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Tema 10 Neuropsicologia e as deficiências

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Neuropsicologia e as deficiências
Aline Pedro Feza
Introdução
A neurociência despontou no século XX e seus estudos associam áreas da neurologia, psicologia, biologia e
educação. O objetivo central da neurociência está em entender as estruturas que compõem o sistema nervoso
central (SNC) e o funcionamento deste em todas as áreas do desenvolvimento. Para que ocorra o
desenvolvimento humano de maneira eficaz e satisfatória, funções denominadas psicológicas superiores
precisam estar integras. Assim, a neurociência apresenta que cada uma destas funções, ou seja, a percepção,
memória, raciocínio lógico, linguagem e atenção tem seu espação de funcionamento no cérebro. Uma lesão ou
um trauma em qualquer parte deste cérebro pode gerar um comprometimento destas funções. Sobre a luz da
neurociência, novos apontamentos sobre as deficiências vêm surgindo, como um recurso que associa o cérebro
ao desenvolvimento. É o que você vai entender a partir de agora.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• entender a neuropsicologia como forma de apoio pedagógico ao desenvolvimento de crianças com 
deficiências;
• analisar as deficiências por meio da neurociência.
O que é neurociência?
As neurociências aparecem para responder inquietações, reconstruir conceitos sobre desenvolvimento humano,
reunindo saberes e olhares, unindo a visão de homem, de criança, por meio da troca entre as várias disciplinas e
áreas de estudo. As neurociências são e serão grandes aliadas, identificando cada ser humano como único e
descobrindo a regularidade, o desenvolvimento, o tempo de cada um; trabalha assim nas interfaces de várias
áreas de conhecimento.
•
•
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Figura 1 - Conexões neurais
Fonte: Lightspring, Shutterstock, 2019.
Considerada uma área de aplicação de estudos da neurociência, a neuropsicologia é um campo de conhecimento
interdisciplinar, assim, procura estudar as relações entre o comportamento e a atividade cerebral.
Para Papalia (2000), os estudos referentes ao desenvolvimento humano apresentam os circuitos neuronais
compostos pelas funções básicas do sistema nervoso.
No caso humano determinam como nos comportamos como indivíduos. Nossas emoções vivenciadas
como medo, raiva e as situações prazerosas da vida originam-se da atividade dos circuitos neuronais
no cérebro. Nossa habilidade de pensar e armazenar lembranças depende de atividades físico-
químicas complexas que ocorrem nos circuitos neuronais. Os circuitos neuronais existentes no
FIQUE ATENTO
No primeiro ano de vida, as pessoas desenvolvem os circuitos neurais, os quais se assemelham
a uma teia, responsável pelas conexões neurológicas e pela significação do que é vivenciado. À
medida que o indivíduo vai recebendo mais estímulos, ele vai realizando mais conexões e
aumentando a “teia”, os recursos que não são utilizados são desativados pela “poda neural”.
Esta poda ocorre várias vezes ao longo da vida, sendo mais intenso próximo aos 3 anos de
idade.
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químicas complexas que ocorrem nos circuitos neuronais. Os circuitos neuronais existentes no
cérebro e medula espinhal programam todos nossos movimentos, desde colocar fio no buraco da
agulha até chutar uma bola na partida de futebol. Este entrelaçado de processos neuronais também
controla inúmeras funções no organismo humano (PAPALIA, 2000, p. 47).
O cérebro e os circuitos neurais estão associados e alinhados, exercendo, assim, cada uma a sua função. Os
estudos da neurociência determinaram que o cérebro é composto por quatro partes, definidas de córtex ou
lobos, que são: o lobo temporal, lobo occipital, lobo parietal e lobo frontal associados a dois hemisférios, o direito
e o esquerdo. O lobo frontal tem a responsabilidade de desenvolver as abstrações; o lobo temporal por receber e
processar as informações de cunho auditivo; o lobo occipital por receber e processar as informações visuais e,
por fim, o lobo parietal é responsável por receber e armazenar informações tátil-sinestésicas.
Figura 2 - Cérebro na visão da neurociência
Fonte: GraphicsRF, Shutterstock, 2019.
Conforme Wolfe (2006, p. 56), “o cérebro que aprende confere vantagens adaptativas ao seu possuidor na
procura de alimentos, parceiros sexuais, localização de abrigos e evitar perigos, garantindo maior longevidade”.
FIQUE ATENTO
Dentro da neurociência, como a ciência que estuda o cérebro, há várias vertentes. Uma delas é
a neurociência cognitiva, que é responsável pela relação entre o cérebro e a cognição e o
funcionamento desta cognição. Esta área é responsável por associar e estudar problemas de
baixo desempenho cognitivo com a não aprendizagem, bem como as causas que provocam esta
alteração.
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O que é neuropsicologia?
A neuropsicologia consiste em uma área da psicologia a qual estuda relações entre o cérebro e as manifestações
humanas, como o comportamento e as emoções. Conforme Bossa (2000, p. 45), “a neuropsicologia surgiu a partir
de conhecimentos obtidos pela Psicologia e a Neurologia com o intuito de investiga como as diferentes lesões
cerebrais causam déficits cognitivos e como recuperar esses déficits”. Para que as lesões cerebrais possam ser
identificadas no paciente, o neuropsicólogo realiza diversos testes de cognição, atenção, memória e linguagem,
em um procedimento determinado avaliação neuropsicológica. Além de identificar as lesões, a avaliação também
pode ser utilizada para diagnosticar os efeitos cognitivos e comportamentais que são causados por desordens
neurológicas. Conforme Bossa (2000), por meio da avaliação é possível compreender o grau de
comprometimento de áreas relacionadas com a memória, atenção, linguagem, raciocínio, percepção visual,
funções executivas, humor entre outras mais.
Figura 3 - Neuropsicólogo
Fonte: michaeljung, Shutterstock, 2019.
A neuropsicologia, além de avaliar com o diagnóstico assertivo e as intervenções estabelecidas para o
prognóstico do quadro, procuram, por meio de suas intervenções, propiciar a autonomia ao indivíduo e
restabelecer as capacidades cognitivas. O sucesso nestas intervenções ocorre de maneira mais satisfatória, visto
que há um diagnóstico precoce.
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A avaliação neuropsicológica, segundo Bossa (2000), é uma investigação das relações entre o cérebro e o
comportamento do indivíduo, principalmente das disfunções cognitivas que são associadas aos distúrbios do
SNC, tendo importância na identificação de aumento de risco para desenvolver doenças neurais e no
estabelecimento de padrões de desempenho normal. Alguns instrumentos são utilizados para a avaliação
neuropsicológica como: entrevistas, observações e os testes psicológicos, que são muito úteis e auxiliam no
diagnóstico clínico e no estabelecimento do perfil cognitivo do paciente, assim como na estimativa da evolução,
prognóstico, delineamento de programas de reabilitação cognitiva e o comportamento do tratamento
farmacológico e psicossocial.
Neurociências como suporte para a 
compreensão das deficiências
O Ministério da Educação define deficiência como “um conjunto de alterações de ordem física, sensorial, mental,
emocional ou de comportamento social” (BRASIL, 2008, p. 11). Assim, quer dizer que “assumir ou desenvolver
um trabalho terapêutico ou excessivamente especializado, mas significa adequar e proporcionar qualidade de
vida e de desenvolvimento às necessidades particulares de cada criança, permitindo um desenvolvimento
global”. (BRASIL, 2010, p. 12). Conforme o estudioso Bee (2003, p.12),
As mentes são difíceis de mudar, embora nossas mentes mudem com o aprendizado a todo instante,
ele fala de grandes mudanças, ou mudanças significativas que influencia a autoimagem, que
influencia. Ao referir-se à neurociência e sua relação com a neuropsicologia entendemos que em
certos aspectos, esta mesma mente é surpreendentemente resistente a mudanças, eis que surge um
paradoxo, que possivelmente todos que trabalham principalmente com o processo de aprendizagem
e com crianças já viveram.
As neurociências nascem para trabalhar, entre outras questões, com as inquietações das escolas que possuem
criançasaparentemente normais, porém que não se desenvolveram no processo de aprendizagem.
SAIBA MAIS
A Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-III) foi criada para avaliar a capacidade
intelectual de crianças. O objetivo final do teste é mensurar o coeficiente intelectual do
avaliado, estabelecendo se ele apresenta deficiência intelectual e o nível desta deficiência.
Entenda mais no livro “WISC III – Escala de inteligência Wechsler para crianças – cubos”, do
autor David Wechsler.
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A neurociência tem sido tema cada vez mais frequente em estudos ligados à educação e aprendizado, graças a
evolução do conhecimento nessa área, juntamente com as tecnologias que vêm sendo desenvolvidas. Ao longo de
toda a vida ocorrem incontáveis sinapses no sistema nervoso central, resultando em aprendizado e novos
comportamentos, mas nos anos iniciais esse movimento é muito mais presente, o que atribui grande
responsabilidade ao educador para o desenvolvimento dessa fase.
Figura 4 - Funcionamento do cérebro
Fonte: Andrey_Kuzmin, Shutterstock, 2019.
O processo educacional visa a modificação de comportamento do indivíduo, e para que essa ação seja
significativa, deve-se usar estratégias pedagógicas que estimulem o sistema nervoso, reorganizando o cérebro no
processo ensino-aprendizagem. Aprender envolve pensamentos, emoções, vias neurais, sinapses,
neurotransmissores, neuroplasticidade, enfim, todo o aparato do sistema nervoso. Portanto, o educador precisa
ter clareza e certeza do motivo pelo qual desenvolve o conteúdo, para que possa passar este conteúdo de modo
EXEMPLO
A neuroplasticidade, ou a plasticidade neuronal, define-se pela capacidade de o sistema
nervoso adaptar-se a uma nova estrutura funcional, estabelecendo novas experiências e
conexões. A neuroplasticidade fica evidente em vários casos, no entanto, o que mais chama
atenções é em casos de acidente vascular cerebral, que por meio de intervenções corretas
desenvolve novas conexões, mesmo com a lesão neurológica presente.
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ter clareza e certeza do motivo pelo qual desenvolve o conteúdo, para que possa passar este conteúdo de modo
relevante, contextualizado e de uso cotidiano para o discente. Além de entender como se dão os distúrbios de
aprendizagem, para poder trabalhá-los de forma que minimizem os problemas decorrentes.
Fechamento
A neurociência oferece um grande potencial para nortear a pesquisa educacional e futura aplicação em sala de
aula. Pouco se publicou para análise retrospectiva. Contudo, faz-se necessário construir pontes entre a
neurociência e a prática educacional. Há forte indicação de que a neurociência cognitiva está bem colocada para
fazer esta ligação de saberes. Políticas educacionais devem ser planejadas por meio da alfabetização em
neurociência, principalmente, para pessoas com deficiência, como forma de envolver o público em geral, além
dos educadores. Neste tema foi possível discutir também a atuação do neuropsicólogo, o qual consiste em um
profissional da psicologia especializado na área da neurociência, que irá avaliar e intervir, proporcionando aos
seus pacientes potencialidade de desenvolver a neuroplasticidade.
Referências
BEE, H. . 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.A criança em desenvolvimento
BOSSA, N. A. o que são? Como tratá-las. Porto Alegre. Artmed, 2000.Dificuldades de aprendizagem: 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na
 Brasília: MEC/SEESP, 2008.Perspectiva da Educação Inclusiva.
CRONE J. . São Paulo: Artmed, 2002.Como o cérebro funciona
DISTRITO FEDERAL. Secretaria do Estado de Educação. Orientações Pedagógicas da Educação Especial.
Brasília, 2010.
PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W. Tradução: Daniel Bueno. 7. ed. Porto Alegre: Artmed,Desenvolvimento humano.
2000.
WOLFE, P. A . Portugal: Porto, 2006.importância do cérebro
WECHSLER, D. – cubos. São Paulo: Casa do Psicólogo,WISC III - Escala de inteligência Wechsler para crianças 
2003.
	Introdução
	O que é neurociência?
	Conexões neurais
	Cérebro na visão da neurociência
	O que é neuropsicologia?
	Neuropsicólogo
	Neurociências como suporte para a compreensão das deficiências
	Funcionamento do cérebro
	Fechamento
	Referências

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