ser controlado
Grandioso
Inserção de pensamentos
Irradiação do pensamento
ALUCINAÇÃO
Basicamente as alucinações são vivências bastante reais para a pessoa que está
alucinando, mas o objeto ou acontecimento vivenciado é inexistente. Ou seja, a
pessoa acredita e tem a experiência real de estar vendo, ouvindo ou sentindo algo
que na realidade não está lá ou nem existe.
Os tipos de alucinações incluem:
auditiva,
gustativa,
olfativa,
somática,
tátil
visual.
DISCURSO DESORGANIZADO
● Descarrilamento,
● Associações Frouxas,
● Incoerência,
● “ Salada de Palavras”
*Observar fatores culturais.
Estados de agitação podem confundir o diagnóstico
de discurso desorganizado.
COMPORTAMENTO DESORGANIZADO
Pode manifestar-se de variadas maneiras, indo desde o comportamento tolo e pueril
até a agitação imprevisível.
Prejuízo grave na organização pessoal e atividades da vida diária.
Principais tipos de esquizofrenia
● Paranoide
● Catatônica
● Residual
● Hebefrênica
Paranóide: É um aspecto que identifica-se facilmente com a doença, predominando
os sintomas positivos.
O quadro clínico é dominado por um delírio paranóide relativamente bem
organizado.
Por sua vez, os doentes com esquizofrenia paranóide são desconfiados,
reservados, podendo ter comportamentos agressivos.
Hebefrênica: Apresenta características no decorrer da adolescência ( precoce )até
a fase adulta, com o pior dos prognósticos em relação às demais variações da
doença, e com grandes probabilidades de prejuízos cognitivos e
sóciocomportamentais.
Os sintomas afetivos e as alterações de pensamento são predominantes.
As ideias delirantes, embora presentes, não são organizadas.
Emalguns doentes podem ocorrer uma irritabilidade marcada associada a
comportamentos agressivos.
Existe um contato muito pobre com a realidade.
Catatônica: É caracterizada pelo predomínio de sintomas motores e por alterações
das atividades, que podem ir desde um estado de cansaço e acinético até à
excitação.
*automatismo
Residual: Nesta característica existe um predomínio de sintomas negativos, os
doentes apresentam um isolamento social marcado por um embotamento afetivo e
uma pobreza ao nível de conteúdo de pensamento.
Exame Psíquico
Passo 1 - O paciente está psicótico ?
Passo 2 - Afastar delirium
Passo 3 - Humor
Teoria Neuroquímica
Esquizofrenia → Dopamina
Disfunção dopaminérgica
Antipsicóticos - bloqueiam dopamina no cérebro.
Vias dopaminérgicas no cérebro
● Via mesolímbica - hiperativa ( sintomas psicóticos positivos )
● Via mesocortical - hipoativa ( sintomas negativos )
● Via túbero infundibular - aumento da prolactina
● Via nigro estriatal - via inibitória dos movimentos ( sintomas extrapiramidais )
Via mesolímbica - hiperativa ( sintomas psicóticos positivos ):Relacionada a
comportamentos e emoções. Sua hiperatividade está relacionada ao sintomas
positivo.
A AÇÃO CLÍNICA DOS NEUROLÉPTICOS/ANTIPSICÓTICOS SOBRE OS
SINTOMAS “POSITIVOS” SITUA-SE NA VIA MESOLÍMBICA.
Via mesocortical - hipoativa ( sintomas negativos ): O papel na mediação dos
sintomas psicóticos ainda é controverso, mas parece que seu bloqueio associa-se a
piora dos sintomas negativos.
A AÇÃO CLINICA DOS NEUROLÉPTICOS/ANTIPSICÓTICOS SOBRE OS
SINTOMAS “NEGATIVOS” SITUA-SE NA VIA MESOCORTICAL.
Via túbero infundibular - aumento da prolactina: Relacionada a inibição da
secreção de prolactina. Seu bloqueio associa-se a aumento dos níveis desse
hormônio.
AUMENTO DE PROLACTINA
Via nigro estriatal - via inibitória dos movimentos ( sintomas extrapiramidais ):
Sintomas extrapiramidais
Coordenação de movimentos voluntários. Seu bloqueio está associado a distúrbios
motores com acatisia, distonia, tremores, rigidez e acinesia/bradicinesia e em longo
prazo pode levar a discinesia tardia.
Tratamento psicofarmacológico
Antipsicóticos: Agem basicamente bloqueando a transmissão da dopamina no
cérebro, com efeitos motores ( uma espécie de “ contenção química” ), hormonais (
aumento da prolactina ) e sobre o pensamento ( melhora de sintomas psicóticos ou
pensamento mais lento ou embotado ).
Não são uma “cura” para a doenças, mas controlam os sintomas melhorando em
muito a qualidade de vida e o prognóstico da doença.
No tratamento da Esquizofrenia é frequente a utilização de outros fármacos para
potenciar o efeito da terapêutica.
A descoberta destes medicamentos foi um “Revolução” na Psiquiatria, pois
permitiu o tratamento de uma doença que até então não era possível controlar.
Os doentes eram internados em hospitais psiquiátricos onde permaneciam a maior
parte da vida.
A utilização dos antipsicóticos na Esquizofrenia permitiu a desinstitucionalização de
grande parte dos doentes, que agora vivem na comunidade.
Ao controlar a doença e seus sintomas, torna-se possível a reabilitação do doente,
criando assim a possibilidade de construir uma vida mais independente.
Que tipos de antipsicóticos existem ? Existem dois tipos principais de
Antipsicóticos
1. Antipsicóticos Típicos: Exercem a sua ação no neurotransmissor
Dopamina, bloqueando a sua ação, controlando os sintomas positivos
psicóticos.
2. Antipsicóticos Atípicos: Além de bloquearem a Dopamina, bloqueiam ainda
outro neurotransmissor, a Serotonina. Desta forma se explica a ação nos
sintomas psicóticos negativos também.
Como tranquilizador rápido nas situações graves: Os neurolépticos são muito
efetivos e seguros no manejo das situações de agitação grave. O haloperidol
associado à prometazina pode produzir sedação e contenção em cerca de 20
minutos.
Aula 06 Síndromes psicóticas 2 + casos clínicos 01/09/2022
Psicose
quebra do contato com a realidade, apresentando sintomas como delírios,
alucinações e comportamento desorganizado.
Pode estar presente em várias condições ou patologias como esquizofrenia,
transtornos humor ( depressão ou mania ), intoxicação e abstinência de substâncias
químicas, uso de medicamentos e delirium.
Trata-se com antipsicóticos.
TIPOS DE TRANSTORNOS PSICÓTICOS
1. Transtorno Esquizofrênico
2. Transtorno Esquizofreniforme
3. Transtorno Esquizoafetivo
4. Transtorno Delirante Persistente
5. Transtorno Psicótico Breve
6. Transtorno Psicótico Compartilhado
7. Transtorno Psicótico Devido a uma Condição Médica Geral
8. Transtorno Psicótico Induzido por Substância
Transtorno Esquizofrênico
● Prevalência
○ 1% população
○ Geralmente inicia antes 25 anos
○ Sem predileção de camada sociocultural
○ Diagnóstico exclusivamente clínico
● CURSO
○ Inicio pode ser abrupto ou insidioso
○ Idade de início tem importância tanto fisiológica quanto prognóstica
● PADRÃO GENÉTICO
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
DSM-5
Dois (ou mais) por 1 mês (ou menos, se tratados com sucesso):
1) delírios
2) alucinações
3) discurso desorganizado
4) Comportamento desorganizado ou catatônico
5) sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo.
- TIPOS:
Positivos
● Alucinações
● Delírios
● Mania de Perseguição
● Perturbação de Pensamento
Negativos
● Falta de Motivação
● Isolamento Social
● Dificuldade de Expressar Emoções
● Apatia
PRINCIPAIS TIPOS DE ESQUIZOFRENIA:
PARANÓIDE
● Maior preservação cognitiva
● Subtipo mais comum
● Delírio primário, de cunho persecutório e autorreferente
● Pobreza de alterações sensoperceptivas.
HEBEFRÊNICA
● Presença marcante de desorganização do pensamento, com grande prejuízo
cognitivo
● Puerilidade, prognóstico ruim
● Alucinações e delírios desestruturados
CATATÔNICA
● Privilégio de sintomas motores
● Flexibilidade cérea
● Boa resposta eletroconvulsoterapia
RESIDUAL
● Ausência de sintomas produtivos
● Marcante prejuízo cognitivo
● Sintomas negativos
EXAME PSÍQUICO
PASSO 1 – O PACIENTE ESTÁ PSICÓTICO??
PASSO 2 – AFASTAR DELIRIUM
PASSO 3 - HUMOR
Teoria Neuroquímica
Caso 1
1 ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE
2 EXCLUIR ABUSO DE SUBSTÂNCIAS E CONDIÇÕES CLINICAS GERAIS
3 SIM – RISCO PARA SI
ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE
CASO 2
ESQUIZOFRENIA CATATÔNICA
CASO 03
CASO 04
CASO 05
CASO 06
“A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no
oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente.”
Simão Bacamarte, personagem de Machado de Assis no conto O Alienista.

Continue navegando