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O MUNDO MICROBIANO E A MEDICINA VETERINÁRIA → Os micróbios em nossas vidas Os micróbios, também chamados de microrganismos, são seres vivos minúsculos que são, em geral, individualmente muito pequenos para serem visualizados a olho nu. O grupo inclui bactérias, fungos (leveduras e bolores), protozoários e algas microscópicas. Também inclui os vírus, entidades acelulares muitas vezes consideradas como o limite entre o vivo e o não vivo. → Nomenclatura A nomenclatura científica designa para cada organismo dois nomes – o gênero é o primeiro nome, sendo sempre iniciado com letra maiúscula; o segundo nome é o epíteto específico (nome das espécies), escrito sempre em letra minúscula. O gênero da bactéria Escherichia coli recebeu este nome em homenagem ao cientista Theodor Escherich, ao passo que seu epíteto específico, coli, está relacionado ao fato de E. coli habitar o colo, ou o intestino grosso. → Bactérias Bactérias são organismos relativamente simples e de uma única célula (unicelulares). Devido ao fato de seu material genético não ser envolto por uma membrana nuclear especial, as células bacterianas são chamadas de procariotos, de palavras gregas que significam pré-núcleo. Os procariotos incluem as bactérias e as arqueias. As células bacterianas apresentam uma entre várias formas possíveis. Bacilos (semelhantes a bastões), cocos (esféricos ou ovoides) e espirais (espiralados ou curvados) estão entre as formas mais comuns, porém algumas bactérias possuem forma de estrela ou quadrado. As bactérias são envoltas por uma parede celular que é praticamente composta por um complexo de carboidrato e proteína, chamado de peptideoglicano. (Em comparação, a celulose é a principal substância das paredes celulares de plantas e algas.) As bactérias geralmente se reproduzem por divisão em duas células iguais; esse processo é chamado de fissão binária. Para a sua nutrição, a maioria das bactérias usa compostos orgânicos encontrados na natureza, derivados de organismos vivos ou mortos. Algumas bactérias podem fabricar o seu próprio alimento por fotossíntese, e algumas obtêm seu alimento a partir de compostos inorgânicos. Muitas bactérias podem “nadar” usando apêndices de movimento, chamados de flagelos. → Teoria de biogênese Louis Pasteur pai da biologia, acreditava na biogênese e comprovou, em u experimento em que deixou uma sopa nutritiva em um balão com um bico encurvado. → Fermentação e pasteurização Uma das etapas fundamentais que estabeleceu a relação entre microrganismos e doenças ocorreu quando um grupo de mercadores franceses pediu a Pasteur que descobrisse por que o vinho e a cerveja azedavam. Eles esperavam desenvolver um método que impedisse a deterioração dessas bebidas quando enviadas a longas distâncias. Pasteur descobriu, ao contrário, que microrganismos, chamados de leveduras, convertiam os açúcares em álcool na ausência de ar. Esse processo, chamado de fermentação utilizado na produção de vinho e cerveja. O azedamento e a deterioração são causados por organismos diferentes, chamados de bactérias. Na presença de ar, bactérias transformam o álcool em vinagre (ácido acético). A solução de Pasteur para o problema da deterioração foi o aquecimento da cerveja e do vinho o suficiente para matar a maioria das bactérias que causavam o estrago. Esse processo, chamado de pasteurização. → teoria do germe da doença. A primeira evidência de que bactérias realmente causam doenças veio de Robert Koch, em 1876. Koch, um médico alemão, era o jovem rival de Pasteur na corrida para descobrir a causa do antraz, doença que estava destruindo os rebanhos de gado e ovelhas na Europa. Koch descobriu bactérias em forma de bacilos, conhecidas atualmente como Bacillus anthracis, no sangue de um rebanho que morreu de antraz. Ele cultivou a bactéria em meio de cultura e, então, injetou amostras da cultura em animais saudáveis. Quando esses animais adoeceram ou morreram, Koch isolou a bactéria presente no sangue e a comparou com a bactéria originalmente isolada. Ele descobriu que as duas amostras continham a mesma bactéria. Dessa forma, Koch estabeleceu os Postulados de Koch, uma sequência de etapas experimentais capazes de relacionar diretamente um micróbio específico a uma doença específica. → Vacinação Edward Jenner, um jovem médico inglês, iniciou um experimento para descobrir um modo de proteger as pessoas da varíola. A doença periodicamente varria a Europa, matando milhares de pessoas, e também foi responsável por eliminar 90% dos norte-americanos nativos da Costa Leste americana, quando os colonizadores europeus trouxeram a infecção ao Novo Mundo Quando uma jovem que trabalhava na ordenha de vacas informou a Jenner que ela não contraía varíola porque já havia estado doente de varíola bovina* – doença mais branda que a varíola – ele decidiu testar a história da jovem. Primeiro, Jenner coletou raspados das feridas provenientes das vacas. Então, ele inoculou um voluntário de 8 anos de idade com o material retirado das feridas através de pequenos arranhões no braço do garoto com uma agulha contaminada. Os arranhões deram origem a bolhas. Em poucos dias, o voluntário estava com uma forma amena da doença, mas se recuperou e nunca mais contraiu nem a varíola bovina e nem a varíola humana. A proteção contra a doença fornecida pela vacinação (ou através da recuperação da doença em si) é chamada de imunidade. → Comparando as células procarióticas e eucarióticas: visão geral Bactérias: Procariotas: não tem núcleo Fungos: Eucariotas: tem núcleo Vírus: Ácidos nucleicos e proteínas, organismos acelulares Procariotos e eucariotos contêm ácidos nucleicos, proteínas, lipídeos e carboidratos. Eles usam os mesmos tipos de reações químicas para metabolizar o alimento, formar proteínas e armazenar energia. As principais características diferenciais dos procariotos: 1. Em geral, seu DNA não está envolto por membrana e consiste em um único cromossomo, arranjado de forma circular. 2. Seu DNA não está associado com histonas (proteínas ligadas ao material genético). 3. Os procariotos não apresentam outras organelas revestidas por membrana, como núcleo, mitocôndria e cloroplastos. 4. Suas paredes celulares quase sempre contêm o polissacarídeo complexo peptideoglicano. 5. Normalmente se dividem por fissão binária, de forma que o DNA é copiado, e a célula se divide em duas. → O tamanho, a forma e o arranjo das células bacterianas 0,2 a 2 m de diâmetro e de 2 a 8 m de comprimento Os cocos geralmente são redondos, mas podem ser ovais, alongados ou achatados em uma das extremidades. Quando os cocos se dividem para se reproduzir, as células podem permanecer ligadas umas às outras. Os cocos que permanecem em pares após a divisão são chamados de diplococos; aqueles que se dividem e permanecem ligados uns aos outros em forma de cadeia são chamados de estreptococos. Aqueles que se dividem em dois planos e permanecem em grupos de quatro são conhecidos como tétrades. Os que se dividem em três planos e permanecem ligados uns aos outros em grupos de oito, em forma de cubo, são chamados de sarcinas. Aqueles que se dividem em múltiplos planos e formam agrupamentos em formato de cacho de uva ou lâminas amplas são chamados de estafilococos. Alguns bacilos possuem a aparência de “canudinhos”. Outros possuem extremidades cônicas, como charutos. As bactérias espirais têm uma ou mais curvaturas; elas nunca são retas. As bactérias que se assemelham a bastões curvos são chamadas de vibriões . Outras, chamadas de espirilos, possuem forma helicoidal, como um saca-rolha, e corpo bastante rígido. Já outro grupo de espirais tem forma helicoidal e flexível; são chamados de espiroquetas. → Estruturas externas à parede celular Glicocálice: O glicocálice bacteriano é um polímero viscoso e gelatinoso que está situado externamente à parede celular e é composto por polissacarídeo, polipeptídeo ou ambos. Ele é produzido dentro da célula e secretado para a superfície celular. Se a substância é organizada e está firmemente aderida à parede celular,o glicocálice é descrito como cápsula. Se a substância não é organizada e está fracamente aderida à parede celular, o glicocálice é descrito como uma camada limosa. Em certas espécies, as cápsulas são importantes para a contribuição da virulência bacteriana (medida do grau em que um patógeno causa doença). As cápsulas frequentemente protegem as bactérias patogênicas contra a fagocitose. Um glicocálice que auxilia as células em um biofilme a se fixarem ao seu ambiente-alvo e umas às outras é denominado substância polimérica extracelular (SPE). A SPE protege as células dentro do glicocálice, facilita a comunicação entre as células e permite a sobrevivência celular pela fixação a várias superfícies em seu ambiente natural. Por meio da fixação, as bactérias podem crescer em diversas superfícies, como pedras em rios com correnteza rápida, raízes de plantas, dentes humanos, implantes médicos, tubulações e até mesmo em outras bactérias. → Flagelos São longos apêndices filamentosos que realizam a propulsão da bactéria. As bactérias que não possuem flagelos são chamadas de atríquias (sem projeções).Na maioria das bactérias, os filamentos não são cobertos por uma membrana ou bainha, como nas células eucarióticas. A proteína flagelar, chamada de antígeno H, é útil para diferenciar entre os sorovares, ou variações dentro de uma espécie, de bactérias gram-negativas → Fímbrias e pili As fímbrias podem ocorrer nos polos da célula bacteriana ou podem estar homogeneamente distribuídas em toda a superfície da célula. As fímbrias têm uma tendência a se aderirem umas às outras e às superfícies. As fímbrias também auxiliam na adesão da bactéria às superfícies epiteliais do corpo. Os pili (singular: pilus) normalmente são mais longos que as fímbrias, e há apenas um ou dois por célula. Os pili estão envolvidos na motilidade celular e na transferência de DNA. Em um tipo de motilidade, chamada de motilidade pulsante. Esse modelo é denominado modelo do gancho atracado da motilidade pulsante e resulta em movimentos curtos, abruptos e intermitentes. → A parede celular A parede celular da célula bacteriana é uma estrutura complexa e semirrígida responsável pela forma da célula. Quase todos os procariotos possuem uma parede celular que circunda a frágil membrana plasmática (citoplasmática) e a protege, bem como ao interior da célula, de alterações adversas no meio externo. A principal função da parede celular é prevenir a ruptura das células bacterianas quando a pressão da água dentro da célula é maior que fora dela, também ajuda a manter a forma de uma bactéria e serve como ponto de ancoragem para os flagelos. Clinicamente, a parede celular é importante, pois contribui para a capacidade de algumas espécies causarem doenças e também por ser o local de ação de alguns antibióticos. Além disso, a composição química da parede celular é usada para diferenciar os principais tipos de bactérias. → Composição e características peptideoglicano (também conhecida como mureína), que está presente isoladamente ou em combinação com outras substâncias. O peptideoglicano consiste em um dissacarídeo repetitivo ligado por polipeptídeos para formar uma rede que circunda e protege toda a célula. Moléculas alternadas de NAM e NAG são ligadas em filas de 10 a 65 açúcares para formar um “esqueleto” de carboidratos. → Paredes celulares de gram-positivas Na maioria das bactérias gram-positivas, a parede celular consiste em muitas camadas de peptideoglicano, formando uma estrutura rígida e espessa. Peptideoglicano é ácido tecóico, coram de roxo pelo método de gram → Paredes celulares de gram-negativas As paredes celulares das bactérias gram-negativas consistem em uma ou poucas camadas de peptideoglicano e uma membrana externa Mais complexa com membrana externa revestida de LPS, espaço periplásmico, coram-se de rosa pelo método gram → Paredes celulares e mecanismo da coloração de Gram A aplicação de álcool desidrata o peptideoglicano das células gram-positivas para torná-la mais impermeável ao cristal violeta-iodo. O efeito nas células gram-negativas é bem diferente; o álcool dissolve a membrana externa das células gram-negativas, deixando também pequenos buracos na fina camada de peptideoglicano, pelos quais o cristal violeta-iodo se difunde. → Dano à parede celular Certos antibióticos, como a penicilina, destroem as bactérias, interferindo com a formação das ligações cruzadas peptídicas do peptideoglicano, impedindo, assim, a formação de uma parede celular funcional. A maioria das bactérias gram-negativas não é tão sensível à penicilina quanto as bactérias gram-positivas, pois a membrana externa das bactérias gram-negativas forma uma barreira que inibe a entrada dessa e de outras substâncias, e as bactérias gram- -negativas possuem menos ligações cruzadas peptídicas. Contudo, as bactérias gram-negativas são bastante suscetíveis a alguns antibióticos -lactâmicos, que penetram na membrana externa melhor que a penicilina. → Estruturas internas à parede celular A membrana plasmática (citoplasmática) (ou membrana interna) é uma estrutura fina, situada no interior da parede celular, revestindo o citoplasma da célula . A membrana plasmática dos procariotos consiste principalmente em fosfolipídeos, que são as substâncias químicas mais abundantes na membrana, e proteínas. As membranas plasmáticas eucarióticas também contêm carboidrato e esteróis, como o colesterol. Para uma célula procariótica, o termo citoplasma refere-se à substância celular localizada no interior da membrana plasmática. Cerca de 80% do citoplasma é composto de água, contendo principalmente proteínas (enzimas), carboidratos, lipídeos, íons inorgânicos e muitos compostos de baixo peso molecular O nucleoide de uma célula bacteriana normalmente contém uma única molécula longa e contínua de DNA de dupla-fita, frequentemente arranjada em forma circular, denominada cromossomo bacteriano. Todas as células eucarióticas e procarióticas contêm ribossomos, onde ocorre a síntese de proteínas. As células com altas taxas de síntese proteica, como aquelas que estão crescendo ativamente, possuem um grande número de ribossomos. Quando os nutrientes essenciais se esgotam, determinadas bactérias gram-positivas, como aquelas dos gêneros Clostridium e Bacillus, formam células “dormentes” especializadas, chamadas de endósporos → Relação parasita/ hospedeiro Parasita: Organismo que vive sobre ou em um segundo organismo denominado hospedeiro. → Patologia, infecção e doença Infecção consiste na invasão ou colonização do corpo por microrganismos patogênicos; a doença ocorre quando uma infecção resulta em qualquer alteração no estado de saúde. A doença é um estado anormal, no qual parte ou todo o organismo encontra-se incapaz de realizar as suas funções normais. Uma infecção pode existir na ausência de doença detectável. Por exemplo, o corpo pode estar infectado pelo vírus que causa a Aids sem que haja a manifestação de qualquer sintoma da doença. A presença de um tipo particular de microrganismo em uma parte do corpo onde ele normalmente não é encontrado também é chamada de infecção, podendo acarretar o surgimento de doença. Por exemplo, embora enormes quantidades de E. coli normalmente estejam presentes no intestino saudável, sua infecção do trato urinário, em geral, leva à doença. → Microbiota normal Os microrganismos que estabelecem residência mais ou menos permanente (colonizam), mas não produzem doença em condições normais, são membros da microbiota normal, ou flora normal* do corpo. Outros, chamados de microbiota transiente, podem estar presentes por vários dias, semanas, ou meses, e depois desaparecerem. Os microrganismos não se encontram em todo o corpo humano, mas se localizam em certas regiões. → Relações entre a microbiota normal e o hospedeiro Uma vez estabelecida, a microbiota normal pode beneficiar o hospedeiro ao impedir o crescimento excessivo de microrganismos potencialmente perigosos. Esse fenômeno é denominado antagonismo microbiano, ou exclusão competitiva.O antagonismo microbiano envolve a competição entre os micróbios. Uma consequência dessa competição é o fato de que a microbiota normal protege o hospedeiro contra a colonização por micróbios potencialmente patogênicos ao competir por nutrientes, produzir substâncias prejudiciais aos micróbios invasores e afetar condições como o pH e a disponibilidade de oxigênio. Quando o equilíbrio entre a microbiota normal e os micróbios patogênicos é alterado, o resultado pode ser o surgimento de doenças. A relação entre a microbiota normal e o hospedeiro é chamada de simbiose, uma relação entre dois organismos, na qual pelo menos um deles é dependente do outro. Na relação simbiótica, denominada comensalismo, um dos organismos beneficia-se, enquanto o outro não é afetado. Mutualismo é um tipo de simbiose que beneficia ambos os organismos. Em outra forma de simbiose, um organismo beneficia-se obtendo nutrientes à custa de outro organismo; esta relação é chamada de parasitismo. Muitas bactérias causadoras de doenças são parasitos. Os micróbios, como a E. coli, são chamados de patógenos oportunistas. Não causam doença em seu hábitat normal em um indivíduo saudável, mas podem ocasionar um quadro de doença em um ambiente diferente. → Postulados de Koch 1. O mesmo patógeno deve estar presente em todos os casos da doença. 2. O patógeno deve ser isolado do hospedeiro doente e cultivado em cultura pura. 3. O patógeno obtido da cultura pura deve causar a doença quando inoculado em um animal de laboratório suscetível e saudável. 4. O patógeno deve ser isolado do animal inoculado e deve ser, necessariamente, o organismo original. Biofilme: microorganismo agrupado em grande quantidade aderidas às superfícies e compartilhando nutrientes. Pode ser de uma única espécie ou de grupos diversos de microorganismos. Exemplo. Tártaro → Simbose: Resiste: habilidade para repetir a doença por meio de seus mecanismos de defesa. Bacteremia: bactérias presentes transitoriamente na corrente sanguínea, em replicação. Septicemia (pobre): os microorganismos patogênicos multiplicam-se e persistem na corrente sanguínea, produzindo doenças sistêmicas. Susceptibilidade: capacidade do indivíduo de uma infecção. exemplo: desnutrido ou sem vacina Resistência inespecífica: sistema imune não preparado Resistência específica: sistema imune preparado Patogenicidade: capacidade do microorganismo causar doença Virulência: Grau de patogenicidade do microorganismo → Fatores de virulência microbiana: Toxinas são as principais fatores de virulência nas bactérias. ● Exotoxinas: excretadas no meio extracelular até o meio ambiente. Exemplo: toxicação alimentar ● Endotoxina: retiras dentro da célula como parte de sua estrutura, composição de células bacterianas gram negativas - Proteínas - Estimulada a produção de um antitoxina - anticorpos - Patogenicidade características ou especifica - Sob ação do formol transformam-se em anatoxina - toxina não ativada As exotoxinas são produzidas no interior de algumas bactérias como parte de seu crescimento e metabolismo, e são secretadas pela bactéria no meio circundante ou liberadas após a lise da célula. Exo- significa “fora”, o que, nesse contexto, refere-se ao fato de que as exotoxinas são secretadas para o exterior das células bacterianas responsáveis pela sua produção. As exotoxinas são proteínas, e muitas são enzimas que catalisam apenas certas reações bioquímicas. Em razão da natureza enzimática da maioria das exotoxinas, mesmo pequenas quantidades são bastante perigosas, pois podem agir várias vezes seguidas. As bactérias que produzem exotoxinas podem ser gram-positivas ou gram-negativas. Os genes que codificam a maioria (e talvez todas) das exotoxinas são carreados em plasmídeos bacterianos ou fagos. Como as exotoxinas são solúveis em fluidos corporais, elas podem difundir-se facilmente no sangue, sendo rapidamente transportadas por todo o corpo. As exotoxinas são doença-específicas. Por exemplo, o botulismo normalmente é provocado pela ingestão da exotoxina, e não devido a uma infecção bacteriana. De maneira semelhante, a intoxicação alimentar estafilocócica, como o próprio nome diz, é uma intoxicação, e não uma infecção. - Lipopolissacarídeo - Não estimula antitoxinas - Patogenicidade não é característica ou não específica - Sob ação do formol não se transformam em anatoxina Endotoxinas estão localizadas no interior das células bacterianas. As endotoxinas são parte da porção externa da parede celular de bactérias gram-negativas . As bactérias gram-negativas têm uma membrana externa que circunda a camada de peptideoglicano da parede celular. Essa membrana externa consiste em lipoproteínas, fosfolipídeos e lipopolissacarídeos (LPS). A porção lipídica do LPS, chamada de lipídeo A, é a endotoxina. Assim, as endotoxinas são lipopolissacarídeos. As endotoxinas são liberadas durante a multiplicação bacteriana e quando as bactérias gram-negativas morrem e suas paredes celulares sofrem lise. Os antibióticos utilizados para tratar doenças causadas por bactérias gram-negativas podem lisar essas bactérias; essa reação causa a liberação de endotoxinas, o que pode levar a uma piora imediata dos sintomas. Entretanto, a condição do paciente normalmente melhora à medida que a endotoxina vai sendo degradada. As endotoxinas exercem seu efeito pelo estímulo de macrófagos, os quais, por sua vez, liberam citocinas em concentrações bastante elevadas. Nessas concentrações, as citocinas são tóxicas. Todas as endotoxinas produzem os mesmos sinais e sintomas, independentemente da espécie de microrganismo, embora nem sempre na mesma intensidade. Esses sintomas incluem calafrios, febre, fraqueza, dores generalizadas e, em alguns casos, choque e até mesmo morte. As endotoxinas também podem induzir o aborto. → Enzimas extracelulares - Hialuronidase: A hialuronidase é outra enzima secretada por certas bactérias, como os estreptococos. Ela hidrolisa o ácido hialurônico tipo de polissacarídeo que une certas células do corpo, particularmente em tecidos conectivos. Acredita-se que essa ação digestória esteja envolvida na necrose de ferimentos infectados e que ela auxilie na dispersão do microrganismo a partir de seu sítio inicial de infecção - Coagulase:As coagulases são enzimas bacterianas que coagulam o fibrinogênio no sangue. O fibrinogênio, proteína plasmática produzida no fígado, é convertido em fibrina pela ação das coagulases, gerando a malha que forma o coágulo sanguíneo. Os coágulos de fibrina podem proteger a bactéria da fagocitose e isolá-la de outras defesas do hospedeiro - Hemolisina → Fatores celulares - Cápsula: algumas bactérias produzem substâncias no glicocálice que formam cápsulas ao redor de sua parede celular; essa propriedade aumenta a virulência das espécies. A cápsula resiste às defesas do hospedeiro por impedir a fagocitose, o processo utilizado por certas células do organismo para englobar e destruir microrganismos. - Fímbrias → Fatores de resistência do hospedeiro - Fatores ambientais - Espécie, raça e resistência individual - Barreiras mecânicas - Secreções químicas - Floral normal → NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO MICROBIANO → Energia requerida pela célula microbiana - Biossíntese das partes estruturais da célula; - Síntese de enzimas, ácidos nucleicos, polissacarídeos, fosfolipídeos e outros componentes químicos; - Reparo de danos e manutenção da célula em boas condições; - Crescimento e multiplicação; - Armazenamento de nutrientes e excreção de produtos de escórias; - Mobilidade. Proteína Carboidratos Lipídeos ↓ ↓ ↓ Aminoácidos Glicose Ac.Graxo e Glicerol ↘ ↓ ↙ Piruvato Co2—> ↓ Acetil-Coa ↓ Energia celular, metabolismo celular e corporal Metabólicos Reação de fosforilação Oxidativa → Produção de ATP pelos microrganismos Nas células em nível mitocondrial. Na célula bacteriana é a nível da membrana citoplasmática. 1 molécula de ATP → 1 adenina, 1 ribose e ligamentos fosfatos Existem três vias gerais nas quais a fosforilação do ADPocorre - Fosforilação em nível substrato = glicose - Fosforilação oxidativa - Fotofosforilação ADP (descarregado) + Pi + é → ATP (carregado) Existem dois tipos de respiração, dependendo de se um organismo é aeróbio, aquele que utiliza oxigênio, ou anaeróbio, que não utiliza oxigênio e ainda pode ser morto por ele. Na respiração aeróbia, o aceptor final de elétrons é o O2; na respiração anaeróbia, o aceptor final de elétrons é uma molécula inorgânica diferente do O2 ou, raramente, uma molécula orgânica. Primeiro, descreveremos como a respiração ocorre em uma célula aeróbia. → Principais fontes energéticas dos microorganismos - Quimiotrópicos: obtém energia por degradação de nutrientes ou substratos químicos. - Quimioheterotróficos: São quimiotróficos que degradam compostos orgânicos para obter energia (carbono) - Quimioautotróficos: Degradam compostos inorgânicos. → Fatores necessários para o crescimento Físicos: Temperatura, pH e pressão osmótica Químicos: Água, fonte de carbono, nitrogênio, minerais, oxigênio e fatores orgânicos de crescimento. → Fatores físicos Temperatura A maioria dos microrganismos cresce bem nas temperaturas ideais para os seres humanos. Contudo, certas bactérias são capazes de crescer em extremos de temperatura que certamente impediriam a sobrevivência de quase todos os organismos eucarióticos. Psicrófilos (micróbios que gostam de frio), mesófilos (micróbios que gostam de temperaturas moderadas) e termófilos (micróbios que gostam de calor). A maioria das bactérias cresce em uma faixa limitada de temperatura, e há somente 30°C de diferença entre as temperaturas máxima e mínima de crescimento. Elas crescem pouco nas temperaturas extremas, considerando sua faixa ideal. PH O pH refere-se à acidez ou alcalinidade de uma solução. A maioria das bactérias cresce melhor em uma faixa estreita de pH próxima da neutralidade, entre pH 6,5 e 7,5. Poucas bactérias crescem em pH ácido abaixo de 4. algumas bactérias, chamadas de acidófilas, são extraordinariamente tolerantes à acidez. Pressão osmótica Os microrganismos obtêm a maioria dos seus nutrientes em solução da água presente no seu meio ambiente. Portanto, eles requerem água para seu crescimento, sendo que sua composição é de 80 a 90% de água. Pressões osmóticas elevadas têm como efeito remover a água necessária para a célula. → Fatores químicos Carbono Além da água, um dos fatores mais importantes para o crescimento microbiano é o carbono. O carbono é o esqueleto estrutural da matéria viva; é necessário para todos os compostos orgânicos que constituem uma célula viva. Nitrogênio, enxofre e fósforo O nitrogênio constitui cerca de 14% do peso seco da célula bacteriana, e o enxofre e o fósforo juntos constituem aproximadamente 4%. O enxofre é utilizado para sintetizar os aminoácidos contendo enxofre e vitaminas, como a tiamina e a biotina O fósforo é essencial para a síntese dos ácidos nucleicos e dos fosfolipídeos das membranas celulares. Elementos-traço Os microrganismos requerem quantidades muito pequenas de outros elementos minerais, como ferro, cobre, molibdênio e zinco, os quais são chamados de elementos-traço. Oxigênio Os microrganismos que utilizam o oxigênio molecular (aeróbios) produzem mais energia a partir dos nutrientes que os microrganismos que não utilizam o oxigênio (anaeróbios). Os organismos que precisam do oxigênio para viver são chamados de aeróbios obrigatórios Os aeróbios obrigatórios estão em desvantagem, uma vez que o oxigênio é pouco solúvel na água de seu ambiente. Por isso, muitas das bactérias aeróbias têm desenvolvido, ou mantido, a capacidade de continuar a crescer na ausência do oxigênio. Esses organismos são chamados de anaeróbios facultativos Os anaeróbios obrigatórios são bactérias incapazes de utilizar o oxigênio molecular nas reações de produção de energia. De fato, isso é prejudicial para muitos deles. Os anaeróbios aerotolerantes não podem utilizar o oxigênio para o seu crescimento, porém toleram bem a sua presença. Na superfície de um meio sólido, eles crescerão sem a utilização das técnicas especiais (discutidas posteriormente) requeridas pelos anaeróbios obrigatórios. Algumas bactérias são microaerófilas. São aeróbias e requerem oxigênio. Contudo, crescem somente em concentrações de oxigênio inferiores às do ar. → Meio de cultura Microrganismos que crescem nos meios de cultura são denominados cultura. Quando s deseja o crescimento das bactérias em meios sólidos, um agente solidificante, como ágar, é adicionado ao meio. O ágar, polissacarídeo complexo derivado de uma alga marinha, tem sido muito utilizado como espessante em alimentas. Diferentes meios de cultura → seletivo diferencial e enriquecimento. Obtenção de culturas → semeadura por esgotamento - clones da bactérias. Preservação da cultura → refrigeração (período curto), congelamento em baixas temperaturas e liofilização (períodos longos) → Crescimento das culturas bacterianas Fissão binária: as bactérias normalmente se produzem assim (brotamento, fragmentação exósporos). Tempo de geração: Intervalo de tempo para que a população de uma cultura duplique em número. → Fases do crescimento bacteriano Fase Lag: período de intensa atividade metabólico, síntese de DNA e enzimas. Fase log: Inicia o processo de divisão, reprodução extremamente ativa. Fase estacionária: Atividade metabólica descresse. Fase de morte celular. → A terminologia do controle microbiano A esterilização é a remoção ou destruição de todos os microrganismos vivos. O aquecimento é o método mais comum usado para destruir microrganismos, incluindo as formas mais resistentes, como os endósporos. Um agente capaz de esterilizar é chamado de esterilizante. Líquidos ou gases podem ser esterilizados por filtração. O controle direcionado à destruição de microrganismos nocivos é chamado de desinfecção. Esse termo normalmente se refere à destruição de patógenos na forma vegetativa (não formadores de endósporos), o que não é o mesmo que esterilidade completa. Quando esse tratamento é direcionado aos tecidos vivos, é chamado de antissepsia, e as substâncias químicas são, então, chamadas de antissépticos. Existem variações da desinfecção e da antissepsia. Por exemplo, quando alguém precisa receber uma injeção, a pele é limpa com álcool – o processo de degerminação (ou degermação), que resulta principalmente na remoção mecânica, em vez da destruição, da maioria dos microrganismos em uma área limitada. Os copos, as louças e os talheres dos restaurantes estão sujeitos à sanitização, que tem a finalidade de reduzir as contagens microbianas a níveis seguros de saúde pública e minimizar as chances de transmissão de doença de um usuário para outro. → A taxa de morte microbiana Quando as populações bacterianas são aquecidas ou tratadas com substâncias químicas antimicrobianas, elas normalmente morrem em uma taxa constante. - O número de micróbios. Quanto mais microrganismos existem no início, mais tempo é necessário para eliminar a população inteira. - Influências ambientais. A maioria dos desinfetantes atua melhor em soluções aquecidas. - Tempo de exposição. As substâncias químicas antimicrobianas frequentemente requerem um maior tempo de exposição, a fim de afetarem os micróbios mais resistentes ou os endósporos. - Características microbianas. A seção que conclui este capítulo discute como as características microbianas interferem na escolha dos métodos de controle químicos e físicos. - Intensidade ou concentração do agente - Temperatura de exposição. → Mecanismos de destruição das células microbianas - Alteração da permeabilidade da membrana - Dano às proteínas e aos ácidos nucleicos. → Métodos físicos de controle microbiano Calor O calor aparentemente destrói os microrganismos pela desnaturação de suas enzimas, o que resulta em mudanças na forma tridimensional dessas proteínas, inativando-as. O ponto de morte térmica (PMT) é a menor temperatura em que todos os microrganismos em uma suspensão líquida específica serão destruídosem 10 minutos. Tempo de morte térmica (TMT), o tempo mínimo em que todas as bactérias em uma cultura líquida específica serão destruídas, em uma dada temperatura. O tempo de redução decimal (TRD, ou valor D) é um terceiro conceito relacionado à resistência bacteriana ao calor. TRD é o tempo, em minutos, em que 90% de uma população de bactérias em uma dada temperatura será destruída Esterilização por calor úmido O calor úmido destrói os microrganismos principalmente através da coagulação das proteínas (desnaturação), causada pela quebra das ligações de hidrogênio que mantêm as proteínas em sua estrutura tridimensional. Esse processo de coagulação é familiar a qualquer pessoa que já observou uma clara de ovo fritando. A esterilização confiável com calor úmido requer temperaturas mais elevadas que a da água fervente. Essas altas temperaturas são mais comumente atingidas pelo vapor sob pressão em uma autoclave. Esterilização por calor seco O calor seco destrói por efeitos de oxidação. Uma analogia simples é a lenta carbonização do papel em um forno aquecido, mesmo quando a temperatura permanece abaixo do ponto de ignição do papel. Um dos métodos mais simples de esterilização por calor seco é a chama direta. Filtração A filtração é usada para esterilizar os materiais sensíveis ao calor, como alguns meios de cultura, enzimas, vacinas e soluções antibióticas. Baixas temperaturas O efeito das baixas temperaturas sobre os microrganismos depende do micróbio específico e da intensidade da aplicação. Por exemplo, nas temperaturas dos refrigeradores comuns (0 a 7°C), a taxa metabólica da maioria dos microrganismos é tão reduzida que eles não podem se reproduzir ou sintetizar toxinas. Alta pressão Quando se aplica alta pressão em suspensões líquidas, ela se transfere instantânea e uniformemente para a amostra. Dessecação Na ausência de água, uma condição conhecida como dessecação, os microrganismos não podem crescer ou se reproduzir, contudo, permanecem viáveis por anos. Pressão osmótica O uso de altas concentrações de sais e açúcares para conservar o alimento se baseia nos efeitos da pressão osmótica. Altas concentrações dessas substâncias criam um ambiente hipertônico que ocasiona a saída de água da célula microbiana. Radiação A radiação apresenta vários efeitos sobre as células, dependendo de seu comprimento de onda, intensidade e duração. Existem dois tipos de radiação que destroem microrganismos (radiação esterilizante): ionizante e não ionizante. A radiação ionizante – raios gama, raios X ou feixes de elétrons de alta energia. A radiação não ionizante tem um comprimento de onda maior que o da radiação ionizante. →SELEÇÃO DE UM AGENTE QUÍMICO: - Amplo espectro antimicrobiano. - Ausência de: irritação, toxicidade, teratogenicidade, mutagenicidade, carcinogenicidade. - Estabilidade. - Solubilidade em água. - Compatibilidade com outros produtos químicos. - Retenção de atividade em presença de matéria orgânica. - Ausência de corrosividade. - Retenção da atividade antimicrobiana sob ampla faixa de temperatura. - Ausência de atividade tintorial ou de toxicidade após uso tópico em animais e superfícies. - Preço acessível e fácil disponibilidade. - Não poluente de lençóis freáticos e biodegradável. Modos de ação de desinfetantes antimicrobianos: - Bactérias parede celular, membrana celular, ácidos nucléicos e constituintes citoplasmáticos. - Vírus ácido nucléico, proteínas estruturais e funcionais, com glicoproteínas e no caso de vírus envelopados, com o envelope lipídico. TIPOS DE DESINFETANTES: ÁCIDOS atividade relacionada ao pH. Ácido cítrico, fosfórico, hidroclorídrico. Ácido peracético é bactericida, fungicida, esporicida e virucida. ÁLCALIS atividade relacionadas ao pH alto. Em altas concentrações tem amplo espectro de ação, inclusive contra endósporos. Hidróxido e sódio, hidróxido de potássio. ALCOÓIS desnaturam proteínas, rompem membrana e dissolvem lipídeos. Álcool etílico e isopropílico (70%). Atuam em bactérias, fungos e alguns vírus. Não são esporicidas e não atuam em pequenos vírus não envelopados. ALDEÍDOS altamente reativos, interagem com proteínas, ácidos nucléicos e outros constituintes microbianos. Formaldeído e Glutaraldeído. A solução de formaldeído- Formalina é aquosa e contém cerca de 38% de formaldeído tem um largo espectro de ação mas é irritante, tóxico e com potencial carcinogênico. Glutaraldeído é menos irritante e mais efetivo que o formaldeído. BIGUANIDAS compostos catiônicos – clorexidina. Atividade residual na pele (mastite). COMPOSTOS HALOGÊNICOS compostos de cloro e iodo usados como desinfetantes e anti-sépticos. Compostos clorados: hipoclorito de sódio, dióxido de cloro, cloramina e dicloroisocianurato – baixa toxicidade, uso fácil e baixo custo. Em altas concentrações são inativadores graduais de prions. Compostos iodados: mais ativos na presença de matéria orgânica, disponíveis em solução aquosa, tinturas (dissolvido em álcool) e iodóforo (complexado com compostos que atuam como careadores e solubilizadores). COMPOSTOS PEROXIGENADOS Peróxido de hidrogênio e ozônio são agentes oxidantes potentes de amplo espectro antimicrobiano. COMPOSTOS FENÓLICOS geralmente de baixo custo e pouco afetados pela presença de matéria orgânica. COMPOSTOS DE AMÔNIO QUATERNÁRIO (QUATs) compostos catiônicos com propriedades tensoativas, possuem atividade reduzida por matéria orgânica.( detergente catiônico) DETERGENTES COMPOSTOS QUE DIMINUEM A TENSÃO SUPERFICIAL E SÃO USADOS PARA LIMPAR SUPERFÍCIES. METAIS PESADOS E SEUS COMPOSTOS zinco, cobre, prata, mercúrio e chumbo. A atividade dos íons metálicos se deva a inativação de algumas enzimas. ÓXIDO DE ETILENO composto orgânico, gás à temperaturas superiores a 10,8°C, alto poder de penetração e atuação (esterilização de seringas). PROPIOLACTONA composto orgânico mais ativo, mas com baixo poder de penetração. AVALIAÇÃO DO PODER ANTIMICROBIANO DOS DESINFETANTES E ANTI-SÉPTICOS: Técnica de diluição em tubo. Técnica de inoculação em placa. Técnica de coeficiente fenólico.
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