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HK B Doenç� Ater�clerótic� Cardiovascular Prof. Lu� M�un� A doença cardiovascular é a principal causa de morte no Brasil e no mundo, afetando a maioria dos adultos acima de 60 anos. Epidemiologi� ➺ Segunda maior causa de morte no Brasil. ➺ É a principal causa de gastos em saúde pública, pois gera incapacitação e perda de produtividade. ➺ Prevalência: 12% em pacientes acima de 65 anos ➺ Espectro clínico: isquemia silenciosa, angina crônica ou instável, infarto agudo do miocárdio, cardiomiopatia isquêmica e morte súbita cardíaca. �siopatologi� A doença aterosclerótica cardiovascular é uma doença inflamatória crônica sistêmica, que afeta, principalmente, a camada íntima das artérias, por relação entre citocinas inflamatórias, endotélio vascular, lipoproteínas e cascata de coagulação. ❤ Camadas das artérias ❤ Fase inicial ➺ O fatores desencadeadores da aterosclerose (cigarro, HAS, hiperglicemia, consumo de gordura, obesidade e resistência à insulina) alteram a expressão de moléculas de adesão (selectinas) pelas células endoteliais, permitindo a adesão dos leucócitos à parede arterial. ➺ A VCAM-1 liga-se a monócitos e linfócitos T, os dois tipos principais de leucócitos encontrados na fase inicial da placa aterosclerótica. HK B ➺ Áreas com fluxo turbulento há maior propensão para formação das placas. Obs: em áreas com fluxo laminar, a enzima antioxidante (superóxido dismutase) e o óxido nítrico, deflagram os mecanismos antiaterogênicos. ➺ Ocorre o acúmulo extracelular de lípides na íntima: LDL se ligam aos proteoglicanos da matriz extracelular através da apoB. ➺ Monócitos e linfócitos T possuem integrinas que se relacionam com a VCAM-1, e penetram no endotélio, por um processo dependente de proteína quimiotática de monócito (MCP-1). ❤ Fase de desenvolvimento da estria gordurosa ➺ Monócitos maturam-se em macrófagos que internalizam LDL e se tornam células espumosas. ➺ Liberação de fatores de crescimento, citocinas e fator estimulador de colônia de macrófagos (M-CSF). ➺ Formação da estria gordurosa por meio da junção de células espumosas. ➺ A resposta imune adaptativa faz com que os macrófagos apresentam os antígenos para o linfócitos, Th1 libera citocinas pró-inflamatórias e Th2, citocinas que reduzem a inflamação. ❤ Fase de progressão para placa complexa ➺ Macrófagos e linfócitos T infiltram as lesões ateroscleróticas e se localizam preferencialmente na borda do ateroma, onde a inflamação é mais ativa e por onde se dá o crescimento da placa. ➺ Células musculares lisas (CML) sintetizam a matriz extracelular e causa a mineralização da placa. ➺ A neovascularização é mediada por fatores como VEGF e fatores de crescimento de fibroblasto, e os neovasos fazem com que a placa aterosclerótica facilitam a entrada de mais leucócitos nas placas. ➺ Os neovasos favorecem a hemorragia intraplaca e trombose in situ, de forma que é produzida trombina -> ativação da célula endotelial, monocitos, macrófagos, HK B célula muscular lisa e plaquetas -> mediadores inflamatórios -> promovem o crescimento da placa. ➺ Plaquetas: secretam mediadores inflamatórios -> inflamação e trombose ➺ Placa aterosclerótica: ❤ Fase da rotura da placa ➺ Remodelamento positivo: crescimento da placa no sentido contrário da luz vascular, com aumento da espessura, mediada pelos ciclos de secreção e degradação da matriz extracelular. ➺ Após alcançar o limite de 40% da espessura do vaso, a lesão passa a crescer em direção a luz, causando lesões estenótica (quadro clínico crônico). ➺ Rotura: ocorre em razão de um desequilíbrio entre a produção e degradação da matriz extracelular, resultando em degradação da matriz com enfraquecimento da capa. ❤ Início dos sintomas ➺ O crescimento da placa leva ao comprometimento do fluxo sanguíneo, causando a isquemia miocárdica. ➺ A capacidade de dilatação do vaso é prejudicada, e piora na demanda, resultando em subsequente isquemia. ➺ Durante a isquemia, causa-se dor torácica e alterações no ECG ➺ Se a isquemia for prolongada, pode ocorrer o IAM. Fatore� d� risc� Os fatores de risco modificáveis são responsáveis por 90% dos infartos e acidentes vasculares. > 4 fatores de risco: Alto risco para AVC, DAC e óbito > 60a em ♀ e > 50a em ♂ + 1 dos fatores de risco: Risco intermediário ➺ > 60 anos ➺ Tabagismo ➺ Dislipidemia HK B ➺ HAS ➺ Diabetes ➺ Obesidade abdominal ➺ Fatores psicossociais: depressão, estresse e eventos da vida ➺ Antecedentes familiares ➺ Consumo regular de álcool Obs: o consumo moderado de álcool, 1 a 2 doses por dia, pode proteger para o infarto, mas aumenta o risco de AVC. ❤ Fatores protetores Consumo diários de frutas e vegetais e Atividade física regular Apresentaçõe� d� ater�cler�� A manifestação das aterosclerose resulta da perfusão diminuída (isquemia), sendo demonstrada pela dor torácica e alterações no EC, por disfunção diastólica e sistólica. Entretanto, o paciente pode se manter assintomático por muito tempo, pois o coração apresenta alta reserva miocárdica, podendo se adaptar até certo grau de lesão. ❤ Doença arterial coronariana (DAC) ➺ Angina pectoris Incapacidade da artéria coronária aumentar o fluxo sanguíneo ➺ Infarto do miocárdio ➺ Insuficiência cardíaca ❤ Doença vascular cerebral ➺ Acidente vascular cerebral ➺ Acidente isquêmico transitório ➺ Demência vascular ❤ Doença arterial mesentérica ➺ Angina intestinal ➺ Isquemia mesentérica ❤ Doença arterial periférica ➺ Claudicação intermitente ➺ Lesão isquêmica de membros ➺ Aterosclerose aórtica ➺ Aneurisma de aorta torácica ou abdominal ➺ Dissecção de aorta torácica ou abdominal HK B Sinai� � sintoma� Pode ser assintomática, mas se for sintomática: ➺ Dor ou desconforto torácico ➺ Dispneia, ortopneia e dispneia paroxística noturna ➺ Chiado: asma cardíaca ➺ Tosse e/ou hemoptise ➺ Fadiga ou fraqueza ➺ Palpitações ➺ Tontura e/ou síncope ➺ Edema ➺ Dor em extremidades com esforço (claudicação) ➺ Lesão trófica em membro ➺ Déficit neurológico agudo, sequela de AVC ou cognitivo Avaliaçã� ❤ Anamnese ➺ Determinar se há condição de ameaça a vida: IAM, angina instável, insuficiência cardíaca descompensada, edema agudo de pulmão, acidente vascular cerebral, dissecção aguda da aorta e insuficiência arterial periférica aguda. ➺ Detectar fatores de risco ➺ Detectar doenças cardiovasculares já instaladas ➺ Evitar lesar ainda mais o paciente, por meio de eficácia, segurança, eficiência, disponibilidade, humanização e reconhecer o momento certo para intervenção. ➺ Identificar fatores sugestivos para certas doenças: • Faixa etária: Infância: cardiopatia congênita e doença valvar reumática Adultos: doenças ateroscleróticas • Mulheres na menopausa: doença coronária • Raça negra: elevação maligna da HAS • Profissões de maior tensão emocional: doenças aterosclerótica e HAS • Condições de moradia: doença de Chagas ➺ Antecedentes pessoais e hábitos/vícios ➺ Antecedentes familiares: história de cardiopatia, HAS, diabetes, AVC e morte súbita ➺ Antecedentes psicossociais HK B ➺ ISDA: sintomas dispépticos ou obstipação crônica ❤ Avaliar tolerância aos esforços físicos “O exercício determina aumento do trabalho miocárdio e consumo de oxigênio e é valioso para avaliar a reserva miocárdica, pois os mecanismos de reserva podem não ser suficientes para manter o paciente assintomático durante o esforço. Dessa forma, detectamos lesões que são assintomáticas ao repouso.” ➺ Escala de BORG: graduação da atividade física em idosos ❤ Avaliar capacidade funcional (METS) Devemos sempre avaliar qual a capacidade funcional do nosso paciente ( o quanto de esforço ele faz na sua vida diária) HK B Risc� cardiovascular ➺ Identificar fatores de risco para doença aterosclerótica ➺ Identificar fatores protetores para aterosclerose ❤ Escore de risco global Idade HDL Colesterol total Pressão arterial sistólica Fumo Diabetes ➺ Risco global para mulheres HK B ➺ Risco global para homens ❤ Escore de Risco deReynolds (ERR) Inclui: proteína C-reativa e antecedentes familiares de doença coronariana prematura. Estima: probabilidade de IAM, AVC, morte e revascularização ❤ Escore de Framingham Avalia o risco do paciente sem doença aterosclerótica ter um IAM ou morrer em 10 anos. HK B ❤ Equivalente de risco cardiovascular “Equivalentes de risco CV (diabetes, doença renal crônica (definidos como RFG <60% mas especialmente são de risco quando o RFG < 45% ou necessidade de procedimento de revascularização prévia)) não necessitam da avaliação de risco, devem ser considerados como de alto risco e serem submetidos às estratégias de prevenção secundária de eventos” ❤ Risco por tempo de vida Avalia a probabilidade de um indivíduo > 45 anos apresentar um evento isquêmico ➺ Passo 1: Classifica os fatores de risco, de acordo com o controle e/ou importância dos mesmos em ótimos, não-ótimos, elevados e principais. ➺ Passo 2: cálculo do RTV para homens e mulheres, respectivamente, a partir dos 45 anos, com base na exposição a esses fatores ao longo do Tempo de Vida ❤ Estratificação de risco cardiovascular ❤ Agravantes para risco intermediário HK B ➺ História familiar ➺ Síndrome metabólica O diagnóstico de síndrome metabólica requer a presença de obesidade abdominal, como condição essencial e dois ou mais dos critérios: • Circunferência: Homem > 94 cm e mulher > 80 cm • Triglicérides: > 150 mg/dl • HDL: mulher < 40 e homem < 50 • PAS: > 130 mmHg • PAD > 85 mmHg • Glicemia em jejum > 100mg/dl ➺ Micro ou macroalbuminúria ➺ Hipertrofia ventricular esquerda ➺ Evidência de doença aterosclerótica subclínica • Escore de cálcio elevado (CT coronárias) > 100 ou percentil > 75 para idade e sexo • Placa aterosclerótica em aorta • PCR ultra sensível elevada: reflete o grau de inflamação e instabilidade de placa aterosclerótica • Espessamento de carótida > 1mm • ITB < 0,9 Rastreament� O screening ou rastreamento envolve a realização de exames para avaliar a presença de doenças subclínicas: HK B Obs: calcificação coronariana - angiotomografia A máquina de tomografia calcula a calcificação e relaciona com as chances de desenvolvimento de DAC. As setas apontam para as calcificações e estreitamento de coronárias HK B Conduta� O tratamento consiste na prevenção de eventos cardiovasculares maiores, com foco na mudança do estilo de vida. ➺ Baixo ou moderado risco: se não houver evento cardiovascular prévio, realiza apenas a mudança de estilo de vida e, se houver, controle de HAS e diabetes. ➺ Alto risco: além da mudança de estilo de vida, deve-se inserir estatina independente do colesterol. HK B ❤ Orientações ➺ Atividade física 1- Gradual e progressivo - para garantir segurança e aderência 2- Boa anamnese e exame físico são suficientes na avaliação pré exercícios (avaliar se há contra indicações) 3- Teste funcional para avaliar isquemia miocárdica como o TE apenas para: pacientes com sintomas, DAC conhecida ou pacientes de alto risco para DAC 4-Intensidade: leve a moderada (gradual) - 5 A 6 EM 10 5-Duração -ideal mínimo 10min por vez (pode ser parcelado ao longo do dia) 6-Quantidade - quanto for possível (pode atingir ou ultrapassar a recomendação do adulto de 150 min por semana) Obs: Idosos ➺ Alimentação 1 - Redução da ingesta de carboidratos e açúcares simples 2 - Consumir vegetais, frutas e grãos inteiros 3 - Reduzir a ingestão de ácidos graxos saturados e gorduras trans, substituindo por mono e poli insaturados 4 - Aumentar a ingesta de fitoesteróis: nozes, semente de girassol, soja, canola, trigo, milho, feijões, abacate, legumes e verduras 5 - Consumir peixe 2x na semana e reduzir carne vermelha 6 - Reduzir a ingesta de sal para < 2,3 g por dia 7 - Aumentar a ingesta para 30 a 45g de fibras por dia ➺ Redução do estresse ➺ Cuidado com álcool, drogas e tabagismo ➺ Cuidado com IST e gravidez indesejada ❤ Exames ➺ Perfil lipídico ➺ Glicemia de jejum ➺ Hemoglobina glicada HK B Prevençã� ❤ Prevenção primária Aplicada para pacientes com risco cardiovascular ➺ Mudança do estilo de vida ➺ Tratamento dos fatores de risco ❤ Prevenção secundária Aplicada para doença manifesta ou equivalente isquêmico ➺ Estatina ➺ AAS HK B Referência� bibliográfica� Overview of primary prevention of cardiovascular disease-uptodate Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 https://www.sanarmed.com/resumo-de-aterosclerose-completo-sanarflix
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